Do nada ��s pequenas coisas: Heran��as das vanguardas da segunda metade do séc. XX

Ao longo do séc. XX, a necessidade de libertar a arte das regras que a oprimiam e o desejo de conhecer os seus limites e significados levaram os artistas a atitudes extremas. Monocromia, ready-made, galerias vazias, objectos desmaterializados ou invis��veis s��o faces de uma aproxima����o da arte ao nada. Estas atitudes deixaram todos os caminhos em aberto. Entre eles a arte das pequenas coisas, que privilegia o esp��rito criativo humano, o prazer de fazer, a aten����o ao quotidiano e a reutiliza����o de mat��rias-primas. /ABSTRACT: ln the twentieth century, the unchained of art from the academic rules, and the push ofknowledge to the edge brings artists to the extreme. Monochrome painting, ready-mades, empty galleries, formlessness or invisible objects are actual results from this kind of attitude. From this point forward every path is open for the artists. Among them the "tiny things art��� emerges as an expression of human creativity, as a "joie de faire", gathering the attention from the everyday's world and reuse of quotidian materials.

���La grandeza de la Casa de Bragan��a���. Disputas de primazia e preced��ncias nos séculos XVI e XVII

Ao longo do século XVI e XVII a Casa de Bragan��a, em diferentes epis��dios das mesmas quest��es, foi obrigada a defender os seus privil��gios e as suas preemin��ncias dentro do ordenamento jur��dico e social existente. Estas diversas querelas constituem um elemento evidente da participa����o activa dos duques na luta pol��tica no centro, que como se ver��, eles n��o descuravam, pese embora a sua manifesta prefer��ncia pelo quotidiano cortes��o senhorial, em Vila Vi��osa e a presen��a reduzida que mantiveram na corte r��gia. E, na realidade, o reconhecimento das suas preemin��ncias junto dos monarcas era um elemento fundamental para a afirma����o dos Bragan��a junto da sua pr��pria gente.

Territorializa����o e poder na Am��rica portuguesa. A cria����o de comarcas, séculos XVI-XVIII

O objetivo geral deste texto �� analisar a organiza����o pol��tica do espa��o na Am��rica portuguesa a partir da constru����o do aparelho judici��rio da coroa entre o século XVI e o final do século XVIII, interrogando as causas de seu car��ter tardio em compara����o com a Am��rica espanhola. O enfoque ��, no entanto, mais circunscrito. Partindo da reconstitui����o de todos os processos de cria����o das divis��es judici��rias designadas como comarcas, apontam-se quatro fases nesse processo, para depois se discutirem os contextos sociais e pol��ticos da funda����o dessas novidades pol��tico-administrativas. Defende-se que o retardamento da estrutura����o da malha judici��ria nos Estados do Brasil e do Maranh��o decorre do avan��o luso mais tardio sobre o territ��rio, embora o confronto dos dois sistemas torne patente outras diferen��as. Desde logo, a maior rigidez do modelo espanhol em face do car��ter mais experimental do sistema na Am��rica portuguesa, mas tamb��m a resili��ncia do modelo donatarial. Assinala-se ainda que as solu����es encontradas resultaram tanto do voluntarismo dos poderes do centro quanto das iniciativas locais, sugerindo-se que a constru����o do aparelho pol��tico da coroa (nele incluindo-se a rede judici��ria) podia concitar a coniv��ncia, mesmo que ef��mera, de interesses sociais considerados por alguns autores contradit��rios ou inconcili��veis.

Territorialisation and power in Portuguese America. The creation of comarcas (16th-18th centuries)

The general aim of this article is to analyse the political organisation of the territory in Portuguese America from the start of the building up of the Crown judiciary system from in the 16th to the 18th centuries and to look into the causes of its belatedness in comparison to what happened in Spanish America. The focus will however be on the comarcas through the reconstitution of the process leading to the setting up of these judiciary divisions. Four stages of this process will be identified and discussion will ensue over the social and political contexts in which these political and administrative novelties came to happen. It is claimed that the delay in the structuring of the judicial network in the States of Brazil and Maranh��o stems from the fact that the Portuguese advance into the territories took place at a later stage. The comparisons between the two systems will also bring other differences to the fore, not least the greater rigidity of the Spanish model in contrast to the more experimental character of the Portuguese one, and the resilience found to exist in the donatarial system. It is also worth to point out that given solutions were the result of the will of central power as much as of local initiative, and it is suggested that the building up of the crown���s political apparatus (in which the judiciary network is included) brought about the connivance,albeit ephemeral, of social interests which are considered contradictory or irreconcilable by some authors.

Conserva����o e restauro de azulejo: metodologias de interven����o vs indicadores de compatibilidade

A escassez de par��metros t��cnicos e cient��ficos e o car��ter subjetivo que em regra preside �� escolha de determinado material, produto ou t��cnica suscitaram o interesse pelo presente tema onde se procurou aumentar as ferramentas de an��lise e de apoio �� decis��o em interven����es de conserva����o do patrim��nio azulejar. Procurou compreender-se o azulejo a n��vel hist��rico, est��tico, t��cnico e material, estudando-o do ponto de vista f��sico, qu��mico e mineral��gico. Comparando o azulejo com as r��plicas produzidas para interven����es de conserva����o e restauro estudadas, concluiu-se que as suas composi����es, qu��mica e mineral��gica, s��o diferentes, embora n��o se verifiquem tantas dissemelhan��as ao n��vel das propriedades f��sicas. As linhas orientadoras da conserva����o e restauro de azulejo foram lan��adas por Santos Sim��es a partir dos anos 40 do séc. XX e, desde ent��o, foi-se desenvolvendo um pouco �� margem das restantes ��reas de especialidade, mesmo ao n��vel do ensino. Os resultados do inqu��rito internacional junto dos profissionais que trabalham em conserva����o e restauro de azulejo in situ corroboram de certo modo este facto e, simultaneamente, permitem uma apreens��o da situa����o atual. Constatou-se uma quase total aus��ncia de documenta����o sobre interven����es realizadas, mas a an��lise de casos de estudo e de relat��rios permitiu uma primeira sistematiza����o da informa����o dispon��vel segundo os materiais correntemente utilizados. Procedeu-se a uma identifica����o e tipifica����o de patologias decorrentes das interven����es procurando entender qual o papel que tiveram os materiais utilizados e as t��cnicas de interven����o no desempenho das interven����es. Os processos de reintegra����o volum��trica e crom��tica mereceram uma maior aten����o, procedendo-se �� simula����o de todo o sistema, em contexto laboratorial, com base nos materiais correntemente utilizados. Os resultados revelam comportamento diferenciado dos materiais de origem org��nica e inorg��nica, evidenciando estes ��ltimos uma maior compatibilidade com o azulejo, mas um pior desempenho a m��dio/longo prazo. O reconhecimento das solu����es mais ou menos compat��veis permitiu delinear uma metodologia de avalia����o da compatibilidade, da efic��cia e do desempenho dos materiais e das t��cnicas utilizadas, contribuindo tamb��m para a defini����o de algumas recomenda����es e de crit��rios de atua����o; Abstract The lack of information found, when selecting a material, product or technique, to apply on a specific conservation treatment contributed to the interest on this topic. The historical, aesthetic and technical characteristics of the azulejo was researched by studying their physical, chemical and mineralogical properties. Comparing original azulejos with the replicas produced for conservation treatments studied, it was concluded that the chemical and mineralogical composition is different, although there are less dissimilarities in terms of physical properties. The guidelines for conservation and restoration were launched by Santos Sim��es in the 40s and since then, it has been developing a bit on the sidelines of the remaining areas of expertise, even at an educational level. The results of an international survey, near professionals working in conservation and restoration of azulejo in situ, corroborate this fact and simultaneously allow an insight of the current situation. It was found an almost complete lack of technical documentation about previous conservation interventions, but the analysis of existent case studies and intervention reports permitted a systematization of the available information, also considering the materials commonly used. The identification and characterization of damages resulting from interventions, was performed trying to establish a correlation with the materials used and intervention techniques. The attention focused on the study of the infills and chromatic reintegration and a simulation of the entire system was developed, in a laboratory context, on the basis of commonly used materials. The results reveal a distinct behavior between the organic and inorganic materials, showing the latter greater compatibility with the azulejos but a worse medium/long-term performance. The recognition of more or less compatible solutions allowed to outline a methodology to evaluate the compatibility, efficiency and performance of materials and techniques used, also contributing to define some recommendations and action criteria.

Caracteriza����o material e microbiol��gica de esp��cimes fotogr��ficos

Neste trabalho foram estudadas quatro esp��cies fotogr��ficas, dois ambr��tipos do séc. XIX e dois negativos de gelatina do séc. XX. Estas esp��cies s��o suscetiveis a degrada����es, f��sicas, qu��micas e microbiol��gicas. T��cnicas de an��lise n��o destrutivas como, a fotografia, a microscopia ��tica, a microscopia eletr��nica de varrimento e espetroscopia de raios-X por dispers��o em energias, a micro-espetroscopia de infravermelho em modo de reflex��o total atenuada, a micro-espetroscopia de Raman e a micro-difra����o de raios-X foram utilizadas na caracteriza����o material. A coloniza����o microbiol��gica das amostras foi estudada atrav��s do isolamento e caracteriza����o dos microrganismos contaminantes. Foram ainda realizados estudos de determina����o de atividade celulol��tica para os isolados f��ngicos provenientes dos ambr��tipos bem como ensaios de simula����o, nos quais se utilizaram estes isolados para induzir contamina����o em ambr��tipos contempor��neos e assim avaliar o seu potencial biodeteriog��nico. Foi ainda avaliado o potencial biodeteriog��nico de isolados bacterianos em negativos de gelatina contempor��neos; Abstract: Material and microbiological characterization of photographic specimens This work presents a scientific study of four photographic specimens, two ambrotypes and two gelatin-silver negative plates from 19th and 20th century, respectively. These specimens are susceptible to physical, chemical and microbiological degradations. A non-destructive approach was used based on techniques such as technical photography, optical microscopy, scanning electron microscopy, infrared micro-spectroscopy, micro-Raman spectroscopy and X-rays micro-diffraction. Microbiological colonization of the samples was studied by isolation and characterization of the contaminating microorganisms. Studies to evaluate cellulolytic activity of fungal isolates from the ambrotypes were carried out and also simulation assays in which were used these isolated to induce contamination in contemporary ambrotypes were done to evaluate their biodeteriogenic potential. It was also studied the biodeteriogenic potential of the bacterial isolates from gelatin-silver negative plates which were subsequently inoculated in contemporary gelatin-silver negatives.

Ortografistas e ���Bons Autores���: O Papel da Auctoritas na Defini����o do C��non Ortogr��fico de Setecentos

A conce����o instrumental de Gram��tica ��� fortemente conservadora e normativa, com origem nos gram��ticos Alexandrinos e que se prolongaria at�� ao séc. XX ��� prolongou tamb��m o papel de relevo dos chamados ���bons autores��� na defini����o do c��non gramatical, incluindo a ortografia, o que se justifica atendendo a que, al��m da regulamenta����o do comportamento lingu��stico, esta conce����o instrumental compreendia tamb��m o acesso aos textos liter��rios. No entanto, �� semelhan��a dos pr��prios gram��ticos e ortografistas, estes ���bons autores���, entre os quais se destaca Vieira, primam pela irregularidade e pela tend��ncia para a constitui����o de ortografias individuais. A partir da pr��tica de alguns dos autores mais relevantes na literatura metalingu��stica de Setecentos, em particular Jo��o de Morais Madureira Feij�� (1688-1741) e Francisco Jos�� Freire (1719-1773), analisa-se o papel de auctoritates dos ���bons autores��� no estabelecimento do c��non ortogr��fico da ��poca e a forma como este papel come��aria a alterar-se, particularmente em Madureira Feij��, antecipando, assim, o seu decl��nio.

Zoologia & Caricaturas Cient���� icas em Congresso Internacional

Os Congressos cient��ficos internacionais constituem parlamentos itinerantes que tamb��m significam viagem ��� ritualiza����es de turismo cient��fico ��� produzindo registros que se agregam em Comptes Rendus e nos Arquivos das institui����es, como o Arquivo do Museu Nacional de História Natural e da Ci��ncia da Universidade de Lisboa (MUHNAC_UL). Pretendemos dar a conhecer alguns eventos do XII Congresso Internacional de Zoologia, em Lisboa, de 14 a 21 de Setembro de 1935, ao qual acorreram trezentos e seis participantes/comunicantes vindos da Europa, da ��sia (especial destaque para o Jap��o), da Am��rica, com representa����o oficial do Brasil, para al��m dos representantes das institui����es cient��ficas de todo o mundo que marcaram presen��a na semana Internacional de Zoologia de Lisboa. Um evento cientifico-cultural-diplom��tico-social em contexto internacional de acordo com os c��nones da profissionaliza����o da Zoologia. Um congresso, em Lisboa, onde n��s vamos cruzar com C��ndido de Mello Leit��o (1886-1948), representando a Academia Brasileira das Ci��ncias e simultaneamente outras institui����es cient��ficas do Brasil, para al��m da sua qualidade de comunicante de bi��logo e naturalista, que mereceu destaque particular no espa��o de divulga����o p��blica do Congresso.

Saliniza����o e sodiza����o dos solos do Alentejo: limita����es �� sua avalia����o no exemplo do regadio do Roxo.

Apresenta-se parte de um trabalho de monitoriza����o da qualidade da ��gua (2014 e 2015) e de compila����o de informa����o sobre os solos do regadio do Roxo (RR), visando uma avalia����o da saliniza����o e sodiza����o do solo. Admite-se que as limita����es e lacunas de informa����o encontradas neste caso s��o representativas de outros regadios do sul do pa��s. O RR ocupa uma ��rea de ~8.250 ha a norte de Aljustrel, ao longo da ribeira do Roxo, em forma����es sedimentares cenoz��icas da bacia de Alvalade. Decresce de SE para NW de 120 m at�� 47 m maioritariamente em declives suaves. Segundo a Carta dos Solos de Portugal apresenta Luvisols (~40%), Fluvisols e Regosols (~20%), Gleysols e Planosols (~20%) e Vertisols (~10%), no entanto, identificaram-se apenas 5 perfis de solo com caracteriza����o anal��tica do final do séc. XX. A ��gua de rega do RR em 2014 e 2015 revelou ligeira a moderada salinidade e aus��ncia de restri����es para a infiltra����o enquanto a ��gua drenada chegou quase ao limite de salinidade grave mas manteve-se sem restri����es para a infiltra����o. Os dados dispon��veis sobre os solos apresentam baixa salinidade, mas 4 em 5 perfis s��o s��dicos segundo a WRB, contudo, o que sobressai desta an��lise �� a grande lacuna de dados anal��ticos de solos no RR.

���Ainda as ���Reflex��es��� sobre a pronuncia����o no séc. XVIII portugu��s���

Na sequ��ncia de trabalhos anteriores, analisam-se aqui algumas das reflex��es de natureza fon��tico-fonol��gica presentes na obra de Francisco Jos�� Freire, Reflex��es sobre a l��ngua portuguesa, avaliando a sua contribui����o para o conhecimento da l��ngua portuguesa no séc. XVIII.

A LEITURA NA BIBLIOTECA P��BLICA DE ��VORA: UM CONTRIBUTO PARA A HIST��RIA DA LEITURA EM PORTUGAL (1887-1921)

A Biblioteca P��blica de ��vora �� uma das mais importantes bibliotecas patrimoniais de Portugal, quer pela sua colec����o quer por ter sido uma das primeiras bibliotecas a abrir as portas aos leitores. Neste trabalho analisam-se os dados sobre a leitura na Biblioteca P��blica de ��vora, entre 1887-1921, em particular o n��mero de lei- tores em cada ano, os livros requisitados, as tem��ticas mais populares, a leitura de jornais e a compara����o entre a leitura p��blica e a alfabetiza����o da popula����o. Como fontes utilizam-se os dados publicados pelo Anu��rio Estat��stico de Portugal, os livros de registo de leitores e visitantes, os relat��rios dos bibliotec��rios e verbetes de leitura. Esta an��lise tem como objectivo tra��ar o perfil do leitor da Biblioteca P��blica de ��vora e contribuir para a caracteriza����o do p��blico leitor em Portugal na transi����o do século XIX para o século XX.Abstract: The Public Library of ��vora is one of the most important heritage libraries of Portugal, both for its collection either by being one of the first libraries to open the doors to readers. This paper analyzes the data on reading at Public Library of ��vora, between 1887-1921, in particular the number of readers in each year, the required books, the most popular themes, reading newspapers and the comparison between the public reading and literacy of the population. It is use as sources the data published by the Statistical Yearbook of Portugal, readers and visitors registration books, reports from librarians and reading entries. This analysis aims to draw the profile of reader at the Public Library of ��vora and contribute to the characterization of the reading public in Portugal in the transition of the nineteenth century to the twentieth century.

M��rio SAA (1893-1971): Um intelectual portugu��s na sociedade do século XX

M��rio Saa (1893-1971) - um percurso de ��ndole nacionalista, onde se cruzam a literatura, a ci��ncia, a filosofia e a história. Pretende-se revelar o trajecto de um intelectual portugu��s da direita conservadora do in��cio do século XX, numa perspectiva transnacional. Aborda-se o seu percurso intelectual, analisando os reflexos da identidade europeia na sua produ����o cultural. Atrav��s do seu legado depositado na Funda����o Arquivo Paes Teles, no Ervedal, uma freguesia do concelho de Avis, acedemos ao tempo da sua forma����o acad��mica e ��s tem��ticas que abordou na sua vasta e diferenciada produ����o cultural. Descobrem-se os seus c��rculos de sociabilidade liter��ria e intelectual, e entende-se a constru����o da sua consagra����o atrav��s de um conjunto de dedicat��rias gravadas nos livros da sua biblioteca. Um legado que permite aceder �� sua ��modernidade�� decorrente da interac����o com a Europa intelectual e do seu contexto de viv��ncias variadas. /ABSTRACT: ln this paper we examine the career of the nationalist thinker, M��rio Saa (1893-1971), whose achievements were in the fields of literature, science, philosophy and history, as a model of the right-wing conservative Portuguese intellectual at the beginning of the 20th century from a trans-national perspective. We trace his intellectual trajectory, analysing the influence of European identity on his cultural output. The complete works of M��rio Saa, housed at the Paes Teles Archive Foundation in Ervedal, a parish in the district (concelho) of Avis, provide us with a window on the period during which he completed his academic training and the topics he examined in his extensive and varied cultural works. We profile the literary and intellectual social circles in which he moved, and seek to gain an understanding of how his reputation carne to be established by analysing the dedications contained in books from his library. M��rio Saa's legacy enables us to understand the ���modern��� nature of his work, deriving from his interaction with European intellectuals and the context of his varied experience.

As imagens de vestir da Prociss��o dos Terceiros: história, conceitos, e tradi����es. Um legado patrimonial franciscano na ilha de S. Miguel, A��ores, nos séculos XVII a XIX

A tem��tica proposta como objeto de estudo na presente tese, �� o resultado de uma investiga����o dedicada ao fen��meno de utiliza����o da imagin��ria processional nos cortejos de penit��ncia de pendor franciscano, nos séculos XVII a XX na ilha de S. Miguel, A��ores. Este tipo de manifesta����es religiosas, particularmente caracter��stico no espa��o Iberoamericano, evidencia-se pela originalidade cenogr��fica, na qual s��o utilizados vestu��rio e adere��os c��nicos como complementos dos respetivos conjuntos escult��ricos, as denominadas imagens de vestir. No arquip��lago dos A��ores, a Vener��vel Ordem Terceira da Penit��ncia teve um papel de grande import��ncia na organiza����o destes eventos processionais, sendo que as ilhas de S. Miguel e da Terceira representam atualmente um dos ��ltimos redutos na organiza����o de prociss��es penitenciais, com recurso �� utiliza����o de imagens de vestir. No caso especif��co de S. Miguel, este tipo de imagin��ria pode ser ainda observada nos acervos de algumas das antigas igrejas conventuais da Ordem dos Frades Menores existentes nesta ilha, bem como na ��nica prociss��o oriunda do esp��rito penitencial da Ordem Terceira, que se realiza anualmente na cidade da Ribeira Grande. O estudo agora apresentado pretende compreender as diversas componentes da utiliza����o deste tipo de imagin��ria, bem como o registo do legado patrimonial que os seculares franciscanos perpetuaram at�� �� atualidade, materializado num processo de patrimonializa����o das suas imagens de vestir, expresso na dicotomia entre os objetos, enquanto mat��ria, e as suas realidades biogr��ficas, ligadas ��s comunidades de Terceiros que estiveram por detr��s do uso destas imagens processionais; ABSTRACT: Religious sculptures for dressing of the Third Procession: history, concepts, typologies and traditions - A Franciscan heritage legacy in the island of S. Miguel, Azores, between the 17th and 19th centuries. The theme proposed as object of study in this thesis is the result of a research dedicated to the custom of adorning religious sculptures and displaying them in Franciscan penitential processions between the seventeenth and twentieth centuries, in the island of S. Miguel, Azores. This type of religious expression, particularly characteristic in the Ibero-American space, featuring up by scenic originality, in which clothing and scenic props are used to complement the respective sculptural groups, called religious sculptures for dressing. In the Azores, the Venerable Third Order of Penance had a major role in organizing these processional events, and the islands of S. Miguel and Terceira currently represents one of the last holdouts in organizing penitential processions, with the use of religious sculptures for dressing. In the case of S. Miguel, this type of imaginary can still be seen in the collections of some of the ancient Order of the convent churches of the Friars Minor existing on this island, and the only procession coming from the penitential spirit of the Third Order, which is held annually in the city of Ribeira Grande. The study now being presented aims to understand the various components of the use of such imaginary, and the recording of heritage legacy that the Franciscan secular perpetuated to the present day, materialized in a patrimonialization process of their dress images, expressed in the dichotomy between objects, as matter, and their biographical realities, linked to third-party communities that were behind the use of these processional images.

A forma����o inicial e desenvolvimento profissional de educadores/professores monodocentes: os desafios do isomorfismo pedag��gico

Neste texto trazemos a campo uma reflex��o sobre o modo como concebemos a doc��ncia e desenvolvemos o trabalho na forma����o inicial e cont��nua de educadores-professores na Universidade de ��vora. Fazemo-la a partir das nossas viv��ncias e pr��ticas, na forma����o inicial e cont��nua de educadores de inf��ncia (EI) e professores do 1�� Ciclo do Ensino B��sico (1�� CEB) ao longo dos ��ltimos quinze anos. Invocamos a nossa participa����o enquanto membros integrados numa equipa mais alargada de docentes, partilhando a adequa����o do que vamos fazendo face ao perfil de educador/professor para o qual pretendemos contribuir, n��o apenas porque ele est�� legislado, mas tamb��m porque nos pautamos pela mais recente investiga����o em educa����o infantil, perseguindo nesta etapa da constru����o da profissionalidade docente, aquelas que consideramos serem as mais prementes necessidades da sociedade no séc. XXI. Focalizamos esta reflex��o no caso particular dos educadores de inf��ncia (professores da educa����o infantil dos 0 aos 6 anos) e dos professores do 1.�� ciclo do ensino b��sico (CEB) (1�� a 4�� s��rie do ensino fundamental dos 6 aos 10 anos), ou seja, monodocentes porque s��o professores que se encarregam das aprendizagens curriculares das crian��as contemplando v��rias ��reas do saber, cuja abordagem integradora �� da sua responsabilidade. Iniciamos com uma breve apresenta����o, daqueles que pensamos serem os desafios do mundo atual que se colocam aos professores e �� sua forma����o profissionalizante. Fundamentamos a nossa an��lise da forma����o inicial de educadores/professores na Teoria da Atividade (TA) de Leontiev (1978), mais tarde desenvolvida por Engestr��m (2001), entre outros, a partir das ideias de Vygostsky (1994). Partindo do pressuposto que a aprendizagem se d�� por um processo de participa����o em pr��ticas sociais que cont��m o conhecimento constru��do ao longo da história dos homens, recorremos ao conceito de isomorfismo pedag��gico (Niza, 2009) para (re)pensar os contextos e os processos em que os estudantes de forma����o de professores se apropriam e constroem o conhecimento profissional. Nesta partilha sobre a forma����o para a doc��ncia evidenciamos igualmente a import��ncia das interac����es que mantemos com o Movimento da Escola Moderna (MEM) portuguesa, um movimento de professores com um patrim��nio ��nico na constru����o do saber profissional: ���O Movimento da Escola Moderna tem procurado investir a experi��ncia dos professores, do ponto de vista te��rico e conceptual, contribuindo para o desenvolvimento cient��fico da profiss��o docente��� (N��voa, 1992, p. 25 ). Apontamos assim para as op����es estrat��gicas que temos vindo a desenvolver no sentido de procurar o isomorfismo pedag��gico, capaz de sustentar esta forma����o de educadores/professores, de os estimular para um papel novo no contexto actual e de, enquanto docentes neste percurso profissionalizante, nos desafiarmos a reflex��es permanentes em desejadas e constru����es de conhecimento tornadas poss��veis porque realizadas em conjunto com os nossos alunos, docentes cooperantes e parcerias institucionais.

A organiza����o sindical dos trabalhadores do m��rmore na segunda metade do século XX

A evolu����o e moderniza����o da ind��stria dos m��rmores do Alentejo, acabou tamb��m por se reflectir nas estruturas sindicais da regi��o, quando come��ou a exigir cada vez mais m��o de obra. A investiga����o realizada a par dos testemunhos de antigos actores desta ind��stria, permitiu-nos um conhecimento das condi����es de trabalho e da situa����o desta actividade na segunda metade do século XIX.