2 resultados para CU-2
em Universidade Metodista de São Paulo
Resumo:
O tema viagem celestial , bem familiar ao mundo mediterrneo antigo fundamenta-se na crena de que o visionrio pode cruzar a fronteira entre a humanidade e a divindade, uma caracterstica constante na literatura apocalptica. O misticismo judaico antigo era visto como uma importante dimenso dessa tradio, razo pela qual os msticos usaram o termo apocalipse para descrever a revelao de suas experincias. A ascenso de Paulo ao cu, recontada em 2 Cor 12,1-10, o nico relato de primeira mo e a melhor evidncia para a prtica exttica de viagem celestial no judasmo do primeiro sculo. De grande interesse nos estudos do Novo Testamento o texto tem sido abordado em forma temtica que se estende desde o reconhecimento do apstolo como agradvel divindade o que lhe rendeu tal feito herico a uma experincia de punio pelos guardies dos portes celestiais por no ter sido encontrado nele mrito para aproximar-se do lugar da presena de Deus. Por muito tempo os estudos que predominavam na academia eram os de aspectos teolgicos da passagem, tais como o espinho na carne , a misso apostlica , os oponentes de Paulo , entre outros. A linguagem da passagem revela pontos importantes no considerados de forma conjunta para uma interpretao coerente do texto. O uso por parte do apstolo de expresses do crculo mstico-apocalptico judaico, tais como foi arrebatado , Terceiro Cu , ouviu palavras inefveis e um espinho na carne precisa ser investigado para a compreenso do que Paulo tinha em mente ao utilizar tais terminologias. Outro problema a omisso do enfoque experimental descrito na passagem. O apstolo revela que vivenciou tal experincia recontada em 2 Cor 12,1-10. Ao relatar o desconhecimento do status do seu corpo durante a ascenso ele evidencia sinais do estado alterado de conscincia, aspecto no considerado nas anlises tradicionais do texto. Esses problemas que so abordados nesta tese tomam como instrumentos da anlise a Histria da Religio e o da Neuroteologia. Modelos foram construdos tentando demonstrar uma correlao entre a atividade cerebral e a experincia mstica. H que se destacar, nesse sentido, que o surgimento da neuroteologia ou neurologia espiritual constitui-se em um avano na rea da experincia religiosa. Pontos de difcil interpretao no texto paulino foram elucidados dentro dessa perspectiva. A proposta deste trabalho, portanto, foi construir um quadro contextual em que a experincia exttica de Paulo pudesse ser analisada. O estudo possibilitou inferir que a abordagem interdisciplinar permite alcanar um cenrio mais apropriado para a compreenso e interpretao do referido texto.
Resumo:
A partir da anlise exegtica de Mateus 6.19-21, este trabalho aborda as diferenas scio-econmicas que existiram entre o grupo que deu origem ao evangelho de Mateus e aquele que gerou a verso primitiva deste pequeno texto no evangelho Q. Nesta investigao procuramos por peculiaridades mateanas, que servem especialmente para a reconstruo de um grupo judaico-cristo que existiu numa zona urbana da Galilia nas ltimas dcadas do sculo I. A escolha de Mateus 6.19-21, que faz parte de um agrupamento de textos diversos que juntos formam uma espcie de estatuto econmico do grupo em Mt 6.19-34, nos conduzir concluso de que diante de sanes scio-econmicas duramente impostas pelos judeus no cristos que consideravam o grupo mateano hertico , a tradio que privilegia a pobreza, tpica dos profetas itinerantes do movimento de Jesus, relida pelo evangelho de Mateus para incentivar a caridade ilimitada tambm entre os membros do grupo mateano.