2 resultados para Academias literárias
em Biblioteca Digital da Produção Intelectual da Universidade de São Paulo
Resumo:
Entre os registros culturais que participam do processo de produção de representações sobre a escola e o cotidiano escolar, a literatura brasileira dos séculos XIX e XX ocupa um lugar privilegiado. Tomando a escola como tema de fabulação, algumas das obras publicadas no período compõem imagens que remetem o leitor à vida cotidiana dessa instituição, em suas relações com a vida familiar e o mundo que a cerca. Ao referir-se aos objetos materiais, ao trabalho dos professores, à organização escolar, aos impressos que ali circulam, às relações que se estabelecem entre os seus integrantes, aos medos, angústias, alegrias, sensações e sentimentos que acompanham tal vivência, essas obras produzem representações que permitem uma identificação e uma aproximação entre a vida dos personagens e a do leitor. As representações sobre a escola e suas práticas, postas em circulação por meio das obras literárias, adquirem múltiplos sentidos e, de alguma forma, participam dos processos pelos quais atribuímos sentidos à nossa própria experiência escolar. Por meio da leitura de registros literários sobre a experiência da escolarização, este texto procura flagrar a escola em sua cotidianidade, indagando sobre os modos como os sujeitos representam a instituição escolar.
Resumo:
Traduções literárias de línguas/culturas periféricas tendem a ser esporádicas e, como tais, tornam-se mais propensas a buscar integrar o polissistema literário meta, abandonando os elos entre a obra original e seu polissistema fonte. Para atingir essa integração a abordagem assimilativa (ou domesticadora, no sentido de Venuti, 1998) mostra-se quase inevitável. O presente ensaio, tomando como exemplo as traduções efetivas e potenciais de obras da literatura norueguesa para o português brasileiro, sustenta que seria possível adotar uma abordagem diversa, que buscasse reproduzir - ainda que parcialmente - o polissistema fonte (ou fragmentos relevantes desse). Esta abordagem exigirá mais do que um esforço tradutório pontual: terá de ser mobilizada uma estratégia intercultural, planejando a tradução paulatina de uma multiplicidade de obras relevantes - e, destarte, estabelecer uma imitatio do polissistema fonte nos espaços de recepção brasileiros.