219 resultados para Sujeito (Filosofia) na literatura Séc. XVII


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O bi-dimensionalismo epistmico a tese de que os estados mentais de um indivduo tem uma dupla diviso, tendo, ento, um contedo amplo e um contedo estreito. Um contedo amplo aquele cuja determinao depende em parte de propriedades extrnsecas ao sujeito: ou seja, aquele que possui relao com o mundo externo ao sujeito, seja fsico ou social. J o contedo estreito o contedo plenamente determinado por propriedades intrsecas ao sujeito, sem precisar recorrer a nada externo. Este contedo estreito ser, de acordo com o bi-dimensionalismo de Jackson e de Chalmers, o contedo representativo de um estado mental, dado atravs de descries sobre aquilo que o sujeito sabe e acredita sobre o mundo ao seu redor. O objetivo desta dissertao ao tratar sobre esta forma de bi-dimensionalismo o de apresent-lo como uma possvel resposta para dois problemas gerados pela afirmao externalista de que nomes prprios e termos de tipos naturais so designadores rgidos e pela afirmao de que todo contedo de um estado mental amplo. Estes dois problemas so a incompatibilidade do contedo amplo com o acesso privilegiado e a sua incompatibilidade com o papel explicatrio que estados mentais intencionais parecem ter em relao aos comportamentos de um indivduo, pois, se os indivduos no possuem um acesso privilegiado aos contedos dos seus estados mentais, tal contedo amplo no poder ser visto como sendo um causalmente relevante para os seus comportamentos. Contudo, os argumentos apresentados pelo externalismo semntico parecem ainda convincentes demais para considerar tais consequncias como sendo um bom motivo para se abandonar a tese externalista. Alm disso, vrios exemplos do funcionamento da linguagem (como os casos do uso de nomes prprios e termos de espcies naturais) parecem indicar que o externalismo semntico correto. Assim, neste trabalho, analisarei a teoria bi-dimensional luz das afirmaes externalistas sobre o significado e sobre a individuao dos contedos dos estados mentais, ou seja, como podendo ser uma teoria que, alm de ser uma capaz de fornecer uma resposta vivel para estes dois problemas, tambm compatvel com o contedo amplo da forma como afirmado pelo externalismo.

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A presente tese investiga as poticas do trgico nas obras teatrais de Eurpides (Grcia, c. 484 406 a.C.), Johann Wolfgang von Goethe (Alemanha, 1749 1832) e Federico Garca Lorca (Espanha, 1898 1936) e defende que, nos trs autores, as concepes estticas do trgico se constituem principalmente sobre a representao potica do filicdio materno. A antinomia trgica engendrada, metaforicamente, no assassinato da criana pelas mos daquela que lhe deu a vida tema de Medeia (431 a.C.), Tragdia de Margarida (1790) e Yerma (1934), obras fundamentais para compreender a visada trgica dos trs poetas aqui, em respectivo, estudados. O conflito com o sagrado e com a razo, ao apontar para a afirmao trgica do corpo e do feminino, frequenta as trs obras. O paralelismo entre as dimenses poltica e esttica , por conseguinte, patente nos trs dramas, ao mesmo tempo em que cada um dos autores, com contexto e assinatura prprios, configura uma ideia esttica acerca do trgico inteiramente singular. O dilogo entre literatura e filosofia, ou entre intuio e conceito, atravessa, nesta tese, a leitura do trgico na metfora do filicdio. Sob tal perspectiva, a Medeia de Eurpides impe-se no centro do debate entre socrticos e sofistas, e aborda temas, como o domnio das paixes sobre a razo, que tambm aliciaram autores como Plato, Aristteles e Nietzsche. A Gretchentragdie, de Goethe, apresenta-se, por sua vez, como obra potica aonde convergem as mais calorosas discusses estticas do moderno pensamento alemo, como as questes do sublime (Kant, Schiller) e da vontade (Schopenhauer). Yerma, de Garca Lorca, ser tambm uma obra de convergncia filosfica, expressando a nueva manera espiritualista que marca a ltima fase da produo lorquiana: a perspectiva trgica de Nietzsche, na afirmao do corpo como grande razo, assim como o dilogo de Lorca com o pensamento de Miguel de Unamuno sobre El sentimiento trgico de la vida, caracteriza uma espcie de tragdia s avessas, que nega o sagrado e afirma o trgico como sntese libertria do eu, do corpo e do feminino

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Maria Amlia Vaz de Carvalho (18471921), escritora portuguesa dos fins do século XIX e incio do XX, atravessou o oceano para falar s suas leitoras de aqum do Atlntico. Suas ideias chegaram imprensa carioca e alcanaram as pginas de um dos jornais de maior influncia na corte brasileira que, em 1878, data em que a autora iniciou sua colaborao, j havia comemorado seu 50 aniversrio de fundao: o Jornal do Commercio (do Rio de Janeiro). Este peridico, que possua predominncia masculina em seu corpo de articulistas, passou a contar com a colaborao da escritora, para que pudesse tratar de assuntos relacionados ao mundo feminino. Ao longo dessa contribuio, Maria Amlia Vaz de Carvalho no se restringiu aos assuntos relacionados ao universo considerado das mulheres, tambm expressou suas opinies sobre poltica, sociedade e literatura, em artigos e narrativas curtas. O propsito deste trabalho analisar a obra ficcional da autora presente no referido peridico, desvelando opinies que somente atravs da fico podemos observar. Tambm apontamos, para o objetivo de esclarecer as possveis controvrsias que envolvem sua obra, posio e opinies acerca da emancipao intelectual feminina no século XIX

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As escritas ntimas passaram por diversas mudanas no decorrer da histria das sociedades e tambm da literatura. Acompanhando as mudanas sofridas pelo sujeito e a forma como o mesmo se relaciona com o mundo, as escritas ntimas se integraram e se modificaram, associando-se, mais recentemente, s novas modalidades de comunicao e atuao das variadas mdias, que colaboram com o delinear da conjuno entre os elementos pblicos e os privados. Na literatura, essas alteraes foram percebidas e aproveitadas como forma de produo. A crnica aparece como foco de anlise deste trabalho, pois ganha destaque no cenrio atual por ser um formato capaz de atender ao dinamismo contemporneo e se estruturar associando a fala pessoal ao coletivo, integrando os espaos ntimos aos pblicos e construindo a relao de proximidade entre autor e leitor, comum na atualidade. Como visualizao dessas caractersticas, surge aqui a anlise de crnicas da autora contempornea Martha Medeiros

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A presente dissertao objetiva a comparao proposta no Preldio do romance Middlemarch por sua autora George Eliot entre a protagonista da obra, Dorothea Brooke, e a figura histrica Teresa dvila. A partir de tal estudo, busca-se compreender de que modo a situao especfica da mulher na Era Vitoriana articulada no romance de modo a espelhar a crise ontolgica e epistemolgica do prprio ser humano diante das transformaes consolidadas com o Iluminismo e as revolues liberais do século XVIII que culminariam na morte de Deus. Dorothea mostra-se uma crist to fervorosa quanto a Teresa quinhentista, mas faltam-lhe certezas e a resoluo para concretizar as reformas sociais que defende, pois ela encarna o mito de feminilidade oitocentista batizado de Anjo do Lar ideal de sujeio feminina ordem falocntrica cujas funes so a proteo e difuso da moralidade burguesa e a substituio de elementos cristos no universo do sagrado a uma sociedade cada vez mais materialista e insegura de valores absolutos. As aflies de Dorothea representam as aflies da mulher vitoriana, mas o momento crtico desta mulher reflete, em Middlemarch, uma crise muito maior do Ocidente, que teve incio com a Era da Razo

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Esta dissertao tem como objetivo apresentar uma articulao da psicanlise com a literatura. A pesquisa enfoca o entrelaamento do amor e da dor na poesia de Florbela Espanca e na psicanlise. A partir do referencial terico da psicanlise percorremos os textos de Freud e Lacan relacionando os conceitos de amor e dor vida e obra de Florbela. Mais especificamente, priorizamos a modalidade do amor paixo que a que comparece mais frequentemente em suas poesias. A questo da dor ser examinada como outra face do amor. Apresentamos tambm a ntima relao entre a escrita e a vida, destacando o ato de escrever e de viver como algo contnuo. Desta forma, buscamos mapear a vida ou as motivaes inconscientes da poetisa a partir de sua obra, flagrando nos versos insinuaes de um sujeito que demonstra uma inquietude de estar no mundo

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Esta dissertao busca refletir sobre as alteraes na organizao do trabalho na sociedade brasileira do final do século XX, determinadas por polticas de carter neoliberal, que demandaram alteraes tambm nas abordagens de resistncia da classe trabalhadora. Com este intuito, estudado o processo da assim chamada globalizao que trouxe elementos novos para o capitalismo da virada do século: financeirizao e liberalizao mundial da economia. So analisados os impactos causados no movimento sindical, atravs do resgate de sua histria e seus processos de construo de lideranas, especialmente diante das mudanas trazidas pela reestruturao produtiva na transio hbrida de um modelo essencialmente fordista para outro, flexvel, o toyotismo. O estudo foca o exemplo da categoria bancria, utilizando como referencial o Sindicato dos Bancrios do Rio de Janeiro. O objeto de estudo centrou-se nos desafios gerados pela conjuntura, notadamente na formao de uma gerao de sindicalistas capaz de fazer frente a um capitalismo oxigenado por tal processo de globalizao. A fim de entender os desafios da formao de sindicalistas na contemporaneidade, a abordagem emprica baseia-se em entrevistas com dez dirigentes da atual Diretoria Executiva da entidade mencionada, cujo primeiro mandato iniciou nos anos 1990. A orientao metodolgica tomou por base a consulta e anlise de dados documentais, provenientes majoritariamente do Sindicato dos Bancrios do Rio de Janeiro; da Contraf/CUT (Confederao Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro da Central nica dos Trabalhadores); do Dieese (Departamento Intersindical de Estatsticas e Estudos Scio Econmicos), alm de literatura especializada referente aos temas afins.

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O presente trabalho tem como propsito refletir sobre a questo da identidade do sujeito de Os cus de Judas, de Lobo Antunes, a partir do momento em que h um deslocamento espacial do narrador-personagem. Em tempos de guerra colonial, tal deslocamento para o continente africano faz com que o sujeito da narrativa se depare com o outro; isso reflete em sua existncia provocando uma crise de identidade a partir da qual ele passa a questionar sua nacionalidade, sua ptria. Ao contestar seu pas e suas razes, o personagem-narrador acaba por macular a identidade portuguesa sustentada tantos séculos por um imaginrio que j no mais existe.Obrigado a participar da guerra como combatente, o narrador-personagem observa que aqueles que esto do outro lado, os colonizados, tambm sofrem com o sistema de governo institudo por Salazar. O processo de alteridade rasurado e/ou quase desfeito medida que os laos entre colonizado e colonizador se tornam mais estreitos e se rasuram.Na obra Os cus de Judas, a experincia traumtica da guerra instiga o narrador-personagem ao autoexlio, pois o sujeito, ao retornar da guerra na frica, torna-se um refugiado dentro de si mesmo e de sua prpria nao, ensimesmado e expatriado. Tais consideraes colocam em cena os conceitos de identidade do sujeito e da nao revisitados pela memria

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A dissertao examina o critrio de evidncia cartesiano. O critrio de evidncia consiste na clareza e distino das idias. O objetivo mostrar que o critrio de evidncia comporta elementos objetivos de diferenciao entre as idias claras e distintas e as idias obscuras e confusas. Primeiramente, demonstra-se que h propriedades intrnsecas constitutivas da clareza e distino das idias. Depois, mostra-se que as idias claras e distintas tm contedos proposicionais, e, alm disso, estabelece-se que as idias claras e distintas comportam ndices fundadores indubitveis. Desta forma, perceber clara e distintamente identificar relaes lgicas entre a proposio e o seu ndice fundador indubitvel. Para cada ndice fundador identificado existem vrias implicaes proposicionais possveis. Um sujeito finito no pode garantir que apreendeu todas as implicaes proposicionais possveis; no entanto, isso no significa que o sujeito no capaz de ter uma percepo clara e distinta. Com efeito, pretende-se mostrar que para satisfazer o critrio de evidncia basta apreender a implicao essencial do ndice fundador. Conclui-se, assim, que o critrio de evidncia comporta elementos objetivos, os quais so fundados nas relaes lgicas que existem entre as proposies e seus ndices fundadores indubitveis.

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Como compreender a constituio do sujeito em uma obra que tantas vezes modificou seu trajeto, abordou campos problemticos bastante diversos, utilizou metodologias to distintas? Onde reside o ponto de inflexo que cria o sujeito em toda experincia? Estaria ele na linguagem, nos saberes e suas prticas discursivas? Ou seria melhor buscarmos o sujeito nas relaes de poder que o constituem? Haveria espao para prticas de liberdade em um exerccio ativo de subjetivao? Partindo dessas questes buscamos apresentar a obra de Foucault como um corpo coerente, apesar de suas diferentes modificaes de percurso. Ao buscarmos o sujeito em sua filosofia, o que obtemos um projeto filosfico baseado nas noes de experincia e de prtica, no qual o mundo pensado como produo, e onde qualquer sujeito e objeto no passam de modulaes: figuras gmeas que nascem como imagens efmeras em um caleidoscpio. A filosofia de Foucault, portanto, uma filosofia notadamente empirista, que busca o sujeito em um campo de imanncia, em um jogo de relaes que o constituiro como correlato subjetivo da experincia. Esta busca empirista o que se sobressai em sua obra, seja em suas anlises sobre os discursos e saberes, sobre a produo artstica em geral e literria em especial, sobre as relaes de poder, ou sobre a dimenso tica que aponta o exato lugar onde o sujeito convocado, pelas formas histricas da moral, a tomar parte na prpria produo de si.

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Considerando a extensa e intensa abordagem da temtica ertica na poesia de Manuel Bandeira, a pesquisa visou ampliao e ao aprofundamento do estudo desse aspecto de sua obra, com o intuito de complementar os estudos crticos que versam sobre o assunto. Nosso objetivo concentra-se na relevncia do conceito de alumbramento, termo empregado em diferentes ocasies pelo poeta. Essa palavra, que o autor emprega na sua autobiografia e em duas de suas composies, alude, simultaneamente, a uma espcie de revelao divina, capaz de proporcionar a inspirao para a criao do poema, e a uma iluminao resultante do estado de deslumbramento diante da viso da nudez feminina. Dessa forma, com base, sobretudo, nas ideias de Octavio Paz e Georges Bataille, bem como nos apontamentos especficos de Davi Arrigucci Jr. sobre o lirismo bandeiriano, buscamos comprovar, por meio da leitura analtica de poemas exemplares, a associao entre os xtases ertico, potico e mstico, como questo fundamental na obra do poeta pernambucano

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Esta dissertao busca estudar a inscrio do sujeito feminino desde o Portugal salazarista at o perodo ps-Revoluo de Abril. Buscarei investigar a identidade feminina e o espao, bem como a escrita como funo social e esttica, que aparecem articulados em Retrato dum amigo enquanto falo, de Eduarda Dionsio, uma vez que nessa narrativa h uma personagem escreve para algum (amigo) um discurso pessoal sobre o seu ser e seu tempo. Por esta anlise, observamos que Eduarda Dionsio faz de sua narrativa uma confisso particularizada, dando voz a uma personagem que vivenciou os perodos pr-revolucionrio, revolucionrio e ps-revolucionrio, e que, ao tentar esboar o retrato de seu amigo (namorado), acaba por retratar o seu pas e sua nova cartografia que se desenha aps a Revoluo de Abril

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Esta pesquisa tem como objetivos, (i) verificar a ao dos componentes da patronagem: status, econmico e ideolgico sob a traduo e publicao de obras da Literatura Infanto-Juvenil brasileira na hegemnica cultura norte-americana e, (ii) verificar se as estratgias de traduo dos itens de especificidade cultural de Do Outro Mundo de Ana Maria Machado esto em concordncia com as normas de traduo de LIJ que, de acordo com Zohar Shavit (2006), pressupem uma maior liberdade por parte do tradutor para que esse ajuste a trama, os personagens e a lngua a capacidade de leitura e ao conhecimento de mundo infantil. A relao entre esses objetivos verificada na afirmao de Gigeon Toury (1995a, p. 13) de que a posio ocupada pela traduo no sistema da cultura-alvo afeta diretamente as estratgias adotadas pelos tradutores e a composio dos textos traduzidos. Com base nos Estudos Descritivos da Traduo (TOURY, 1995b), o conceito de patronagem introduzido por Andr Lefevere (1992) associado s consideraes feitas por James English (2005) quanto importncia dos prmios na sociedade atual foram fundamentais para a compreenso da ao dos componentes da patronagem sob a literatura Infanto-juvenil. Outro importante conceito aos objetivos desta pesquisa foi o de item de especificidade cultural de Javier Franco Aixel (1996). Na anlise dos dados desta pesquisa utilizei a reformulao da classificao das estratgias de traduo dos itens de Carla Bentes (2005) nos IEC de Do Outro Mundo e respectiva traduo em ingls From Another World. Os procedimentos de anlise do corpus basearam-se no modelo de Lambert e van Gorp (1985) para a anlise da traduo literria. Utilizo desse modelo a anlise dos dados preliminares e a anlise microtextual por atenderem aos objetivos desta pesquisa. O estudo se encerra com consideraes a respeito da traduo de literatura Infanto-juvenil brasileira e as implicaes sob o pblico-alvo

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Este estudo parte de preocupaes filosficas, tericas e analticas para promover exerccios de leitura e de interpretao do poema A Mquina do Mundo (1951), de Carlos Drummond de Andrade. Estabelecendo pela via ensastica a noo de ontologia da propagao, busca localizar a necessidade da ontologia no fundamento pr-paradigmtico da cincia. Incorporando referncias da Fenomenologia e da Hermenutica, tenta assumir seus pressupostos e implicaes para a constituio do mtodo em Teoria da Literatura e para a definio dos campos bsicos para a analtica da existncia lgica, emprica e pragmtica: os campos que representam as instncias ontolgicas do real, do simblico e do imaginrio. Da assuno fenomenolgica e hermenutica, passa-se a consideraes sobre categorias pertencentes ao jargo literrio, escolhidas por sua relao com o artefato literrio em questo e correspondendo ao mbito das trs instncias ontolgicas: discute-se a Poesia como sendo um fenmeno constituinte, a Literatura como uma manifestao instituinte e o Poema como uma manifestao restituinte do signo literrio A Mquina do Mundo. Em seguida, considera afetaes e interferncias de algumas correntes sociolgicas, formalistas e antropolgicas, buscando participar do dilogo sobre a possibilidade de aceitao da prtica literria como uma prtica de valor cognitivo, e no apenas ideolgico e esttico. Em seu terceiro momento, o estudo busca aplicar os pressupostos ontolgicos e epistmicos para estabelecer o limite dos espaos comparativos tornados possveis ao poema A Mquina do Mundo e buscando o pano de fundo histrico e historiogrfico do século XX a partir de suas possibilidades de relao com a obra de Drummond e segundo a orientao dos vetores dados no poema: a consolidao do veio crepuscular na tpica cannica do Novecentos brasileiro; a implicao da postura ideolgica de Drummond na recepo crtica sua obra; e, por fim, a localizao posterior dos topoi cosmolgicos e existenciais. Em seu ltimo ensaio, refere-se questo cosmolgica e sua afetao sobre a postura existencial do Caminhante. Recuperam-se pontos de semelhana e de diferena entre as poticas encontradas em Os Lusadas, de Lus de Cames e em A Divina Comdia, de Dante Alighieri, para por fim remeter identificao de uma continuidade temtica entre o poema de Drummond e aquele que se costuma designar como pensamento originrio na tradio da Filosofia ocidental. A seguir, buscam-se referncias para alguns dos elementos formais do poema A Mquina do Mundo segundo sua origem no contexto da Literatura Ocidental. Consideram-se alguns traos caractersticos dos trs seres representados (A Mquina, o Mundo, o Caminhante) e, encerrando-se a tese, procede-se a um exerccio de leitura centrado especificamente no poema

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A presente dissertao de mestrado analisa a figura do canalha enquanto um tipo social inevitavelmente associado estrutura cultural brasileira e, como diz seu ttulo, no interior de um ciclo especfico da obra dramatrgica de Nelson Rodrigues: as ditas tragdias cariocas. De fato, ela divide-se em duas partes. Na primeira, pem-se em questo os mritos deste rtulo, tragdias cariocas, apontando, assim, para as implicaes ditadas menos por motivos exegticos do que editoriais de tal classificao. Tambm nesta primeira parte, figura a tese de que foi Nelson Rodrigues, a partir de A falecida (1953) sua primeira pea a receber esta classificao , um introdutor sui generis dos motivos do nacional-populismo no gnero dramtico do pas. Tal posio vai de encontro ao que afirma uma quase hegemnica corrente de opinio crtica que busca canonizar a verso de que o pioneirismo da tipificao social dos segmentos populares no drama nacional patrimnio da gerao politizada que capitaneada pelo Teatro de Arena quando do lanamento de Eles no usam black-tie, de Gianfrancesco Guarnieri, em 1958 viria a conferir um contedo programtico e eivado de implicaes ideolgicas a este teatro que priorizaria sobretudo a cor local da vida brasileira. A segunda parte enfoca propriamente o objeto que a dissertao se prope a analisar: o canalha. Nela, a trgica relao dialtica entre sujeito e objeto, segundo Georg Simmel, e a problemtica da divergncia, em Robert Merton, fornecem o suporte terico necessrio para o vis sociolgico aqui adotado. A abordagem mais detida sobre a tragdia carioca Otto Lara Resende ou Bonitinha, mas ordinria (1963), acaba por ganhar o estatuto de um autntico estudo de caso, por situar em primeiro plano questes referentes ao problema tico. Ainda na segunda parte, uma distino entre os projetos dramticos rodrigueano e o da gerao engajada que se distinguiu no Brasil a partir do final dos anos 1950, no que tange caracterizao de personagens que primam pela falta de escrpulos, faz-se necessria para a compreenso da concepo de cada qual a respeito da ndole do brasileiro mdio, no que isto tem de revelador quanto s perspectivas assumidas com relao a nossa identidade nacional