19 resultados para MESTRADO EM CUIDADOS CONTINUADOS INTEGRADOS
em Biblioteca Digital de Teses e Dissertações Eletrônicas da UERJ
Resumo:
Este trabalho refere-se a uma pesquisa qualitativa exploratria que tem por objetivo geral investigar alguns aspectos que marcam a experincia da morte na modernidade, como sua crescente desqualificao e ocultamento social, e mais recentemente, no perodo denominado de contemporneo, a sua maior visibilidade no campo dos saberes especializados, a fim de avaliar como tais questes se materializam no campo da assistncia em sade. Essa discusso servir de base para a reflexo sobre o novo modelo de assistncia denominado de cuidados paliativos, o qual tem significado uma tentativa de humanizar o cuidado dispensado a pacientes portadores de doena avanada, sem possibilidades de cura ou em fase de terminalidade da vida.Para tal, parte-se de uma anlise da panormica histrica sobre os modos como a questo da morte se apresenta no sculo XX, alm do processo de emergncia do novo modelo assistencial, sendo abordados os conceitos de morte moderna - que reflete uma objetivao da morte pelo conhecimento tcnico cientfico no campo da medicina - e morte contempornea ou neomoderna - surgida como reao a esta ltima, caracterizada principalmente pela reivindicao ao direito de morrer com dignidade. Para cumprir os objetivos especficos, quais sejam, conhecer um servio de cuidados paliativos no cotidiano de um hospital, mapear suas principais caractersticas e coletar dados sobre a dinmica e organizao do servio foi realizada uma breve observao atravs de visitas ao Programa de Tratamento da Dor e Cuidados Paliativos do Hospital Universitrio Clementino Fraga Filho da Universidade Federal do Rio de Janeiro (HUCFF/UFRJ). Os resultados mostraram que nos ltimos 40 anos houve uma mudana notvel das atitudes e das representaes associadas ao fim da vida.Isso promoveu o surgimento de novas filosofias e formas alternativas para lidar com a morte e o morrer, de que os cuidados paliativos so o representante maior neste incio de sculo, tornando-se hegemnicos no cuidado ao fim da vida nos domnios profissionais, associativos e polticos. Mostraram que os cuidados paliativos tm sido integrados ao sistema pblico de sade em nosso pas a partir das polticas nacionais voltadas para a realidade do cncer, com desenvolvimento especialmente no contexto hospitalar de alta complexidade, ainda circunscritos exclusivamente ao domnio do especialista, fato indicado pelo desconhecimento da clientela sobre a existncia e natureza do servio.
Resumo:
No tem sido frequentes no Brasil estudos de avaliao da qualidade dos servios de sade. Tem sido adotado entendimento de qualidade como o grau em que processo de assistncia aumenta a probabilidade de resultados favorveis e diminui a probabilidade de resultados desfavorveis, dado o estado do conhecimento mdico. Indicadores de resultados de efeitos adversos do processo de assistncia costumam ser empregados e, entre eles, para aquelas condies e procedimentos onde bitos ocorrem com frequncia, esto as taxas de mortalidade hospitalar. Entre esses procedimentos inclui-se a cirurgia de revascularizao do miocrdio. Apesar de frequentes na literatura, particularmente norte-americana, no h estudos de escala realizados no Brasil. Para estudos deste tipo bases de dados administrativas tem sido empregadas. No Brasil recentemente tem sido exploradas as potencialidades dos bancos de dados do Sistema de Informaes Hospitalares do Sistema nico de Sade do Ministrio da Sade (SIH-SUS) em diversos estudos. Como h registro de bitos hospitalares no sistema possvel utiliz-lo para a obteno de dados sobre mortalidade hospitalar. Os bancos de dados do SIH-SUS de 1996 a 1998 foram integrados e as variveis disponveis no banco obtido examinadas quanto a possibilidade de incluso do estudo descritivo de caractersticas da cirurgia coronria no pas. Foram identificadas aquelas variveis que poderiam ser utilizadas para proceder algum grau de ajuste de risco para os casos atendidos pelos diferentes hospitais. Para que se obtivesse uma comparao do comportamento do ajuste obtido com essas variveis com modelos mais completos que incorporassern mais variveis, inclusive variveis clnicas, foram estudadas para o mesmo perodo, as internaes realizadas no Hospital Universitrio Pedro Ernesto da Universidade do Estado do Rio de Janeiro, utilizando dados de banco especfico do Servio de Cirurgia Cardaca. Alm do estudo descritivo foram desenvolvidos para os casos deste hospital modelos de regresso logstica incorporando variveis pr-operatrias e com as variveis disponveis no SIH-SUS para avaliar as diferentes capacidades de ajuste de risco. Aps a escolha de um modelo de risco com maior capacidade de ajuste, foram calculadas as taxas de mortalidade hospitalar e obtidos os valores de taxas esperadas aps o ajuste de risco. Os hospitais forma ordenados de acordo com as razes entre as taxas observadas e esperadas e identificados aqueles hospitais que apresentavam razes estatisticamente significativas superiores e inferiores a mdia nacional. Estudou-se tambm o efeito do volume de casos sobre a mortalidade hospitalar. Foram obtidas informaes de 41.989 cirurgias codificadas como cirurgia coronria com circulao extracorprea realizadas em 131 hospitais brasileiros, em 22 unidades da federao. A taxa anual por 100000 habitantes foi de 8,7 para o Brasil, com So Paulo apresentando taxa de 16,6. Para efeitos de comparao a taxa em anos em torno de 1997 foi de 144,5 nos EUA, 54,4 no Canad, 90,0 na Austrlia e 31,5 em Portugal. A taxa de mortalidade no perodo foi de 7,2 % (EUA, 2,8%; Canad, 2,5%: Frana, 3,2%). A maioria de pacientes operados foi do sexo masculino (67,5%) e a idade mdia foi de 59,9 anos.
Resumo:
Nos ltimos anos, o consumo de energia vem crescendo mundialmente nos grandes centros urbanos, e esforos na rea de eficincia energtica esto sendo implantados, a fim de reduzir o consumo no horrio da ponta e interrupes da rede. O aproveitamento das fontes renovveis, como o fotovoltaico em uma edificao se torna um atrativo a mais para a matriz energtica num momento em que o pas prima pela universalizao dos servios de energia e a classificao de edifcios comerciais, de servio e pblicos, alm dos residenciais quanto eficincia energtica atravs do Procel Edifica (RTQ-C e RTQ-R). Os sistemas fotovoltaicos podem configurar perfis de uso nas edificaes de modo a gerar energia para consumo prprio ou ligado rede e ainda ter influncia na arquitetura do prdio com revestimento: os perfis podem est em telhados, fachadas ou janelas, amenizando em alguns casos a carga trmica no prdio com sombreamento arquitetnico. Hoje, com o avano da tecnologia no setor de armazenagem possvel, o atendimento com segurana e eficincia a uma edificao ou direcionar esta armazenagem a uma demanda especfica como o atendimento demanda de ciclo profundo, tais como, iluminao externa e recarga de veculos eltricos. Partindo da premissa de sistemas interruptos de energia, UPS, uso de fonte secundria como FV, baterias e Flywheel apresentado uma forma de melhor gerenciar a energia armazenada, podendo estender a vida til da bateria e conseqentemente de todo o sistema fotovoltaico na edificao. Esta forma de armazenar energia proporciona um servio de uso contnuo sem percepo das interrupes da rede com garantia de 20 anos, tal qual o mdulo fotovoltaico, com esta proposta as perdas de energia eltrica na edificao sero atenuadas, pois a eletricidade ser utilizada de forma eficiente e inteligente. O ponto de partida do estudo de caso no prdio do IBAM so os sistemas fotovoltaicos com gerao distribuda (mini-redes) conectados rede que so instalados para fornecer energia ao consumidor, complementando a quantidade de energia demandada, caso haja algum aumento do consumo de energia na edificao, ou ainda utilizar o sistema fotovoltaico na hora da ponta e interrupes do sistema da rede no perodo fora da ponta. A estocagem inercial por meio do Flywheel tem um papel fundamental nesta mini-rede (Flywheel, bateria VRLA, UPS, inversor e STS), pois a sua utilizao pode ser apontada como uma inovao tecnolgica quanto regulao de tenso no sistema de energia eltrica, alm de preparar a edificao para o smart-grid. Esta configurao de acumulao de energia permitiu a analise do deslocamento desta energia armazenada para o consumo no horrio de ponta, mudando o conceito de sistemas fotovoltaicos autnomos no meio urbano e rural no pas. Este conceito de armazenagem se confirma ento como um aporte na eficincia de energia na edificao, podendo carrear economia de energia substancial, alm de proporcionar uma confiabilidade no servio de energia, com um baixo retorno do investimento e com uma garantia de funcionamento com pequena ou nenhuma manuteno durante o perodo de vida de 20 anos.
Resumo:
O trabalho discute, com base em dados primrios obtidos por meio de entrevistas semi-estruturadas aplicadas a empresas de portes e setores distintos, o impacto da implementao de sistemas integrados de gesto (ERP) sobre o ambiente organizacional. O estudo ressalta complexidade decorrente dos projetos a que se submeteram essas empresas, bem como consequncias da implementao desses sistemas sobre a forma de operar das organizaes. O estudo teve por objetivo aprofundar o entendimento dos processos de seleo, implementao e utilizao de sistemas ERP, bem como o impacto destes sistemas sobre o controle gerencial. Para isso, foram estudados casos em quatro empresas com diferentes estgios de implementao de sistemas ERP, abordando-se o problema por meio de um enfoque bibliogrfico, exploratrio e descritivo a fim de identificar e analisar os aspectos mais relevantes envolvidos. O trabalho fundamenta-se na interao entre vetores de performance que tem obrigado as empresas a integrar estratgia, controle da gesto, processos empresarias com base em cenrios que decorrem de uma economia mais conectada, gil e intangvel. Com a evoluo econmica e social as empresas fazem uso de novas estruturas e tecnologias para reduzir seus custos de transao e concentrar-se nas funes essenciais do negcio e, neste intuito, fazem uso dentre outras coisas, dos sistemas ERP nesta busca pela eficincia operacional. Os sistemas ERP nutrem as empresas com informaes teis e confiveis capazes de exercer uma fora indutora tomada de deciso consistente com a misso e os objetivos da empresa. Diversos autores, ao longo desta dcada, vm ressaltando a importncia de se avaliar o impacto dos sistemas ERP sobre a efetividade organizacional e seus controles. Neste trabalho argumenta-se que a avaliao dos sistemas integrados de gesto deve estender seu escopo para alm das melhorias operacionais decorrentes do software ERP em si, para o impacto estratgico do ERP sobre a posio competitiva da organizao. Os achados da aplicao do roteiro de entrevista semi-estruturado e das observaes de campo apontam para: (I) percepo positiva quanto s melhorias nos controles, ou por meio da sua instalao ou por meio da melhoria dos sistemas de controle pr-existentes; (II) entendimento de que os projetos de busca e implementao de um sistema ERP aos quais as organizaes se submetem, no so fruto de uma boa fundamentao a priori e (III) convergncia de entendimento de que necessrio um tempo de maturao a partir da entrada em produo do sistema ERP, pois o contato efetivo dos usurios com o sistema determinante para ajustes que realimentam a implementao com novas necessidades e em decorrncia disto novas parametrizaes e customizaes continuaram sendo percebidas em todas as empresas da amostra, e neste ponto (IV) aderncia literatura, que enfatiza como um dos pontos negativos da implantao, a enorme dependncia criada em relao ao sistema e a empresa fornecedora. De um modo geral as empresas buscam um sistema ERP com o intuito, e a promessa, de reduo dos custos e a possibilidade de utilizao das informaes dentro de um sistema nico, e (V) aps a implantao percebem que um dos maiores ganhos est no aumento de escopo, de escala e de entendimento de seu sistema de controle.
Resumo:
Esta pesquisa fruto da dissertao de mestrado do Programa de Ps-Graduao em Enfermagem da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (ENF/UERJ). Teve como objetivo geral compreender os sentidos e as prticas de cuidado realizadas pelos enfermeiros nos Centros Municipais de Sade (CMS) em uma rea de Planejamento do municpio do Rio de Janeiro. A escolha pelo estudo dos sentidos e das prticas de cuidado ocorreu por entender-se que cada ser humano pensa, reflete e age de forma diferente, perante a realidade e a si prprio e, dessa forma, estabelecem relaes entre esses sentidos e suas experincias de vida. Assim, torna-se necessrio no somente estudar e conhecer as prticas de cuidados exercidas pelos enfermeiros da Ateno Primria em Sade, mas tambm reconhecer e apreender os sentidos de cuidado que este profissional possui. Os trabalhos relativos prtica do enfermeiro na Ateno primria em Sade discutem as atividades deste profissional, porm no as correlacionam ao cuidado de enfermagem. Trata-se de um estudo de natureza qualitativa, que privilegiou a utilizao da abordagem Hermenutica-Dialtica. A pesquisa desenvolveu-se no perodo de 2007 a 2009, sendo utilizada a entrevista semi estruturada como instrumento de coleta de dados. Foram entrevistados 14 enfermeiros que desenvolvem suas atividades em CMS. A anlise das entrevistas foi feita mediante a anlise de seu contedo. Desta anlise, foram identificadas trs categorias: Prtica do enfermeiro na Ateno Primria em Sade; Fatores que influenciam a prtica do enfermeiro e O cuidado do enfermeiro na Ateno Primria em Sade. Com a anlise dos dados, pde-se perceber a diversidade de prticas realizadas pelo enfermeiro neste campo de atuao, porm o cuidado de enfermagem no identificado diretamente como uma prtica em sade. Sobre os sentidos da prtica de cuidado, constatou-se que o enfermeiro a compreende como um conjunto de dimenses que englobam o fazer tcnico, organizacional e de uma boa prtica em sade. Por meio da produo dos sentidos referentes prtica de cuidado, percebe-se que, apesar do cuidado no ser descrito como uma prtica pelo enfermeiro, ele permeia o cotidiano de suas aes nos CMS. Assim, olhar para as prticas do enfermeiro na Ateno Primria em Sade ajudou a compreender como realizada a prtica de cuidado, seja para a organizao dos servios, para a oferta de um atendimento com base na identificao das necessidades de sade do indivduo e na orientao em sade.
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Este trabalho versa sobre a relao entre a implantao de um projeto de educao pblica e a sua receptividade social. Resgata as concepes que deram origem ao programa de implantao das escolas de tempo integral no estado do Rio de Janeiro e como hoje elas so vistas por seus usurios. Discute os resultados inesperados que teve o projeto educacional salvador (no s da educao como tambm das populaes empobrecidas do estado do Rio de Janeiro). Pretendendo ser inclusivo, dando ao pobre acesso a benefcios que no tinha, produziu mais segregao, repetindo a seletividade que a escola pblica brasileira apresenta.
Resumo:
A magnitude e as modificaes resultantes da epidemia de Aids no Brasil levaram o Ministrio da Sade a recomendar, a partir de 2001, a incorporao do diagnstico sorolgico da infeco pelo HIV em servios de ateno bsica da rede pblica de sade, visando a universalidade e a ampliao do acesso da populao a esses exames. O processo diagnstico, no caso da AIDS, envolve para alm da simples disponibilizao da testagem; cobre demandas de preveno, profilaxia, tratamento e referncias adequadas para o interior do sistema assistencial. O estudo realizado teve por objetivo investigar como vem se dando a oferta deste diagnstico, previsto de estar acontecendo acompanhado de aconselhamento pr e ps-teste, usando como lcus um conjunto de servios da rede bsica de sade no Municpio do Rio de Janeiro. Do tipo descritivo-analtico, o trabalho utilizou-se de uma abordagem metodolgica qualitativa, realizando entrevistas semi-estruturadas com vinte e dois profissionais de sade de diversas categorias, envolvidos nos processos de testagem anti-HIV, e com trs gestores, buscando compreender como vem sendo ofertado esse cuidado em sade. O exame do material obtido permitiu a identificao das seguintes categorias analticas: oferta do teste na rede de ateno bsica e dilemas relacionados a esse processo; aes de aconselhamento que acompanham a testagem; resultados do teste anti-HIV e dificuldades na sua comunicao aos usurios; dimenses estrutural e organizacional e gesto do processo de testagem; capacitao dos recursos humanos. Identificou-se que o processo de oferta do teste anti-HIV se circunscreve frequentemente representao da doena e necessria maior interlocuo na relao profissional de sade/usurio, considerando a intersubjetividade dos sujeitos envolvidos. Este processo diagnstico demanda tcnicas como apoio, acolhimento e escuta qualificada das necessidades de sade, entendidas para alm das queixas biolgicas dos sujeitos, que nem sempre esto se fazendo presentes nos servios de ateno investigados. Como desafio premente na oferta do diagnstico anti-HIV, destaca-se que o aconselhamento deve ser uma ferramenta utilizada e reforada no contexto dos servios de sade que atendem pacientes com DST/Aids. Outro desafio, alm da capacitao qualificada dos recursos humanos envolvidos, necessidade de permanente avaliao do processo de oferta que vem sendo oferecido nos servios da rede bsica, que possibilite repensar as atividades de preveno, o acolhimento e a escuta, e o compartilhamento de idias entre profissionais que atuam no cotidiano das unidades de sade e os gestores locais. A pluralidade de questes no fazer em sade exige que os servios de sade e seus responsveis promovam novos arranjos para que a oferta do teste anti-HIV, como ao de sade, seja realizada com base na humanizao, na integralidade e no respeito aos direitos de cidadania, contribuindo para que a melhoria do atendimento na rede bsica se concretize com qualidade.
Resumo:
Esse trabalho tem por objetivo investigar os processos de normalizao e de gesto sociomdica da morte na sociedade contempornea, a partir da anlise de uma modalidade de assistncia em medicina proveniente do mundo anglo-saxo denominada cuidados paliativos, cujo processo de institucionalizao no Brasil est em pleno curso. Parte-se, inicialmente, da anlise das transformaes nas apreenses sociais da morte que ocorreram no curso do sculo XX, com destaque ao perodo de 1960-1970 que, em seu conjunto, criou as condies de possibilidade para a emergncia histrica dos cuidados paliativos como um modelo de gesto do fim vida. Em seguida, a partir da noo de normalizao das condutas de Michel Foucault, realiza-se uma anlise crtica da concepo de boa morte como um dos principais dispositivos que visam regulao dessa nova prtica mdica. Busca-se problematizar a constituio desse novo saber e nova disciplina atravs do questionamento do controle mdico de importantes setores da vida biolgica, como atualmente o processo do morrer, ancorado em grande medida nos processos de normalizao presentes na sociedade contempornea, que no campo da sade assume uma forma medicalizante e, mais recentemente, biomedicalizante. A pesquisa balizada pelos referenciais tericos da Sade Coletiva, com nfase na articulao crtica de uma leitura sobre a medicina ocidental, sua racionalidade e seus dispositivos, cujo monoplio incide sobre os corpos individuais e as populaes atravs dos processos de normalizao, como teorizada por Michel Foucault e Giorgio Agamben. Alm da pesquisa terica que visa o entendimento da posio assumida pela vida e pela morte no contexto biopoltico e no dispositivo da medicina, efetuou-se uma pesquisa de campo na Clnica da Dor e Cuidados Paliativos do Hospital Universitrio Clementino Fraga Filho HUCFFUFRJ. A partir da observao etnogrfica busca-se investigar a implementao de um servio de cuidados paliativos no sistema pblico brasileiro e avaliar como se materializa no cotidiano da assistncia a gesto normativa da morte. O estudo evidenciou que ao lado de uma gesto mais normativa, expressa na concepo da boa morte, coabitam modalidades de cuidado nessas prticas de sade, cuja nfase recai sobre os aspectos ticos de reconhecimento do outro como um legtimo outro e na considerao de sua capacidade de autodeterminao e de ascese. Foi possvel observar no trabalho clnico cotidiano um esforo dos profissionais para construir uma relao de cuidado aberta para a singularizao, o que aponta para os paradoxos do cuidado. A partir desses dados foram esboadas algumas concepes de cuidado que tm como referncia modos de subjetivao singulares, pautadas nas relaes alteritrias, as quais permitem a criao de um espao potencial para o viver e o morrer.
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Este estudo investiga o status da produo acadmica sobre alfabetizao em 2 (dois) programas de Mestrado e Doutorado em Educao no Estado do Rio de Janeiro. Partiu-se da concepo de que a organizao e a sistematizao das contribuies originrias das pesquisas realizadas nesses programas permitiriam um olhar mais apurado sobre a alfabetizao enquanto objeto de estudo acadmico no contexto do Rio de Janeiro. Busca-se, assim, demarcar a trajetria dessa mesma produo, destacando os aspectos que foram privilegiados ao longo do tempo. Toma-se como referncia principal para a anlise e entendimento das especificidades do lugar da alfabetizao na produo acadmica no Rio de Janeiro, a histria da alfabetizao no Brasil, demarcada em seus diferentes perodos. Em outras palavras, atravs da anlise da produo acadmica sobre o tema, buscou-se compreender a partir de que momento (quando) e de que modo (como) a alfabetizao se constitui objeto de estudo (acadmico) no contexto do Rio de Janeiro.
Resumo:
O modo como a violncia sexual contra crianas e adolescentes tratada na contemporaneidade, principalmente pelo Sistema de Garantia de Direitos (SGD), revela uma atuao repressiva e punitiva inerente ao direito penal brasileiro. Esse vis com nfase na punio produz certo saber sobre o tema, desenhando um modus operandi similar dentro de cada ente do SGD que atua em 3 eixos: promoo, defesa e controle. A partir dessa lgica, foi realizada uma pesquisa de mestrado junto ao Programa de Ps-Graduao em Psicologia Social da Universidade do Estado do Rio de Janeiro. A pesquisa teve como objetivo compreender, por meio de anlise documental de 3 processos concludos de crianas que supostamente sofreram violncia sexual, como foi a atuao do SGD desde a denncia do caso at a sentena proferida pelo juiz. O foco principal foi a compreenso dos atores sobre seu papel nesses casos de violncia sexual contra crianas; suas decises e os conceitos utilizados nos autos, e, por fim, que argumentos propiciaram a deciso e a sentena. Percorrendo a legislao especfica para a Infncia e Juventude pode-se compreender como as questes dos direitos foram sendo incorporados s questes da infncia, sobretudo nos ltimos vinte anos. Na realidade, a pesquisa revela que a nfase nos princpios do direito penal toma a cena em sentido contrrio dos cuidados necessrios no atendimento a um sujeito em desenvolvimento e de sua famlia, colocando repetidamente a me no lugar de negligente. E o abuso, considerado no incio dos processos como procedente, acaba desaparecendo no final.
Resumo:
Esta pesquisa provm da dissertao de mestrado do Programa de Ps-Graduao em Enfermagem da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (ENF/UERJ) e apresenta como objeto de estudo as prticas dos enfermeiros na Estratgia de Sade da Famlia (ESF) sob a tica do Agente Comunitrio de Sade (ACS). Este estudo est vinculado s pesquisas Prticas de cuidado no SUS: o papel do enfermeiro na Ateno Bsica e Abordagem interdisciplinar das novas relaes e processos de trabalho em sade: o caso dos agentes comunitrios de sade. O interesse em estudar tais prticas decorreu da vivncia como enfermeira de famlia, atuando com a assistncia aos usurios e como chefe de equipe, surgindo reflexes e inquietaes em torno das prticas de sade realizadas pelo enfermeiro e como estas so vistas pelo agente de sade. Sendo assim, surge o questionamento: Qual a viso dos agentes comunitrios de sade em relao s praticas de sade desenvolvidas por enfermeiros na Estratgia de Sade da Famlia? A fim de responder esta questo, definiu-se como objetivo geral: analisar as prticas dos enfermeiros da Estratgia Sade-Famlia do municpio do Rio de Janeiro, sob a tica dos Agentes Comunitrios de Sade e objetivos especficos: identificar as prticas de sade desenvolvidas por enfermeiros na perspectiva do Agente Comunitrio de sade e conhecer os fatores determinantes destas prticas e sua correlao com o trabalho na Estratgia de Sade da Famlia. Trata-se de um estudo descritivo com abordagem qualitativa, tendo sido realizado no municpio do Rio de Janeiro, de 2008 a 2010. A fonte dados foi um conjunto de narrativas de ACS do estudo Abordagem Interdisciplinar dos Novos Processos e Condies de Trabalho em Sade: o Caso dos Agentes Comunitrios de Sade do Rio de Janeiro. A seleo dos sujeitos foi realizada a partir de uma varredura do banco de narrativas, selecionando aquelas nas quais os ACS discorrem sobre as prticas dos enfermeiros. De um total de 60 ACS, foram selecionados 7 agentes. As narrativas analisadas formaram tres categorias: cuidados do enfermeiro na ESF; prticas do enfermeiro na ESF; fatores que influenciam a prtica do enfermeiro na ESF. Com a anlise foi possvel identificar que o ACS enxerga o enfermeiro como cuidador, atravs do acolhimento, resoluo de problemas e consultas de enfermagem. A prtica do enfermeiro vista pelo agente de sade atravs da superviso, como educador em sade e atravs das visitas domiciliares. Entretanto, tais prticas so determinadas por fatores que as facilitam ou a dificultam. As facilidades de atuao do enfermeiro esto em gostar da profisso, a criao do vnculo entre o profissional e o usurio e a presena de uma equipe completa na ESF. J as dificuldades so encontradas quando o enfermeiro no tem a equipe completa, falta de infraestrutura e recursos materiais no servio. Ao olhar as prticas de sade dos enfermeiros na ESF foi possvel identificar como elas so desenvolvidas na viso de outros membros da equipe, neste caso os ACS, contribuindo na compreenso de como obter uma melhoria do cuidado famlia, de forma qualitativa e humanizada.
Resumo:
A Rede Cegonha foi uma iniciativa pblica governamental instituda em 2011 com o foco na ateno sade materna e infantil. Surgiu enquanto uma promessa de campanha e foi constituda oficialmente no mandato de Dilma Rousseff que a caracterizaria como uma corrente de cuidados especiais. O processo de constituio desta agenda poltica foi perpassado por controvrsias que evidenciavam diferenas sobre o que seria uma agenda pblica de sade voltada para as mulheres, alm de divergncias sobre o como se construir uma poltica de sade na rea da mulher. Assim, em torno destas controvrsias a prpria concepo de sade da mulher e sade reprodutiva estavam em debate. A perspectiva de configurao da poltica compreendida dinamicamente, desnaturalizando a prpria concepo de Estado, abandonando o pressuposto de sua universalidade. Assim, observar a dinmica de constituio da Rede Cegonha, entendendo-a enquanto um processo aberto. De outro modo, as controvrsias tambm funcionaram como uma entrada no estudo da prpria poltica, funcionando como um forjar estranho. Os adversrios contribuem para a desconstruo de verdades, assim, prticas e crenas so colocadas em anlise. Para esta finalidade alguns procedimentos metodolgicos foram escolhidos. O primeiro deles foi a pesquisa em dois blogs que se destacaram por acolher e divulgar opinies sobre a Rede Cegonha. Tambm foram realizadas entrevistas a atores-chave e realizada leituras de documentos oficiais da poltica. A trajetria de constituio da poltica narrada em dois pontos. O primeiro construdo a partir da fala daqueles que contriburam na sua formulao e/ou execuo da poltica. O segundo a partir de uma fala que a confronta. Ambas apresentaes sero cotejadas pelos documentos pblicos oficiais. O processo de constituio da Rede Cegonha foi perpassado por controvrsias sobre diferentes concepes de polticas de sade reprodutiva. Novos sujeitos polticos se articularam a partir destas controvrsias, tal seja, movimentos pro-vida, movimentos pela humanizao do parto, blogueiras maternistas, movimentos feministas se posicionaram neste processo.
Resumo:
Este estudo parte dos pressupostos de que o desenvolvimento humano em todos os seus aspectos depende de um outro social, de que a famlia o primeiro ambiente socializador da criana, e suas prticas so essenciais para que a criana se desenvolva. Pressupe-se tambm que: os bebs compartilham caractersticas universais, interaes so constitutivas do desenvolvimento, o investimento parental caracterstica da espcie, e o formato que cada um desses aspectos assume est diretamente relacionado ao contexto sociocultural. A partir desses pressupostos pode-se pensar nas mudanas nos papis sociais exigidas pelo sistema econmico da sociedade urbana ocidental, em que a mulher cada vez mais tem trabalhos remunerados, necessitando muitas vezes deixar os filhos em creches e levando o pai a ganhar espao em relao aos cuidados com os filhos, inclusive tendo uma participao nestas instituies. Desta forma, o presente trabalho pretendeu investigar os diversos aspectos do envolvimento paterno com seus filhos, inclusive a sua participao na creche,, buscando compreend-lo atravs da abordagem sociocultural. Fizeram parte da pesquisa emprica nesta tese trs estudos distintos com pais e mes de crianas de 0 a 5 anos, incluindo entrevistas, aplicao do instrumento Estilo Paterno e anlise da participao paterna em eventos e atividades escolares, com o intuito de investigar o nvel de satisfao paterno e materno com o envolvimento do pai com os filhos e identificando em que aspectos essa participao mais ou menos freqente nos cuidados cotidianos, incluindo a escola. Os resultados encontrados indicam que, embora haja uma tendncia dos pais em um maior engajamento nas atividades voltadas para o entretenimento com os filhos, estes se mostram cada vez mais disponveis para o engajamento nas demais atividades dirias. Na creche h uma tendncia de maior participao paterna quanto menor a idade do filho e enquanto no prevalecem os aspectos pedaggicos. Os pais participantes de uma forma geral esto satisfeitos com o seu exerccio da paternidade, mas consideram que as mes, no s incentivam a sua participao, como desejam um maior engajamento dos pais. Ao trmino deste estudo podemos afirmar que, as famlias participantes desta amostra brasileira na cidade do Rio de Janeiro, tendem a no ter como prtica o exerccio da paternidade tradicional, porm ainda no vivem plenamente o exerccio da paternidade no tradicional.
Resumo:
Em todo o mundo alta a prevalncia dos transtornos depressivos e ansiosos, em especial no nvel primrio. Uma das estratgias teraputicas o atendimento em grupo que propicia bons resultados e cuidado adequado, incluindo melhor aproveitamento do tempo e maior abrangncia no atendimento segundo experincias relatadas em diversos pases.O objeto deste estudo o discurso de mulheres com transtornos depressivos e ansiosos atendidas em grupo na ateno primria. O objetivo conhecer representaes e questes sobre o processo de adoecimento de mulheres atendidas na Estratgia de Sade da Famlia (ESF) diagnosticadas com transtornos depressivos e ansiosos. Os grupos teraputicos ocorreram em Postos de Sade da Famlia, no municpio de Petrpolis, Rio de Janeiro, realizados pelos profissionais da ESF (mdicos e enfermeiros) e supervisionados por especialistas em sade mental. A pesquisa se deu com base anlise de material de observao de dois grupo em comunidades distintas. Foi utilizado o mtodo qualitativo, com analise das falas que foram organizadas em categorias segundo o mtodo anlise de contedo. Resultados: Transtornos depressivos e ansiosos so retratados no discurso das mulheres nos grupos como um processo solitrio, sem apoio, compreenso e ajuda de terceiros. So agravantes: dificuldades financeiras, falta de lazer, sobrecarga de obrigaes e cobranas.O lcool retratado como apaziguador do sofrimento e da solido. Relatam relacionamentos insatisfatrios e ocupam posies de submisso, sentindo-se desempoderadas, sem ver sada para sua situao, perpetuando pensamentos e aes, retroalimentando o sofrimento emocional. Valorizam o grupo enquanto espao terapeutico. A possibilidade de verem retratado nas colegas situaes similares encoraja a ajuda mtua. Estes so aspectos que auxiliam na autopercepo e no empoderamento. A interveno se mostrou aplicvel na ateno primria, sendo factvel a no especialistas de sade mental.
Resumo:
O uso da lngua materna (LM) faz parte dos exames do conhecimento de uma lngua estrangeira (LE) tomados como instrumentos de avaliao em cursos de ps-graduao no Brasil que, em sua maioria, constam de traduo e compreenso leitora de um texto em Ingls. Porm, as abordagens adotadas em cursos de Ingls tendem a deixar a LM de fora do processo de ensino- aprendizagem. Outra questo importante inclui a qualidade e a abrangncia da ateno dada compreenso leitora, embora saiba-se que os cursos de Ingls trabalhem as quatro habilidades (falar, ouvir, ler e escrever) em sala de aula. Diante desse cenrio, este estudo busca avaliar a percepo do percurso da aprendizagem de lngua inglesa de treze participantes, quando confrontados com a necessidade de realizar provas de LI como parte da seleo para cursos de Mestrado e Doutorado. Aqui, voltamos nosso olhar sobre objetivos de uso do idioma especialmente para compreenso leitora, uma das possveis ramificaes do quadro terico do Ingls para Fins Especficos (IFE). Neste sentido, apoiamo-nos em Hutchinson & Waters (1987, p. 19), que nos falam em aprendizagem centrada no aluno, nas necessidades trazidas por ele em determinado momento de sua vida profissional ou acadmica.Para tanto, coletaram-se as percepes de treze participantes, por meio da tcnica de Grupo Focal, a respeito do modo como aprenderam a lngua inglesa ao longo de suas trajetrias. Utilizamo-nos, para analisar as realizaes destes sujeitos, do Sistema de Avaliatividade, proposto por Martin & White (2005) dentre outros, no escopo da Lingustica Sistmico-Funcional, valendo-nos especialmente do domnio semntico de Atitude para investigar as opinies expressas. Apesar de os participantes terem feito uso de todas as categorias do subsistema da Atitude, Afeto e Apreciao foram as mais recorrentemente utilizadas, j que suas falas revelam no apenas o modo como os sujeitos se sentiam e ainda se sentem quando no papel de alunos sob os mtodos vigentes no mercado, mas tambm suas crticas aos mtodos de aprendizagem de ingls. Obtivemos 10 ndices de Apreciaes Negativas aos cursos de idiomas a respeito da excluso quase completa da LM em aulas, alm de 11 Apreciaes Negativas ao modelo de ensino de lngua inglesa na esfera escolar.