3 resultados para Ecologia lacustre
em Repositório Institucional da Universidade Federal do Rio Grande - FURG
Resumo:
O ser humano vive maior parte do seu tempo em contato direto com o ambiente construído, portanto tornou-se fundamental pesquisar as relações de alteridade, qualidade de vida e pertencimento dentro de um espaço específico, a casa. Ressaltando que a casa nesta pesquisa é todo e qualquer lugar de moradia, percebe-se que ela exprime um estilo de vida, ou seja, um modo de viver e conviver, de pensar, de sentir, e de se relacionar com as pessoas e com o espaço. A partir das relações de seis moradores do Município de Rio Grande com suas respectivas casas pudemos conhecer os processos que ali ocorrem e quais são os efeitos deles na vida e atitudes de cada morador dentro e fora da morada. O estudo é fundamentado primordialmente na Educação Ambiental e na Ecologia Onírica. Mais especialmente, na Educação Estética Ambiental e Educação Estética Onírica, porém também dialoga com outras áreas do conhecimento, como a Psicologia Ambiental. Esta avalia e compreende o homem, como ele reage, interpreta e sente os espaços, e consequentemente, como ele é constituído através de todas as experiências, vivências, memórias neste meio tão íntimo que é a casa de cada um. O objetivo da pesquisa foi, a partir das relações dos moradores entre si e com o espaço da casa, conhecer qual é o significado desta na vida dos seus moradores, despertar a valorização do espaço/morada e o sentimento de pertencimento a ela, promovendo através dessa consciência uma maior qualidade de vida dentro e fora de casa.
Resumo:
A Área de Proteção Ambiental da Lagoa Verde é composta por um mosaico de unidades ambientais. Entre elas, destaca-se um fragmento de mata de restinga que reúne características físicas e microclimáticas para o estudo de ecologia de briófitas. Este estudo teve por objetivo realizar o levantamento das espécies de briófitas; fornece novas ocorrências de briófitas para o Rio Grande do Sul; avaliar a influência dos gradientes longitudinal e vertical na distribuição de briófitas; quantificar a variação da diversidade de briófitas nos gradientes longitudinal e vertical. Foram identificadas 51 espécies de briófitas como novas ocorrências para o Rio Grande do Sul, sendo 11 musgos e 40 hepáticas. Além do local de estudo foram identificadas espécies que estavam no herbário SP. No estudo dos gradientes longitudinal e vertical foram identificadas 53 espécies de briófitas, sendo 17 musgos e 36 hepáticas. Através da análise dos transectos e da inclusão dos forófitos subdivididos em três zonas de altura, foram coletadas amostras terrícolas e corticícolas. As briófitas respondem aos gradientes, através dos fatores microclimáticos (luminosidade e umidade), em relação ao aumento da riqueza e mudança na composição de espécies. A partição aditiva da diversidade de briófitas quantificou a variação da composição de espécies em cada gradiente. A diversidade entre cada nível dos gradientes longitudinal (umidade) e vertical (luminosidade) variou em torno de 40% e 50%, respectivamente. Em conclusão, o estudo sobre a ecologia de briófitas gerou conhecimento sobre a diversidade e biogeografia das espécies; contribuiu para o entendimento da distribuição das briófitas em função dos gradientes longitudinal e vertical, por influência de fatores microclimáticos e; revelou a variação da composição de espécies em função dos gradientes horizontal (umidade) e vertical (luminosidade).
Resumo:
O estudo teve como objetivo descrever a biologia reprodutiva e a dieta de populações de Thamnodynastes hypoconia em ambientes úmidos subtemperados do extremo sul brasileiro. Para avaliação da reprodução foram feitas análises macroscópicas das gônadas. Para avaliação da ecologia alimentar foram empregadas análises de conteúdo estomacal e de isótopos estáveis (δ13C e δ15N). Os machos apresentaram maior comprimento rostro-cloacal que as fêmeas e atingiram a maturidade sexual com menor tamanho corporal. O ciclo reprodutivo das fêmeas foi sazonal, com vitelogênese secundária ocorrendo entre o inverno e a primavera. Os machos apresentaram ciclo contínuo. Aparentemente a cópula ocorre entre o final da primavera e o início do verão, quando foram detectados embriões nas fêmeas e a parturição ocorreu no verão. Não houve relação entre o tamanho da ninhada e o tamanho da fêmea, e a frequência reprodutiva de 40% foi considerada relativamente baixa. Todavia, por ser uma espécie dominante em banhados subtemperados do extremo sul do Brasil sua estratégia reprodutiva parece ser eficiente. Dessa forma, o ciclo contínuo dos machos, bem como a viviparidade possam potencializar o deslocamento do pico reprodutivo da população de modo a ajustar-se de acordo com os picos de temperatura do ambiente. A análise de conteúdo estomacal mostrou uma dieta predominantemente anurófaga, exceto por um único lagarto. Hylidae foi a família mais representativa, com predomínio de Hypsiboas pulchellus, seguida de Leptodactylidae, onde Leptodactylus latrans teve maior importância. As análises de isótopos estáveis corroboraram a importância dessas espécies na alimentação da serpente. Apesar de ser uma serpente terrestre, T. hypoconia apresentou assinatura isotópica mais próxima das fontes primárias oriundas do ambiente aquático, o que indica a importância das áreas alagáveis para a subsistência de organismos terrestres de habitats adjacentes.