23 resultados para Aristóteles, Comentaris

em Biblioteca Digital de Teses e Dissertações Eletrônicas da UERJ


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o presente trabalho prope discutir o papel ocupado pelo riso na teoria e na clnica psicanalticas atravs de uma abordagem multidisciplinar. Para fundamentar tal proposta, foi elaborada uma investigao de algumas das diferentes formas pelas quais o riso foi tomado como objeto do pensamento ao longo da histria da cultura ocidental, assim como alguns dos lugares sociais que j foram por estes ocupados nesta mesma cultura. Tal abordagem teve como intuito a demonstrao do carter cultural e contingencial do riso, visando, deste modo, romper com uma interpretao do mesmo como fenmeno essencial, intrnseco e universal da experincia humana e afirmando-o como fenmeno de linguagem, no sentido dos jogos de linguagem propostos por Wittgenstein. O primeiro captulo apresenta um mosaico composto por aproximaes do fenmemo do riso elaboradas desde a Antiguidade at o final do sculo XVIII, contemplando pensadores com Plato, Aristóteles, Cicero, Quintiliano, Laurent Joubert e Imannuel Kant, dentre outros. No segundo captulo so expostas algumas das principais concepes modernas do riso e assinalados. Os efeitos do advento do pensamento racionalista sobre tais concepes, ora pelo vis da apropriao do riso como objeto do discurso fisicalista, como em Spencer e Darwin, ora por uma interpretao deste como ultrapassando as dimenses da ordem e da razo, como em Nietzsche, Bataille, Foucault, Clement Rosset e Deleuze. No terceiro captulo, o trabalho volta-se para o campo especfico da Psicanlise, desenvolvendo as idias freudianas acerca dos chistes, do cmico e do humor, aprofundando-os e estabelecendo as diferenas entre estes. O quarto captulo da continuidade a discusso no mbito psicanaltico desenvolvendo uma leitura crtica de algumas formulaes ps-freudianas sobre o papel do riso na clnica (strictu sensu e ampliada), na teoria e nas instituies de transmisso da Psicanlise, enfatizando a relevncia deste, especialmente por meio do humor, para o estabelecimento de uma direo tica na produo de saber em Psicanlise. O captulo final parte do conceito de ironia para aprofundar a proposta de uma perspectiva do riso como postura tica em psicanlise, tomando como mtodo possvel de flexibilizao e de crtica em oposio a uma postura determinista e dogmtica, atravs, especialmente, das metforas do ironista de Rorty e do cyborg de Donna Haraway.

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Trabalho centrado em pesquisa de campo de tipo etnogrfico realizada em trs escolas pblicas da rede estadual de ensino do Rio de Janeiro. A dissertao resultado das inquietaes geradas diante do distanciamento entre o legitimado mundo das artes e a periferizada situao da escola pblica: uma instituio que tem tantas vezes corroborado com a lgica da distino. possvel (ao professor) trabalhar dentro da disciplina Artes sem ratificar essa lgica excludente? Exaltamos uma docncia atenta ao carter esttico expresso na dupla: Arte via Ensino e Ensino via Arte. Oferece-se um olhar sobre o panorama das condies cotidianas que configuram algumas das mais destacadas realidades do Ensino da Arte na Educao Bsica dinamizadas por suas macropolticas, suas prticas dirias e suas crenas. A metodologia sugerida associa os estudos do cotidiano reviso bibliogrfica centrada nos estudos culturais e em algumas das atuais correntes crticas da Arte e de seu Ensino que circulam a contrapelo das verdades hegemnicas desses dois universos. Um dos objetivos do trabalho que entende a vida cotidiana como manifestao esttica do cidado comum o de contribuir com a elucidao das tenses que fazem da Arte e, especificamente de seu ensino, um importante campo de embate entre iniciativas emancipatrias e aes reguladoras

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Esta pesquisa procura trazer para o campo da educao a discusso da divulgao cientfica, j bastante avanada em outras reas de conhecimento. A proposta abordar a temtica em questo a partir da anlise dos usos‟ de artigos escritos por professores/pesquisadores e publicados no Jornal Eletrnico Educao & Imagem, publicao vinculada ao Laboratrio Educao e Imagem (Programa de Ps-graduao em Educao/Faculdade de Educao/Universidade de Estado do Rio de Janeiro), com a finalidade de compartilhar o que vem sendo produzido em pesquisas e prticas curriculares desenvolvidas em torno da relao imagens e educao. Este trabalho est relacionado queles que se desenvolvem nos estudos nos/dos/com os cotidianos, o que nos tem permitido compreender as mltiplas redes educativas nas relaes conhecimentos e significados tecidas por mltiplos praticantes destas redes. Nos artigos enviados pelos professores ao jornal, observamos que, mesmo seguindo as orientaes dos materiais curriculares indicados pelas secretarias, professores e alunos esto em um contexto de experincia curricular cotidiana e os usos que fazem destes materiais de acordo com as suas prprias prticas, que vivenciam dentrofora das escolas, lhes possibilitam que team permanentemente os currculos. Em outras palavras, dentro destes espaostempos h muitos currculos sendo criados. Assim, ao dialogar com os trabalhos de Certeau, Martin-Barbero, Boaventura de Souza Santos, Nestor Canclini, Pierre Lvy e Carlos Vogt esta pesquisa vem pensando as tticas dos usurios de um jornal eletrnico, de professores a pesquisadores, na criao de novos conhecimentos a partir do dilogo mediado por este artefato cultural. Desejo, com a pesquisa desenvolvida, mostrar como cotidiadianamente tem sido tecidas relaes entre usurios/professores/pesquisadores por meio do Jornal Eletrnico Educao & Imagem, ultrapassando dessa forma a idia subjacente expresso divulgao cientfica‟, que sugere uma unitelaridade e/ou, no mnimo, uma segregao entre cientistas e todo o resto (CERTEAU, 1994). Ao fazerem usos‟ diversos e imprevisveis dessa mdia, esses usurios/professores/pesquisadores pem os conhecimentos produzidos para circular, possibilitando apropriaes, ressignificaes e criao de outros conhecimentos em/nas redes. Por isto, consideramos que mais aplicvel rea o termo circulao cientfica. Com isso, queremos indicar que o desenvolvimento de pesquisas com os cotidianos exige contatos constantes e de diversas ordens entre universidades e escolas para a compreenso dos mltiplos currculos existentes nas prticas das tantas escolas dos diversos sistemas educativos.

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Este trabalho pesquisou os usos do Jornal Eletrnico Educao & Imagem, feitos para e por professores da rede pblica. As prticas narradas e as imagens trazidas pelos docentes, que so usurios do jornal, nos possibilitou refletir sobre os currculos e os conhecimentos que tm sido tecidos cotidianamente. Para analisar as narrativas e as imagens presentes nos artigos escritos pelos professores foram pesquisados os editoriais redigidos por cada grupo de pesquisa, que faz parte da elaborao do peridico, e a seo Voz do leitor que publica artigos escritos por professores. Este estudo tem suas relaes tericoepistemolgicas e terico-metodolgicas com as pesquisas nos/dos/com os cotidianos (Lefebvre, Certeau) que tm permitido compreender as redes de conhecimentos e significaes que se do nos mltiplos cotidianos em que vivemos, entendendoos como contextos educativos. Para falar sobre a importncia da narrativa em pesquisa alguns autores como Walter Ong e Nilda Alves embasaram este estudo. Para o tratamento das noes de tecnologia, currculo e imagens dialogamos com os autores Nilda Alves, MartinBarbero, Boris Kossoy, Roberto Macedo, Alice Lopes, Elisabeth Macedo, Arlindo Machado, Pierre Lvy, Edma Santos e Marco Silva. Dos artigos analisados observei que as imagens utilizadas pelos professores que escreveram para o jornal apresentaram uma multiplicidade de usos. A maioria fez uso de material fotogrfico. Em seus artigos temos imagens usadas nos seguintes contextos: como registro de suas atividades com os alunos, como registro/memria autobiogrfica, como reflexo da prpria imagem apresentada ou como ilustrao do texto dentre outros. Ao trabalhar com estas narrativas e imagens temos a oportunidade de discutir como se d e como se tem desdobrado os usos do peridico eletrnico, possibilitandonos compreender e complexificar sobre outros processos cotidianos, a partir destes que nos retratado e narrado.

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A presente tese investiga as poticas do trgico nas obras teatrais de Eurpides (Grcia, c. 484 406 a.C.), Johann Wolfgang von Goethe (Alemanha, 1749 1832) e Federico Garca Lorca (Espanha, 1898 1936) e defende que, nos trs autores, as concepes estticas do trgico se constituem principalmente sobre a representao potica do filicdio materno. A antinomia trgica engendrada, metaforicamente, no assassinato da criana pelas mos daquela que lhe deu a vida tema de Medeia (431 a.C.), Tragdia de Margarida (1790) e Yerma (1934), obras fundamentais para compreender a visada trgica dos trs poetas aqui, em respectivo, estudados. O conflito com o sagrado e com a razo, ao apontar para a afirmao trgica do corpo e do feminino, frequenta as trs obras. O paralelismo entre as dimenses poltica e esttica , por conseguinte, patente nos trs dramas, ao mesmo tempo em que cada um dos autores, com contexto e assinatura prprios, configura uma ideia esttica acerca do trgico inteiramente singular. O dilogo entre literatura e filosofia, ou entre intuio e conceito, atravessa, nesta tese, a leitura do trgico na metfora do filicdio. Sob tal perspectiva, a Medeia de Eurpides impe-se no centro do debate entre socrticos e sofistas, e aborda temas, como o domnio das paixes sobre a razo, que tambm aliciaram autores como Plato, Aristteles e Nietzsche. A Gretchentragdie, de Goethe, apresenta-se, por sua vez, como obra potica aonde convergem as mais calorosas discusses estticas do moderno pensamento alemo, como as questes do sublime (Kant, Schiller) e da vontade (Schopenhauer). Yerma, de Garca Lorca, ser tambm uma obra de convergncia filosfica, expressando a nueva manera espiritualista que marca a ltima fase da produo lorquiana: a perspectiva trgica de Nietzsche, na afirmao do corpo como grande razo, assim como o dilogo de Lorca com o pensamento de Miguel de Unamuno sobre El sentimiento trgico de la vida, caracteriza uma espcie de tragdia s avessas, que nega o sagrado e afirma o trgico como sntese libertria do eu, do corpo e do feminino

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Conforme os percursos que fiz, buscarei mostrar que as prticas cineclubistas se ampliaram em consonncia com o alargamento das possibilidades de criao videocinematogrficas propiciados pelos avanos da tecnologia da imagem e de sua popularizao a partir dos anos 2000, sem se afastar dos seus sentidos iniciais que so a democratizao do audiovisual e a organizao do pblico. Sob a designao de cineclube h uma rede de criadores que, em suas aes, realizam, alm de obras audiovisuais, espaos-tempos de convivncia e intercmbio de experincias e novas idias, caracterizando um territrio identitrio, que o cineclubismo contemporneo, e que, a despeito dos interesses e elementos de identificao de seus sujeitos, desfronteirado. Pois assim, mostra-se aberto a contribuies e atravessamentos diversos que de alguma forma envolvem a cultura visual em sua complexa presena na atualidade

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Atravs de narrativas sobre as prticas cotidianas de quatro professoras (trs brasileiras e uma francesa), acompanhadas de narrativas desenvolvidas entorno de um conjunto de imagens de alunos, esta pesquisa busca pensar como professores e alunos produzem os currculos nos seus cotidianos escolares. Atravs dos diferentes usos dos materiais disponveis, dos questionamentos, das histrias de vida e das inmeras experincias que constituem as subjetividades, os praticantes das escolas tecem, em redes, os seus conhecimentos e suas significaes para a vida. Problematizando esta temtica, com a professora de artes, Cristiane Costa, busco desenvolver uma discusso metodolgica sobre os estudos dos cotidianos, me propondo compreender algumas possibilidades das tticas cotidianas de aprenderensinar. Com uma professora de matemtica, Luciana Getirana, acompanhada da narrativa de uma aluna, Maria Nunes, analiso as relaes entre conhecimentos cientficos e conhecimentos cotidianos. Em seguida, com a professora de lngua portuguesa, Cristiane Souza, discuto as demandas de professores por uma frmula, uma receita de bolo, que contenha algumas solues para os problemas da educao. Com a professora de histria e geografia, Laure Cambos, busco pensar o professor no atravessamento de fronteiras entre culturas e conhecimentos. Neste sentido, elegi duas prticas de mediao cultural presentes no cotidiano desta professora: a primeira o uso de imagens como prtica de aprenderensinar, e a segunda consiste nas atividades de sadas da escola (aulas caminhadas). Por ltimo, reno fotografias de alunos para desenvolver duas temticas que entrelaam os captulos anteriores: o dentrofora das escolas e as experimentaes do mundo. A partir de narrativas sobre estas imagens, procuro pensar os cotidianos dos alunos nas prticas de aprenderensinar. Compreender estes currculos em redes possibilita problematizar as noes que no reconhecem a fragilidade das fronteiras, por perceberem os cotidianos atravs de relaes dicotmicas. Estas fronteiras so habitadas pelos professores, produtores de possibilidades de mediaes entre diferentes culturas e conhecimentos. Como prticas de atravessamento de fronteiras, as prticas de aprenderensinar buscam alternativas para a dicotomia que separa o dentro e o fora da escola, os conhecimentos cotidianos e os conhecimentos cientficos, bem como os currculos prescritos e os currculos vividos. A pesquisa tem apoio terico em autores como Nilda Alves, Michel de Certeau, Henri Lefebvre, Boaventura Santos, Nstor Canclini entre outros.

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Aprovada em janeiro de 2003, a A Lei 10.639 tornou obrigatrio o ensino da Histria e cultura da frica em todos os estabelecimentos de ensino, pblicos e privados, no Brasil. O MEC sugere que a Lei seja trabalhada atravs de projetos. Supe-se que, desta forma, a escola pode se situar numa perspectiva de compromisso e de implicao das suas prticas de mudana individuais e/ou coletivas. Temos a convico de que esta lei no surgiu ao acaso tampouco por benevolncia poltica de nenhum governante ou partido poltico. Ela se apresenta como resultado das reivindicaes dos movimentos negros brasileiros, que sempre tiveram como bandeira, a defesa pelos direitos educao como um dos meios fundamentais para a conquista de uma sociedade onde a igualdade e a justia para a maioria seja realizada. No se trata de uma legislao qualquer, mas especificamente de uma que aborda temtica altamente controversa, qual seja, a questo das relaes tnicoraciais no Brasil. Se no conjunto mais amplo da sociedade tal questo polmica, no campo da educao ela vem particularmente estimulando enormes empenhos para desconstruir concepes apreendidas durante anos de formao dos professores e professoras, formados e formadas numa sociedade com srias desigualdades sociais e impregnada pelo racismo estrutural. O objetivo dessa dissertao foi acompanhar um projeto que, desde 2008, busca a implementao da lei. Trata-se do Projeto Malungo, realizado na e pela Escola Tcnica Estadual Oscar Tenrio. Ao nos aproximarmos desse projeto buscaremos refletir sobre algumas questes: quais as dificuldades encontradas por professores e professoras para a implementao dessa proposta? Ela tem auxiliado naquilo que anteriormente mencionamos como desconstruo de uma formao tecida em alicerces de uma sociedade desigual e racista? Iniciativas assim facilitam a implementao da Lei 10639?

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Este texto resultado de encontros. Encontros de sala de aula, encontros de Histria, encontros de debate, encontros de vidas. Estes encontros produziram novos fios que foram tecendo-se juntos e unindo-se a uma rede que associava questes acerca do cotidiano escolar, do ensino de Histria, da formao do professor, da escola noturna e da pesquisa em sala de aula. Desejava-se compreender se a escola um espaotempo de pesquisa e se os estudantes so estudantes-pesquisadores e os docentes, professores-pesquisadores. Ao final da pesquisa realizada em uma escola noturna da rede estadual do Rio de Janeiro, pudemos compartilhar experincias vividas no cotidiano de seus praticantes e discutir se a escola proporciona aes de pesquisa entre os estudantes e se a mesma busca desenvolver atividades que partam dos interesses do grupo discente. A escola um lugar de pesquisa e ns somos estudantes-pesquisadores e professores-pesquisadores mesmo que, muitas vezes, a escola, da forma como est organizada e sofrendo presses internas e externas diversas, como, por exemplo, a falha formao de professores e as polticas pblicas de ensino, negligencie os interesses dos estudantes e que os mesmos no consigam reconhecer-se enquanto condutores de seu processo de aprendizagem, estudantes e professores pesquisadores. a experincia da pesquisa, de atividades que estimulem o estudante a fazer escolhas, buscar informaes, analis-las, critic-las, organizar o seu pensamento, apropriar-se dos conhecimentos reunidos e colocar-se diante da sociedade, modificando-se, que formar os cidados crticos que a escola e o ensino de Histria devem auxiliar a form

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O presente estudo aborda historicamente a formao elementar, profissional e militar dos aprendizes-marinheiros e aprendizes-artfices entre 1870 e 1910 na Marinha Militar do Brasil. Para compreender as experincias compartilhadas que os meninos e os jovens desenvolveram com os marinheiros nacionais e estrangeiros, com o oficialato e com os trabalhadores da cidade utilizamos o referencial terico do historiador E.P. Thompson. A pesquisa sobre as Escolas de Aprendizes-Marinheiros e sua caracterizao como uma instituio total e a anlise de seus dispositivos disciplinares foi realizada com o aparato conceitual de Michel Foucault. As fontes histricas analisadas foram os Relatrios Ministeriais do Ministrio da Marinha do perodo, os livros de ofcios do Arsenal de Marinha da Corte, o acervo da Revista Martima Brasileira e documentos do Fundo/Coleo denominado Grupo de Identificao de Fundos Internos GIFI sob a guarda do Arquivo Nacional. Um dos objetivos foi compreender os fenmenos que envolveram essa instituio militar dentro das polticas de Estado no perodo localizado entre o fim da Guerra do Paraguai e a Revolta dos Marinheiros de 1910, e quais as mudanas qualitativas, contradies e conflitos na organizao interna do trabalho concorreram para a produo de um modelo formativo dos futuros homens do mar. Buscamos compreender os mecanismos internos de recrutamento e controle dos sujeitos sociais dessa instituio permanente do Estado. A abordagem sobre o que seriam as experincias formativas dos aprendizes partiu da ideia de que a educao dos indivduos acontecia em mltiplas dimenses da vida e no somente atravs de aulas ou programas de estudos oficiais, de compndios ou de regras disciplinares repercutidas reiteradas vezes. Questes como o uso do tempo, o campo dos direitos como arena de conflitos, o dualismo no sistema educativo, a alimentao, o descanso, o alcoolismo, as deseres, as acomodaes e as revoltas, compuseram a anlise da formao dos meninos e jovens da Marinha. Verificamos como os embates em torno da temtica da profissionalizao e carreira, que passavam pelas discusses que envolviam aspectos como o mrito pessoal, a antiguidade e o bom comportamento interferiram na produo de uma conscincia de direitos. Tudo isso fez parte das experincias formativas de meninos e rapazes daquela instituio chamada pelos oficiais de principal viveiro de homens do mar. Por fim, para entendermos aqueles chamados pelo referencial thompsoniano como os de baixo percorremos a dureza da hierarquia e disciplina militares e as concepes de mundo desenvolvidas a partir das classificaes e apartaes dos indivduos pela raa, pela origem social, pela constituio fsica e pelo analfabetismo.

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Desde os gregos antigos, sobretudo, desde Aristóteles, as assim chamadas cincias teorticas, das quais se destaca a filosofia, tm sido caracterizadas como experincias de pura contemplao da essncia ltima das coisas nelas investigadas. Por se tratar de uma experincia pura, nela no interviria nenhuma outra atitude diferente da prpria atitude teortica; mais especificamente, a atitude teortica no apresentaria qualquer sinal de atitude prtica, ou seja, qualquer sinal de interesse pela possvel utilidade da coisa conhecida nem mesmo qualquer sinal de inteno para agir. Haja vista tal panorama geral, a presente tese almeja mostrar como a atitude terica forma, na verdade, uma unidade com a atitude prtica; como ela, a teoria, precisa ser, sobretudo, uma ao genuinamente prtica. Para tanto, a tese parte de uma interpretao crtica do projeto filosfico de Gadamer que reivindica para a hermenutica o ttulo de filosofia prtica, que, no fundo, se trata de uma tentativa de reunir teoria e prtica em uma s experincia. S ento, a tese procura mostrar como quem faz a experincia terica, j que precisa pensar na linguagem, se encontra em um mbito essencialmente plural, onde, portanto, h muitos outros dos quais, inclusive, ele at mesmo depende para concretizar a possibilidade de falar. Assim, a tese estabelece as condies para revelar a necessidade de quem faz a experincia teortica de se engajar em um amplo jogo histrico, que o compele a agir no s eticamente em relao aos outros como tambm politicamente em conjunto com eles.

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Esta tese analisa as moralidades vicentinas a partir dos preceitos retricos presentes na Arte Retrica de Aristteles e na retrica latina a fim de observar possveis pontos de identificao das moralidades com os sermes medievais. Para tanto, investiga como a retrica influenciou os diversos tratados de prdica que orientaram a produo de sermes no perodo. O conhecimento das tcnicas retricas, seja em sua formulao antiga, ou em suas atualizaes, mostra-se um importante meio de interpretao no s das estratgias persuasivas das moralidades, como tambm na compreenso do sentido mais profundo do texto. O corpus vicentino de interesse para esta investigao foi delimitado e organizado a partir da distino dos discursos epidticos, deliberativo e judicirio no que concerne identificao dos valores e argumentos predominantes nos autos analisados, quais sejam: a exaltao das virtudes e da Virgem nos autos da F e da Mofina Mendes e as vantagens dos discursos que visam deliberao nos autos da Alma e da Feira, alm da construo argumentativa no dilogo das personagens que acusam/defendem nos autos da Barca do Inferno e Purgatrio

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Ao aplicar o mtodo genealgico a teorias que apresentam subsdios reflexo sobre a democratizao, infere-se a constituio de duas matrizes de pensamento, a demofbica e a demoflica. A concepo da demofobia deriva da ideia spinozista de que o pensamento poltico moderno se constitui em torno do medo das massas e das multides. Os termos dessa demofobia manifestam-se no pensamento de tericos liberais como Constant, Tocqueville, Stuart Mill, Spencer, Schumpeter, Pareto, entre outros; mas tambm se insinua no de tericos socialistas, como Marx, Engels e Lnin. A compreenso de que a demofobia resulta em obstculo epistemolgico ao conhecimento da dinmica das massas na poltica leva a buscar nova base terica. Para isso, esta tese explora as distines entre a noo de multido, em Spinoza, e o conceito de povo, em Hobbes. A concepo de demofilia baseia-se fortemente nas premissas spinozistas, como a ideia de que a potncia da multido excede o ordenamento jurdico-poltico, sendo composta por elementos extrados das ticas de Spinoza, Aristteles e Ccero, nas quais a philia ou amizade revela-se como fundamento da comunidade poltica. A partir da anlise desses elementos, formula-se a proposio demoflica que, maneira de imperativo categrico, sentencia agir como se a demofilia fosse o mundo a realizar na esfera tico-poltica. Entendendo a demofilia como um ideal a partir do qual se julga a poltica, estabelece-se como mbito terico para derivao de princpios demoflicos o pensamento utpico, do qual participam tambm, mas no exclusivamente, teorias identificadas como anarquistas, comunistas e socialistas, estudadas nas figuras de Bakunin, Thoreau, Winstanley e Fourier.

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Neste trabalho, pretende-se identificar o funcionamento do adjetivo qualificador como elemento capaz de estabelecer e modificar comportamento (s). Nossa hiptese inicial a de que Nelson Rodrigues (2007) explora a capacidade que apresenta a subclasse qualificador para estabelecer o dilogo com o interlocutor. Constataremos, a partir da anlise de sintagmas nominais compostos, em sua maioria, por substantivo abstratoadjetivo, que o adjetivo no s desfaz a abstrao presente no substantivo, como tambm influencia no encaminhamento da proposta a ser compartilhada entre os sujeitos do discurso. Observaremos a relevncia do nome para o projeto de argumentao, visto que Nelson Rodrigues estrutura enunciados em que a alternncia entre substantivos e adjetivos do mesmo campo lexical recorrente. Analisaremos a seleo dos adjetivos como recurso utilizado pelo comunicador com vistas mudana comportamental do interlocutor. Percorreremos a teoria da argumentao a partir de Aristteles no que se refere preocupao com a elaborao da forma para construir significado. Constataremos, com base na anlise dos sintagmas organizados por Rodrigues, que a seleo lexical, a inverso de estruturas, o rompimento com a norma, todo recurso vlido para a concretizao do projeto de fala do escritor

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Esta tese de doutorado parte da perspectiva inicial de que a gramaticalizao se restringe a tratado sobre itens lexicais ou discursivos que se tornam itens gramaticais (o que a enquadraria dentro da Teoria da Variao, inserta esta dentro da Pesquisa Sociolingustica), mas segue em direo a um salto epistemolgico que remodele aquela perspectiva, ampliando-a a patamar do qual ela pode ser observada como teoria autnoma, investigativa de fenmenos limtrofes e nem sempre discretos entre linguagem e lngua, discurso e texto, descrio e prescrio, oralidade e escrita, lxico e gramtica. Desse modo, propugna-se pela viso epistemolgica do tema, conduzido, at aqui, de modo puramente ontolgico, circunscrito a um (e apenas um) dos muitos espectros que se podem alcanar com a aludida ampliao quele que vem sendo perquirido como tratado, porm que, segundo se pretende demonstrar, pode e deve ser expandido malha de uma teoria geral, qual seja a Teoria Geral da Gramaticalizao: trata-se, aqui, de seu objetivo geral. Para esse propsito, vale-se a tese de filsofos da linguagem que atuaram sobre essa faculdade ou capacidade humana de forma direta ou indireta desde os seus primrdios ocidentais (como Scrates, Plato e Aristteles), passando pelos pensadores mais incisivamente preocupados com os aspectos cognitivos e interativos da linguagem e da lngua (como Hegel, Husserl, Saussure, Sapir, Bloomfield, Wittgenstein, Derrida, Chomsky, Labov, Charaudeau, Maingueneau, Ducrot, Coseriu), alm de ser necessria a incurso Gramaticografia mais estrita (como a empreendida por Dionsio da Trcia, Varro, Arnault e Lancelot, Nebrija, Jernimo Soares Barbosa, Eduardo Carlos Pereira, Said Ali, Bechara), e, naturalmente, a contribuio filosfica dos pesquisadores sobre a gramaticalizao (como Meillet, Vendrys, Bral, Kurilowicz, Traugott, Heine, Hopper, Lehmann). Uma vez que se tenha mostrado ser verossmil aceitar-se a gramaticalizao como teoria autnoma, esta tese pretende legar-lhe o papel instrumental de metodologia auxiliar a muitas entre as que ora se empreendem quando se trata de pesquisas em campos cuja ocupao a linguagem e a lngua: trata-se, aqui, de seu objetivo especfico. Para essa duplicidade de metas ou objetivos, ser necessrio compreender conceitos, categorias e prottipos oriundos da Filosofia da Cincia (Epistemologia), do contraste entre cincias da linguagem e outros ramos do saber, da imerso em Gramaticologia e Gramaticografia (e, em alguns aspectos, em Gramatizao e Gramatologia) referentes Lngua Portuguesa, da defesa, enfim, de que o ensino da Gramtica Formal (ou Normativa) do idioma privilegia a acepo reflexiva e ativa (plena) dos usos ou atos a que a linguagem s pode chegar por meio do domnio da lngua em toda a sua tessitura epistemolgica, que gera comunicao e expressividade, raciocnio e emotividade, indo da concretude do discurso ou da oralidade abstrao da entidade pouco ou nada material, que, por sua vez, mais nitidamente representada pela escrita, seu estgio por assim dizer de forma ainda mais pura, conquanto no excludente da substancialidade com que dialoga de modo incessante no seu constante e dialtico passado-futuro ou diversidade-homogeneidade (tese e anttese) de onde emerge o seu presente ou a sua unidade (sntese)