Desafios da formação de sindicalistas na contemporaneidade

Esta dissertação busca refletir sobre as alterações na organização do trabalho na sociedade brasileira do final do século XX, determinadas por políticas de caráter neoliberal, que demandaram alterações também nas abordagens de resistência da classe trabalhadora. Com este intuito, é estudado o processo da assim chamada globalização que trouxe elementos novos para o capitalismo da virada do século: financeirização e liberalização mundial da economia. São analisados os impactos causados no movimento sindical, através do resgate de sua história e seus processos de construção de lideranças, especialmente diante das mudanças trazidas pela reestruturação produtiva na transição híbrida de um modelo essencialmente fordista para outro, flexível, o toyotismo. O estudo foca o exemplo da categoria bancária, utilizando como referencial o Sindicato dos Bancários do Rio de Janeiro. O objeto de estudo centrou-se nos desafios gerados pela conjuntura, notadamente na formação de uma geração de sindicalistas capaz de fazer frente a um capitalismo oxigenado por tal processo de globalização. A fim de entender os desafios da formação de sindicalistas na contemporaneidade, a abordagem empírica baseia-se em entrevistas com dez dirigentes da atual Diretoria Executiva da entidade mencionada, cujo primeiro mandato iniciou nos anos 1990. A orientação metodológica tomou por base a consulta e análise de dados documentais, provenientes majoritariamente do Sindicato dos Bancários do Rio de Janeiro; da Contraf/CUT (Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro da Central Única dos Trabalhadores); do Dieese (Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Sócio Econômicos), além de literatura especializada referente aos temas afins.

This dissertation seeks to account for changes in work organization in the Brazilian society in the end of the 20th Century, determined by neoliberal policies, which required changes in the resistance strategies from working class. In order to do so, it is studied the process of the so called globalization, which brought new elements to the turning-Century capitalism: financing and global liberalization of economy. The impacts on unionist movement are analysed by retrieving its history and its processes for building leaderships, particularly in face of changes brought by production restructuring in the hybrid transition from an essential Fordist model to a flexible one, the Toyotism. The study focuses the example of the banking class, using the Sindicato dos Bancários do Rio de Janeiro (Rio de Janeiro Banking Worker Trade Union) as reference. The study subject has concentrated on challenges brought about by the conjuncture, especially on educating a unionist generation in order to be able to face the capitalism empowered by such globalization process. Aiming to understand the challenges on unionist training at present time, the empiric approach is based on interviews with ten directors of the present Executive Board of the mentioned entity, whose first term started on the 1990 decade. The methodological orientation focused the consultation and analysis of printing data, coming mainly from Sindicato dos Bancários do Rio de Janeiro; Contraf/CUT (Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro da Central Única dos Trabalhadores -- National Confederation of Financing Industry Workers); Dieese (Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Sócio Econômicos -- Inter-Unionist Agency of Socio-Economic Statistics and Studies); as well as the specialised literature concerning related topics.