118 resultados para Umbanda candomblé trânsito religioso igrejas evangélicas
Resumo:
O jornal Expositor Cristo, rgo oficial da Igreja Metodista no Brasil, nasceu em 1886, com uma proposta que se poderia chamar de ecumnica: seu primeiro nome, Methodista Catholico, revela o desejo de universalidade, confirmado pelo editorial de estria. Seu criador, o missionrio norte-americano John James Ransom, pretendia um veculo de orientao doutrinria que no fosse sectrio, em consonncia com a tradio wesleyana. Mas o Metodista Catlico teve vida curta: em pouco mais de um ano passou a se chamar Expositor Cristo. O campo religioso brasileiro vivia, ento, o perodo da controvrsia apologtica, com a insero do protestantismo de misso, de origem anglo-sax, em contraposio ao catolicismo romano. O nome do recm-nascido jornal foi mais uma vtima dos embates. Este trabalho se disps a avaliar como o jornal tratou a questo do ecumenismo desde esse perodo at a entrada da Igreja Metodista no CONIC, Conselho Nacional de Igrejas Crists, no incio da dcada de 1980. A pesquisa constatou que o anticatolicismo arraigado no metodismo brasileiro em seus primrdios jamais desapareceu por completo. Notou tambm que o metodismo no esteve imune aos conflitos interdenominacionais existentes no prprio meio evanglico. Em que pese o reconhecido pioneirismo da Igreja Metodista na criao de organismos ecumnicos brasileiros, o ecumenismo sempre enfrentou barreiras internas, mais ou menos explcitas. E o jornal Expositor Cristo, criado para ser um veculo de informao e formao doutrinria, nem sempre comunicou com a necessria clareza qual o significado que a Igreja Metodista confere palavra ecumenismo e como ela o pratica. Em alguns momentos, a coexistncia entre ecumenismo e antiecumenismo no interior do campo metodista no foi trazida luz dos debates pelo jornal, mas permaneceu oculta por omisses e ambivalncias. o que este trabalho pde constatar a partir de uma avaliao qualitativa do contedo do jornal.(AU)
Resumo:
Este trabalho analisa a fragmentao que vem ocorrendo no neopentecostalismo, procurando investigar as relaes entre as causas dessa fragmentao e a forma especfica como os grupos neopentecostais se colocam na Modernidade, sobretudo em seus conceitos de poder e nas formas de sua estruturao. Essa investigao feita em dilogo com as teorias da secularizao, da modernidade e do poder moderno e fundamentada empiricamente em pesquisa de campo qualitativa realizada atravs de entrevistas com lderes de igrejas neopentecostais na cidade de Sorocaba. Ao desenvolver essa anlise, demonstramos como essas expresses religiosas representam uma adaptao ao ambiente da modernidade brasileira e cultura moderna, especialmente pela assimilao de crenas e prticas populares e da adoo da lgica e da cultura de mercado. nessa vinculao entre as formas de exerccio do poder e o contexto cultural, poltico e econmico modernos que explica-se a acentuada fragmentao neopentecostal.(AU)
Resumo:
A pesquisa a seguir tem o poder como objeto de estudos, especificamente na forma de relaes de poder em conselhos diretores (pastoral e administrativo) de igrejas menonitas em Curitiba. A forma presumida de governo dessas igrejas historicamente congregacional, isto , as assemblias das respectivas igrejas so supremas e ltimas nas deliberaes. A metodologia de pesquisa sociolgica, indutiva, funcionalista, com tendncias fenomenolgicas, tendo como perspectiva principal a teoria sistmica e seus recursos de pesquisa. A teoria geral dos sistemas orienta os fundamentos da pesquisa, a teoria dos sistemas sociais o arcabouo da pesquisa. O mtodo de pesquisa a observao-participante com registros em vdeo e udio, transcrio, anlise e elaborao de concluses. A tcnica de pesquisa citada demonstrou-se eficaz e til para o levantamento de dados em pesquisas de campo que tratam de grupos e suas funes diferenciadas em agremiaes eclesisticas. Os objetivos buscam identificar a dinmica sistmica nas reunies dos conselhos observados, bem como identificar o processo das relaes de poder nos mesmos. As hipteses lanadas como ponto de partida afirmam que a teoria sistmica em qualquer perspectiva observvel, bem como os elementos (conselheiros) das relaes de poder se demonstram inconscientes de seus atos de poder. As hipteses principais e secundrias foram confirmadas pela observao-participante, a saber: a pesquisa verifica a hiptese geral de que mesmo igrejas e seus sistemas sociais evidenciam princpios sistmicos segundo a teoria geral dos sistemas e a teoria dos sistemas sociais de Niklas Luhmann. As hipteses especficas verificam se os conselheiros dos grupos de liderana evidenciam conscincia do poder exercido e do poder implcito em suas funes e papis; se os grupos formais, eleitos pela assemblia exercem poder de fato ou se existe influncia do poder informal; se existe uma correlao, entre o poder formal e as fronteiras rgidas , o poder informal e a fronteira difusa ; se possvel trabalhar preventivamente e interventivamente atravs do conceito de relaes de poder e os princpios sociais sistmicos. As igrejas menonitas de Curitiba de maneira geral preservam traos de governo congregacional, mas, a transio para estilos de governo pastorcntricos e autocrticos a partir dos conselhos observados um fato e parece irreversvel. Aparentemente a causalidade desse movimento surge no contexto social metropolitano e suas implicaes, mais do que numa mudana estrategicamente planejada pelas lideranas. Portanto, a transio parece ser cultural. Alis, as transformaes sociais das tradies menonitas so diretamente proporcionais sua incluso e inculturao no contexto social em que se situam, confirmando assim os princpios sistmicos da sociedade em geral.(AU)
Resumo:
Essa dissertao tem por objetivo analisar a partir de uma perspectiva sociolgica, um fenmeno social: o da violncia domstica entre mulheres evangélicas. Fenmeno este que nos preocupa profundamente e que, cada vez mais se manifesta. Este um tema desafiador, que por vezes, em muitos espaos e lugares, inclusive nos religiosos, no inquietam o bastante e nem fomentam uma discusso mais intensa e rigorosa. Ser, portanto, pelas vozes das mulheres que buscaremos identificar como as representaes de gnero estruturam suas prprias vidas para lidarem com a questo da violncia sofrida no espao que deveria ser o lcus do afeto, do desenvolvimento da confiana, da auto-estima, do acolhimento, da compreenso e respeito, do ninho de amor e que so antagonicamente transformados, principalmente para as mulheres e crianas, no local para o qual gostariam de no voltar. Procuraremos compreender como a religio evanglica, de maneira sutil, simblica ou de forma concreta, por sua teologia, pela prtica pastoral, nos aconselhamentos ou na prpria dinmica da comunidade, trata a violncia domstica contra mulheres, solicitando o silncio, a submisso, a espera do cumprimento das promessas de Deus em suas vidas: a libertao de seus maridos, companheiros. Uma troca: o silncio pela promessa de uma famlia feliz. Invocao de representaes sociais para justificarem ou ocultarem prticas violentas contra as mulheres, mas em nome de Deus. Entretanto, o que pensam e o que sentem essas mulheres? Elas realmente gostam de apanhar? So de fato cmplices da violncia sofrida? Por que resistem em denunciarem seus parceiros agressores e no rompem ou demoram tanto tempo para romperem relacionamentos violentos? Em que medida sua insero religiosa est relacionada com essa situao de violncia? Para tentar responder a essas perguntas, escolhemos como campo de pesquisa o Ncleo de Defesa e Convivncia da Mulher Casa Sofia, uma ONG que atua com mulheres em situao de violncia domstica e sexual. Ao constatarmos o significativo nmero de mulheres evangélicas que ali so atendidas, nos propusemos analisar as representaes religiosas de gnero e sua relao com a violncia domstica.(AU)
Resumo:
Esta pesquisa tem como objetivo observar o casamento inter-religioso. O encontro de duas culturas religiosas pode e, provavelmente, constituir fonte de conflito. Os conflitos emergentes podem ocorrer, no por uma viso diferente de mundo, mas essencialmente porque o outro, por ser diferente, ameaa a identidade do indivduo. Frente ameaa, necessrio fortalecer a prpria identidade. A partir de entrevistas com seis casais em casamentos inter-religiosos, mais especificamente, entre cristos e judeus, e com filhos com idade entre zero e cinco anos e entre quatorze e vinte e quatro anos de idade, residentes em So Paulo, Capital, pretendi analisar como os casais lidam com os desafios que surgem quando um cnjuge pertence a uma tradio religiosa diferente da do outro. Dentre os desafios, est o de lidar com a educao religiosa ou a formao espiritual de seus filhos. Utilizando-se como referencial a Terapia Sistmica Familiar, principalmente o trabalho de Paul Watzlawick sobre a comunicao e o de Murray Bowen sobre o funcionamento humano dentro dos sistemas familiares, alm de outros referenciais auxiliares para trabalhar a questo intercultural no casamento, pretendi discutir as implicaes para a prxis religiosa e oferecer contribuies clnica psicolgica e s cincias da religio. A psicologia necessita repensar sua prtica, deixando o preconceito em relao religio de lado e incluindo essa em seus estudos, de modo a aproximar o discurso e a prtica do terapeuta, uma vez que pode tomar conscincia de seus prprios valores religiosos quando buscar compreender a religio e a espiritualidade de sua clientela. Por sua vez, as instituies religiosas necessitam refletir sobre sua prxis, de modo a alcanar as famlias que se encontram na periferia das religies. Famlias que solicitam uma orientao, uma formao religiosa, mas que, sendo inter-religiosas, necessitam ser reconhecidas e respeitadas como tal. Portanto, as igrejas precisam abrir-se, deixar de olhar para dentro de si mesmas e servir ao mundo, mesmo que parte desse mundo nunca venha a se tornar formalmente membro da comunidade.(AU)
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A presente pesquisa analisa o corpo como parte de um processo de construo social e busca compreender as implicaes da relao entre essa construo social do corpo e prticas religiosas evangélicas. Elege as Igrejas Congregao Crist, Presbiteriana e Renascer em Cristo no bairro de Rudge Ramos, em So Bernardo do Campo, como objeto de investigao dessa questo. Essa relao est envolta em intenes e manifestaes corporais que implicam prticas religiosas e os estilos de vida das pessoas que freqentam as referidas denominaes no bairro em questo. O estudo desenvolve um mapeamento das tcnicas corporais que significam a maneira como as pessoas se valem dos seus corpos. Na apreciao dos aspectos sociais, culturais e econmicos relacionados ao bairro em questo e s igrejas nele inseridas, procuramos compreender a maneira como essas trs tradies evangélicas desenvolvem tcnicas corporais diferenciadas. Tambm, se as pessoas que freqentam essas igrejas sofrem alguma influncia do modelo de corporeidade da sociedade atual que tem como pretenso a busca pela ascenso social e por condies de consumo vinculadas ao corpo.(AU)
Resumo:
Esta dissertao uma anlise do discurso de Edir Macedo no livro Orixs, Caboclos e Guias. Deuses ou Demnios? Nosso estudo trata do discurso e retrica que Macedo e a Igreja Universal do Reino de Deus utilizam para falarem a respeito das religies afro-brasileiras e medinicas nesse livro. Elegemos este livro como objeto de estudo por causa da presena constante desse tema no discurso e nas prticas da Igreja Universal; pelo sucesso dessa publicao, com mais de quatro milhes de exemplares vendidos; em funo da polmica provocada pelo discurso demonizador das religies afro-brasileiras e medinicas. Procuramos analisar o discurso de Macedo e de sua Igreja a luz dos impactos e impasses causados por eles no cenrio religioso brasileiro. Relacionamos o discurso e a retrica de Macedo ao sucesso e a criao de uma identidade prpria de sua Igreja. Nosso estudo diferencia-se das demais investigaes j publicadas ao relacionar a criao de identidade religiosa e o uso de mecanismos acusatrios como instrumento eficaz para convencer e transmitir ideologias que favoream a expanso da Igreja Universal. Procuramos tambm, trazer para a discusso acadmica que a anlise de discurso de uma literatura religiosa pode ser uma referncia para se estudar uma instituio religiosa, seus mecanismos de construo identitaria, legitimao e expanso no cenrio religioso.(AU)
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No ano de 2005 foi publicado o Caderno AIDS e Igrejas: um Convite Ao , idealizado pela organizao KOINONIA- Presena Ecumnica e Servio e tendo como objetivo instigar nas igrejas protestantes, respostas de preveno e de cuidado diante da pandemia de HIV/AIDS. O Grupo de Trabalho Religies (GT) foi destinado pelo Programa Estadual de DST/AIDS para ser um espao no qual as diversas matrizes religiosas pudessem dialogar e pensar em estratgias de preveno juntamente com tcnicos responsveis pela sade da populao. O Caderno foi publicado mediante recursos pblicos com a superviso dos profissionais do Centro de Referncia e Treinamento em DST/AIDS. Atravs das oficinas de multiplicadores destinadas ao pblico de diversas igrejas, o AIDS e Igrejas tem sido utilizado como instrumental didtico para orientao e formao. Explicitamos os motivos que provocaram a relao entre as entidades envolvidas na publicao do Caderno. Exploramos o contedo presente no AIDS e Igrejas analisando os temas mais pertinentes como os seus objetivos e sua metodologia. Destacamos o sentido do conceito comunidade teraputica sugerido pela organizao ecumnica como modelo de acolhimento e cuidado s pessoas que vivem e convivem com HIV/AIDS. Igualmente verificamos como os temas AIDS, Sexualidade e Dogma se relacionam na publicao. Tambm avaliamos qual a prxis utilizada por KOINONIA na aplicao do Caderno nas oficinas que formam seus multiplicadores. Nas consideraes finais ressaltamos a cooperao estabelecida entre o Estado e KOINONIA, atravs da publicao do Caderno AIDS e Igrejas: um Convite Ao , na superao do estigma e da discriminao em relao s pessoas que vivem e convivem com HIV/AIDS.
Resumo:
Desde o surgimento do Movimento Pentecostal, mulheres tiveram participao ativa e fundamental para a consolidao do Movimento. Entretanto, com sua institucionalizao, o Movimento Pentecostal passou a segregar as mulheres, restringindo sua atuao a funes eclesiais subalternas. Mulheres foram relegadas ao esquecimento. Contudo, a hegemonia do poder masculino no impediu que as mulheres criassem suas redes de sentido nas igrejas pentecostais, atravs de sociedades de mulheres que funcionam como espaos de socializao e humanizao, geralmente em contextos de alta vulnerabilidade social. A presente pesquisa procura visibilizar e problematizar estas redes de socializao e de produo de sentido. O objeto de pesquisa so essas micro-redes sociais constitudas e lideradas por mulheres pentecostais. O mtodo de pesquisa utilizado foi o da Histria Oral, o qual foi muito til para compreender, atravs de depoimentos, como se formam as teias, tramas, interaes e redes por onde flui a solidariedade entre as mulheres e a legitimao do poder que as prprias mulheres pentecostais alcanam e usufruem nessas micros-redes. Procurou-se deixar as mulheres falarem por si mesmas. Com a vez e a voz, as mulheres pentecostais!
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Este trabalho buscou entender as composies provindas das interaes atuais entre consumo, publicidade e a religio, com vistas a compreender as formas de confluncia/intersees entre a cultura publicitria e a religiosa. Assim, colocam-se como objetivos revelar quais as relaes de intersees entre os fazeres religioso e o capitalista/publicitrio quando o smbolo religioso passa a ser utilizado pela publicidade/propaganda em peas publicitrias televisivas. Dessa forma, so analisados os recursos utilizados para que a publicidade consiga aproximar religio e consumo. Para tanto, logo aps uma discusso hermenutica, se analisou sete diferentes peas publicitrias televisivas, todas veiculadas em rede nacional aberta brasileira entre 2000 e 2009, as quais se utilizavam de cones religiosos como instrumento para comunicao mercadolgica. A base para este estudo so os instrumentais tericos dos Estudos Culturais e da matriz religiosa brasileira. Com isso, obtivemos uma compreenso mais clara acerca dos processos de confluncia/intersees dos fazeres em questo, entendendo, assim, parte de seus funcionamento dentro da sociedade atual.
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A presente dissertao analisa como o Partido Social Cristo (PSC), ao longo do tempo, se apropriou da identidade religiosa de seus atores polticos que na sua maioria so membros da Frente Parlamentar Evanglica, os quais defendem no espao pblico a famlia tradicional, em detrimento da pluralidade de arranjos familiares na contemporaneidade. Para explicitar o objeto - famlia tradicional e PSC -, foi necessrio retroceder no tempo e investigar na historiografia os primrdios da insero dos evanglicos na poltica brasileira. Em vista disso, analisamos a participao dos evanglicos nos respectivos perodos do Brasil: Colnia, Imprio e Repblica. A dificuldade da entrada de evanglicos na poltica partidria, dentre outros fatores, se deve influncia do catolicismo no Estado. Assim sendo, averiguamos em todas as Constituies (1824, 1891, 1934, 1937, 1946, 1967, 1969 e 1988) o que a mesma diz no que tange a proibio e a liberdade religiosa no pas. Logo, verificamos entre as Eras Vargas e Repblica Populista, que ocorreu com intensidade a transio do apoliticismo para o politicismo entre os evanglicos brasileiros, porm, eles no recebiam o apoio formal de suas igrejas. Em seguida, a participao dos evanglicos na arena poltica durante a ditadura militar foi investigada com destaque para o posicionamento de vanguarda da IECLB, atravs do Manifesto de Curitiba e, tambm com a presena de parlamentares evanglicos no Congresso Nacional. A politizao pentecostal ressaltada em nosso trabalho, atravs do pioneirismo de Manoel de Mello e, depois na Redemocratizao quando as instituies evangélicas se organizaram para eleger seus candidatos Assembleia Nacional Constituinte. E, com o fim do regime militar, o PSC surge como partido nanico, contudo, deixa o anonimato e ganha visibilidade miditica quando o pastor e deputado, Marco Feliciano, assume a presidncia da Comisso de Direitos Humanos e Minorias, em 2013. Esse o pano de fundo histrico que projetou o PSC e seus atores no pleito de 2014 com o mote famlia tradicional.
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A presente dissertao tem por objetivo analisar os aspectos religiosos islmicos e as implicaes das relaes de gnero no islam sobre a assistncia de sade s mulheres muulmanas, e atravs disto, discutir a importncia do conhecimento prvio do islamismo pelos profissionais de sade para propor uma assistncia de sade congruente a estas mulheres, tendo por referncia a Poltica Nacional de Ateno Integral Sade da Mulher. Esta pesquisa tem abordagem qualitativa, com o desenvolvimento de pesquisa de campo e aplicao de um roteiro de perguntas semi-estruturado, com questes relacionadas ao islamismo e sade das mulheres. Ao todo, foram entrevistadas dez pessoas, sendo estas: quatro mulheres revertidas ao islam, trs mulheres de famlia muulmana, dois sheiks e uma assistente social. As entrevistas foram realizadas no Centro de Divulgao do Islam para a Amrica Latina e o Caribe (CDIAL) e na Assemblia Mundial da Juventude Islmica na Amrica Latina (WAMY).
Resumo:
Ao estudarmos a evoluo histrica e o panorama atual do ensino religioso no Brasil, nos deparamos hoje com o problema da excluso mtua de duas vises do seu tratamento na escola pblica: ou deve existir o ensino religioso confessional ou no deve existir nenhum tipo de ensino religioso. Superando uma viso de laicidade de absteno ao afirmar que o religioso, por definio, no nos diz respeito ou no diz respeito cincia, e admitindo uma laicidade de inteligncia ao defender que nosso dever ou dever da cincia compreend-lo como expresso humana e social, o ensino do fenmeno religioso pode superar essas duas vises, a partir de uma base epistemolgica slida para esta rea de conhecimento, como j prevista pela nossa legislao. Ele garante o respeito diversidade e pluralidade cultural da sociedade brasileira e contribui para a compreenso do fenmeno religioso como objeto de cultura. Ele capaz de subsidiar prticas de ensino do fenmeno religioso no sistema de ensino laico, sem prejuzo de sua laicidade, mas a favor dela. A educao laica para a cidadania no pode ignorar as religies pela sua forte presena e funo na sociedade. preciso decodificar criticamente as representaes e prticas religiosas em nome da convivncia mais construtiva entre as pessoas e extrair das tradies religiosas valores que contribuam para a vida humana na sua plenitude. Este modelo de ensinar a religio como fenmeno antropolgico, social e cultural pode ainda cumprir uma funo especfica no que se refere ao conhecimento de si mesmo (identidade) e do outro para a aceitao do diferente (alteridade) apontando para a construo de valores ticos e de cidadania. Esta pesquisa se baseia em um grande levantamento bibliogrfico e entrevistas com especialistas em laicidade e ensino do religioso a partir da proposta de Rgis Debray adotada na Frana. Ela nos leva a concluir que o ensino do fenmeno religioso na escola pblica do Brasil no apenas necessrio, mas at indispensvel, se queremos uma educao que contribua para a formao dos nossos alunos e alunas para a convivncia solidria.