127 resultados para Histórias em quadrinhos Japão
Resumo:
O objetivo deste estudo analisar como a prtica da produo literria interfere, positivamente, na trajetria de indivduos que se encontram em situao de vulnerabilidade social. A investigao deu-se no Centro Cultural Cartola, situado na comunidade da Mangueira na cidade do Rio de Janeiro, espao que favorece a experincia individual e social de crianas e jovens por meio de ferramentas pedaggico-culturais: dana, orquestra de violinos, msica, capoeira, jud, bal, oficinas literrias de leituras e de composies de texto, que possibilitam a criao de valores culturais da comunidade e dos indivduos pelo processo de identificao. A oficina Produo Literria: Tecer o Imaginrio teve incio em maio de 2011, com propostas de estmulo criao e leitura de textos ficcionais, possibilitando que a narrativa como um vetor de (re)construo do sujeito e do coletivo, sob o ponto de vista tico e esttico. A fase investigativa constou de oficinas de literatura apresentadas de duas formas: Leitura e escrita em grupos pequenos - ou individuais. O trabalho de campo da nossa pesquisa qualitativo-participativa requereu que fizssemos um recorte espacial de nossa experincia, para que partir dai pudssemos inserir o recorte terico que fosse factvel ao nosso objeto de investigao. Importava a dinmica da ao dos atores sociais. A pesquisa, estruturada sobre a ao, revelou-se detentora de inmeras possibilidades onde o imaginrio se apresenta. A interao por meio de falas que estimulam a imaginao e a reflexo exerce influncia no grupo e no indivduo na construo de si e de seu mundo. Como o objetivo da pesquisa no se adequava somente prtica oral, de contar e ouvir estrias, mas de estimular os atores inventar e escrev-las percebemos que este modo prevaleceu. Por exigncia de que a criana dominasse de alguma forma essa modalidade, sobretudo porque o ato de escrever validava as histórias inventadas por elas e as dispostas por outras pessoas nos livros. Visto que oralidade pode dispersar a entrada da criana em seu mundo imaginrio, tendo importncia maior para crianas muito pequenas que no entraram ainda no mundo da linguagem. A maneira que conduzamos a pesquisa era sempre no sentido de estimular o imaginrio, capturando-o, e a partir disso inseri-lo no mundo da linguagem, da simbolizao. Para Minayo (1992), O mtodo o prprio processo do desenvolvimento das coisas.... Nesse sentido, surgia, daquela prtica, um texto/sujeito, cujas palavras eram um tronco donde se espalhavam uma infinidade de ideias criativas. O resultado da investigao constatou que a criao ficcional, estimula e desenvolve o imaginrio e as representaes simblicas empobrecidas. Evidenciando o quanto gratificante e prazeroso para crianas e jovens suas participaes em atividade que fazem do campo educativo e teraputico um campo de aventura. Observar o efeito reparador da literatura no individuo, e de consolo nos momentos de lutos e de crises de toda ordem foi evidente em situao fronteiria, pelo uso do mundo interno dessa potente ferramenta psicopedagogica como fortalecimento psicoemocional
Resumo:
Segundo a ABGLT, a maior parte das pessoas trans evade das escolas. A taxa est em torno de 73%. Alm disso, estima-se que 90% desta populao, devido ao preconceito e a discriminao, recorrem prostituio como modo de vida. Umas das explicaes para esse fato que a escola no est preparada ou no sabe lidar com essa diferena, sugerindo o respeito e a tolerncia como medidas necessrias e suficientes para evitar a evaso. Entretanto, as propostas de acolhimento a essas pessoas deixam intactos os modos naturalizados de conceber gnero e sexualidade e no problematizam os processos de normalizao do feminino e do masculino nos corpos, deles decorrentes. Sendo assim, esta dissertao pretende, por meio de conversas com pessoas trans sobre suas vivncias escolares, pensar e desnaturalizar a produo dos corpos generificados e sexualizados, questionar a produo de uma ideia de diferena encarnada no diferente e apontar alguns dos modos pelos quais as escolas fabricam esses corpos e operacionalizam discursos sobre a diferena, contribuindo, assim, para a ampliao dos estudos sobre a experincia trans nos cotidianos escolares. Ao contrrio do que sugere uma estrutura de trabalho acadmico considerada tradicional, esta dissertao no contm um captulo especfico sobre os dados produzidos com a pesquisa, ou seja, as narrativas de mulheres trans com as quais conversei. Estas so trazidas ao longo de todo o texto, no para serem interpretadas em funo do que ocultam nas entrelinhas ou para serem analisadas com a finalidade de buscar a verdade e esclarecer o erro, o falso, a iluso ou no sabido. Elas operam na escrita do texto a partir do que nos do a pensar, potencializando o pensamento que vai sendo construdo. Nessa perspectiva, apresento um panorama dos estudos sobre gnero, discuto a fabricao de corpos sexuados e as questes que envolvem as vivncias trans, problematizo discursos sobre o sexo, trago as contribuies da teoria queer, como as formulaes de J. Butler sobre a performatividade e as pardias de gnero, realizo um questionamento sobre a generificao dos corpos nas prticas educativas cotidianas e aponto alguns modos de resistncia e de produo do desejo que emergem nesses contextos de normalizao, discriminao e excluso. Esta dissertao buscou transpensar, pensar atravs, um pensar outro, com relao aos gneros, os corpos e as prticas educativas cotidianas, apontando que as pessoas trans, mesmo s margens dos discursos socialmente legitimados e tambm produzidos pela escola, produzem/produziram suas histórias e modos de vida outros, conformados ou no com os padres dominantes, como tambm nos convidam a transpor as fronteiras arbitrariamente criadas e a transgredir as normas que despotencializam a produo de subjetividades e dos corpos desejantes.
Resumo:
A pesquisa teve como objetivo conhecer o processo de formao de um sujeito comum: Jos Luiz da Silva, ararunense (PB), nascido em 1929, oriundo de famlia de classe popular. Para isso, combinou duas fontes possveis em estudos envolvendo os protagonistas annimos da Histria: seus relatos orais de vida construdos em situao de entrevista e suas escritas ordinrias, buscando identificar marcas de escolarizao nesses materiais e suas possveis ausncias , produzidas pelos modelos praticados em contextos escolares, assim como dificuldades enfrentadas por quem foi privado do direito educao escolar, e que aprendeu a ler e a escrever em outros espaos. Por meio desses fundamentos indispensveis para o desenvolvimento de aprendizagens, aventurou-se construo de conhecimentos de forma pessoal, sobretudo, pela leitura. O estudo (auto)biogrfico revelou parte das interdies sofridas, em um Estado republicano, destacando perodos cruciais que atravessaram a trajetria do colaborador, percebidos a contrapelo. As narrativas construdas durante os encontros dialgicos permitiram entrar em contato com memrias e subjetividades inerentes ao processo identitrio do sujeito, bem como aproximar-me da complexidade que envolveu seu processo de construo de conhecimento nas prticas sociais, medida que durante as construes narrativas apoderou-se de seus territrios de passagem. A proposta indiciria contribuiu na percepo e apreenso de detalhes reveladores do processo de formao do sujeito e dos usos que fez de tticas, na condio de subalternidade imposta pelos modelos hegemnicos. A pesquisa favoreceu-se, apesar da falta de objetos-monumentos das passagens escolares, do transbordamento da memria de um cidado octogenrio. As experincias (re)construdas pelo Sr. Jos Luiz revelaram aspectos que se assemelham a histórias de vida de outros sujeitos adultos: no momento em que o direito educao na infncia lhes negado, (re)inventam outras formas de aprender e de participar da sociedade da cultura escrita
Resumo:
A presente dissertao procura examinar o fenmeno do subgnero steampunk na literatura de fico cientfica contempornea, rastreando suas origens e analisando suas definies. O steampunk, em sua forma mais comum, trabalha com projees contrafactuais do passado vitoriano, criando ambientaes retrofuturistas para narrar suas histórias. A partir de indcios levantados por pesquisadores sobre a marcante influncia cinematogrfica sobre esta vertente, em especial das releituras feitas por Hollywood dos scientific romances britnicos e das voyages extraordinaires de Jlio Verne, procurou-se fazer uma espcie de arqueologia do subgnero a partir do projeto editorial original de Jlio Verne e seu editor Pierre-Jules Hetzel, projeto que, desde o seu incio, possua um carter interdisciplinar e intertextual e que vai permanecer influenciando a fico cientfica desde o seu estabelecimento como gnero literrio autnomo. Em seguida, tentou-se demonstrar a afinidade da arte cinematogrfica, desde seus primrdios, com esse projeto e abordar suas experincias de traduo visual deste universo como um desdobramento natural do corpo textual. Por ltimo, analisou-se os componentes do steampunk (viagens no tempo, histria contrafactual, mundos paralelos, ucronias ficcionais) e contextualizamos a vertente brasileira do subgnero no advento do novo romance histrico e no aumento da demanda por livros de divulgao histrica em virtude da efemride dos 500 anos do Descobrimento do Brasil.
Resumo:
Hovenia dulcis Thunberg, natural da sia Oriental, cultivada no Brasil onde conhecida como uva-do-japão. A espcie possui vrias indicaes na medicina popular e alguns estudos apontam o seu potencial antineoplsico, tripanocida e hepatoprotetor. Metablitos secundrios so substncias no essenciais para a sobrevivncia celular, mas que fornecem vantagens adaptativas aos vegetais, sendo atribudo, para algumas delas, atividades biolgicas importantes. Substncias de interesse medicinal tm sido obtidas por tcnicas da cultura de tecidos vegetais, como a calognese e a cultura de clulas em suspenso, que permitem a sntese de matria-prima de forma contnua e homognea, independentemente de fatores ambientais e sazonais. O presente estudo objetivou o estabelecimento de culturas in vitro de H. dulcis, visando produo de metablitos de interesse, com vistas avaliao do seu potencial antineoplsico sobre clulas K562. Foram testados protocolos para o estabelecimento de diferentes sistemas, como culturas de calos, de clulas em suspenso (CCS) e compact callus clusters (CCC) e ainda a avaliao do uso de elicitores na otimizao de metablitos produzidos in vitro. Foi verificado que a adio dos fitorreguladores KIN e TDZ, substituindo o BAP, no foi capaz de induzir a formao de calos friveis, bem como a manuteno das culturas em ausncia de luz. O uso do nitrato de prata promoveu a friabilidade de calos em todas as concentraes testadas, considerando-se 2,0 mg.L-1 a melhor concentrao. Foram alcanadas taxas de 100% de formao de CCS tanto na presena, quanto em ausncia de AgNO3. O maior acmulo de biomassa foi verificado na concentrao mais baixa de PIC (0,625 mg.L-1). A anlise dos espectros de RMN indicou a presena de (+)-dihidromiricetina, (+)-galocatequina, hovenitina II, hovenosideo G, hodulosideo III, hodulosideo IV, hodulosideo I e hovenidulciosideo B1 nas culturas de calos friveis. No estabelecimento de culturas CCC, observou-se a formao de calos compactos verdes em todas as concentraes de ANA testadas. O aumento da velocidade de rotao para 135 rpm aumentou a disperso das clulas com consequente formao dos agregados celulares desejados. A seleo de linhagens celulares demonstrou ser um mtodo eficiente na uniformizao do tamanho desses agregados e tal uniformidade se manteve estvel por mais de cinco subcultivos em 100% das culturas. Uma frao rica em saponinas foi obtida a partir dos agregados celulares, correspondendo a 1,46% da massa seca. A anlise por RMN sugeriu a presena das saponinas Hovenosideo G e dos hovenidulciosideos A2 e B2. O uso de elicitores em cultura de calos mostrou-se adequado produo de metablitos secundrios, sem alteraes morfolgicas nos mesmos. A elicitao alterou o perfil cromatogrfico analisado por HPLC. Na elicitao com 5,0 mg.L-1 de extrato de levedura foi verificado um aumento de quase trs vezes (12,280 3,396 equivalentes de quercetina/mg de extrato) na sntese de flavonoides. Finalmente, os estudos de ao antitumoral in vitro demonstraram citotoxicidade dos extratos de calos no elicitados de H. dulcis sobre linhagem de leucemia mieloide crnica (IC50 de 74,05 μg.mL-1.) e inibio do crescimento de tais clulas (K562), sugerindo o potencial antineoplsico para um produto biotecnolgio (calo) desta espcie.
Resumo:
Ondulaes a confluncia de percepes experimentadas em constante intercmbio com a paisagem, a cidade, as pessoas, as msicas, as poesias e personagens literrios. Atravs de aes cotidianas vividas em andanas e caminhadas foram colhidas imagens em filmes digitais, sonoridades, discursos, textos, relatos orais, histórias e msicas. A reunio dessas recolhas constitui um livro-tese de artista confeccionado manualmente em progressivo e constante adensamento. Entre as colheitas empreendidas foram coletadas verses em diversos idiomas da letra da msica O sonho no acabou de Luiz Carlos da Vila, que possui o sentido de imantao e perpetuao da memria coletiva em permanente atualizao. Tais verses junto a outras sonoridades foram aderidas a filmes digitais captados nas andanas durante a pesquisa e a frases escritas-desenhadas sobre imagens de guas retiradas do livro mais cotidiano que o cotidiano de Alberto Pucheu. Ondulaes rastro e livro e arte experimentar a paisagem sujeita a atravessamentos de melodias, palavras e indcios conectivos para a configurao de uma cartografia sensvel e potica na qual o encontro com o outro e com as vivncias se afirmam em estado movente
Resumo:
A pesquisa de doutorado que apresento teve como objeto de estudo cartas escritas por diferentes sujeitos, enviando ideias para a Constituio brasileira promulgada em outubro de 1988. As cartas selecionadas so todas documentos manuscritos por diferentes sujeitos, componentes de um largo acervo documental, que apresenta indcios de que seus autores no concluram o ensino fundamental, do tempo e do espao em que foram escritas, hoje parte do fundo patrimonial do Museu da Repblica. Esta pesquisa inseriu-se na temtica sobre pluralidade de conhecimentos/saberes que circulam socialmente, especialmente os traduzidos por expresses escritas de sujeitos jovens e adultos. Entendi essa produo como um processo de participao poltica, ou seja, minha hiptese central pode ser assim resumida: sujeitos, em seus processos de produo de cidadania, ao escreverem cartas elaborao da Constituio, em exerccio de participao poltica, se autoproduzem como cidados, pela escrita. Mais do que exerccio de cidadania, a abordagem e interpretao que fiz das escritas epistolares mostraram tambm que os sujeitos tinham conhecimentos que talvez ignorassem, e que independiam de conhecimentos formais para expressaram outros sentidos de cidadania, afirmando direitos tantas vezes negados. Esse reconhecimento levou-me certeza de que estava diante de prticas sociais em que a noo de justia cognitiva podia ser identificada, pelo fato de as pessoas, fora do espao do conhecimento formal, revelarem outros conhecimentos indispensveis ao exerccio da cidadania, demonstrando a condio de iguais a pessoas escolarizadas em espaos formais. Assim sendo, devo admitir que o conhecimento formal no condio para o exerccio da cidadania, e que a presena de outros conhecimentos para alm dos formais da cultura escrita, constitudos em redes, porque forjados na vida, no cotidiano em que os sujeitos vivem, e enredados em suas mais diferentes histórias que os constituem, e assim representados no modo como escreviam, permitiu reconhecer politicamente esses sujeitos de direito, fora do espao da chamada educao formal. Esse reconhecimento levou-me certeza (sempre provisria) de uma prtica social em que a justia cognitiva podia ser identificada, pelo fato de as pessoas, fora do espao do conhecimento formal, revelarem outros conhecimentos indispensveis ao exerccio da cidadania, porque se reconheciam em patamar de igualdade com pessoas escolarizadas.