289 resultados para Fonseca, Rubem, 1925- . Pierrô da caverna - Crítica e interpretação
Resumo:
Esta tese apresenta como um dos seus aspectos fundamentais a compreenso de outra cultura, outra verso, outro conjunto de valores: o pensamento indiano, bero da Ahamkra a conscincia individual, o eu e das prticas ascticas de origem pr-ariana e autctone. No interior dessa tradio, foram escolhidos os ensinamentos do Buddha Shkyamuni, por sua absoluta originalidade na concepo da individualidade, transformando radicalmente as concepes de subjetividade existentes em sua poca. O intuito, ao buscar uma tradio em tudo diferente da nossa, , por dirigir o foco para o mais contrastante, iluminar nossa prpria tradio, enriquecer o campo de discusso das novas matrizes de subjetivao em nossa sociedade ocidental ps-moderna e globalizada. Com essa abordagem objetiva-se contribuir para o debate em torno do despertar do budismo ocidental, no sc. XXI, lanando algumas linhas de reflexo que auxiliem, por um lado, a contextualizar esse acontecimento, e, por outro, a ampliar o debate sobre as questes relativas noo de sujeito, utilizada pelos tericos da psicanlise, atravs da apresentao de uma outra verso, a do eu budista. A comparao entre uma forma de individualidade oriunda de uma sociedade tradicional e holista e a forma da individualidade contempornea, oriunda de uma sociedade secularizada e individualista, possvel atravs do que Harpham denomina imperativo asctico, uma fora estruturante primria e transcultural. Nesse sentido visualiza-se uma relao entre as prticas ascticas e a construo do eu. Segundo Mauss, o eu tambm uma categoria universal, presente em todas as culturas. Assim como se encontram variaes sobre o repertrio das prticas ascticas disponveis em diferentes culturas, encontram-se variaes na forma da subjetividade, de acordo com o seu solo cultural e sua paisagem mental. Fizemos uma conexo entre as prticas ascticas indianas e o que denominamos de identificao mstica, a partir da qual foi possvel inferir essa imbricao entre ascetismo, construo e sacralizao do eu nos primrdios da civilizao indiana. Com o budismo ocorre uma espcie de descentramento, a sacralizao estendida a todo o cosmo, as prticas de meditao sintonizam com todos os seres, com todos os animais, para eliminar as causas do sofrimento. O budismo nasce com uma vocao universalista e leva para fora das fronteiras da ndia esse eu construdo a partir dos conceitos da himsa, a no-violncia, e da noo de ausncia de existncia inerente, inscritos no pensamento budista h dois mil e quinhentos anos, despertando o interesse do ocidente aps um longo perodo de obscurecimento.
Resumo:
Essa pesquisa insere-se em um contexto de muitas discusses acerca da qualidade da educao no Brasil, motivadas principalmente pelos maus resultados atingidos pelo pas em exames internacionais. Os constantes debates tm dado margem, inclusive, a movimentos que, culpando os PCNs pelo fracasso generalizado na alfabetizao, clamam pela volta de um ensino tradicional. De fato, apesar das imensas contribuies trazidas pelos estudos que embasam os PCNs, apenas a sua institucionalizao no garantiu a ocorrncia de mudanas efetivas na educao. Principalmente no campo da alfabetizao, interpretaes equivocadas levaram, por exemplo, ao desencadeamento de um processo de desmetodizao do ensino, caracterizado pela excluso total, nos ltimos anos, das questes de ordem metodolgica das pautas de discusses. Tal fenmeno, denominado por Soares (2004) de desinveno da alfabetizao, e tambm abordado por outros pesquisadores (cf. MORAIS, 2006; FRADE, 2003; CARVALHO, 2007), obviamente, acabou se refletindo nos novos livros didticos, avaliados e recomendados pelo MEC. O problema que os novos livros parecem no estar satisfazendo s necessidades dos docentes. Estudos recentes tm revelado tanto uma insatisfao desses profissionais em relao a tais materiais quanto a manuteno de prticas didticas preconizadas pelos mtodos tradicionais (Cf. BRITO et al., 2007; SILVA 2008; e MORAIS E ALBURQUERQUE, 2008). Considerando-se que: (a) hoje j se reconhece que os processos de alfabetizao e letramento so complementares e indissociveis (SOARES, 2004); (b) na realidade brasileira os livros didticos ainda so recursos centrais no trabalho em sala de aula; (c) as obras so avaliadas a partir de rgidos critrios, alinhados s mais recentes teorias; e (d), a disponibilizao gratuita desses materiais demanda um alto investimento do governo, o objetivo deste estudo foi analisar criticamente um dos livros didticos de alfabetizao do PNLD/2010 (L.E.R., Leitura, escrita e reflexo 1 ano, FTD), na tentativa de levantar pistas sobre os possveis motivos dessa no-adeso dos docentes aos novos livros. Para tanto, foi realizada uma anlise documental crtica, de abordagem qualitativa, que observou na obra os seguintes aspectos: o espao dedicado ao ensino do sistema de escrita alfabtica; a existncia de articulao desse trabalho com o de letramento; a coerncia entre a orientao pedaggica declarada e as atividades propostas; e a clareza e objetividade das instrues e sugestes fornecidas ao docente. As anlises realizadas mostram, entre os dados mais relevantes, que o livro estudado ainda dedica um espao muito reduzido s atividades de ensino do sistema de escrita e no apresenta uma articulao satisfatria entre essas atividades e quelas voltadas ao letramento, corroborando dados de outros estudos, aqui j mencionados. Esses resultados podem ser indicativos de que os critrios estipulados para a avaliao desses livros precisariam ser revistos de forma que atendessem mais equilibradamente tanto aos objetivos da alfabetizao e do letramento quanto s necessidades da prtica docente. Para um maior aprofundamento deste estudo considero que, futuramente, seus dados podem ser complementados por anlises dos prprios docentes sobre o livro estudado, ou at mesmo por pesquisas sobre seu uso efetivo em sala de aula
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Esta dissertao, inserida na linha de pesquisa de Poltica e Cultura, trata da viso crtica de Ea de Queiroz sobre a Igreja Catlica, sobre o catolicismo popular e a relao Igreja-Estado em Portugal do sculo XIX. O trabalho aprofunda as idias do autor estabelecidas no momento histrico do chamado movimento da Regenerao, na segunda metade do sculo, marcado por propostas de denncias da decadncia da sociedade e de mudanas e reformas modernizantes nas estruturas econmicas, sociais, polticas educacionais e culturais do pas. Analisa questes relevantes ligadas poltica da poca como o liberalismo monrquico, a poltica do estado constitucional portugus, a poltica ultramontana do Vaticano e seus desdobramentos em Portugal, alm do catolicismo institucionalizado nas prticas polticas e culturais. A partir de fontes primrias como os trabalhos jornalsticos do autor, publicados no Brasil e em Portugal, assim como cartas para seus amigos intelectuais da chamada Gerao 70, aborda questes como o anticlericalismo, antijesuitismo, Padroado, regalismo e o projeto cultural portugus de secularizao. Observando o extremo esprito perspicaz e sarcstico do autor, o trabalho conclui por entender o escritor como forte defensor de reformas nas prticas, discursos e preocupaes da Igreja Catlica de seu tempo, assim como voz exigente e consonante a outros intelectuais da poca em prol de novo comprometimento e atuao dessa mesma Igreja. Por fim, estabelece o autor como um expoente entre a intelectualidade por ser protagonista de um movimento de renovao poltica e cultural, como catalisador da opinio pblica de seu tempo, e acima de tudo, autor de uma obra de relevncia literria e jornalstica, capaz de impor-se como efetiva proposta inovadora para a modernidade portuguesa da poca.
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A segurana cidad apresentada nos dias de hoje como um novo modelo de segurana, forjado a partir da necessidade de aliar direito segurana e proteo de direitos humanos. A expresso segurana cidad habita planos de segurana nacionais e estratgias hemisfricas sobre segurana de forma bastante consensual, representando um avano na atuao estatal frente s ameaas do campo da segurana pblica, refletida em uma atuao humanizada. No desdobramento do contedo em aes, bem como na legitimao e propagao da terminologia e estratgias associadas a este modelo de segurana, a OEA se destaca como um importante espao jurdico-poltico de carter interamericano. O modelo de segurana cidad a conformao mais recente do conceito de segurana, que, entretanto, teve incio na OEA - ainda anos 80 - por meio do desenvolvimento de documentos estratgicos de combate s drogas. Neste sentido, este trabalho quer entender, concretamente, em que medida esta novo modelo de segurana realmente oferece novas abordagens e/ou outras condies que representem uma ampliao na garantia de direitos humanos. Para tanto, considerasse relevante anlise dos mais relevantes documentos sobre segurana, nos quais possvel identificar conceitos-chave e estratgias de ao e como estes foram atualizados ao longo do tempo. Esta anlise feita a partir de uma perspectiva da criminologia crtica, que com seus conceitos e categorias equaciona aspectos da realidade poltico-criminal, bem como fatores socioeconmicos e da realidade carcerria da regio, que usualmente no integram os modelos de segurana, embora tenham relao direta com uma mais ampla garantia de direitos humanos.
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Esta dissertao um estudo sobre a expressividade dos contos de fadas da obra Uma ideia toda azul, de Marina Colasanti. Torna-se inovadora por se tratar de textos curtos, valorizando o fantstico e pelos desfechos de seus contos, diferentes dos tradicionais. Trabalhando com reis, rainhas, prncipes, princesas e unicrnios, a autora utiliza figuras de linguagem que valorizam o texto, tornando cada vez mais encantador e instigante o seu bordado de palavras. Apresentam-se no decorrer do trabalho reflexes acerca das narrativas orais, as teorias referentes aos contos populares, a compreenso de literatura infantil, os contos de fadas, Marina Colasanti na cultura brasileira e a narrativa fantstica, um resumo da obra Uma ideia toda azul, a estilstica como base da pesquisa e a essncia das figuras de linguagem. Busca-se descrever e analisar as figuras mais produtivas: metfora, personificao, hiprbole, sinestesia e eufemismo. So recursos lingusticos que conferem aos contos de Colasanti a expressividade que seduz o leitor de todas as idades. A realidade e a fantasia se articulam harmoniosamente em um texto que, ao ressaltar o fantstico, desvela os sentidos universais inerentes ao ser humano de todas as pocas
Resumo:
O presente estudo tem como objeto de anlise a direo social da ao dos assistentes sociais inseridos no projeto Agncia de Famlias, que desenvolvido pelo Banco da Providncia. Por meio de nosso estudo pretendemos verificar se as aes realizadas pelos assistentes sociais em tal projeto contribuem para a reproduo da dominao capitalista meramente, uma vez que auxiliam no processo de reproduo da fora de trabalho, evidenciando a promoo/legitimao da conformidade, ou se buscam a garantia dos direitos dos usurios, captando a contradio e promovendo formas e estratgias profissionais que viabilizem a resistncia a tal dominao. Alm disso, pretendemos perceber se pela forma inconsistente da captao das contradies inerentes realidade social e institucional, os profissionais tm aes caracterizadas pela ambiguidade. Para tanto, foi necessrio perceber a direo social da ao desse profissional, ou seja, o significado dessa ao, sua direo tico-poltica; se ocorre e em que medida possvel ocorrer a materializao dos atuais princpios tico-polticos do Servio Social brasileiro no cotidiano do trabalho profissional. Isto por que, considerando o conservadorismo que nos parece caracterizar a instituio, entendemos que pode haver distino entre os objetivos institucionais e profissionais e, que tambm h uma significativa tenso entre o atual Projeto tico-Poltico do Servio Social brasileiro e o fazer profissional, devido s novas configuraes da sociedade capitalista, mediadas pela ideologia neoliberal, que se reportam cada vez mais ao (neo)conservadorismo profissional. A pesquisa foi realizada por meio de entrevistas com os profissionais e, como dito, objetivou enfatizar a compreenso da direo social, do significado e das implicaes do fazer profissional dos assistentes sociais inseridos no projeto Agncia de Famlias. Os dados analisados tambm so fruto das observaes de campo realizadas no espao ocupacional dos assistentes sociais entrevistados e, tambm, dos documentos, fichas e relatrios institucionais. A anlise baseada nos objetivos propostos pelo estudo, tomando como referencial o materialismo histrico e dialtico, elaborado por Marx.
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O potencial elico do Brasil, de vento firme e com viabilidade econmica de aproveitamento, de 143 GW. Isso equivale ao dobro de toda a capacidade da gerao j instalada no pas. No Brasil, a energia elica tem uma sazonalidade complementar energia hidreltrica, porque os perodos de melhor condio de vento coincidem com os de menor capacidade dos reservatrios. O projeto desenvolvido neste trabalho nasceu de uma chamada pblica do FINEP, e sob os auspcios do recm criado CEPER. Ao projeto foi incorporado um carter investigativo, de contribuio cientfica original, resultando em um produto de tecnologia inovadora para aerogeradores de baixa potncia. Dentre os objetivos do projeto, destacamos a avaliao experimental de turbinas elicas de 5000 W de potncia. Mais especificamente, dentro do objetivo geral deste projeto esto includas anlise estrutural, anlise aerodinmica e anlise de viabilidade de novos materiais a serem empregados. Para cada uma das diferentes reas de conhecimento que compem o projeto, ser adotada a metodologia mais adequada. Para a Anlise aerodinmica foi realizada uma simulao numrica preliminar seguida de ensaios experimentais em tnel de vento. A descrio dos procedimentos adotados apresentada no Captulo 3. O Captulo 4 dedicado aos testes eltricos. Nesta etapa, foi desenvolvido um banco de testes para obteno das caractersticas especficas das mquinas-base, como curvas de potncia, rendimento eltrico, anlise e perdas mecnicas e eltricas, e aquecimento. Este captulo termina com a anlise crtica dos valores obtidos. Foram realizados testes de campo de todo o conjunto montado. Atualmente, o aerogerador de 5kW encontra-se em operao, instrumentado e equipado com sistema de aquisio de dados para consolidao dos testes de confiabilidade. Os testes de campo esto ocorrendo na cidade de Campos, RJ, e abrangeram as seguintes dimenses de anlise; testes de eficincia para determinao da curva de potncia, nveis de rudo e atuao de dispositivos de segurana. Os resultados esperados pelo projeto foram atingidos, consolidando o projeto de um aerogerador de 5000W.
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O objetivo desta dissertao mostrar como se deu o envolvimento de Monteiro Lobato com o design grfico enquanto editor e gestor de suas editoras: a Edies da Revista do Brasil, a Monteiro Lobato e Cia. e a Cia. Graphico-Editora Monteiro Lobato, no perodo de 1918 a 1925. A anlise grfica das publicaes editadas por Lobato, neste intervalo, serviu como fio condutor da pesquisa. Por fim, foi feita uma descrio grfica dos exemplares coletados, que foram produzidos no mesmo perodo.
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A Caderneta de Sade da Criana instrumento indispensvel para promoo da sade infantil. Nesta pesquisa o objetivo foi obter dados que fundamentem a anlise crtica da Caderneta como instrumento de informao e educao em sade, com ateno a subsdios nas reas de medicina, odontologia, fonoaudiologia e psicologia. Foi revisada a literatura e, atravs de pesquisa qualitativa, exploratria e de entrevistas semiestruturadas, foram obtidas opinies de especialistas em atendimento infantil, mdicas pediatras, cirurgis dentistas, fonoaudilogas e psiclogas, trabalhadoras do Sistema nico de Sade, assim como de mes cujos filhos so usurios deste sistema. Investigou-se o conhecimento das entrevistadas sobre o contedo da Caderneta e sua importncia. Os resultados apontaram que o nvel de conhecimento das profissionais, mdicas pediatras e uma cirurgi dentista foi satisfatrio; porm, quanto s demais profissionais, insatisfatrio, assim como o conhecimento das mes, o que demonstra necessidade de esclarecimentos sobre a importncia da Caderneta. Foi tambm evidenciada a necessidade de mudanas na formatao e diagramao, bem como ampliao do seu contedo, para que a mesma possa cumprir seu papel orientador
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Este ensaio de pensamento social brasileiro tem por objeto de anlise as crticas literrias sobre a obra de Machado de Assis, publicadas em jornais e revistas imediatamente aps o lanamento de cada um de seus livros. Portanto, so publicaes de critica literrias escritas por contemporneos do prprio Machado de Assis, e que, ao resenharem suas obras evidenciam o cenrio e os modelos de interao vivenciados pelos artistas e intelectuais do perodo. Assim como expem ainda as compreenses de literatura e de artista que fazem parte de seus repertrios analticos. Este ensaio busca identificar, atravs das categorias mobilizadas para retratar Machado de Assis, as transformaes ocorridas nestes modelos de interao social do perodo, e como a sociabilidade intelectual e artstica, inicialmente vinculada ao padro de gosto corteso estabelecido no Rio de Janeiro, foi cedendo espao para outros modelos de interao, e assim permitiu o desenvolvimento de diferentes compreenses de literatura e do papel da crtica literria, contribuindo diretamente para a alterao nos discursos retricos das resenhas literrias. Portanto, este ensaio tenta identificar e entender os modelos retricos inscritos na crtica, e como estes discursos esto correlacionados transformaes de ordem mais profunda, principalmente com o processo de modernizao social e a construo da autonomia do universo intelectual e artstico no fim do sculo XIX e na primeira dcada do sculo XX
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A partir da leitura crtica de Mafalda, obra do cartunista argentino Quino, e alicerados no conceito de hegemonia de Gramsci, sobretudo na noo de contra-hegemonia, buscamos analisar as possibilidades de se construir coletivamente sentidos contra-hegemnicos no ensino de Histria a partir do que chamamos de crtica aos elementos caractersticos da sociedade burguesa (a democracia, o individualismo, o estmulo ao consumo, a propriedade privada, a naturalizao das diferenas, a competio, dentre outros). As contribuies de Gramsci ao campo da Educao, como o vnculo dialtico entre as relaes hegemnicas e pedaggicas, sua concepo da escola como um destacado aparelho privado de hegemonia, alm das reflexes sobre os intelectuais e sua ao pedaggica na construo/difuso/legitimao de consensos, constituem pilares fundamentais das anlises. esforo fundamental da pesquisa identificar em que medida os professores, conscientes de seus vnculos de classe e compromissados com as classes dominadas, podem atuar como educadores-intelectuais orgnicos estas classes, no mbito da escola, tornando-a uma trincheira sob o conceito gramsciano de guerra de posio contra a hegemonia burguesa. Em termos metodolgicos, foram selecionadas quinze tiras de Mafalda (divididas em onze temas os elementos que caracterizam a sociedade burguesa), presentes na obra Toda Mafalda (2002), no intuito de subsidiar as reflexes aqui esboadas. Obviamente, todo recorte ideolgico e nenhuma escolha neutra. As tiras escolhidas, longe de sintetizarem o olhar do artista argentino a respeito da burguesia, atendem aos objetivos deste trabalho.
Resumo:
A partir de um estudo do discurso presente nos livros de orientao de pais mais vendidos, editados no Brasil no perodo de 2001-2006, a autora da presente dissertao faz uma reflexo crtica relacionando as concepes de educao e babrie, considerando a perspectiva da Teoria Crtica da Escola de Frankfurt. Contextualiza-se este trabalho atravs de um mapeamento das prticas tradicionais de educao no mbito da famlia e o levantamento de sinais, que possam servir de ndices para se conceber uma possvel educao hipermoderna. O carter paradoxal de muitas das orientaes feitas por estes livros coerente com as noes da Teoria Crtica relativas indstria cultural e aos paradoxos da cultura hipermoderna. A reflexo feita aponta para a necessidade de um posicionamento tico de pais e educadores no que diz respeito s sugestes feitas pelos livros de orientao estudados
Resumo:
O objetivo dessa dissertao realizar uma anlise crtica da teoria que intenta explicar a natureza e a evidncia da identidade pessoal atravs da memria. A primeira verso dessa teoria foi proposta por John Locke, a qual, devido sua distino entre pessoa, homem e substncia, traou os parmetros fundamentais das discusses posteriores acerca da natureza da identidade pessoal. No entanto, essa proposta apresenta srias fragilidades e inconsistncias, apontadas de forma vigorosa principalmente por Joseph Butler e Thomas Reid. Posteriormente, autores como Parfit, Shoemaker e Grice realizaram reformulaes na teoria lockeana com o objetivo de sanar suas inconsistncias e assim responder suas principais objees, sem com isso perder seu aspecto central e caracterstico, que conceber a memria como elemento fundamental para o entendimento da identidade pessoal. Esse processo envolvendo a teoria lockeana, suas objees e reformulaes ter como resultado final a noo de identidade pessoal como continuidade psicolgica no-ramificada.
Resumo:
Nos ltimos sculos a Cincia vem produzindo uma srie de respostas para problemas que afligem a humanidade. So descobertas que procuraram mudar e continuam mudando a relao do ser humano com a Natureza, a divindade e com ele prprio. Mas inegvel que em momentos passados, a crena excessiva no poder da cincia e da razo conduziu a ideias e argumentos de cientificidade questionvel, como o darwinismo social, a sociobiologia, o eugenismo e tantas outras. Outros problemas tambm podem provir de insinuaes de estudiosos proeminentes de que os seres humanos so apenas um monte de neurnios ou apenas veculos para a propagao de genes, ou ainda, que somos somente mquinas. Parece que esse tipo de reducionismo presta um desservio aos seres humanos, sociedade e cincia. Como tentaremos mostrar no decorrer desta tese, a propagao do conhecimento cientfico para o senso comum, nos parece impregnada desta concepo determinista de se pensar e fazer cincia. Encontramos nos mais diferentes campos de saber cientfico, da psicologia sociologia, da economia engenharia, uma srie de argumentos comuns, baseados na Biologia gentica e evolucionria e que, nas ltimas duas dcadas, vm ganhando um espao surpreendente de argumentao nos saberes acima. como se houvesse uma determinao biolgica para tudo e para todos. Foi da anlise do material informativo e formativo circulante no senso comum, e da posterior constatao desta impregnao, que surgiu a necessidade e a inquietao em produzir um estudo crtico e mais aprofundado sobre estas questes, buscando ouvir alguns dos mais reconhecidos pesquisadores do campo para saber se h algum fundamento no que noticiado e, muitas vezes, publicado oficialmente sobre o tema.
Resumo:
Esta dissertao trata das relaes de poder que marcam a produo cientfica ocidental moderna a partir da abordagem dos estudos sobre Gnero e Cincia da feminista historiadora da cincia estadunidense Donna Haraway. Esta autora prope a concepo de toda a produo de conhecimento como pratica poltica, assumindo a perspectiva parcial como fundamento para uma cincia objetiva e apontando a perspectiva de objetividade calcada na ideia de imparcialidade como produtora de um tipo de saber que historicamente serviu como instrumento de dominao: o conhecimento que se prope como universal. Em sua narrativa, o androcentrismo, o etnocentrismo, o racismo e as divises de classe operam na conformao e nas transformaes desta cincia a partir da construo de um sujeito privilegiado do conhecimento, o cientista, figura constituda a imagem e semelhana do homem branco ocidental independente. Meu recorte de sua obra so as reformulaes dessas relaes ao longo da historia da cincia ocidental moderna observadas por ela na emergncia e nas produes de um conjunto especifico de disciplinas do campo das cincias naturais biolgicas, fortemente marcadas pelas teorias e tecnologias da informao e da comunicao produzidas no campo da ciberntica. Na construo de um discurso critico sobre os saberes / poderes hegemnicos, Haraway traz para a cena da cincia figuras monstruosas, entre elas o ciborgue, tanto como meio de revelar categorias culturais atuando na produo do conhecimento como para materializar novos significados para natureza, os corpos e as relaes de diferena. Em conexo com esses monstros, refigurados em suas narrativas, a autora defende uma relao de conexo, e no de diviso, entre sujeito e objeto do saber.