418 resultados para Educação Rio de Janeiro
Resumo:
Ao longo das ltimas dcadas as cidades emergiram e se consolidaram no cenrio mundial como protagonistas de nosso tempo num processo que envolve a reestruturao produtiva do capitalismo e o paradigma da globalizao. As cidades passaram a ser cada vez mais o lcus da modernizao do capital, o espao necessrio de sua produo e reproduo. Para legitimar este papel das cidades como novos atores polticos, o empreendedorismo urbano foi elencado enquanto um novo modelo de gesto que tem se difundido por diversas cidades sob o argumento de que apenas uma gesto urbana baseada na eficincia, na flexibilidade e nas parcerias pblico-privadas seriam capazes de superar a crise urbana e recolocar de forma competitiva as cidades no circuito dos fluxos globais. Entre as cidades que adotaram esta forma de governana urbana est o Rio de Janeiro, que desde os anos 90 atravs da confeco de um planejamento estratgico, tem buscado sua insero no processo de modernizao capitalista. Para isso tem se utilizado da imagem de cidade olmpica, amistosa e receptiva para os negcios e para o turismo, mas acima de tudo, tem renovado seu espao urbano por meio de diversos projetos e intervenes pontuais, como o projeto Porto Maravilha, por exemplo. Tendo em vista esta realidade, este trabalho objetiva compreender o empreendedorismo urbano na cidade do Rio de Janeiro enquanto uma estratgia de ao que busca legitimar a parceria do setor pblico com o setor privado e concretizar um conjunto de polticas voltado para a renovao e valorizao urbana pontual e fragmentada. Em vista dos diferentes projetos urbanos que esto sendo desenvolvidos atualmente na cidade, especialmente devido realizao da Copa do Mundo em 2014 e dos Jogos Olmpicos em 2016, o projeto Porto Maravilha foi escolhido como exemplo concreto dessa nova governana urbana por estar baseado nos pressupostos do empresariamento urbano. Para alcanar o objetivo da dissertao, esto sendo utilizadas fontes primrias e secundrias, autores basilares para os conceitos aqui utilizados, publicaes recentes sobre a temtica e idas campo na Zona Porturia para acompanhamento do andamento do projeto. Os resultados da anlise contida nesta dissertao caminham para a confirmao de que o modelo de empreendedorismo urbano foi adotado pela coalizao gestora da cidade para legitimar a reestruturao capitalista do espao atravs de um projeto de cidade centrado na parceria pblico-privada e em polticas pblicas que favorecem determinados setores econmicos promovendo uma urbanizao fragmentada e seletiva, corroborado pelo exemplo do Porto Maravilha.
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Trata da apresentao e discusso de um modelo de previso de demanda de mdicos para atendimentos de pacientes internados pelo SUS, com estudo de caso para o Estado do Rio de Janeiro. O modelo baseado nos dados do Sistema de Informaes Hospitalares do SUS (SIH/SUS) e nas alteraes esperadas de tamanho e composio da populao, segundo o IBGE. Descreve a trajetria e a motivao que levaram construo do modelo, a partir da ideia de maior utilizao do enorme potencial das bases de dados brasileiras para o planeamento e gesto dos RHS. Faz tambm comentrios sobre conceitos da Tecnologia da Informao, que so de interesse para uma melhor compreenso das bases de dados, incluindo a utilizao de padres. Apresenta e comenta os resultados da aplicao do modelo, para o perodo de 2002 a 2022, para o Estado do Rio de Janeiro. Prope sugestes de pesquisas com objetivo de melhorar a integrao entre as bases de dados estudadas, a discusso da construo e utilizao de indicadores, assim como uma proposta de evoluo para o apoio deciso na rea de RHS.
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Instituio fundamental monarquia lusitana, a Casa Real portuguesa abrangia, em seu espao, centenas de criados, homens e mulheres das mais diversas origens. Com a transferncia da Corte para o Rio de Janeiro, em 1808, o prncipe regente d. Joo reestruturou o seu universo domstico, estabelecendo aqui, e semelhana de Portugal, todos os departamentos imperativos correta execuo das tarefas cotidianas da sua Casa: cavalaria, cozinha, servio de copa, cmara, aquisio de gneros alimentcios, etc. Esta tese tem como objeto a conformao da Casa Real portuguesa no Rio de Janeiro, entre os anos de 1808 e 1821. Sero analisados aqui a estrutura organizacional da Casa Real; os conflitos suscitados entre os recm-emigrados agentes do espao domstico rgio e os sditos fluminenses; os mecanismos de remunerao peculiares ao universo domstico joanino; as formas de acesso Casa Real; e, finalmente, a estrutura financeira da Casa Real portuguesa. Num quadro mais amplo, procurou-se relacionar a Casa do Rei aos outros poderes institudos na cidade, agora Corte, do Rio de Janeiro, de forma a demonstrar que o espao domstico da monarquia era, tambm, uma instituio relevante na montagem da administrao joanina na Amrica e, conseqentemente, na transformao de um espao historicamente colonial em centro do imprio portugus.
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A investigao realizada, cujos resultados so expostos nessa dissertao, voltada para os afastamentos por doena entre servidores de uma universidade pblica federal sediada no Rio de Janeiro. Sua contribuio consiste em subsidiar o processo de produo de conhecimento acadmico-cientfico quanto ao perfil scio-ocupacional e de adoecimento de trabalhadores afastados por doena nesta universidade, nos anos de 2010 e 2011, e nos marcos de implementao do Subsistema Integrado de Ateno Sade do Servidor (SIASS). Contempla o tema a partir da perspectiva de integrao das diferentes dimenses previstas pelo SIASS, a saber: percia, assistncia, promoo e vigilncia sade. Tem como concepo a diretriz de investigao / interveno, prpria ao campo da Sade do Trabalhador, podendo contribuir, com o conhecimento gerado, para a identificao de alternativas de interveno nas aes do SIASS. A pesquisa se caracteriza como de natureza exploratria, apoiada em reviso terico-bibliogrfica e pesquisa documental de dados secundrios.
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Essa dissertao de mestrado avaliou os fatores associados recada do tabagismo de pacientes assistidos em unidades bsicas de sade. Avaliou-se o ndice de recada do tratamento do fumante no Programa Nacional de Controle de Tabagismo, e a associao entre tempo de recada e preocupao com peso, depresso e/ou ansiedade. Trata-se de um estudo de coorte prospectivo, composta por 135 pacientes, sendo 95 mulheres e 40 homens, que pararam de fumar aps 4 semanas de adeso ao tratamento, sendo acompanhados at 6 meses. O ndice de recada encontrado foi semelhantes em ambos os sexos, sendo prximo de 30% aos 3 meses e 50% aos 6 meses. O tempo de sobrevivncia mediano tambm foi semelhante, em torno de 130 dias. A mdia de ganho de peso foi maior entre os homens aos 3 e 6 meses. Para avaliar os fatores associados ao tempo de recada foram calculadas as Hazard Ratios (HR) e respectivos intervalos de confiana de 95% (IC 95%), atravs do modelo semiparamtrico de riscos proporcionais de Cox. Na anlise bivariada, as mulheres que achavam que fumar emagrece ou que faziam dieta apresentaram um risco maior de recada, porm no estatisticamente significante. Entre as que referiram fazer acompanhamento psicolgico e/ou psiquitrico, o tempo de recada foi 2,62 vezes menor se comparado quelas que no o faziam. O risco tambm mostrou-se aumentado com o uso de lcool (HR=2,11, IC 95%1,15-3,89). Entre os homens, os dois pacientes que faziam uso de medicamentos para depresso e/ou ansiedade tiveram recada. As demais variveis analisadas no se mostraram associadas ao risco de recada por apresentarem HR com intervalos no estatisticamente significativos. Os fumantes poderiam se beneficiar de tratamentos que oferecessem de forma complementar atendimentos para nutrio e sade mental. O aprimoramento das estratgias de cessao do tabagismo devem levar em conta as diferenas de gnero, a necessidade de assistncia a problemas psicolgicos e psiquitricos e o controle de peso para os pacientes com maior dificuldade; passos essenciais para o sucesso das polticas pblicas de controle do tabagismo no pas.
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Este trabalho tem por objetivo conhecer como se realiza a gesto municipal dos recursos financeiros do Sistema nico de Sade nos Fundos Municipais de Sade da Regio Metropolitana I do Estado do Rio de Janeiro. A partir de ento, procura identificar o grau de autonomia ou dependncia desses fundos, principalmente em relao s outras secretarias dos municpios e o quanto a gesto desses fundos pode interferir no planejamento municipal e regional da Sade. Foram realizadas entrevistas, previamente consentidas, com os Secretrios Municipais de Sade e os responsveis pela operacionalizao dos Fundos Municipais de Sade dos municpios da regio. Seguiu-se um roteiro estruturado para que a coleta de dados tenha similaridade e possa ser mais bem consolidada e analisada. O embasamento do estudo se deu atravs de levantamento bibliogrfico sobre o SUS e seu financiamento, enfatizando as dificuldades para este financiamento e os instrumentos legais existentes para o pleno funcionamento dos Fundos Municipais de Sade. O perodo de anlise do ano de 2009 a 2012, delimitado pelo ltimo perodo de gesto das prefeituras municipais.
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Descrever a prevalncia das espcies bacterianas isoladas nas infeces urinrias comunitrias. Descrever os perfis de susceptibilidade aos antibiticos de uso oral utilizado frente s bactrias isoladas nas infeces urinrias comunitrias. Avaliar a prevalncia de fentipos de resistncia bacterianos atravs dos resultados dos testes de susceptibilidade e dos rastreamentos especficos utilizados. Amostras colhidas exclusivamente no atendimento ambulatorial com contagens de unidades formadoras de colnias entre 100.000 a ≥1.000.000 por mililitro (UCF/ml) Com ou sem piria no exame de elementos anormais na urina e sedimentoscopia (EAS). Foram analisados retrospectivamente os resultados de urinoculturas e dos testes de susceptibilidade a antimicrobianos, realizados em um Laboratrio da rede privada na cidade do Rio de janeiro, de pacientes atendidos em ambulatrios e com quadros de ITU. As amostras de urina coletadas englobavam basicamente os seguintes bairros: Botafogo, Barra da Tijuca, Ipanema, Copacabana, Tijuca e Centro. Foram analisados um total de 8.475 culturas de urina divididas em 7.286 urinas de pacientes femininos e 1.189 de pacientes masculinos entre Janeiro de 2006 a Dezembro de 2012. As amostras foram todas coletadas na Cidade do Rio de Janeiro e englobavam basicamente os seguintes bairros: Botafogo, Barra da Tijuca, Ipanema, Copacabana, Tijuca e Centro. Encontramos um percentual de resistncia de 27% para ciprofloxacina frente Escherichia coli que com 68.23% a principal etiologia encontrada na ITU na comunidade os resultados das trs fluoroquinolonas avaliadas no estudo, ciprofloxacina (2 gerao), levofloxacina (3 gerao) e norfloxacina (2 gerao), acharemos respectivamente 27%, 25% e 20% de resistncia em Escherichia coli. O uso de fluoroquinolonas em infeces urinrias comunitrias e consequentemente os achados de padres de resistncia neste estudo, reforam o que j foi descrito em outros trabalhos. A cefalosporina de 2 gerao (cefuroxima), demonstrou percentuais de resistncia bastante satisfatrios frente as principais etiologias. Em Escherichia coli o percentual foi de 2%, em Klebsiella pneumoniae 3% e em Proteus mirabilis no houve nenhum achado de resistncia. Uma das vantagens da cefuroxima ser ativa quanto produo de beta lactamase, conferindo um espectro maior frente a possveis produtoras desta enzima. Seu esquema posolgico de 250mg duas vezes ao dia por 7 dias para infeces urinrias no complicadas. O meio mais eficaz de melhorar a administrao antimicrobiana provavelmente envolver um programa abrangente que incorpora mltiplas estratgias e colaborao entre as diversas especialidades dentro de uma determinada instituio de sade. Neste contexto, a observao peridica da incidncia bacteriana com seus respectivos ndices de resistncia aos antimicrobianos por sitio de infeco e correlao com os antibiticos mais comumente utilizados, mandatria para o sucesso teraputico.
Resumo:
Os resultados permitiram a redao de quatro artigos. Aspectos microbiolgicos e clnicos de corinebacterioses em pacientes com cncer observados durante cinco anos foram descritos no Artigo 1. No Artigo 2 foram apresentados casos de bacteremia causados por corinebactrias invasivas no toxignicas em dois perodos com intervalo de sete anos. As infeces em pacientes com cncer por C. diphtheriae, causando casos clnicos atpicos foram descritas no Artigo 3, alm do estudo dos principais fatores de virulncia de uma cepa de C. diphtheriae isolada de infeco associada ao cateter de nefrostomia foi descrita no Artigo 4. Resumidamente no Artigo 1, alm dos aspectos clnico-epidemiolgicos foram avaliados os perfis de resistncia aos antimicrobianos e o potencial de virulncia dos micro-organismos. Em cinco anos, 932 amostras de corinebactrias, com perfis de resistncia aos antimicrobianos testados, foram isoladas de pacientes com cncer. As espcies predominantes foram Corynebacterium amycolatum (44,7%), Corynebacterium minutissimum (18,3%) e Corynebacterium pseudodiphtheriticum (8,5%). O uso de catteres de longa permanncia e a neutropenia, foram s condies importantes para infeco por corinebactrias. As doenas de base mais comuns foram os tumores slidos. Pacientes hospitalizados apresentaram risco seis vezes maior de morrer, quando relacionadas s taxas de mortalidade com 30 dias (RC= 5,5; IC 95%= 1,15-26,30; p= 0,033). As bacteremias (Artigo 2) causadas por corinebactrias foram observadas em dois perodos: 2003-2004 (n=38) e de 2012-2013 (n=24). As espcies multirresistentes C. amycolatum e Corynebacterium jeikeium foram os principais responsveis pelos quadros de bacteremia. Havia 34 pacientes com tumores slidos e 28 pacientes com doenas linfoproliferativas, sendo que 21 deles apresentavam neutropenia e 54 utilizavam cateter venoso central. Em 41 pacientes havia infeco relacionada ou associada aos dispositivos intravasculares. Os pacientes com bacteremia responderam ao tratamento com vancomicina aps a remoo do cateter. O comportamento agressivo da neoplasia, o tempo de internao hospitalar e o uso de CVC aumentaram o risco de bacteremias por Corynebacterium spp. No Artigo 3, 17 casos de infeces atpicas causadas por Corynebacterium diphtheriae foram diagnosticadas de 1996 a 2013. A incidncia de C. diphtheriae correspondeu a 15,8 casos/100.000 admisses, 465 vezes maior que a incidncia de difteria na populao brasileira. Sintomas toxmicos foram observados em nove pacientes, embora quadros de difteria clssica e endocardite no fossem observados. O perfil eletrofortico em campo pulsado (PFGE) demonstrou um perfil de distribuio endmica, apesar de haver dois casos de pacientes com o mesmo perfil eletrofortico sugerindo transmisso relacionada aos cuidados sade. A adeso em superfcies biticas e abiticas e produo de biofilme em cateter de poliuretano (Artigo 4) foi demonstrada em C. diphtheriae no toxignico no stio de insero do cateter de nefrostomia. Os dados desses artigos permitiram concluir que (i) diferentes espcies de corinebactrias multirresistentes foram capazes de causar infeces em pacientes com cncer, incluindo bacteremias; (ii) C. diphtheriae foi capaz de causar infeces graves em indivduos imunocomprometidos, incluindo infeces relacionadas ao uso de dispositivos invasivos em populaes de risco, tais como pacientes com cncer.
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Bromeliaceae uma famlia vegetal com distribuio essencialmente neotropical frequentemente utilizada em estudos ecolgicos devido s suas caractersticas de armazenar gua livre, sustentar uma biota prpria, apresentar tamanho relativamente reduzido e ter fcil replicabilidade por serem abundantes. Estas caractersticas conferem s bromlias o status de microcosmos natural e, dentro do ambiente bromelcola as espcies tambm interagem entre si. Anuros so habitantes comumente encontrados em bromlias sendo que algumas espcies tm estreita relao com estes vegetais ao ponto de passarem todo seu ciclo de vida associados a bromlias. Na presente tese foram estudados distintos organismos que habitam bromlias (e.g. ostracodas, protozorios, helmintos e artrpodes em geral) com nfase em anuros do gnero Scinax (Hylidae). Foi realizado um experimento controlado em casa de vegetao para testar diferentes aspectos da relao entre anuros e bromlias usando como modelo S. perpusillus e Neoregelia sp. Foram tambm realizados estudos de campo em trs unidades de conservao do estado do Rio de Janeiro, a saber: Monumento Natural do Morro da Urca e Po-de-Acar; Parque Estadual da Serra da Tiririca; e Parque Nacional da Serra dos rgos onde, respectivamente, ocorrem os anuros S. perpusillus, S. littoreus e S. v-signatus. A tese est dividida em seis captulos que abordam diferentes interaes interespecficas como predao, parasitismo, foresia e mutualismo.
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O planejamento urbano no Brasil passou por diversas fases de sua construo no estabelecimento do controle do espao atravs dos instrumentos de regulamentao do uso do solo, mas marcado por intensa desigualdade, discriminao e excluso social e de desconsiderao das camadas menos favorecidas da populao quando beneficirias das melhorias sociais que a cidade pode oferecer. Esta tendncia mudou quando na dcada de 1990, introduziram-se as premissas dos planos diretores e da incluso e participao popular na formulao das polticas da cidade. O entendimento em questo busca contribuir para produo e adequao de instrumentos ou sugestes de instrumentos do direito urbanstico construo de espaos urbanos pblicos seguros baseados a princpio na busca das causas endgenas oriundas do prprio ambiente urbano, enfatizadas no presente trabalho por meio da ecologia humana e das causas exgenas fruto de caractersticas independentes do ambiente urbano, objeto de estudo das cicias criminais, por meio da contribuio da Escola de Chicago, atravs de seu ecologismo social, ser procendente a anlise das estatsticas que demonstram a distribuião da violncia no espao localizado das intervenes do programa favela-bairro e quais proposies podem ser formuladas no mbito do planejamento urbano e do direito urbanstico e se podem contribuir para o combate ou controle da criminalidade.
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A rea de Proteo Ambiental de Massambaba concentra diversas formaes vegetais com uma grande riqueza florstica e endemismos. Infelizmente esta rea est sujeita ao antrpica tanto que alguns fragmentos se encontram degradados. Para recuperar ecologicamente esta vegetao importante compreender os mecanismos de sucesso ecolgica. Como se sabe pouco sobre interaes entre plantas de restinga, e menos ainda sob o prisma da alelopatia (efeito negativo que uma planta exerce em outras, ao liberar metablitos secundrios para o seu entorno),objetivou-se a realizao de ensaios biolgicos com espcies nativas. Inicialmente determinamos as melhores condies de extrao de metablitos, e por fim realizamos bioensaios com 18 espcies (Allagoptera aenaria, Andira legalis, Byrsonima sericea, Clusia fluminensis, Couepia ovalifolia, Erythroxylum ovalifolium, Eugenia copacabanensis, Eugenia selloi, Garcinia brasiliensis, Guapira opposita, Maytenus obtusifolia, Myrsine parvifolia, Neomitranthes obscura, Ocotea notata, Pouteria caimito, Renvoizea trinii, Tocoyena bullata e Vitex megapotamica). A aplicao dos extratos foi sobrea germinao e ocrescimento inicial de sementes de alface. Para isso, folhas destas espcies foram coletadas sazonalmente na formao arbustiva aberta no inundvel (fcies alta) na restinga de Massambaba para o preparo de extratos aquosos. Os extratos foram obtidos a atravs da secagem das folhas 60C para posterior macerao, aquecimento, diluio e filtrao, obtendo-se as concentraes de 5 e 10% de concentrao (peso/volume). Os parmetros para avaliar a fitotoxidez foram:a porcentagem ea velocidade de germinao e o comprimento da raiz aps sete dias de crescimento em placas de Petri umedecidas com os extratos. Alm desses trs parmetros, foi utilizado o ndice de efeito global, que transforma as trs variveis em um ndice nico e uma analise de agrupamento (distncia euclidiana, mtodo de Ward) para classific-las em espcies de fraca, mdia ou alta fitotoxidez de acordo com o valor do ndice. A inibio do crescimento foi observada em todas as espcies, e verificou-se diferenas sazonais significativas, com destaque no inverno. Isso sugere que as diferenas os entre nveis de fitotoxidez estejam correlacionada so ambiente e gentica. Se a ao inibitria das espcies com maior efeito aleloptico for comprovada, novas estratgias podem ser elaboradas para a reintroduo em projetos de conservao ambiental
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Neste estudo, investigamos a distribuio altitudinal da composio, riqueza, abundncia das espcies de aves consumidoras de frutos em cinco altitudes e avaliamosa influncia da estrutura da vegetao nas diversidades de aves. O estudo foi realizado na Reserva Ecolgica de Guapiau (REGUA) contgua ao Parque Estadual dos Trs Picos (PEPT), no municpio de Cachoeiras de Macacu, RJ. Coletamos os dados das aves em 24 excurses a campo, incluindo seis bimensais (jul./2010 a maio/2011) e 18 mensais (jul./2011 a dez./2012). Para amostragem das aves, utilizamos o mtodo de captura-marcao-recaptura com redes de neblina, expostas durante sete h/dia em cinco altitudesao longo de uma variao altitudinal de 1000 m. O esforo amostral foi de 8400 h-rede. Para amostragem da estrutura da vegetao, sorteamos trs parcelas de 100 m2 adjacentes s linhas das redes em cada altitude, nas quais foram analisadas as densidades de diferentes hbitos de vida. Das rvores, arvoretas e arbustos coletamos as medidas de altura total e dimetro da altura (no caso dos arbustos, o dimetro foi coletado a 50 cm do solo). Capturamos 448 indivduos correspondentes a 35 espcies de aves, distribudas em 16 famlias. Destas, 26% so endmicas de Mata Atlntica, incluindo quatro espcies categorizadas com algum grau de vulnerabilidade. Dezesseis espcies foram classificadas como frugvoras enquanto 19 como insetvoras-frugvoras. Leptopogon amaurocephalus, Mionectes rufiventris, Lanio melanops, Chiroxiphia caudata foram capturadas nas cinco altitudes, sendo as ltimas duas espcies as mais abundantes. Registramos maior riqueza e abundncia de aves nas altitudes de 370 e 770 m. A composio de aves diferiu entre as altitudes, sendo 170 e 1000 m as mais dissimilares. As espcies de aves insetvoras-frugvoras predominaram nos sub-bosques das cinco altitudes. Registramos deslocamento altitudinal de cinco espcies de aves, sendo o maior deslocamento realizado por um indivduo de Attilarufus, capturado a 770 m e, recapturado a 370 m. Encontramos maior densidade de plantas no sub-bosque nas altitudes 170, 370 e 1000 m. Bambus foram registrados apenas a 1000 m, enquanto que as ervas foram limitadas s altitudes de 170 e 370 m. A estrutura da vegetao apresentou baixa similaridade entre as altitudes, principalmente devido a diferentes densidades das formas de vida e altura das plantas. Trs altitudes, 170, 370 e 1000 m, apresentaram alta densidade de indivduos no sub-bosque, sendo que esta ltima evidenciou uma estrutura da vegetao relativamente mais simples devido ao alto nmero de rvores de baixa altura, ao maior nmero de arvoretas e presena de bambus. A diversidade de aves foi sensvel estrutura da vegetao, em especial altura das rvores que apresentou um decrscimo da altura com o aumento da altitude. Esta relao entre a diversidade de aves e a estruturada da vegetao destaca a importncia da preservao da estrutura da vegetao para a manuteno da diversidade de aves consumidoras de frutos da REGUA e do PETP
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Os nudibrnquios gastrpodes so carnvoros e muitas espcies tm dietas especializadas, consumindo uma nica ou poucas espcies de esponjas marinhas. No Brasil no existe, at o momento, nenhum estudo especfico sobre a ecologia das espcies de nudibrnquios abordando qualquer interao com outros grupos de animais marinhos. Tambm no existem estudos sobre ensaios biolgicos que avaliem o comportamento alimentar e a mediao qumica existente entre os nudibrnquios e suas presas. Os objetivos deste trabalho foram: a) registrar in situ a predao de nudibrnquios doridceos sobre esponjas marinhas no litoral do Estado do Rio de Janeiro, identificar as espcies envolvidas, e comparar com os padres de alimentao observados em outras regies do mundo e b) avaliar o comportamento de quimiotaxia positiva de nudibrnquios em relao s suas presas. Observaes sobre a dieta dos nudibrnquios foram realizadas atravs de mergulhos livres ou autnomos e o comportamento destes em relao s esponjas foi registrado. Um total de 139 observaes foram realizadas em 15 espcies de nudibrnquios doridceos: Felimida binza; Felimida paulomarcioi; Felimare lajensis; Tyrinna evelinae; Cadlina rumia; Diaulula greeleyi; Discodoris evelinae; Geitodoris pusae; Jorunna spazzola; Jorunna spongiosa; Rostanga byga; Taringa telopia; Doris kyolis; Dendrodoris krebsii e Tayuva hummelincki. A predao foi confirmada em 89 (64%) das 139 observaes e em 12 (80%) das 15 espcies de nudibrnquios. A principal interao ecolgica existente entre os nudibrnquios e as esponjas no Estado do Rio de Janeiro a de consumo (predao). Em laboratrio, o comportamento alimentar das espcies Cadlina rumia e Tyrinna evelinae foi avaliado em ensaios de preferncia com dupla escolha oferecendo esponjas frescas. Experimentos de oferta de esponjas vivas, p de esponjas liofilizadas e extratos brutos orgnicos das esponjas foram utilizados para investigar se a percepo dos moluscos s suas presas modulada por sinais qumicos. O nudibrnquio Cadlina rumia no consumiu nenhuma das esponjas oferecidas, mas detectou o sinal qumico das esponjas vivas, e no detectou o sinal qumico da esponja Dysidea etheria, liofilizada em p, incorporada em alimentos artificiais. Tyrinna evelinae detectou o sinal qumico da esponja D. etheria oferecida de duas maneiras diferentes: viva e liofilizada em p. Foi confirmada em laboratrio, a predao in situ da esponja D. etheria pelo nudibrnquio T. evelinae, constituindo o primeiro registro de predao observado in situ e in vitro para o gnero Tyrinna. De uma maneira geral, os resultados das observaes de campo corroboram os padres de alimentao observados em outras regies do mundo e as esponjas da Classe Demospongiae so recursos fundamentais para a dieta dos nudibrnquios doridceos no Rio de Janeiro. A sinalizao qumica e a taxia positiva foi evidente para o nudibrnquio que possui dieta mais especializada, Tyrinna evelinae, e no para aquele que se alimenta de vrias esponjas, Cadlina rumia.
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Os girinos so organismos diversos e abundantes nos pequenos riachos de cabeceira de florestas tropicais e constituem importantes componentes da diversidade biolgica, da trfica e funcional dos sistemas aquticos. Diferentes caractersticas estruturais e limnolgicas dos ambientes aquticos influenciam a organizao das assembleias de girinos. Embora o estgio larvar dos anuros seja o mais vulnervel de seu ciclo de vida, sujeito a elevadas taxas de mortalidade, as pesquisas sobre girinos na regio neotropical ainda so pouco representativas diante da elevada diversidade de anfbios desta regio e ferramentas que permitam a sua identificao ainda so escassas. Nesta tese, dividida em trs captulos, apresento uma compilao das informaes relacionadas aos principais fatores que afetam as assembleias de girinos na regio tropical (Captulo 1), a caracterizao morfolgica dos girinos encontrados nos riachos durante o estudo e uma proposta de chave dicotmica de identificao (Captulo 2) e avalio a importncia relativa da posio geogrfica e da variao temporal de fatores ambientais locais sobre as assembleias de girinos, assim como a correlao entre as espcies de girinos e as variveis ambientais de 10 riachos, ao longo de 15 meses, nas florestas da REGUA (Captulo 3). H pelo menos oito tendncias relacionadas distribuio das assembleias de girinos: (1) o tamanho dos riachos e a diversidade de microhabitats so importantes caractersticas abiticas influenciando a riqueza e a composio de espcies; (2) em poas, o gradiente de permanncia (e.g., hidroperodo) e a heterogeneidade do habitat so os principais fatores moldando as assembleias de girinos; (3) a composio de espcies parece ser um parmetro das assembleias mais relevante do que a riqueza de espcies e deve ser primeiramente considerado durante o planejamento de aes conservacionistas de anuros associados a poas e riachos; (4) a predao parece ser a interao bitica mais importante na estruturao das assembleias de girinos, com predadores vertebrados (e.g. peixes) sendo mais vorazes em habitats permanentes e predadores invertebrados (e.g. larvas de odonata) sendo mais vorazes em ambientes temporrios; (5) os girinos podem exercer um efeito regulatrio, predando ovos e girinos recm eclodidos; (6) o uso do microhabitat varia em funo da escolha do habitat reprodutivo pelos adultos, presena de predadores, filogenia, estgio de desenvolvimento e heterogeneidade do habitat; (7) os fatores histricos restringem os habitats reprodutivos que uma espcie utiliza, impondo restries comportamentais e fisiolgicas; (8) a variao temporal nos fatores biticos (e.g., fatores de risco), abiticos (e.g., distribuio de chuvas), e no padro de reproduo das espcies pode interferir na estrutura das assembleias de girinos tropicais. A variao temporal na heterogeneidade ambiental dos riachos da REGUA resultou na previsibilidade das assembleias locais de girinos, sendo que os parmetros ambientais explicaram 23% da variao na sua composio. Os parmetros espaciais explicaram uma poro menor da variao nas assembleias (16%), enquanto uma poro relativamente elevada da variao temporal da heterogeneidade ambiental foi espacialmente estruturada (18%). As variveis abiticas que apresentaram as maiores correlao com a composio das assembleias de girinos foram a proporo de folhio e de rochas no fundo do riacho, e secundariamente a profundidade, a condutividade e a temperatura. O gradiente gerado pela proporo de folhio e de rochas representou a transio entre riachos permanentes e intermitentes. Este gradiente proporcionou o turnover de espcies, o qual tambm seguiu um gradiente de condutividade, temperatura, profundidade, e em menor extenso, de hidroperodo e largura, que estiveram fortemente associado ao grau de permanncia dos riachos. Estes resultados corroboram tanto a hiptese do controle ambiental, como do controle bitico de comunidades e indicam que a variao temporal da heterogeneidade ambiental e a variao na posio geogrfica so importantes para a estruturao local de assembleias de girinos da REGUA. Os resultados tambm permitiram distinguir entre assembleias de girinos exclusivas de riachos permanentes, exclusivas de riachos intermitentes e aquelas registradas nos dois tipos de riachos. Os resultados deste captulo so relevantes para compreender em que extenso os efeitos da variao temporal na heterogeneidade ambiental e de processos espaciais afetam localmente a estruturao de assembleias de girinos.
Resumo:
A dissertao baseia-se na Teoria do Desenvolvimento Geogrfico Desigual, fruto das elucubraes e da insero do vis marxista no mbito da Geografia Crtica ou Radical, que desvelar a produo das diferenciaes espaciais concernente ao espao urbano. Apoiado nessa base terica objetiva-se desvelar a produo do espao desigual no bairro de Campo Grande, Rio de Janeiro, com foco nas Zonas Residenciais 3 e 4, pela leitura das polticas urbanas estatais, que fragmentam e restringem o acesso aos diferentes espaos do bairro, estabelecidas e influenciadas pelo neoliberalismo no momento atual da integrao e acumulao do sistema poltico-econmico mundial estabelecido como Globalizao. Ainda, verifica-se a influncia dos agentes privados na formulao de tais polticas e na apropriao e produo do espao.