58 resultados para História da Educação
Resumo:
A partir da leitura crtica de Mafalda, obra do cartunista argentino Quino, e alicerados no conceito de hegemonia de Gramsci, sobretudo na noo de contra-hegemonia, buscamos analisar as possibilidades de se construir coletivamente sentidos contra-hegemnicos no ensino de História a partir do que chamamos de crtica aos elementos caractersticos da sociedade burguesa (a democracia, o individualismo, o estmulo ao consumo, a propriedade privada, a naturalizao das diferenas, a competio, dentre outros). As contribuies de Gramsci ao campo da Educação, como o vnculo dialtico entre as relaes hegemnicas e pedaggicas, sua concepo da escola como um destacado aparelho privado de hegemonia, alm das reflexes sobre os intelectuais e sua ao pedaggica na construo/difuso/legitimao de consensos, constituem pilares fundamentais das anlises. esforo fundamental da pesquisa identificar em que medida os professores, conscientes de seus vnculos de classe e compromissados com as classes dominadas, podem atuar como educadores-intelectuais orgnicos estas classes, no mbito da escola, tornando-a uma trincheira sob o conceito gramsciano de guerra de posio contra a hegemonia burguesa. Em termos metodolgicos, foram selecionadas quinze tiras de Mafalda (divididas em onze temas os elementos que caracterizam a sociedade burguesa), presentes na obra Toda Mafalda (2002), no intuito de subsidiar as reflexes aqui esboadas. Obviamente, todo recorte ideolgico e nenhuma escolha neutra. As tiras escolhidas, longe de sintetizarem o olhar do artista argentino a respeito da burguesia, atendem aos objetivos deste trabalho.
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O presente trabalho buscou fazer um levantamento histrico do Instituto Superior de Educação do Rio de Janeiro ISERJ sob o enfoque poltico-pedaggico alm de trazer conceitos e aes prticas de formao continuada dos(as) professores(as). Dentro dessa proposta, a pesquisa aborda questes relativas as Novas Tecnologias de Informao e Comunicao como uma possibilidade complementar de formao continuada dos(as) professores(as) no Colgio de Aplicao CAP-ISERJ. O estudo foi realizado a partir da metodologia de pesquisa-ao pois acredita-se que este tipo de pesquisa favorece as discusses e a produo de conhecimentos entre todos os envolvidos pesquisador(a) e participantes. Essa pesquisa propicia uma relao profunda entre as aes e as resolues de problemas num mbito coletivo, cooperativo e participativo (THIOLLENT, 1997). A pesquisa foi realizada dentro do campus de trabalho da pesquisadora o que favoreceu a interlocuo dos atores envolvidos permitindo o retorno ao meio pesquisado, no se limitando ao meio acadmico. Desta forma, foi proposto ao final do trabalho, a criao de um ambiente virtual de aprendizagem, o Campus Online, baseado nas propostas do Ensino Online (SANTOS, 2006) que difere da tradicional Educação a Distncia. A implementao do Campus Online implica em vrias questes polticas, financeiras e pedaggicas contudo motivada pelo desejo e necessidade de transformao das prticas pedaggicas.
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Este estudo, que constitui minha Dissertao de Mestrado em Educação, descreve e analisa a história, as concepes e as prticas poltico-pedaggicas dos Cursos Pr-Vestibulares Populares, tomando como base os dados colhidos atravs de anlise de documentos, observao e depoimentos das principais lideranas do Movimento Pr-Vestibular para Negros e Carentes (PVNC), movimento criado em 1993 na Baixada Fluminense, Rio de Janeiro. O texto parte da discusso sobre a educação no atual contexto scio-poltico, identifica questes a serem aprofundadas sobre a relao entre movimentos sociais, educação e projeto poltico-pedaggico, examina as idias de democracia e cidadania, incorporando os conceitos de autonomia, identidade e interculturalismo, descreve a história dos Cursos Pr-Vestibulares Populares no Estado do Rio de Janeiro, os princpios e as prticas presentes no Pr-Vestibular para Negros e Carentes. O objetivo principal do estudo foi analisar a relao entre Movimentos Sociais, Cidadania e Educação, investigando a prtica poltico-pedaggica dos cursos Pr-Vestibulares Populares, especificamente do Pr-Vestibular para Negros e Carentes. Alm disso, e estudo tenta verificar as possibilidades dos Cursos Pr-Vestibulares Populares como movimento de construo de relaes educacionais democrticas.
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O museu como instituio de produo, guarda e difuso de conhecimentos necessita criar e desenvolver estratgias que se encontram articuladas a demandas sociais de um determinado tempo histrico, assim como quelas que lhes so prprias. O estudo das aes educativas desenvolvidas pelo Museu Nacional do Rio de Janeiro no perodo entre sua criao em 1818 e a dcada de 1930 com os objetivos de divulgar o conhecimento cientfico por ele produzido e apoiar o ensino das cincias naturais objeto deste trabalho, na tentativa de compreend-las enredadas no contexto mais amplo de institucionalizao da educação, racionalizao da pedagogia, formao do carter pblico dos museus e construo da nao brasileira. Operando com as continuidades e descontinuidades dessas aes no perodo proposto, a pesquisa foi desenvolvida atravs da investigao de um conjunto documental, composto dos seguintes tipos: a) legislao brasileira, pertinente educação e ao Museu Nacional; b) correspondncia efetivada entre o Museu, ministrios, instituies e autoridades; c) relatrios de Diretores, Secretrio, pesquisadores do Museu Nacional; dos ministrios; de naturalistas e professores; d) livros de registros do Museu Nacional; e) catlogos, programas e guias de exposies nacionais e internacionais; f) publicaes de diretores do Museu Nacional e de professores; g) conferncias sobre cincia e educação; h) peridicos; i) quadros murais e colees didticas. Desse conjunto tratamos em especial os materiais que serviram de suporte e veculo de comunicao, com a pretenso de evidenciar o museu como espao educativo, valorizando suas aes dirigidas para a instruo pblica. De acordo com os resultados obtidos, foi possvel observar que ao longo do Imprio e nas quatro primeiras dcadas da Repblica no Brasil o Museu Nacional atuou como agncia de consultoria de governo, ampliando suas aes educativas para atender s necessidades de diferentes segmentos da sociedade e s suas demandas internas. Nesse sentido, contribuiu para afirmar estudos em História Natural apoiados na teoria evolucionista; inserir o Brasil no cenrio cientfico internacional; instruir e ampliar os conhecimentos sobre o pas, valorizando suas riquezas naturais, estimulando no pblico, especialmente o escolar, o carter prtico do ensino e um sentimento de pertencimento e de identidade nacional.
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Esta tese procura compreender o processo de incluso escolar dos alunos com deficincia intelectual a partir das suas histórias de vida e da percepo que eles tm da escola, considerando a relao entre deficincia, escola e construo do conhecimento. A pesquisa foi realizada em uma escola do campo, pertencente rede pblica estadual do municpio de Terespolis no Rio de Janeiro. Objetivo principal foi compreender o processo de incluso das pessoas com deficincia intelectual na escola regular a partir das histórias de cinco jovens inseridos na rede regular de ensino. Tratou-se de uma pesquisa qualitativa norteada pelo mtodo da história de vida, segundo os pressupostos de Glat (2009), Augras (2009), Ferrarotti (1993) e outros. O referencial terico adotado no estudo pautou-se na abordagem psicossocial da deficincia, ressaltando a relao que a pessoa com deficincia estabelece com o meio social e cultural do qual faz parte. A partir das histórias de vida dos sujeitos foi possvel compreender como os jovens narram sua trajetria escolar, com destaque para as seguintes categorias: 1) trajetria escolar, 2) o papel da escola; 3) relao com os professores e as disciplinas; 4) relao com os colegas dentro e fora da escola; 5) perspectivas de futuro e transio para a vida adulta. O estudo revelou as contradies e a complexidade do processo de incluso de alunos com deficincia intelectual em escolas comuns, particularmente quando se trata da insero de jovens no segundo segmento do Ensino Fundamental e no Ensino Mdio. Percebemos que mesmo aps anos de discusses e pesquisas sobre a incluso escolar de alunos com deficincia intelectual suas trajetrias ainda so marcadas pela cultura da incapacidade e do descrdito em relao ao que esses alunos podem fazer. As polticas de incluso, embora bastante avanadas do ponto de vista de suas concepes tericas, na prtica no se traduzem na superao de prticas homogeneizadoras de ensino e organizao do espao escolar. Esperamos que esta pesquisa contribua significativamente para o contexto da educação brasileira, seja no mbito da escola comum ou da Educação Especial, de maneira que as falas que aqui foram apresentadas ecoem e signifiquem um ponto de reflexo sobre como os sistemas educacionais e ns mesmos estamos compreendendo o processo de incluso de alunos com deficincia e outras necessidades especiais na escola e na sociedade.
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Analisar a viagem que Rocha Pombo realizou aos estados do norte do Brasil como uma estratgia de legitimao no campo intelectual o horizonte do presente trabalho. Defende-se que a travessia realizada aos estados do norte do pas representou um momento excepcional na trajetria profissional do viajante, influenciando a reviso de sua escrita historiogrfica, no movimento de luta por legitimao como autor de livros de História no campo intelectual. Da viagem, o intelectual paranaense trouxe capital simblico e cultural fundamental para a escrita de seus livros de cunho histrico, consagrando-se como autoridade para falar de temas relacionados história. A viagem modificou a maneira como o intelectual paranaense passou a escrever seus livros de história, sobretudo no que tange ao lugar dos estados do dito norte do Brasil, bem como, em livros de história regional. A excurso por diferentes estados foi interpretada como uma ao reveladora de redes de sociabilidade, apoio, prestgio, no movimento construdo pelo intelectual em busca de projeo, visibilidade e distino frente aos concorrentes do campo. Se muitos foram os viajantes que percorreram o Brasil, defende-se que uma das singularidades do viajar na experincia de Rocha Pombo foi motivao em relao ampliao do mercado consumidor e leitor das obras do autor, publicadas por diferentes editores. A excurso de um autor auxilia no entendimento das tenses e competies do mercado editorial no perodo, com especial ateno ao pblico escolar. A travessia realizada por Rocha Pombo pelo Brasil afora permite vislumbrar a existncia de diferentes experincias de instruo pelo pas, evidenciando a circulao de livros didticos e de prticas e concepes de educação no perodo, para alm da esfera da capital tida como lcus intelectual e vitrine do progresso e da modernidade. A anlise do registro e da prtica da viagem em Rocha Pombo o circunscreve no movimento coletivo de diferentes sujeitos e debates acerca da necessidade de projetos de educação para o povo, na constituio de um pas que se pretendia grande, encontrando na diversidade a constituio enquanto povo e nao.
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Este trabalho tem como temtica as polticas curriculares circunscritas anlise de processos articulatrios no campo disciplinar da História. Defendo que a Teoria do Discurso de Ernesto Laclau mais potente para a compreenso de como sujeitos atuam na produo de polticas e de como seus significados so discursivamente produzidos e hegemonizados. Articulo os aportes terico-metodolgicos da Teoria do Discurso aos do Ciclo Contnuo de Produo de Polticas de Stephen Ball, retomando sua defesa de currculo como texto, mas questionando o risco de reintroduo de uma centralidade no processo de significao das polticas. De igual modo, articulo Teoria do Discurso os aportes da História das Disciplinas Escolares de Ivor Goodson, recuperando sua defesa de que significados disciplinares so negociados nos processos de hegemonizao, mas questionando o risco de essencializao dos sujeitos bem como sua subjetivao anterior articulao poltica. Com essa construo terica hbrida, defendo a concepo de currculo como poltica cultural discursiva e a delimitao de um campo discursivo disciplinar da História como campo ressignificador das polticas curriculares. Reforo os argumentos sobre as potencialidades da Teoria do Discurso a partir de analogias com a linguagem, conferindo centralidade aos conceitos imbricados de metonimizao e metaforizao e de lgica do significante. A partir de uma das ferramentas da Lingustica de Corpus, o programa Wordsmith Tools 5, submeto anlise, por um de seus instrumentos o Concord , o material emprico selecionado. Assim, identifico nas edies da Revista Brasileira de História e da Revista História Hoje publicaes da Associao Nacional de História (ANPUH); em Pareceres, Diretrizes, Orientaes e Parmetros Curriculares, dentre outros textos chancelados pelo Estado brasileiro no perodo compreendido entre os anos de 1960 e 2010; e, em seis entrevistas, a forma como nesses textos se significa conhecimento histrico, destacando a superposio de sentidos. Por fim, defendo, como nos processos de significao, sentidos se deslocam e se condensam simultaneamente, tornando hegemnica a concepo embutida na metfora de História como construo. Identifico processos de subjetivao nos quais atores sociais, defendendo a centralidade do conhecimento histrico, constituem uma identidade da História, antagonizando-se a outros que constituem uma identidade pedaggica na luta pela hegemonizao de sentidos nas polticas curriculares.
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Aprovada em janeiro de 2003, a A Lei 10.639 tornou obrigatrio o ensino da História e cultura da frica em todos os estabelecimentos de ensino, pblicos e privados, no Brasil. O MEC sugere que a Lei seja trabalhada atravs de projetos. Supe-se que, desta forma, a escola pode se situar numa perspectiva de compromisso e de implicao das suas prticas de mudana individuais e/ou coletivas. Temos a convico de que esta lei no surgiu ao acaso tampouco por benevolncia poltica de nenhum governante ou partido poltico. Ela se apresenta como resultado das reivindicaes dos movimentos negros brasileiros, que sempre tiveram como bandeira, a defesa pelos direitos educação como um dos meios fundamentais para a conquista de uma sociedade onde a igualdade e a justia para a maioria seja realizada. No se trata de uma legislao qualquer, mas especificamente de uma que aborda temtica altamente controversa, qual seja, a questo das relaes tnicoraciais no Brasil. Se no conjunto mais amplo da sociedade tal questo polmica, no campo da educação ela vem particularmente estimulando enormes empenhos para desconstruir concepes apreendidas durante anos de formao dos professores e professoras, formados e formadas numa sociedade com srias desigualdades sociais e impregnada pelo racismo estrutural. O objetivo dessa dissertao foi acompanhar um projeto que, desde 2008, busca a implementao da lei. Trata-se do Projeto Malungo, realizado na e pela Escola Tcnica Estadual Oscar Tenrio. Ao nos aproximarmos desse projeto buscaremos refletir sobre algumas questes: quais as dificuldades encontradas por professores e professoras para a implementao dessa proposta? Ela tem auxiliado naquilo que anteriormente mencionamos como desconstruo de uma formao tecida em alicerces de uma sociedade desigual e racista? Iniciativas assim facilitam a implementao da Lei 10639?
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A Capoeira defesa, ataque, ginga de corpo, malandragem, ao e reao, um jogo de xadrez, segundo alguns capoeiristas. Para uns, esporte, para outros dana, luta, briga, filosofia de vida. Mas h ainda os que a veem como um espetculo acrobtico de habilidades corporais propagado nos filmes, shows, jogos de vdeo game, eventos tursticos, acabando por criar determinados esteretipos corporais de beleza e desempenho fsico. Nesse sentido, a pesquisa teve como objetivo descrever, analisar e interpretar a cultura corporal, assim como a percepo de capoeiristas em relao ao corpo na capoeira, e dos seus contramestres/mestrando, localizados em diferentes grupos de capoeira situados em diferentes instituies, tais como: Bloco de carnaval; Clube esportivo; Academia de ginstica. Parte-se do entendimento de cultura corporal enquanto expresso de uma cultura historicamente construda, acumulada, ressignificada e expressa pelos movimentos corporais que destaca traos marcantes de um determinado grupo, de uma determinada localidade. Neste caso, dos diferentes grupos de capoeira e de suas respectivas instituies. Qual a percepo dos capoeiristas em relao ao seu prprio corpo, ao corpo de seus colegas e de seu contramestre/mestrando de capoeira? O que esperam os capoeiristas aprenderem na capoeira? E para esses capoeiristas e seus contramestres/mestrando qual o principal objetivo ao se ensinar/aprender capoeira? Seria algo em torno de um aspecto mais tecnicista que visasse prioritariamente o desenvolvimento e aperfeioamento das tcnicas dos movimentos, floreios, esquivas? Ou tambm, aliado a estes aspectos, seria mais importante, para os capoeiristas, conhecer a história da capoeira, como esta veio ao longo do tempo se ressignificando e resistindo para ser hoje reconhecida como um esporte verdadeiramente nacional? Ser que haveria aqueles que praticassem capoeira simplesmente para manter um padro corporal esttico propagado pela mdia e pela indstria da moda? A partir das observaes, reflexes e interpretaes das entrevistas chega-se a concluso que de fato as instituies nas quais os grupos realizam suas prticas podem influenciar na filosofia de ensino/aprendizado destes. E que as percepes e interesses dos capoeiristas em relao ao prprio corpo variam pela busca de um melhor desempenho tcnico, padro de esttica e pelo conhecimento histrico da capoeira, dos movimentos, golpes, esquivas e como estes vem ao longo do tempo se ressignificando
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Este trabalho tem como meta mapear o contexto e os principais fatos ligados história da Rdio-Escola Municipal do Distrito Federal, fundada em 1934. Para tanto so descritas e analisadas as transformaes culturais, as propostas educacionais e os projetos polticos contemporneos implantao da emissora estudada, buscando compreender o quanto influenciaram em sua concepo e consecuo. O trabalho tambm apresenta outros projetos e publicaes elaborados no decorrer das dcadas de 1920 a 1940, referentes utilizao do rdio como veculo para educar. O presente trabalho analisou a atuao da emissora estudada at 1945. Porm, dados sobre outros perodos so apresentados, permitindo a visualizao de um quadro geral das principais transformaes ocorridas na estao, que, em 1946, passa a se chamar Rdio Roquette Pinto.
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A presente dissertao se prope a contribuir para as anlises dos processos ligados implementao das leis 10639/03 e 11645/08. Questionamo-nos acerca dos desdobramentos do imperativo das leis nos livros didticos de história, sobretudo, no uso do conceito de colonizador no processo de explicao da relao entre diferentes povos e culturas nas colees da disciplina história. Como esto descritas essas relaes? H mudanas institucionalizadas pelo PNLD ou pelas leis: que descries de significados culturais, polticos os sujeitos implicados nos eventos de ocupao do territrio americano so apresentados nos manuais de ensino de história? Buscamos entender quais as relaes de colonialidade do saber se estabelecem na sistematizao dos contedos de história, tendo em vista que os atos de colonizao envolvem dinmicas que se chocam com as premissas hierrquicas simplificadas nos processos de ensino de história na escola de acordo com as descries dos livros didticos. As maneiras pelas quais o colonizador rotulado como conquistador, supervalorizando a dimenso europeia do processo e subvalorizando os referenciais da cultura local representados nos povos pr-colombianos so problematizadas nessa dissertao sob duas perspectivas: (1) a superficializao das relaes hierrquicas nos processos de colonizao, dessa forma, inscrita no feixe de possibilidades que corrobora com as estratgias de perpetuao das simplificaes das funes dos atores sociais no perodo colonial descritas nos manuais didticos de história; (2) ou como reao prtica ou simplista, como estratgia que modifica a realidade histrica social ao sabor das convenincias polticas, suas relaes de poder e desenvolvimento de polticas pblicas. A pesquisa fundamentou-se na anlise de uma coleo de livro didtico de história para o ensino mdio (1 ao 3 anos) mais usadas efetivamente nas escolas pblicas do municpio de Cabo Frio, Estado do Rio de Janeiro. A pesquisa delimita dois eixos, o primeiro, por meio da anlise do histrico das legislaes 10639/03 e 11645/08, leis nas quais so baseadas as regulamentaes sobre o ensino tnico-racial e grande parte das discusses sobre aes afirmativas no Brasil; um segundo, no qual se estabeleceu investigao aos sentidos atribudos ao que se define como colonizador e a percepo de quais so as descries classificadas como colonialidade do saber histrico nos livros didticos. Tal discusso sobre o colonizador pode contribuir na reflexo crtica sobre a institucionalizao do saber histrico escolar do livro didtico e de normalizao nacional como os PNLDs, quanto s disputas de poder que ocorrem entre os atores polticos no processo de justificativa histrica das polticas pblicas como as aes afirmativas.
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A pesquisa que aqui se apresenta tem por temtica principal o estudo sobre as polticas oficiais de avaliao da educação superior no Brasil e a compreenso crtica sobre as relaes que os docentes da Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG) tm estabelecido com os objetivos reais e proclamados das atuais polticas oficiais. Neste sentido, apresenta-se um breve histrico das concepes de Estado articulado s polticas pblicas educacionais formuladas a partir da dcada de 70. Devido ao forte movimento de centralizao dos processos educacionais e descentralizao dos mecanismos de financiamento e gesto do sistema de educação que ocorre,principalmente, aps os anos 90 com o enquadramento do Brasil no modelo neoliberal e que tem por objetivo atender as necessidades de reestruturao capitalista, prioriza-se a anlise das diversas e profundas mudanas vivenciadas, a partir deste perodo, no trabalho dos docentes da educação superior por meio das constantes avaliaes a que esto sendo expostos direta ou indiretamente. A validade e importncia de investigar o tema se afirmam pela necessidade de compreender como estas polticas tm alterado a produo e o trabalho do professor universitrio, o papel das Instituies de Ensino Superior e a qualidade da educação superior. A reflexo principal se concentra no estudo das intra e inter-relaes estabelecidas entre as avaliaes nacionais, as avaliaes internas da UEPG e o exerccio da profisso docente no campo de pesquisa. Os objetivos adotados foram: analisar as concepes de Estado no Brasil e como suas aes influenciaram as polticas educacionais; articular a História do Paran da UEPG e as propostas avaliativas do governo federal em relao a educação superior, considerando o perodo em que as avaliaes eram ainda assistemticas, porm dando nfase ao momento em que as mesmas se tornaram institucionais; e perceber alguns dos enredamentos criados entre as avaliaes externas e internas da UEPG e o trabalho docente. A metodologia empregada baseou-se na Teoria da Complexidade, na Pesquisa Participante e nas argumentaes da abordagem do ciclo de polticas. Uma das consideraes que podem ser ressaltadas que a reinterpretao das polticas da instituio e a recontextualizao poderiam potencializar o poder de interveno e participao efetiva dos professores, mas que este processo no tem sido priorizado dentro da conjuntura de sobrevivncia a precarizao docente.
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A presente dissertao tem como objetivo analisar de que forma a educação oferecida a mulheres do final do sculo XVIII e incio do sculo XIX pode ter contribudo para a composio de personagens femininas nos romances Razo e sensibilidade (1811) e Orgulho e preconceito (1813), da escritora britnica Jane Austen (1775 1817). O presente trabalho apresenta o pensamento de importantes nomes da literatura, da crtica e teoria literrias, como tambm da história, como suporte no mapeamento no apenas do que era discutido a respeito do momento e do lugar em que Jane Austen e os romances aqui em tela se inserem, mas principalmente acerca da educação feminina
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Este trabalho constitui uma reflexo acerca do processo de criao do Imperial Colgio Militar, em fins do sculo XIX, e as relaes pouco conhecidas deste com o Asylo dos Invlidos da Ptria e a Associao Comercial do Rio de Janeiro. Nesta pesquisa, antes de procurar a finalidade originria para a sua criao, busquei identificar as foras que definiram a existncia e o funcionamento do colgio, em sua especificidade enquanto instituio de ensino secundrio de modelo militar. Tais condies de existncia se articulam com a emergncia dos militares como novos atores polticos ao final do Imprio, acompanhando a profissionalizao do Exrcito, que se processava desde meados do sculo XIX, notadamente aps a Guerra do Paraguai. Para tanto, considerei como fatores da profissionalizao do Exrcito: de um lado, o incremento na formao dos militares e, de outro, o Exrcito como parte do projeto de reordenao e consolidao do Estado Imperial. Neste trabalho, procurei historicizar as prticas educativas do Exrcito principalmente na perspectiva assistencialista, presente na concepo do Asylo, bem como busquei compreender, devido s dificuldades encontradas para a criao do Colgio, qual foi a discusso poltica em torno do assunto e atravs de que canais ela ocorreu. Por fim, investiguei a presena do carter preparatrio na instituio que, possivelmente, se justificaria pela necessidade de formao de bons quadros militares para o Exrcito, que atendessem aos anseios do projeto profissionalizante em curso. Essas foram algumas questes que se impuseram ao longo dessa pesquisa, possibilitando perceber em que condies emerge, como objeto e como finalidade, a idia de um colgio destinado, preferencialmente, a filhos de militares. Ao lado do levantamento historiogrfico, integrou a pesquisa um corpus documental que envolveu fontes tais como: a legislao do Imprio, os relatrios ministeriais da Guerra, os Anais do Senado e da Cmara, os avisos e instrues dos Ministros da Guerra, os livros de Ordens do Dia do Quartel General do Exrcito, os regulamentos do Colgio Militar, alm de jornais da poca e peridicos do Colgio.
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Atualmente tem se apresentado, pelo movimento quilombola, a demanda de formulao de polticas educacionais para o povo quilombola, acompanhando as reivindicaes para legitimao do direito ao territrio ocupado secularmente, assim como outros direitos demandados por este povo tradicional. O processo de educação e escolarizao na educação bsica de um territrio quilombola como o de Brejo dos Crioulos em Minas Gerais, sob a perspectiva da educação diferenciada, ou seja, orientada culturalmente, pode estar fortemente relacionado com a dimenso poltica da atuao dos quilombolas na luta pelo reconhecimento e legitimidade do territrio, do modo de vida, da sua identidade, da sua cultura e história. Contemplou-se nesta investigao o mapeamento e a anlise dos processos educativos de Brejo dos Crioulos apontando suas propostas curriculares, seus avanos, assim como os limites relacionados formulao e implementao de polticas direcionadas para o desenvolvimento educacional local. A investigao no territrio quilombola especfico, nos moldes da pesquisa qualitativa enquanto lgica de investigao, abordou as aes do movimento quilombola estadual e local, a identidade coletiva e a territorialidade em relao ao ciclo de polticas disponvel, como, por exemplo, a Lei n 10.639/03, atualizada por meio da Lei n 11.645/08 e diretrizes curriculares que alteram a Lei n 9.394/96, com o objetivo de incluir, no currculo oficial da rede de ensino, a obrigatoriedade do ensino da História e cultura afro-brasileira e indgena, e as Diretrizes Curriculares para Educação Quilombola, aprovadas em 05 de junho de 2012, Parecer MEC/CNE/CEB 16/2012, homologadas na Resoluo MEC/CNE/CEB n 8, publicada em 20 de novembro de 2012. Alm das prticas polticas quilombolas, foram analisadas as prticas de gesto educacional do poder pblico municipal de So Joo da Ponte e Varzelndia, municpios do norte mineiro que integram o territrio pesquisado. Com a insero em campo, nos moldes explicitados, foi privilegiado o uso da observao direta para mapear e descrever em profundidade o cotidiano no territrio pesquisado. Com a insero em campo, nos moldes explicitados, foi privilegiado o uso da observao direta para mapear e descrever em profundidade o cotidiano no territrio pesquisado, as representaes polticas e educacionais, as mudanas e transformaes atuais. A entrevista em forma de conversa , tambm, uma das tcnicas utilizadas para documentar as experincias e representaes dos sujeitos quilombolas, professores, gestores e coordenadores envolvidos com a educação e escolarizao no territrio de Brejo dos Crioulos, alm de registros em udio, vdeo e caderno de campo. O tratamento e a anlise dos dados coletados obedecem a critrios metodolgicos qualitativos de triangulao para apresentao dos resultados da pesquisa.