4 resultados para Habilidades interculturais
em Repositório Aberto da Universidade Aberta de Portugal
Resumo:
O trabalho que se apresenta, em Mestrado de Pedagogia do eLearning, recai sob a temática da(s) Interculturalidade(s), tem como eixo principal a Comunicação Intercultural e adota uma perspetiva essencialmente interdisciplinar (no cenário das ciências sociais e humanas) no seu desenvolvimento. Visa, num primeiro momento, responder a uma necessidade, sobressaída através de observações participantes, de compreensão aprofundada dos relacionamentos interculturais entre professores/técnicos e estudantes da UAb - em particular, com alunos originários de Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa e do Brasil -, e de investigação sobre as diferenças culturais, estereótipos e preconceitos, que se configuram obstáculos no diálogo intercultural entre diversos interlocutores. Como resultado da análise dos dados recolhidos -de natureza qualitativa e quantitativa- o projeto pretende culminar na apresentação e partilha de uma proposta de intervenção-sensibilização intercultural, sob a forma de guia de recomendações dirigido a docentes e todos os profissionais envolvidos no ensino da Universidade Aberta, ao qual se atribui o título de “Guia de Recomendações Intercultur@is - UAb”. Com a sua concretização, espera-se que este trabalho possa vir a constituir-se como instrumento, numa perspetiva construtivista, aberto e flexível, de moderação ou facilitador das diversidades culturais e no quadro da comunicação e interações em situação de elearning e ambientes multiculturais na UAb, encontrando na valorização da compreensão, consciência e sensibilidade intercultural nos processos educativos e pedagógicos o seu mote ideal.
Resumo:
A presente dissertação levou-nos a recolher excertos dos inquéritos, por entrevista, aplicados a oito mulheres participantes que nos ajudaram a compreender como as competências interculturais influenciaram o processo de integração em Cascais, Portugal. Ver o/a outro/a como igual apesar da sua diversidade cultural, sabendo colocar-nos no seu lugar pode parecer simples, no entanto, passar da teoria à prática exige a desconstrução da nossa perspetiva sobre o outro/a e de nós próprios. Neste processo acabamos por compilar um conjunto de informação qualitativa, que apresenta um método psicossocial de interação empático e conciliatório com os outros/as, pessoas, seres humanos como nós, livres de terem ideias e convicções diferentes das nossas. Apresentamos uma aplicação aberta à mudança, flexível e articulante de conhecimentos, concretamente das competências interculturais em constante plasticidade evolutiva.
Resumo:
A presente dissertação tem como objeto de estudo a pesca do bacalhau feita por portugueses sob a bandeira de Portugal durante o período do Estado Novo (1933-1974). Investigou-se as razões para um investimento e um protecionismo tão forte à indústria da pesca do bacalhau. É indissociável do estudo da demanda portuguesa por este peixe, à época muito abundante no noroeste atlântico, as políticas autárcicas e de subsistência pilares da economia do Estado Novo, assim como a implantação e robustecimento da Instituição Corporativa. Subjacente a estas linhas de matriz económica mas paradigmáticas do novo regime, estava também a reconstrução da identidade portuguesa, a sacralização do trabalho e a heroicidade do pescador português do bacalhau. A existência da tentativa de revivificação da glória dos descobrimentos na pesca do bacalhau. A criação de um ambiente social, político e religioso que levaram à persecução destas políticas e consequentemente do engrandecimento da estrutura do Estado Novo, resultando até na sedimentação de apoio popular. O desenvolvimento da frota de pesca longínqua foi quase uma única janela de oportunidades para o conhecimento de novos mundos. A montante e a jusante da atividade piscatória também se desenvolveram indústrias e comércio internacional. A participação em organizações internacionais de regulação das pescas proporcionou contatos Institucionais com outras nações, não raro utilizados para quebrar isolamentos e propagandear o Estado Novo e as suas manifestações culturais e identitárias que suscitaram relacionamentos interculturais. Para além destes contatos mais formais, também se desenvolveram contatos informais, que se repercutiram na criação e manifestação de conhecimento mútuo e claro de condições para a gestação da interculturidade. Estes desenvolvimentos de relações informais, de contatos profissionais também geraram relações culturais que se manifestaram em projetos individuais de vida associados às migrações.
Resumo:
O presente trabalho, estuda as relações sociais e interculturais dos vendedores informais do mercado de Estrela Vermelha- cidade de Maputo. Analisa os fatores que afetam a unidade nacional, entendida como o sentido de pertença a uma identidade e a um destino comuns. Há duas teses que explicam a crise da unidade nacional. A primeira argumenta que o que coloca em causa a unidade nacional é a pretensão de se querer construir uma nação cívica, excluindo e até mesmo hostilizando as identidades étnicas vistas como fator de divisão e de conflitos. Propõe por isso, o reconhecimento e a inclusão dos diferentes grupos étnicos no poder (Magode, 1996; Cahen, 1996; Lundin, 1996). Na segunda, argumenta-se que as etnias perderam a sua relevância em virtude das transformações sociopolíticas e económicas havidas no país (Castiano, 2010), ou como outros defendem, que objetivamente elas não existem, se não apenas como reflexo dos conflitos pelo acesso aos recursos e poder (Serra, 1996). Sendo assim, o obstáculo da unidade nacional são as desigualdades económicas e não as diferenças étnicas. Mediante o trabalho de observação, que incluiu entrevistas, conversas, descrição e fotografias, como técnicas de recolha de dados, combinado com a pesquisa documental, este trabalho argumenta que, existe no mercado uma convivência multicultural, mas regista-se ainda défice nas relações interculturais. Os vendedores do Sul, consideram-se culturalmente superiores em relação aos seus colegas do norte do Save. Tal como outras pessoas da região sul, estes vendedores tratam os seus colegas pelo termo xingondo, que além da simples identificação, é usado para desqualificar os seus colegas do norte. Assim, o silêncio em relação ao etnocentrismo das pessoas do sul, a timidez que ainda se verifica em relação ao uso oficial das línguas moçambicanas, que são o meio de comunicação mais usado, bem como a incipiente provisão dos direitos da cidadania, constituem os principais obstáculos à unidade nacional. O estudo termina propondo a operacionalização do conceito da unidade nacional, tendo em conta, por um lado o respeito pelas diferenças culturais e a promoção do diálogo intercultural e por outro, o combate contra as diferenças abismais entre ricos e pobres.