As práticas de avalia����o em quatro universidades

Esta comunica����o foi apresentada numa Mesa Redonda concebida a partir de uma investiga����o realizada no ��mbito do projeto AVENA ��� Avalia����o, ensino e aprendizagem em Portugal e no Brasil: realidades e perspetivas. O principal prop��sito era analisar, discutir e refletir acerca das percep����es e práticas de avalia����o de docentes e estudantes do ensino universit��rio. Os dados para o estudo das percep����es acerca da avalia����o foram recolhidos na Fase do Estudo Extensivo, atrav��s de um question��rio administrado a docentes e estudantes. Os dados para o estudo das práticas de avalia����o dos docentes foram obtidos na Fase do Estudo Intensivo, atrav��s de observa����es de aulas e entrevistas a docentes e estudantes. Os resultados sugeriram que, em geral, docentes e estudantes partilham percep����es mais consent��neas com uma pedagogia centrada nos docentes, baseada na exposi����o das mat��rias e verifica����o das aprendizagens atrav��s de testes e/ou exames, do que numa pedagogia em que os estudantes est��o no centro das din��micas pedagógicas, baseada na avalia����o formativa, na distribui����o de feedback e na participa����o ativa dos estudantes na constru����o das suas aprendizagens. As práticas de avalia����o dos docentes foram distribu��das num continuum em que, num dos extremos, os estudantes est��o no centro dos processos pedag��gicos e no outro extremo, os docentes s��o os principais protagonistas. Apesar da maioria das práticas observadas se aproximar bem mais do extremo em que os docentes e o ensino est��o no centro dos processos pedag��gicos, a verdade �� que as práticas observadas em cerca de um ter��o dos casos, com a ��nfase nas aprendizagens e na avalia����o para aprender e na participa����o ativa dos estudantes, mostraram que �� poss��vel melhorar significativamente as práticas pedagógicas no ensino superior. Nesta Mesa Redonda, ser��o apresentadas e discutidas percep����es de docentes e estudantes acerca de uma diversidade de dimens��es da avalia����o das aprendizagens assim como as práticas exibidas pelos docentes participantes. Al��m disso, far-se-��o reflex��es acerca das rela����es que se podem estabelecer entre os resultados do estudo das percep����es e os resultados do estudo das práticas de avalia����o. Todos os resultados considerados referem-se exclusivamente ��s quatro universidades portuguesas participantes no projeto AVENA. Neste ��mbito, foram observadas cerca de 640 horas de aulas práticas ou te��rico-práticas de docentes respons��veis por unidades curriculares estruturantes de cursos do 1.�� ciclo de quatro dom��nios do conhecimento: Ci��ncias Sociais, Ci��ncias da Sa��de, Ci��ncias e Tecnologias e Artes e Humanidades. Al��m disso, realizaram-se entrevistas profundas a 35 docentes e entrevistas focadas a 128 estudantes (3 a 5 por grupo). Nas quatro universidades portuguesas foram validados 990 question��rios respondidos pelos docentes e 4568 respondidos pelos estudantes. Trata-se de uma significativa massa de dados que fundamentam os resultados que ser��o apresentados e discutidos na Mesa Redonda.

Tens��es de um agir avaliativo em muta����o na escola atual

Este estudo pretende contribuir para a problematiza����o e o enriquecimento do debate acad��mico sobre os efeitos das mudan��as, ao n��vel das pol��ticas de avalia����o nas práticas pedagógicas. O seu objetivo central �� identificar, descrever e analisar efeitos das medidas de pol��tica educativa da ��ltima d��cada no agir avaliativo docente. A investiga����o teve por base a an��lise de Relat��rios da Avalia����o Externa de Escolas (AEE), bem como as perce����es de docentes dos ensinos b��sico e secund��rio sobre a avalia����o discente.

Da produ����o de um recurso digital �� arte da sua utiliza����o: contributo para a reflex��o dos efeitos da era digital no ensino superior

Pretende-se, nesta interven����o, confrontar os pressupostos pedag��gicos que estiveram na origem da produ����o de um recurso digital aberto, Meteorologia em linha, com algumas das suas utiliza����es e a partir da�� pensar os modos de aprender na era digital. At�� que ponto j�� temos a universidade habitada pela ���Petite Poucette��� de Michel Serres (2012)? Quando o ru��do de fundo invade os cursos expositivos come��amos a pressentir a sua presen��a, nessa recusa em ouvir o que j�� est�� escrito e acess��vel na ponta dos seus dedos. A oralidade s�� tem valor se n��o estiver colada �� p��gina escrita, se se tornar original e rara.

Legato: um modelo de avalia����o ilustrativo da constru����o do conhecimento cient��fico

Na unidade curricular de Biologia do Desenvolvimento, lecionada desde 2011 ao 2�� ano da licenciatura de Biologia Humana na Universidade de ��vora, tem-se aplicado um modelo de avalia����o que visa focalizar a aprendizagem atrav��s da constru����o de trabalhos-projeto que s��o realizados, em duas fases, por dois grupos de alunos. Este modelo de avalia����o foi motivado tanto pelo facto do conte��do desta unidade curricular ser extremamente complexo para uma avalia����o mais convencional, como pela oportunidade que d�� aos alunos de se aproximarem do contexto profissional de constru����o do conhecimento cient��fico por intera����o entre pares. Na primeira fase de avalia����o, o tema e a composi����o do grupo s��o escolhidos pelos alunos, sendo completada a pouco mais de meio do semestre com a submiss��o dum resumo (revis��o) da informa����o coligida, bibliografia, e uma breve apresenta����o para os colegas, que deste modo ficam com uma panor��mica das tem��ticas a desenvolver no respetivo ano letivo. Na segunda fase essa informa����o �� legada a um novo grupo, que desta vez �� sorteado entre a turma, e que dever�� seguir um gui��o preparado pelo docente, com base no trabalho previamente apresentado, para preparar uma apresenta����o final, em sess��o p��blica. Cada tema tem por isso dois grupos de alunos diretamente envolvidos, que se interligam num elo de responsabilidade m��tua que ir�� desembocar na sess��o p��blica final. O nome proposto para este modelo, Legato, real��a esta interliga����o. As apresenta����es finais, depois de eventuais corre����es, ficam dispon��veis publicamente na World Wide Web. O papel das aulas �� ir introduzindo os alunos �� disciplina cient��fica de Biologia do Desenvolvimento, facultando-lhes os conceitos, a linguagem, e sobretudo o racioc��nio que lhe s��o pr��prios. Em duas sess��es práticas apresenta-se aos alunos o mundo das bases de dados biol��gicas e bibliogr��ficas (respetivamente), para que consigam um levantamento mais eficiente de fontes relevantes. Decorridos 5 anos desta pr��tica de avalia����o, com mais de 30 destes trabalhosprojeto j�� realizados, tem-se verificado um aproveitamento muito satisfat��rio na generalidade dos temas, mesmo com aqueles (poucos) que sofreram da falta de empenhamento do grupo da 1�� fase. O car��ter p��blico da fase final de avalia����o, de par com a prepara����o (por parte do docente) do gui��o da 2�� fase, contribuem para garantir a qualidade das apresenta����es finais. Mas o autor acredita que a principal motiva����o para a qualidade generalizada dos resultados �� o elo de responsabilidade m��tua referido acima, bem como uma sensa����o de ���perten��a��� em rela����o aos temas escolhidos. Este modelo de avalia����o pode ser adaptado em qualquer ��rea do conhecimento, pois a constru����o do conhecimento entre pares, que se pretende ilustrar neste modelo de avalia����o, �� essencialmente universal; e tamb��m em diferentes fases da forma����o, se bem que seja especialmente adequado a unidades curriculares do 1�� Ciclo do Ensino Superior.

Educa����o social e rela����o de ajuda: Representa����es dos educadores sociais sbre as suas práticas

Neste estudo, parte-se dos discursos dos educadores sociais, produzidos no grupo de discuss��o, para se conhecer as suas representa����es face �� rela����o de ajuda que desenvolvem com as popula����es. Problematizou-se o conceito, analisaram-se os discursos buscando os paradigmas que orientam as interven����es, as defini����es de rela����o de ajuda, os seus objectivos, e o perfil dos educadores sociais que desenvolvem esta modalidade de interven����o. As conclus��es apontam para a necessidade de a reflex��o acompanhar a ac����o do educador social; para a coexist��ncia de diferentes concep����es sobre a rela����o de ajuda, variando de acordo com as orienta����es paradigm��ticas do educador, a sua pr��pria experi��ncia profissional, o eu perfil pessoal e profissional. Surge refor��ada a ideia de que �� na rela����o teoria-pr��tica que se v��o configurando as práticas de interven����o, adequando-as aos sujeitos com quem se desenvolvem e activando processos internos, ao n��vel das capacidades e compet��ncias, pessoais e interpessoais, dos educadores sociais. /ABSTRACT: The starting point in this study is the social educators' speeches produced in the discussion group, to let us know how they view the helping relationship they develop with the populations. The concept was held as a problem needing clarification, and the speeches were analysed with a view to making understandable the paradigms, the objectives and the definitions of the helping relationship that guide their interventions; the profiles of the professionals in the group that develop this modality of intervention were also analysed. The conclusions point to the need of reflection going along with the social educator's acting. They also point to the presence in the group of different conceptions of the helping relationship, varying with the educator's paradigmatic orientation, her/his own professional experience, her/his personal and professional profile. One strong idea emerges: the intervention practices get their configuration in the relation theory-practice, in the process of making them adequate to the subjects with whom they are developed, and also because they activate the social educators' internal processes, at the level of capacities and competences, both personal and interpersonal.