254 resultados para Obesidade Prevenção - Teses
Resumo:
A alimentao fora do domiclio tem aumentado em muitos pases, inclusive no Brasil, e esse hbito tem sido associado com o aumento da obesidade em pases desenvolvidos. O objetivo desse trabalho caracterizar a alimentao fora do domiclio na populao brasileira e avaliar sua associao com a obesidade. Utilizou-se os dados da Pesquisa de Oramentos Familiares (POF) 2002-2003 realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatstica. Foram includos na anlise todos os indivduos acima de 10 anos (N=146.525). Estimou-se as frequncias de consumo de alimentos fora do domiclio segundo idade, gnero, nvel de escolaridade, renda mensal familiar per capita, situao do domiclio (urbana/rural) e localizao do domiclio (municpio da capital do estado ou outro). O consumo de alimentos fora do domiclio foi definido como a aquisio de, pelo menos, um tipo de alimento para consumo fora de casa no perodo de sete dias. Foram tambm estimadas as frequncias do consumo de nove grupos de alimentos (bebidas alcolicas, refrigerantes, biscoitos, frutas, doces, leite e derivados, refeies, fast foods e salgadinhos), segundo idade, gnero, renda mensal familiar per capita e situao do domiclio. Uma segunda anlise avaliou a associao entre consumo fora de casa e obrepeso/obesidade dos indivduos entre 25 e 65 anos de idade residentes em domiclios situados na rea urbana (N=56.178). A prevalncia de consumo fora do domiclio foi de 35%, sendo maior para os adultos jovens, do gnero masculino, com maior nvel de escolaridade e de renda mensal familiar per capita, residentes em domiclios situados na rea urbana e no municpio da capital. O grupo dos refrigerantes entre os demais itens alimentares foi o que apresentou maior frequncia de consumo fora de casa no Brasil. O consumo de alimentos fora de casa foi positivamente associado com sobrepeso e obesidade somente em homens. O consumo de refeies e de refrigerantes fora do domiclio apresentou maior associao com sobrepeso e obesidade entre os homens, no entanto apresentou associao negativa entre as mulheres. Os gastos com refeies consumidas fora do domiclio foram em mdia quase trs vezes maiores do que os gastos com o consumo de fast-foods. Em concluso, a idade, o gnero, a escolaridade, a renda e o local de moradia influenciam o consumo de alimentos fora do domiclio, fatores a serem incorporados nas polticas pblicas de alimentao saudvel. Particularmente os homens parecem fazer escolhas alimentares menos saudveis quando se alimentam fora do domiclio.
Resumo:
Introduo O exerccio resistido (ER) agudo parece resultar em importantes efeitos sobre a liberao de substncias vasoativas e sobre o controle endotlio-dependente do tnus vascular. Objetivos O objetivo do presente estudo foi avaliar os efeitos agudos de um ER isolado sobre a presso arterial (PA), frequncia cardaca (FC), fluxo sanguneo do antebrao (FSA), condutncia vascular (CV), respostas endotelial e inflamatria de mulheres jovens com sobrepeso/obesidade (Sp/Ob). Materiais e Mtodos As voluntrias foram separadas em grupos: controle (n = 16) e Sp/Ob (n = 16). Ambos os grupos realizaram cinco sries de 10 repeties com 70% de uma repetio mxima (1-RM) no exerccio de flexo unilateral do cotovelo. A PA, FC e o FSA (medido por pletismografia por ocluso venosa), foram avaliados em repouso e durante uma hora aps o ER em ambos os grupos. Adipocitocinas e endotelina-1 (ET-1) foram avaliadas em repouso nos dois grupos e aps o ER apenas no grupo Sp/Ob. Resultados O grupo Sp/Ob apresentou massa corporal e IMC significativamente maiores que o controle (p<0,05). Surpreendentemente, o grupo Sp/Ob apresentou relao cintura-quadril significativamente menor (p<0,05). As diferenas entre grupos nas PAs diastlica e mdia observadas antes do ER (repouso) foram tambm observadas imediatamente e 20 minutos aps a sesso de ER (p<0,05). Ambos os grupos apresentaram redues significativas na PA diastlica imediatamente aps a sesso de ER (p<0,01). A PA mdia apresentou reduo significativa imediatamente aps a sesso de ER apenas no grupo controle (p<0,05). O grupo Sp/Ob apresentou valores de FSA significativamente maiores que o controle em repouso (p<0,05), em 20 (p<0,01) e em 40 (p<0,01) minutos aps o ER. A CV no apresentou diferena em repouso, porm em 20 e 40 minutos aps o ER, o grupo Sp/Ob apresentou valores significativamente maiores (p<0,01). Em repouso e imediatamente aps a sesso de ER, no foram observadas diferenas entre o grupo controle e o grupo Sp/Ob na vasodilatao endotlio-dependente. Deve-se ressaltar que em 30 minutos aps a realizao do ER, o grupo Sp/Ob apresentou maior vasodilatao endotlio-dependente que o controle (p<0,05). Surpreendentemente, a vasodilatao endotlio-independente em repouso era menor no grupo controle quando comparado ao grupo Sp/Ob (p<0,05). Entretanto, no foi observada diferena significativa entre os grupos 50 minutos aps a sesso de ER. Como esperado, o grupo Sp/Ob apresentou valores significativamente menores de adiponectina (p<0,01) e significativamente maiores de IL-6 e leptina que o grupo controle (p<0,001). Foram observadas redues significativas nos valores de IL-6 (p<0,05) e leptina (p<0,01), enquanto a ET-1 (p<0,05) apresentou aumento significativo. Concluses Em concluso, a realizao do ER resultou em melhora aguda do FSA, da CV e da vasodilatao endotlio-dependente concomitantemente com mudanas no perfil inflamatrio e ET-1 de mulheres saudveis com Sp/Ob.
Resumo:
Trata-se de estudo transversal sem modelo de interveno, que tem como objeto a ateno sade na prevenção secundria da doena coronariana a pacientes com ou sem tratamento ambulatorial especializado. O objetivo primrio foi: Avaliar se h diferena na ateno sade entre pacientes portadores de doena arterial coronariana em sua forma aguda ou crnica com ou sem acompanhamento ambulatorial especializado. Os objetivos secundrios foram: a) apresentar o perfil de cada grupo de pacientes a partir de dados scio-demogrficos e econmicos; b) descrever as caracterstica clnicas dos pacientes e identificar a que fatores de risco cada grupo de pacientes est exposto; c) descrever a regularidade na utilizao de medicamentos e como se d o acesso mesma; d) identificar o tipo e principais dificuldades enfrentadas pelo paciente para seguir o tratamento. Para a coleta de dados foi utilizado formulrio desenvolvido e previamente testado para atender os objetivos propostos para o estudo, alm de informaes coletadas diretamente do pronturio do paciente. A coleta de dados foi realizada em trs unidades pblicas de sade localizadas no municpio do Rio de Janeiro. A amostra selecionada foi composta por 112 pacientes divididos igualmente entre os dois grupos existentes na pesquisa. Os dados foram transcritos para planilha do programa Statistic Package for the Social Science e anlise realizada atravs dos testes estatsticos de diferena entre proporo, odds-ratio e qui-quadrado. Quanto ao perfil scio-demogrfico e econmico verificou-se diferena estatstica significativa quanto ao grau de instruo entre os grupos I e II, com predomnio de pacientes de nvel fundamental incompleto para o grupo I e mdio completo no grupo II (p=0,0434), foi tambm verificada diferena significativa entre os grupos relacionada ao rendimento mensal, embora o maior percentual encontrado em ambos os grupos tenha sido observado na faixa de dois salrios mnimos, uma vez que o grupo II apresentou maior concentrao de renda entre a faixa de dois a trs salrios mnimos (p=0,0044). Ao que se refere aos fatores de risco para doena coronariana, observou-se diferena estatstica entre os grupos para a varivel tabagismo (p= 0,0001) e sedentarismo (p=0,0025). Verificou-se para pacientes do grupo I valor estatstico significativo quanto a regularidade em utilizar medicamentos (p=0,0010). Concluiu-se, portanto, que o acompanhamento de pacientes ps-sndrome coronariana aguda em ambulatrio especializado de coronariopatias apresentou benefcios significativos quando comparado ao grupo de pacientes no cobertos por este tipo de assistncia. Verificou-se ainda que o enfermeiro poder contribuir e atuar amplamente para a prevenção secundria da doena coronariana, enquanto membro da equipe multidisciplinar.
Resumo:
Esta tese realiza uma anlise de custo de um programa de prevenção de internao hospitalar para idosos (acima de 65 anos), no ambiente da sade suplementar. Trata-se um programa voltado para idosos considerados de risco, de acordo com um questionrio que avalia a probabilidade de risco de internao hospitalar. Indivduos de risco so convidados a participar do programa, quando se estabelecem dois grupos: um que aceita a interveno do programa (Grupo Bem Viver) e outro que recusa (Grupo Recusa). A interveno do programa est voltada para o acompanhamento domiciliar, com equipe multidisciplinar, que se efetiva de acordo com uma estratificao, segundo a avaliao da dependncia funcional para os indivduos. Essa estratificao funcional divide os idosos do programa em cinco grupos distintos, denominados grupos funcionais. Indivduos que recusam a interveno mantm a assistncia com cuidado usual. A anlise de custo uma avaliao econmica parcial que estabelece uma comparao da utilizao de servios de sade entre os dois grupos de idosos: um sob interveno, grupo Bem Viver, e outro em cuidado usual, grupo Recusa. Esta anlise foi realizada para um perodo dividido em 12 meses antes do evento (interveno ou recusa) e 12 meses aps o evento. Levantou-se a utilizao de servios de sade de acordo com os indicadores de consultas, exames, procedimentos ambulatoriais, internaes e consultas hospitalares. O custo do programa foi includo tambm na anlise final. Comparaes foram estabelecidas entre os grupos no padro de utilizao, considerando-se os perodos antes e depois do evento. Os grupos funcionais foram analisados dentro da perspectiva da utilizao para os mesmos perodos. Os resultados demonstraram que o grupo com adeso tem um grande percentual de indivduos com dependncia funcional, sugerindo que existe uma seleo adversa na aceitao do programa, quando indivduos de maior risco tm adeso. Para o grupo sob interveno, ocorreu um aumento da utilizao com os servios de sade no conjunto de consultas, exames e procedimentos ambulatoriais, havendo diminuio com o custo unitrio das internaes hospitalares e consultas hospitalares. O grupo que recusa tem discreto aumento para o conjunto de consultas, exames e procedimentos ambulatoriais e um grande percentual de aumento para as internaes (+40.2%) e consultas hospitalares (34.3%). Este resultado para internaes foi analisado tambm atravs da transformao logartmica, com uso da funo inversa para a base de clculo. Nesta aplicao estatstica foi confirmado esse resultado para o padro de utilizao de internaes. Na anlise final, que incluiu o custo do programa propriamente dito, foi apresentada uma hiptese de avaliao para o grupo Bem Viver, sem a interveno do programa. Desta maneira, realizou-se uma projeo para a utilizao do grupo Bem Viver, a partir dos percentuais atingidos pelo grupo Recusa.
Resumo:
Diversas evidncias comprovam que a obesidade est associada a alteraes estruturais e funcionais do corao em modelos humanos e animais. Outros estudos recentes tambm demonstram que a obesidade humana est associada com alteraes na funo e na estrutura vascular, especialmente em grandes e mdias artrias. Estudos epidemiolgicos tm confirmado que a obesidade um fator de risco significativo para o aparecimento de proteinria e de doena renal terminal em uma populao normal. Com o objetivo de determinar as alteraes morfolgicas relacionadas ao remodelamento cardaco, vascular e renal em um modelo experimental de obesidade induzida pelo glutamato monossdico (MSG) e os efeitos da metformina sobre estes achados, foram estudados 25 ratos divididos em cinco grupos: controle com 16 e 22 semanas (CON-16 e CON-22); obeso com 16 e 22 semanas (MSG-16 e MSG-22) e obeso + metformina (MET-22) 300mg/Kg/dia por via oral. A caracterizao da resistncia insulina foi feita atravs da medida da insulina plasmtica e clculo do ndice de HOMA-IR. As anlises morfolgicas e quantificao do colgeno miocrdico foram feitos pelo sistema de imagem Image Pro Plus analysis. A presso arterial sistlica foi levemente maior no grupo MSG-22, adquirindo significncia estatstica quando comparada com o grupo MSG-16 (1222 vs 1082 mmHg, p<0,05). Por outro lado, o grupo MET-22 mostrou nveis mais baixos de presso arterial (1181 mmHg), sem alcanar diferena significativa. No grupo de animais obesos, foi observado aumento na relao mdia-lumen com 16 semanas (39,93,7 vs 30,22,0 %, p<0,05) e com 22 semanas (39,81,3 vs 29,51,2%, p<0,05), que foi reduzida com o uso da metformina (31,50,9%). O depsito de colgeno na rea perivascular no ventrculo esquerdo foi significativamente maior no grupo MSG-22 (1,390,06 vs 0,830,06 % no CON-22, p<0,01), sendo atenuado pela metformina (1,020,04%). No rim, a rea seccional transversa das arterolas intrarrenais foi semelhante entre os grupos (18,52,2 no CON-16; 19,93,7 no MSG-16; 18,93,1 no CON-22; 21,81,5 no MSG-22; 20,21,4 no MET-22). Foi observado aumento da rea glomerular no grupo MSG-22 (141,34,5 vs 129,50,5 m2), mas sem significncia estatstica. Em concluso, nos ratos com obesidade induzida pelo MSG, com resistncia insulina, as alteraes cardacas foram mais proeminentes do que as alteraes renais. No corao foram observados sinais de remodelamento vascular hipertrfico nas pequenas artrias intramiocrdicas e evidncias de fibrose miocrdica mais proeminente na rea perivascular, alteraes que foram, pelo menos parcialmente, atenuadas com o uso de metformina durante seis semanas, mostrando que esta droga pode ser benfica na prevenção de complicaes cardacas, vasculares e renais associadas com a obesidade.
Resumo:
Nessa dissertao, baseada em uma perspectiva genealgica da histria, realizo uma anlise da psicologia escolar no Brasil, buscando delinear a insero de suas prticas, em um momento especfico da vida poltica do pas, a ditadura militar, durante as conturbadas dcadas de 60 e 70. Para tal estudo, foi necessrio enfocar momentos histricos anteriores, percorrendo brevemente da Primeira Repblica Era Vargas. Fundamental emergncia da psicologia escolar preventiva, detive-me no cotidiano brasileiro durante a ditadura militar, enfatizando como o golpe gerou efeitos econmicos, polticos, sociais, afetivos, assim como possibilitou a pregnncia de uma cultura psicolgica, responsvel pela exploso das prticas exercidas pelos profissionais psi, tendo como efeito a produo de subjetividades privatizadas e intimistas. Para retratar a psicologia escolar nesse perodo, utilizei como fonte primria seis livros sobre essa temtica de autores brasileiros. Nesses livros, predominava uma abordagem preventiva, profiltica da psicologia escolar, resultando em intervenes junto a alunos, professores e pais, a procura de potenciais desvios que pudessem atrapalhar o andamento desejado para os trabalhos escolares. Antecipando desvios e conflitos, controla-se e normatiza-se todo o espao escolar. A psicologia, alm de atentar para as patologias, engloba tambm o campo da normalidade, da vida cotidiana. Assim, no compasso dos ideais propagados pelo regime militar e pela emergncia da privacidade como fim em si mesma, a psicologia escolar compactua com os modos de subjetivao intimistas e individualizantes.
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Tendo como base a viso evolucionista e a abordagem teraputica cognitivo-comportamental, o objetivo deste trabalho foi propor um protocolomodificado de tratamento para pessoas obesas com compulso alimentar peridica.A idia norteadora que estratgias que foram teis para a sobrevivncia daespcie poderiam estar influenciando no ganho de peso. Entre estas estratgias,destacam-se: a tendncia a consumir uma grande quantidade de alimentos, facilitando o consumo de alimentos hipercalricos; e a neofobia alimentar, dificultando o consumo de frutas, legumes e verduras. Obedecendo lgicaancestral herdada pela espcie, a primeira proporciona reservas para momentos deescassez de alimentos e a segunda implica em uma recusa em consumir alimentosdesconhecidos evitando que substncias txicas sejam ingeridas. Ambos os fatores poderiam contribuir para a obesidade. Os tratamentos convencionais buscam controlar a ingesto calrica. O que aqui se prope, alm desse controle, tentardiminuir o nvel de neofobia alimentar. Com essa hiptese de trabalho espera-se aumentar o consumo de alimentos, principalmente os mais saudveis e hipocalricos, contribuindo para reduzir a ingesto de alimentos hipercalricos. Otratamento incluiu tcnicas de exposio, modelao e imitao adicionadas a umtratamento j utilizado para obesos com compulso alimentar peridica. Foram criados dois grupos, o primeiro com 4 participantes funcionando como grupo decontrole, que recebeu um tratamento convencional de TCC; o outro, com 6 participantes aqui denominado grupo de interveno, que recebeu o tratamento deTCC modificado. A pesquisa foi qualificada como quase-experimental. O resultadoobtido foi uma reduo do ndice de neofobia alimentar, do ndice de massa corporal, um aumento no consumo de alimentos saudveis e a reduo de gordurase acares no chamado grupo de interveno. Embora tenha alcanado estes resultados, o tratamento ainda precisa ser reformulado e ampliado.
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A ideia de que drogas e esportes caminhem em sentidos opostos parece ser senso comum na sociedade brasileira: o esporte se associa sade, cidadania e liberdade; a droga degradao, violncia e ao vcio. A relao entre o esporte e a droga se resume, nesse sentido, em uma postura maniquesta que parece advir da observao em separado destes dois fenmenos e no da prpria relao entre os mesmos. Apesar da existncia de uma extensa bibliografia referente s temticas da droga e do esporte, foi observada, conforme o levantamento da literatura pertinente, uma carncia de pesquisas que abordem o uso do esporte como meio de prevenção e diminuio do consumo de drogas. O objetivo deste estudo foi analisar os fundamentos do discurso em prol do esporte enquanto instrumento capaz de combater e prevenir o uso de drogas. Para tanto, foram analisados os seguintes documentos: Poltica Nacional do Esporte; Poltica Nacional Sobre Drogas; Carta Brasileira de Prevenção Integrada da rea da Sade na Perspectiva da Educao Fsica. A metodologia utilizada foi a da Anlise do Discurso preconizada por Orlandi (2001). A interpretao dos dados se realizou segundo os fundamentos do campo interdisciplinar do Imaginrio Social. Os resultados da pesquisa mostraram que a relao entre o esporte e a droga materializa um conflito de foras entre as atitudes prometeica e dionisaca. De modo que o esporte, representando um instrumento de afirmao dos valores prometeicos, se ope droga, associada dissociao destes valores por meio da manifestao dionisaca.
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As doenas crnicas no transmissveis (DCNT) esto posicionadas no topo das enfermidades em termos de morbimortalidade, no Brasil e no mundo. Entre estas, as doenas cardiovasculares (DCV), e particularmente, as cerebrovasculares (DCbV), produzem um impacto significativo sobre a autonomia das pessoas, desfalcando a fora de trabalho das naes e gerando um alto custo para a previdncia social de todos os pases. No Brasil, s muito recentemente as enfermidades circulatrias passaram a ser contempladas por polticas pblicas formuladas pelo Ministrio da Sade (MS), no s pela manuteno destas doenas em altos patamares de morbimortalidade, mas tambm pelo crescimento exponencial de alguns dos seus fatores de risco. Partindo do pressuposto que as polticas e programas oficiais no esto sendo efetivamente implementados no mbito da Ateno Primria Sade (APS), o objetivo do presente estudo foi investigar e analisar como estas iniciativas do MS vem sendo efetivamente executadas em Juiz de Fora-MG. A estratgia utilizada para essa investigao consistiu em uma pesquisa qualiquantitativa com base em observao, documentos e entrevistas semi-estruturadas com os diferentes componentes profissionais das Equipes de Sade da Famlia de trs unidades bsicas de sade do municpio citado. Foram entrevistados 40 profissionais de sade, entre mdicos, enfermeiros e agentes comunitrios de sade, buscando-se entender como os programas governamentais com interface com a prevenção das doenas cardiovasculares e, em especial, cerebrovasculares, vm sendo implementados ao nvel do Programa de Sade da Famlia. Na comparao entre o que recomendado nos programas governamentais e o que vem sendo executado nas UBS, concluiu-se que ainda h um longo caminho a ser percorrido para que estes programas sejam efetivamente implementados na porta de entrada do sistema de sade.
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O presente estudo discute o tratamento psicanaltico da obesidade, tendo em vista os impasses no manejo dessa problemtica. Para tanto, parte-se da anlise da patologizao do corpo gordo, sua medicalizao e os dispositivos biopolticos de regulao dos corpos que a figuram para propor uma diferenciao entre o sintoma mdico e seu aspecto subjetivo. Contextualizando a cultura na atualidade, que coloca em evidncia o corpo, desenvolve-se a disjuno entre necessidade e demanda proposta por Lacan para pensar uma diferena tica que a abordagem psicanaltica da obesidade oferece em relao ao dispositivo mdico, na medida em que no se prope a normalizar os corpos segundo o peso adequado. Essa proposta coloca em pauta a questo do circuito pulsional que, em sua matriz alteritria, estabelece o objeto pulsional vinculado a uma perda originria que, ao mesmo tempo, constitui o desejo como insatisfeito. Considerando que o dispositivo psicanaltico proposto por Freud se estrutura em torno da falta que advm ao final do complexo de dipo, e que a angstia de castrao ocupa lugar prioritrio de motor do tratamento, a obesidade se coloca como um problema medida que a comida comparece revestindo o objeto perdido e fornecendo a consistncia qual o obeso permanece atado. Para pensar de que maneira a psicanlise pode acolher a demanda feita por pacientes obesos e que recursos terico-clnicos pode-se lanar mo nesses tratamentos, estabelecido um paralelo com outras problemticas, tais como: as toxicomanias e a bulimia. Propomos, por fim, que o tratamento psicanaltico visa oferecer um campo de subjetivao que permita a emergncia da angstia no somente referida ao corpo e seus excessos, possibilitando a construo de recursos simblicos necessrios elaborao do real pulsional. Para tanto, enfatiza-se a importncia do estabelecimento da transferncia, da presena do analista e da funo das entrevistas preliminares que, nesses casos, se constituem como um longo trabalho prvio.
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A obesidade um distrbio metablico de etiologia multifatorial e elevada prevalncia no Brasil, que pode ser definida por um ndice de massa corporal (peso em quilogramas dividido pela altura em metros ao quadrado) maior ou igual a 30 kg/m2, e que est associada de forma independente a um elevado risco de morbidade e mortalidade cardiovascular devido aos eventos aterotrombticos. O xido ntrico (NO), uma pequena molcula gasosa, produzido atravs da converso do aminocido catinico L-arginina em L-citrulina e NO em uma reao catalisada por uma famlia de enzimas denominadas NO-sintases (NOS), e funciona como um protetor cardiovascular modulando por exemplo o relaxamento do msculo liso vascular e a funo plaquetria. O objetivo desta tese foi avaliar a via L-arginina-NO, bem como investigar a funo plaquetria, o estresse oxidativo, e a atividade da arginase em pacientes com obesidade. O transporte de L-arginina, a produo de guanosina monofosfato cclica (GMPc), a atividade e a expresso das isoformas da NOS (iNOS e eNOS), a atividade da arginase, o estresse oxidativo (produo de espcies reativas de oxignio EROs; atividade da superxido dismutase SOD; e atividade da catalase), bem como a funo plaquetria foram medidos nas plaquetas dos pacientes com obesidade. Nas hemcias, foram medidos o transporte de L-arginina e a atividade da NOS e da arginase. Os nveis de aminocidos e de marcadores inflamatrios (fibrinognio e protena C reativa) tambm foram medidos sistemicamente. Os resultados demonstram que o influxo de L-arginina via sistema y+L, a atividade da NOS e a produo de GMPc esto diminudos nas plaquetas dos pacientes obesos em relao aos controles saudveis, enquanto que no houve diferena na atividade da arginase. Alm disso, a expresso das isoformas da NOS bem como a agregao plaquetria em plaquetas de pacientes com obesidade mostrou-se aumentada em relao aos controles. Nas hemcias destes pacientes, observou-se elevado influxo de L-arginina via sistema y+ e y+L e atividade da NOS, e nenhuma diferena na funo da arginase. A concentrao plasmtica de L-arginina no foi afetada pela obesidade, mas j os marcadores inflamatrios estavam significativamente aumentados. A produo de EROs e a atividade da catalase nas plaquetas no estava alterada em pacientes com obesidade, enquanto que a atividade da SOD mostrou-se diminuida. Assim, apesar do aumento da produo de NO pelas hemcias, possvel que a baixa produo plaquetria de NO, alm do estado inflamatrio e um possvel estresse oxidativo, estejam contribuindo para a elevada atividade plaquetria observada na obesidade. As descobertas aqui apresentadas contribuem para uma melhor compreenso dos eventos cardiovasculares presentes na obesidade.
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O objetivo desta tese avaliar o impacto do estilo de vida materno no ganho de peso durante a gestao e na sua evoluo durante o ps-parto. Inicialmente, foi realizada uma reviso da literatura sobre os indicadores utilizados para computar as mudanas de peso ocorridas durante a gestao e o ps-parto (artigo I). Posteriormente, utilizou-se o modelo de regresso logstica para avaliar a associao entre a abstinncia ao fumo durante o pr-natal e o ganho de peso gestacional (GPG) excessivo, segundo as recomendaes do Institute of Medicine (IOM), em 1.249 mulheres que deram luz a recm-nascidos vivos a termo em 1984/85 em Estocolmo, Sucia (artigo II). Em seguida, foi utilizado o modelo de regresso linear mltipla para avaliar o efeito do GPG excessivo no ndice de massa corporal (IMC) materno 15 anos aps o parto. A populao elegvel para anlise foi constituda de 483 mulheres suecas, que foram acompanhadas desde o nascimento da criana ndice em 1984/85 at 1999/2000 (artigo III). Por ltimo, uma reviso sistemtica com a utilizao de metanlise foi realizada para apreciar o efeito da dieta, exerccio ou ambos na perda de peso no ps-parto (artigo IV). A diversidade de indicadores utilizada para computar o GPG e a reteno de peso no ps-parto dificulta a interpretao e comparao dos resultados de pesquisas sobre o tema. A baixa qualidade dos registros obsttricos e a escolha inadequada do indicador so consideradas as possveis causas da no associao entre o ganho de peso materno e os desfechos gestacionais encontrada em alguns estudos (artigo I). Ex-fumantes apresentam 1,8 vezes mais chance de GPG excessivo em relao s mulheres no fumantes, mesmo aps o ajuste pelas variveis de confuso, como o consumo de lcool, atividade fsica, entre outras (artigo II). Mulheres que tiveram GPG excessivo apresentaram maior reteno de peso 15 anos aps parto (10,0 kg) do que as mulheres que ganharam peso conforme os limites recomendados pelo IOM (6,7 kg). Mesmo aps o controle pelas variveis de confuso, o GPG excessivo provocou um aumento significativo de 0,72 kg/m2 no IMC materno (artigo III). Mulheres aconselhadas a praticarem exerccios aerbicos durante o ps-parto no perderam, significativamente, mais peso que as mulheres alocadas no grupo controle (diferena de mdia ponderada (DMP): 0,00; IC 95%: -8,63/ 8,63). Mulheres alocadas no grupo dieta (DMP: -1,70; IC 95%: -2,08/ -1,32) ou dieta e exerccio (DMP: -2,89; IC 95%: -4,83/ -0,95) perderam, significativamente, mais peso que as mulheres alocadas no grupo controle. Nenhuma das estratgias de interveno para perda de peso no ps-parto (exerccio; dieta; dieta e exerccio) provocou efeitos adversos sade materno-infantil (artigo IV). Os achados apontam para a importncia da identificao precoce de mulheres sob-risco GPG excessivo. Os profissionais de sade devem fornecer aconselhamento adequado durante o pr-natal para o controle do GPG e motivar as mulheres a perderem o peso retido durante o ps-parto. Assinala-se tambm que os profissionais de sade devem recomendar programas de modificao do estilo de vida relacionados dieta combinada ao exerccio fsico para perda de peso durante o ps-parto e, consequentemente, para a prevenção da obesidade associada ao ciclo reprodutivo.
Resumo:
Excesso de peso (sobrepeso e obesidade) e transtornos mentais comuns so importantes problemas de sade pblica no Brasil e no mundo. A associao entre ambos tem sido investigada por pesquisadores, porm os resultados ainda so conflitantes. Estudos realizados com nutricionistas tm dado maior nfase prtica de atuao, entretanto, poucos abordaram questes de sade desses profissionais, principalmente sobre o excesso de peso e sofrimento psquico. Objetivo - Analisar a associao entre sobrepeso, obesidade e transtornos mentais comuns nesses profissionais. Mtodos - Estudo seccional, realizado com 289 nutricionistas da rede pblica de hospitais do municpio do Rio de Janeiro, no perodo de outubro de 2011 a agosto de 2012. A avaliao do excesso de peso corporal foi realizada com base no ndice de Massa Corporal (kg/m2) atravs da aferio de peso e altura, e os transtornos mentais comuns atravs do General Health Questionarie (GHQ-12). Variveis scio-demogrficas, laborativas e de sade tambm foram includas no estudo. Resultados - A prevalncia de sobrepeso foi de 32,3% e de obesidade, 15,3%. A prevalncia de transtornos mentais comuns (TMC) foi de 37,7%. A anlise bruta demonstrou uma associao negativa entre transtornos mentais comuns e sobrepeso (OR 0,68; IC95% 0,39 1,20) e positiva para obesidade (OR 1,34; IC95% 0,65 2,75) que no se modificou quando ajustado pelas variveis socioeconmicas (SES), laborativas e de sade (OR= 0,60 IC95% 0.32 1,10) para sobrepeso e para a obesidade (OR= 1.09 IC95% 0,50 2,37). Concluso - Os resultados do estudo destacam as altas prevalncias de sobrepeso, obesidade e transtornos mentais comuns, bem como, a magnitude da associao entre os eventos, ambos sem significncia estatstica. Sugerimos novos estudos em que se possam identificar os mecanismos envolvidos nesta relao, bem como os fatores relacionados s condies de trabalho e de vida que possam estar afetando a sade do nutricionista que formado para cuidar da sade populao muitas vezes em detrimento da sua prpria sade.
Resumo:
Estudo prospectivo com abordagem quantitativa envolvendo 3 grupos distintos de sujeitos. Grupo 1 constitudo por 56 pacientes avaliados para o risco de tromboembolismo venoso (TEV) em um acompanhamento de 30 meses para verificar os desfechos morte, reinternao e profilaxia de TEV. Grupo 2 constitudo por 50 enfermeiros assistenciais que responderam questionrios sobre TEV, com o propsito de avaliar seus conhecimentos sobre os riscos e profilaxia dessa doena em pacientes clnicos internados. Grupo 3 constitudo por 100 enfermeiros assistenciais que responderam questionrios similares aos respondidos pelo grupo 2, antes e aps treinamento sobre profilaxia de TEV. O objetivo geral foi verificar o grau de conhecimento de enfermeiros sobre tromboembolismo venoso considerando sua insero no processo de prevenção de riscos; Os objetivos especficos foram: propor e implantar uma estratgia de treinamento para capacitao de enfermeiros no rastreamento de riscos de TEV em pacientes internados; verificar o impacto do treinamento sobre TEV no conhecimento dos enfermeiros para identificao de fatores de risco dessa doena; descrever os desfechos relacionados TEV em pacientes internados por mais de 24 horas em um hospital quaternrio num seguimento de 30 meses. No grupo 1 identificou-se que o evento TEV apresenta alta mortalidade 63,6% para pacientes que no receberam profilaxia. Identificou-se tambm que a maioria 89,2% desses sujeitos acompanhada de seus mdicos, 53,6% passaram por reinternaes e 28,6% continuam usando alguma profilaxia para TEV. No grupo 2 verificou-se que os profissionais no sabem identificar corretamente os fatores de risco para TEV, havendo grande dficit de conhecimento em relao aos fatores de risco e profilaxia da doena, pois 90% da amostra no consegue apontar mais que 5 fatores de risco para TEV considerando-se 24 fatores contemplados por consensos internacionais, demonstrando um grau de conhecimento insuficiente pela utilizao de uma escala intervalar proposta nesse estudo. No grupo 3, assim como identificado no grupo 2, houve similaridade no dficit de conhecimento, pois 100% no conseguiram apontar mais que 4 fatores de risco para a doena. Identificou-se que a realizao de um treinamento sobre profilaxia de TEV para esses enfermeiros apresenta alto impacto em relao ao grau de reteno de informaes sobre TEV, sendo uma ao facilmente replicvel para profissionais de instituies hospitalares. Concluiu-se que o uso de um algoritmo/protocolo de avaliao voltado para rastreamento de riscos de TEV por enfermeiros representa uma ferramenta importante no processo de rastreamento e prevenção dessa doena em pacientes clnicos, como proposto nesse estudo, pois nos resultados demonstrou-se que 97% dos enfermeiros do grupo 3 no conhecem qualquer tipo de protocolo relacionado a prevenção de riscos de TEV. Os sujeitos apresentaram excelente nvel de conhecimento sobre meios de profilaxia mecnica, mas identificou-se que a maioria 63% nunca deu orientaes sobre a profilaxia enquanto cuidam, reforando o entendimento de que no esto inseridos no processo de prevenção de riscos de TEV para pacientes internados. A insero dos enfermeiros nesse processo de identificao de riscos deve ser capaz de reduzir a alta taxa de morbimortalidade e reduzir a incidncia dessa doena em unidades hospitalares.
Resumo:
O objetivo desse estudo foi comparar a capacidade de dois materiais restauradores em prevenir a descolorao coronria causada pela minociclina como medicao intracanal e propor uma tcnica de fcil implementao para encorajar o uso da pasta tri-antibitica para desinfeco do sistema de canais radiculares durante procedimentos de regenerao pulpar sem perda esttica. Cem dentes foram selecionados, seus canais radiculares foram instrumentados e divididos em quatro grupos de acordo com o tratamento dentinrio utilizado: Grupo OB- Agente adesivo OptiBond All-In-One (KERR); Grupo U200- Cimento resinoso auto-condicionante e auto adesivo RelyX U200 (3M ESPE); Grupo MIN- Sem revestimento; Grupo CN- Sem revestimento (controle negativo). Em todos os grupos, com exceo do CN, foi utilizada pasta de minociclina como medicao intracanal coberta por uma bolinha de algodo e vedados com restaurao provisria. As medies de cor foram realizadas com um espectrofotmetro no incio do estudo (T0), e 7(T7), 14 (T14), 21 (T21) e 28 dias (T28) ps-minociclina. Os resultados obtidos foram submetidos anlise estatstica. As diferenas de cor (E*) foram crescentes nos grupos CN, OB, U200 e MIN, respectivamente. A diferena de luminosidade (L*) foi tambm crescente nos grupos CN, OB, U200 e MIN, respectivamente. Houve diferena significante entre os grupos MIN e CN, e entre os grupos MIN e U200 (p<0,05). O eixo amarelo-azul (b*) no apresentou alterao de cor significante (p>0,05). Uma alterao de cor significante no eixo vermelho-verde (a*) foi observada no grupo MIN em relao ao grupo CN (p<0,05). Portanto, conclui-se que a tcnica foi fcil de ser implementada, ambos materiais reduziram a descolorao da coroa causada pela pasta de minociclina mas foram ineficazes em impedi-la completamente.