6 resultados para Autenticidade
em Repositório Científico da Universidade de Évora - Portugal
Resumo:
Esta investigação pretende articular a Teoria do Reconhecimento de Axel Honneth com a Ética da Autenticidade de Charles Taylor e complementar este diálogo com a Teoria da Dádiva, que tem vindo a ser desenvolvida por vários autores franceses e latino-americanos. A autenticidade foi, ao longo da história ocidental, considerada como sendo uma busca individual do eu, baseada numa racionalidade desvinculada, que não considerava os horizontes de sentido ou as relações com os outros significantes. Através da teoria de Taylor, essa perspetiva mudou: a autenticidade agora é descrita como um ideal moral dialógico, fundamentada no reconhecimento. Neste percurso do reconhecimento procuramos aprofundar não só a ideia de luta, mas também a relação de mutualidade da dádiva fundamentada no reconhecimento simbólico. Nesse sentido, o individualismo, neutralismo e a distinção entre esfera pública e privada, usados como critérios hermenêuticos para os Direitos Humanos, são substituídos pela autenticidade, reconhecimento e dádiva, num aprofundamento político-normativo de forma a contribuir para uma sociedade mais inclusiva e para a renovação ética dos Direitos Humanos; ABSTRACT: This research aims to articulate Axel Honneth’s Theory of Recognition with Charles Taylor’s Ethics of Authenticity, supplementing and weaving them with the Theory of Gift, which has been developed by several French and Latin-American authors. Authenticity has been considered, throughout western history, to be an individual search of the self, based on a detached rationality that did not take into consideration the horizons of meaning/sense or relations with the significant others. Along with Taylor’s theory, such perspective has changed: authenticity is now described as a dialogic moral ideal, grounded on recognition. In this route towards recognition we seek to deepen not only the idea of struggle, but also the mutual relation of gift grounded on symbolic recognition. In that sense, individualism, neutrality and distinction between public and private spheres, used as hermeneutic criteria for Human Rights, are replaced by authenticity, recognition and gifting, in a political-normative depth, in order to contribute to a more inclusive society and to an ethical renewal of Human Rights.
Resumo:
As Cidades Património Mundial são um elemento fundamental para a captação de turistas e visitantes. O estatuto de ‘Património Mundial’ faz com que estas cidades, com a chancela da UNESCO, funcionem como uma distinção simbólica para atraírem turistas que procuram conhecer e experienciar uma cultura com autenticidade e a história de um outro povo. A cidade de Évora foi classificada, em 1986, pela UNESCO como Património Mundial devido, especialmente, ao seu centro histórico que contempla características arquitetónicas singulares. O turista cultural apresenta diferentes motivações que podem estar associadas a questões sociais, pessoais e educativas. São as motivações do turista cultural ligadas aos atributos culturais do destino que contribuem para o seu grau de satisfação. Compreender o processo da satisfação do turista cultural em cidades património mundial é fundamental para o futuro de um destino turístico. O presente artigo pretende identificar o grau de satisfação global do turista e/ou visitante na cidade de Évora.
Resumo:
A ESCRITA NEGRA de VERGÍLIO FERREIRA Maria Antónia Lima Universidade de Évora/ CEAUL Num tempo de crise existencial justificada pela permanente inquietação dos indivíduos perante um destino incerto, inseguro e imprevisível, gerador de constantes sintomas de desorientação e de vazio antropológico, surge decerto uma profunda identificação com a obra de Vergílio Ferreira, um autor que confessou não ter nascido para “escrever coisas alegres”, sendo o seu romance Para Sempre considerado um livro pessimista, negro e macabro. Títulos como Onde tudo foi morrendo revelam bem esta falta de vocação do autor para o optimismo literário, essencialmente resultante de Vergílio ter desde sempre sentido trazer dentro de si um “eu” que “é para morrer”, o que lhe concedeu profunda consciência do absurdo negro da existência e dessa “estúpida inverosimilhança da morte”. Daí que a sua análise da condição do homem em face do mistério da vida e da morte inevitavelmente se desenvolva através de uma escrita negra que recria a solidão cósmica com que grande parte dos seus duplos-narradores se debatem, partilhando uma visão negra também comum a muitos protagonistas do film noir americano alicerçado na ficção policial de autores como Dashiell Hammett, Raymond Chandler e James M. Cain. Como Vergílio, esta geração de escritores e realizadores, além de partilharem o mesmo interesse pela construção da narrativa cinematográfica e pela mútua contaminação entre literatura e cinema, buscavam a autenticidade das suas personagens através da construção de dramas inteligentes permeados de niilismo e fatalismo onde seres solitários e moralmente ambíguos deambulavam, revelando corrupções sociais e humanitárias tão comuns ao nosso tempo. Como Humphrey Bogart, um dos actores americanos mais conotados com o noir, qualquer personagem central de Vergílio Ferreira poderia muito bem ter concluído que “things are never so bad they can’t be made worse”.
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A ESCRITA NEGRA de VERGÍLIO FERREIRA Maria Antónia Lima Universidade de Évora/ CEAUL Num tempo de crise existencial justificada pela permanente inquietação dos indivíduos perante um destino incerto, inseguro e imprevisível, gerador de constantes sintomas de desorientação e de vazio antropológico, surge decerto uma profunda identificação com a obra de Vergílio Ferreira, um autor que confessou não ter nascido para “escrever coisas alegres”, sendo o seu romance Para Sempre considerado um livro pessimista, negro e macabro. Títulos como Onde tudo foi morrendo revelam bem esta falta de vocação do autor para o optimismo literário, essencialmente resultante de Vergílio ter desde sempre sentido trazer dentro de si um “eu” que “é para morrer”, o que lhe concedeu profunda consciência do absurdo negro da existência e dessa “estúpida inverosimilhança da morte”. Daí que a sua análise da condição do homem em face do mistério da vida e da morte inevitavelmente se desenvolva através de uma escrita negra que recria a solidão cósmica com que grande parte dos seus duplos-narradores se debatem, partilhando uma visão negra também comum a muitos protagonistas do film noir americano alicerçado na ficção policial de autores como Dashiell Hammett, Raymond Chandler e James M. Cain. Como Vergílio, esta geração de escritores e realizadores, além de partilharem o mesmo interesse pela construção da narrativa cinematográfica e pela mútua contaminação entre literatura e cinema, buscavam a autenticidade das suas personagens através da construção de dramas inteligentes permeados de niilismo e fatalismo onde seres solitários e moralmente ambíguos deambulavam, revelando corrupções sociais e humanitárias tão comuns ao nosso tempo. Como Humphrey Bogart, um dos actores americanos mais conotados com o noir, qualquer personagem central de Vergílio Ferreira poderia muito bem ter concluído que “things are never so bad they can’t be made worse”.
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Memória e identidade encontram-se intrinsecamente ligadas ao património arquitectónico. Sensíveis ao passar do tempo, estes conceitos adaptaram-se atribuindo aos sítios novos significados. O Mosteiro de São Bento de Cástris em Évora, classificado como Monumento Nacional e sendo o primeiro mosteiro cisterciense a Sul do Tejo, foi também celeiro agrícola e mais tarde instituição de acolhimento de menores, encontra-se actualmente desocupado. Questiona-se assim, qual a actual identidade deste lugar? Através do estudo dos valores culturais materiais e imateriais do lugar, no período entre 1957 a 2016, esta investigação procurará identificar esta identidade através do registo das memórias recentes do lugar, da bibliografia específica e da análise do conjunto edificado. Considerando os princípios emanados pela UNESCO que consideram que a preservação do património deve respeitar a autenticidade e integridade dos bens culturais, que permanece na identidade registada na memória, procurouse entender a relação entre a contínua utilização do mosteiro e a estima colectiva por este património arquitectónico, essencial para a continuidade da sua identidade no futuro; The Monastery of São Bento de Cástris: Memory and Identity ABSTRACT: Memory and identity are intrinsically connected to architectural heritage. Their adaptability through time, results in the development of new meanings to the places. The Monastery of São Bento de Cástris in Évora, classified as National Heritage, the first Cistercian monastery built in the South of Portugal, was later a farm barn, a foster care institution and is now empty. Thus a question is posed: what is the current identity of this monastery? Through the study of the place’s material and immaterial cultural values, focus on the period from 1957-2016, this research aims to identify the identity based on the memories of the place, in specific bibliography, and in the analysis of the built environment. Following the UNESCO principles which consider that heritage conservation should respect the integrity and authenticity of the cultural assets, the impact of the continuous usage of the monastery was studied as a method to understand the collective esteem for this architectural heritage, which is vital to the preservation of its identity in the future.
Resumo:
Quando em julho de 2014, o ministro da Educação, Nuno Crato, anunciou que o ensino do inglês passaria a ser obrigatório a partir do 3º ano de escolaridade já no ano letivo de 2015/2016, esta medida pareceu receber o apoio não só dos professores de inglês, dos pais e educadores, como também da sociedade em geral. Se, por um lado, o conhecimento da língua inglesa é visto como um instrumento incontornável para o futuro profissional seja em qual for a área, existe também a ideia de que quanto mais cedo começamos a aprender uma língua, provavelmente seremos mais capazes de atingir níveis de competência elevados. Quanto ao primeiro argumento, não há dúvidas sobre a sua autenticidade, basta darmos uma vista d’ólhos nos anúncios de emprego; quanto à segunda asserção, existem vários estudos que parecem sustentar aquela ideia