2 resultados para Ator-criador

em Repositório Institucional da Universidade Federal do Rio Grande - FURG


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O presente trabalho tem por objetivo a análise da obra Bufólicas, da escritora Hilda Hilst. Por intermédio do emblema dos contos de fadas, a escritora constrói sete poesias que narram a passagem da vida das personagens de cunho feérico. Observa-se que nelas surge uma visão de mundo peculiar, suscitando um riso multifacetado, demiúrgico, criador, existencial, de modo a zombar dos valores primordiais cultuados pela sociedade ocidental contemporânea. Assim, analisaremos as personagens com base na descrição de suas características marcantes, as quais são pautadas pela obscenidade, tendência à caricatura e tons de risibilidade. Tais características rompem com paradigmas na medida em que reinventam as histórias canônicas que fazem parte do imaginário ocidental. Esse estudo estrutura-se em três planos: no primeiro deles, a poeta é apresentada conjuntamente com a peculiaridade de sua obra, enfatizando-se os momentos mais representativos de sua escrita. A seguir, faremos a análise das obras que tratam do riso. Ao evocar os conceitos que remetem ao riso de zombaria, definido por Vladímir Propp e a comicidade carnavalizada, teorizada por Mikhail Bakhitin, a intenção é a de demonstrar a sua inter-relação assim como a complementaridade. E por fim, adentraremos no mundo de Bufólicas, de forma a investigar a leitura paródica elaborada pela autora, que expulsa a linguagem do seu espaço celestial e instaura o caos, com suas múltiplas possibilidades de leitura nas tessituras cômico-sérias.

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A presente dissertação centra-se no estudo da participação infantil no cotidiano escolar, mais precisamente, das instituições de Educação Infantil. Para tanto, assumo como fundamental perceber a criança enquanto ator social, produtor de cultura e a infância como uma categoria social, geracional. O objetivo principal deste estudo é compreender quais as formas de participação de um grupo de crianças que compõe a turma de nível II, com 5 e 6 anos de idade, da Escola Municipal de Educação Infantil Tia Luizinha, a partir de suas manifestações no cotidiano escolar, buscando perceber quais são os momentos da rotina que as crianças percebem que participam, o que elas pensam sobre esses momentos e como os significam. Para tanto, o referencial teórico-metodológico utilizado para dialogar com esta investigação é oriundo da perspectiva da Sociologia da Infância (SARMENTO, 1997; 2000; 2007, CORSARO 2011, DELGADO, 2004; 2007), que percebem as crianças como sujeitos de direitos, capazes de participar/opinar sobre o meio no qual estão inseridas. Trata-se de uma pesquisa sobre o contexto escolar, cuja metodologia busca inspirações etnográficas, ou seja, é o cotidiano com as crianças, narrado por quem tornou-se ator desta pesquisa, juntamente com elas. Neste sentido, cabe ressaltar que é um processo investigativo COM crianças e não sobre elas. Os principais instrumentos metodológicos utilizados foram a observação, a escuta, os registros, os desenhos das crianças e suas falas. No tratamento dos dados que foram sendo gerados no percorrer da pesquisa, percebi a emergência de duas categorias de análise: a participação das crianças na RODA DE CONVERSA e no PÁTIO da escola. Neste sentido, estabeleço relação entre a infância e os espaços por elas escolhidos como sendo de maior participação, vindo a encontrar eco nos estudos da Geografia da Infância (LOPES, 2008). Foi possível perceber o quanto as crianças atribuem sentidos muito particulares aos espaços nos quais se inserem. A roda de conversa, configurava-se como um espaço/tempo dialógico do cotidiano, porém, ainda muito vinculada com a presença marcante do adulto-orientador. No pátio da escola, em especial, na pracinha, a participação infantil esteve intimamente relacionada a autonomia das crianças e as possibilidades de escolha que ali se apresentavam. Considero que os resultados deste estudo possam contribuir com as propostas pedagógicas das escolas da infância, no sentido acolher as manifestações das crianças, para assim, torná-las cada vez mais coautoras das ações pedagógicas.