6 resultados para Indios - Linguas

em Biblioteca Digital de Teses e Dissertações Eletrônicas da UERJ


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O objetivo deste trabalho é analisar como as relações lésbicas são retratadas nas obras Loving Her e The Color Purple. Ao analisar as relações entre homens/mulheres e mulheres/mulheres, este estudo também revê e critica o golpe triplo sofrido por lésbicas negras, por serem, ao mesmo tempo, mulheres, afro-americanas e homossexuais. Utilizando fatos históricos para situar as obras em um contexto social, além da teoria do lesbian continuum afim de atestar a riqueza e diversidade do laço afetivo entre mulheres, este trabalho vem por desmistificar as noções simplistas em relação à literatura lésbica Afro-Americana, afugentando a sombra que pairava sobre o tabu e elevando a mulher negra, lésbica ou não, a seu lugar de direito na sociedade

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Esta dissertação é um estudo comparativo do legado vitoriano deixado para as escritoras do século XX, Virginia Woolf e Sylvia Plath. Primeiro discutem-se as agências controladoras do corpo feminino na era vitoriana e a formação de um ideal de feminilidade que chamamos de Anjo do Lar. Em seguida, discute-se como Virginia Woolf apreende essa imagem e a subverte, criando seu duplo, que chamamos de Demônio do Lar. Por fim, promovemos o diálogo entre Sylvia Plath e Virginia Woolf. Plath parece escrever aos moldes de Woolf, criando uma literatura de morte, feita para assassinar o Anjo do Lar. Usamos para tal estudo o conceito de écriture féminine, criado pelas francófonas Hélène Cixous, Luce Irigaray, e Julia Kristeva, entre outras, para traçar os paralelos entre um lugar para o feminino na escrita e a busca de uma tradição por Woolf. A abjeção de Kristeva, a dinâmica de poder entre alma e corpo de Foucault e o conceito de duplo de Otto Rank nos ajudarão, por fim, a entender como se dá a morte do Anjo na literatura, especificamente no romance A redoma de vidro (1963) de Sylvia Plath

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O objetivo desta dissertação é investigar o viés coletivo da autobiografia ficcional de Face of an angel, da escritora estadunidense e de origem mexicana Denise Chávez. Desse modo, o trabalho pretende discutir a sociedade chicana descrita sob a ótica da narradora/protagonista, Soveida Dosamantes, investigando desde o processo histórico de que é resultado, passando pela iniquidade entre os papéis desempenhados por homens e mulheres até chegar ao discurso autorreferencial com que a narradora/protagonista representa o ambiente cultural em que se insere. Antes da narrativa propriamente dita, há a árvore genealógica da narradora/protagonista, assinalando que o que vai se descortinar ao longo da leitura é uma saga de família. Assim, Soveida Dosamantes utiliza a sua ambiência doméstica, bem como a comunidade da fictícia cidade de Água Oscura, sua cidade natal, como recorte de uma estrutura social maior. Fazendo uso do discurso autobiográfico, a narradora/protagonista criada por Denise Chávez expõe as mazelas de uma comunidade que, em virtude ser produto do colonialismo e do neocolonialismo, perdeu sua identidade cultural. Em Face of an angel, através do relato em primeira pessoa de sua narradora/protagonista, a autora Denise Chávez reproduz o universo em que nasceu e cresceu. Cedendo a Soveida Dosamantes componentes autobiográficos como complicadas relações familiares, personagens femininas nativas que funcionam como sentinelas de práticas ancestrais que o domínio europeu apagou, personagens masculinos que mascaram sua fragilidade por trás de uma força e de um poder aparentes, Chávez representa em Face of an Angel o microcosmos de uma comunidade que vem, aos poucos, subvertendo o discurso oficial e conquistando o seu terreno no panorama político e social estadunidense

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A presente pesquisa objetiva ressaltar a valorização da mulher na obra do autor português José Saramago. Buscou-se encontrar os argumentos que justificam esta proposta através da leitura sistemática de dois de seus textos: Memorial do convento e Ensaio sobre a cegueira. Serviram de objeto de estudo as trajetórias percorridas pelas personagens Blimunda, do primeiro título, e a mulher do médico, do segundo e, assim, foi possível destacar e analisar, com o auxílio de teóricos da literatura e de especialistas na vida e na obra de Saramago, traços que comprovam a importância das mulheres, de modo geral, em suas histórias. Além disso, observou-se, nos excertos aqui contidos e retirados das obras estudadas, o modo como estas mulheres assumem o controle das narrativas das quais fazem parte, assumindo a função de protagonistas. Insta registrar que, assim como elas passam a figurar como personagens principais, também foi importante constatar o olhar analítico lançado por José Saramago, através de suas criações, sobre a condição humana na sociedade contemporânea, apresentanto a mulher como saída para as crises que acometem o homem moderno

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O objetivo desta dissertação é analisar a questão da política do medo e das várias formas de manipulação da realidade encontradas nas narrativa de 1984 (1949), de George Orwell, assim como na narrativa gráfica de V de Vingança tanto na sua versão em quadrinhos, de Alan Moore (1982-88), quanto na sua adaptação cinematográfica, escrita pelos Wachowskis (2005). Em particular, tenta demonstrar similaridades nas técnicas usadas, assim como na análise dos personagens, procurando embasar certos questionamentos com a ajuda de filósofos políticos, estudos de psicologia, culturais, e distópicos. Ao final, este trabalho tenta identificar a importância da influência dos autores estudados, assim como outros autores distópicos, na criação e desenvolvimento de uma nova geração social de mentalidade inconformista

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A figura do índio, na Literatura Brasileira, durante anos foi marcada pelos relatos sob a perspectiva de não índios. As vozes dos povos indígenas foram silenciadas, ocultadas pelo discurso dominante, que disseminava ideias com base em seu ponto de vista, muitas vezes marcado pelo teor de superioridade diante desses povos. Principalmente presentes nos textos de viajantes e missionários da época da colonização, os reflexos dessa atitude ainda são marcantes nos dias atuais: preconceitos e ideias equivocadas sobre a cultura ameríndia. Tempos depois, passa-se do índio bárbaro e selvagem ao índio idealizado das obras românticas, mantendo o discurso parcial pautado na visão do outro. Em 1928, através da proposta antropofágica de Oswald de Andrade, inicia-se um novo período diante dessa realidade, muito embora ainda seja uma visão desenvolvida a partir do homem branco. Oswald contribuiu para trazer à tona a figura do índio sem a idealização romântica e com base na valorização dos nativos e de sua cultura. O modernista, com sua bandeira da assimilação crítica de conteúdos, propunha um resgate do primitivo como forma de integrar essa realidade aos novos tempos da industrialização, além de objetivar a ruptura com modelos pré-estabelecidos e eliminação do vetor dominante-dominado. Nos últimos anos, por outro lado, tem crescido o número de obras no âmbito artístico produzidas pelos próprios indígenas, trazendo as vozes que, na verdade, sempre existiram. Nesse contexto, encontra-se a obra de Eliane Potiguara. A mulher e indígena, voz marcante do livro Metade cara, metade máscara (2004), apresenta ao leitor o viver entre dois mundos, o adaptar-se ao universo contemporâneo sem perder as suas raízes e a sabedoria ancestral. Assim como Oswald, Potiguara resgata o primitivo, através do discurso construído a partir da mulher-terra, e assimila recursos do universo do não índio para gritar suas dores e sua esperança, o que possibilita um diálogo com a proposta da Antropofagia oswaldiana. Pretende-se, a partir da ideia desenvolvida por Benedito Nunes (2011) acerca do caráter diagnóstico, terapêutico e metafórico da Antropofagia, estabelecer relações entre os pensamentos de Oswald de Andrade e Eliane Potiguara por meio da arte literária, refletindo sobre a ruptura com padrões pré-estabelecidos através de novas perspectivas, a exemplo da literatura indígena