135 resultados para Religião Doméstica
Resumo:
O objetivo dessa tese é aprofundar, a partir do discurso pós-colonial, uma crise na perspectiva teológica da libertação. Esta promoveu, na década de 1970, uma reviravolta nos estudos teológicos no terceiro mundo. Para tanto, leremos um conto de Gabriel García Márquez chamado “El ahogado más hermosodel mundo” (1968) analizando e avaliando as estratégias políticas e culturais ali inscritas. Para levar a frente tal avaliação é preciso ampliar o escopo de uma visão que divide o mundo em secular/religioso, ou em ideias/práticas religiosas e não religiosas, para dar passo a uma visão unificada que compreende a mundanalidade, tanto do que é catalogado como ‘religioso’ quanto do que se pretende ‘não religioso’. A teologia/ciências da religião, como discurso científico sobre a economia das trocas que lidam com visões, compreensões e práticas de mundo marcadas pelo reconhecimento do mistério que lhes é inerente, possuem um papel fundamental na compreensão, explicitação, articulação e disponibilização de tais forças culturais. A percepção de existirem elementos no conto que se relacionam com os símbolos sobre Jesus/Cristo nos ofereceu um vetor de análise; entretanto, não nos deixamos limitar pelos grilhões disciplinares que essa simbologia implica. Ao mesmo tempo, esse vínculo, compreendido desde a relação imperial/colonial inerente aos discursos e imagens sobre Jesus-Cristo, embora sem centralizar a análise, não poderia ficar intocado. Partimos para a construção de uma estrutura teórica que explicitasse os valores, gestos, e horizontes mundanos do conto, cristológicos e não-cristológicos, contribuindo assim para uma desestabilização dos quadros tradicionais a partir dos quais se concebem a teologia e as ciências da religião, a obra de García Márquez como literatura, e a geografia imperial/colonial que postula o realismo ficcional de territórios como “América Latina”. Abrimos, assim, um espaço de significação que lê o conto como uma “não-cristologia”, deslocando o aprisionamento disciplinar e classificatório dos elementos envolvidos na análise. O discurso crítico de Edward Said, Homi Bhabha e GayatriSpivak soma-se à prática teórica de teólogas críticas feministas da Ásia, da África e da América Latina para formular o cenário político emancipatório que denominaremos teologia crítica secular.
Resumo:
Reconhecendo, a partir da constatação empírica, a multiplicidade de escolhas de crenças no Mundo e em particular na periferia urbana paulistana, reconhecemos, também, a emergência criativa de novas possibilidades de crer e não crer. Tal amplitude não apenas aponta para o crer (segundo as ofertas de um sem número de religiões) e o não crer (ateu e agnóstico), mas para uma escolha que poderia vir a ser silenciada e esquecida, neste binômio arcaico e obsoleto, quando alguém se dá à liberdade crer sem ter religião. Reconhecer interessadamente os sem-religião nas periferias urbanas paulistanas é dar-se conta das violências a que estes indivíduos estão submetidos: violência econômica, violência da cidadania (vulnerabilidade) e proveniente da armas (grupos x Estado). Tanto quanto a violência do esquecimento e silenciamento. A concomitância espaço-temporal dos sem-religião nas periferias, levou-nos buscar referências em teorias de secularização e de laicidade, e, a partir destas, traçar uma história do poder violento, cuja pretensão é a inelutabilidade, enquanto suas fissuras são abertas em espaços de resistências. A história da legitimação do poder que se quer único, soberano, de caráter universal, enquanto fragmenta a sociedade em indivíduos atomizados, fragilizando vínculos horizontais, e a dos surgimentos de resistências não violentas questionadoras da totalidade trágica, ao reconhecer a liberdade de ser com autonomia, enquanto se volta para a produção de partilha de bens comuns. Propomos reconhecer a igual liberdade de ser (expressa na crença da filiação divina) e de partilhar o bem comum em reconhecimentos mútuos (expressa pela ação social), uma expressão de resistência não violenta ao poder que requer a igual abdicação da liberdade pela via da fragmentação individualizante e submissão inquestionável à ordem totalizante. Os sem-religião nas periferias urbanas, nossos contemporâneos, partilhariam uma tal resistência, ao longo da história, com as melissas gregas, os profetas messiânicos hebreus, os hereges cristãos e os ateus modernos, cuja pretensão não é o poder, mas a partilha igual da liberdade e dos bens comuns. Estes laicos, de fato, seriam agentes de resistências de reconhecimento mútuos, em espaços de multiplicidade crescente, ao poder violento real na história.
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A dissertação preocupou-se em analisar as relações de bandidos e ex-bandidos com o pentecostalismo na Assembleia de Deus Fortificada em Cristo (ADFEC), situada na favela Jardim São Jorge, periferia da Cidade Ademar, região Sul da capital de São Paulo. Interessou-nos compreender as interações desses agentes e de qual maneira a igreja desempenhou seu trabalho em um espaço pentecostal. A pesquisa, teve como objetivo fundamental, examinar as aproximações da criminalidade e o pentecostalismo indicando suas rupturas e características peculiares. O trabalho de campo se dedicou em coletar dados que comprovassem atuação da ADFEC juntos aos agentes do crime, e em que medida a filiação religiosa dos agentes ganhava importância. Por fim, buscamos refletir sobre a adesão de bandidos e ex-bandidos ao pentecostalismo e a influência dessa adesão no cotidiano da comunidade.
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O presente trabalho analisa o papel da religião no conflito entre Israel e Palestina, principalmente no contexto da implantação do Estado de Israel, em 1948. A análise toma como delimitação histórica do conflito o período de 1896 a 1948, quando ocorre a migração das primeiras levas de judeus para os territórios palestinos. A pergunta inicial é sobre como judeus e muçulmanos se relacionavam nos primeiros anos de imigração até a criação do Estado de Israel. O problema principal a ser esclarecido é como a construção cultural ocidental em relação aos palestinos interferiu no conflito, principalmente no que tange à tomada da terra e à construção de um novo país dentro de um já existente, socialmente, religiosamente e culturalmente. Finalmente a pesquisa pergunta pela repercussão do conflito entre israelenses e palestinos no campo religioso protestante, principalmente entre grupos conservadores e fundamentalistas deste ramo do cristianismo. A pesquisa é totalmente bibliográfica e toma como referência as teorias pós-coloniais para debater a história do território, no que se refere aos aspectos religiosos do conflito.
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Este trabalho, situado entre os estudos de religião, sociologia e gênero analisa três documentos da Igreja Católica: Catecismo da Igreja Católica, Mulieris Dignitatem e Ordinatio Sacerdotalis, cujo foco principal é a sexualidade e a questão de gênero. Buscamos, com esta análise, compreender questões relacionadas ao discurso da Igreja Católica, bem como as práticas cotidianas das mulheres da Região Episcopal Brasilândia, bairro pesquisado da capital paulista. As análises foram fundamentais para fazer um contraponto entre o discurso católico sobre a sexualidade e as práticas dessas mulheres, que vivem em constante tensão entre prática da sexualidade e o discurso da Igreja Católica. Inicialmente, a análise faz um percurso histórico do discurso oficial dessa instituição católica sobre a sexualidade, articulado pelas teóricas Ivone Gebara, Priore, Schott, Ranke-Heinemann, entre outros. Tratamos, enfim, do conflito entre o discurso católico, conservador, e a prática dessas mulheres, numa visão progressista. Os autores pesquisados constatam um distanciamento dos fiéis em relação aos dogmas católicos, seja devido à secularização ou pelo fato de a Igreja Católica ter perdido parte da hegemonia como reguladora da vida dos fiéis.
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A tese Hermenêutica, Crítica e Formação: A virada na compreensão da Religião a partir da Teoria Crítica de Max Horkheimer é um estudo das obras e do desdobramento do filósofo que coordenou a fundação da Escola de Frankfurt. Um direcionamento insicivo desta pesquisa visou reconstruir uma compreensão alargada sobre religião ao lado de outros e importantíssimos conceitos críticos de razão, pessoa e sociedade entendendo que este tema central e suas implicações para a existência humana, surgiram a Horkheimer de forma entrelaçadamente teórica e humanitária. Contudo, o centro da tese não estava empenhado somente em apresentar esta virada compreensiva da religião como novidade às discussões filosóficas dispensada a este tema, mas, paralelamente, a de desvendar as categorias metodológicas (a crítica, a formação e a interpretação) que foram responsáveis por garantir uma apropriação intelectual deste tema sem recorrer ao ceticismo fatalista ou a outras expressões que abandonem um procedimento ilustrativo da razão. O pensamento de Horkheimer é uma expressão intelectual que inesperadamente não se ajusta somente às tentativas de atualização do hegelianismo, do marxismo, do kantismo etc., mas de um esforço de desancorar a filosofia do dogmatismo da tradição, do anacronismo lógico-formal das ciências objetivates e das considerações unilaterais sobre verdade e razão.
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Esta dissertação tem por objetivo analisar a mulher congregacional, sua formação pastoral no período de 1965-1975, considerado de grande desenvolvimento da Igreja. Fez-se analise dos contextos social, político, econômico e religioso para ter idéia do contexto geral do espaço em que a Igreja Evangélica Congregacional em Angola foi implantada. Falou-se da viagem dos primeiros missionários norte-americanos para o interior do país, assim como do episódio acontecido durante a implantação da Igreja no Bailundo, sede do reino na época, liderado pelo rei Ekuikui II nos primeiros anos de vida da Igreja. O desenvolvimento da igreja mereceu um olhar especial, assim como os modelos pastorais, a cooperação dos nativos na expansão do evangelho, as instituições da Igreja e sua mudança de nome. Destacaram-se as relações de gênero, a formação na cultura, o processo da formação pastoral das mulheres e os principais cursos ministrados nos centros, nas estações missionárias e no Dôndi. Os cursos eram: economia doméstica, alfabetização, educação cristã, formação feminina, formação das parteiras. A contribuição das mulheres para o desenvo lvimento da Igreja e da sociedade era diversificada, o que acontece até hoje, entretanto, destacam-se as contribuições das mulheres leigas, diaconisas, esposas dos pastores e o programa do Fogo Cristão implementado por elas. Apontei as dificuldades que as mulheres encontraram no processo da formação. Analisei a situação geral e a necessidade da formação pastoral das mulheres nos dias de hoje no Huambo e em toda Angola. O trabalho faz propostas de formação pastoral das mulheres que podem servir de ponte entre a nova e a velha geração.
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Esta pesquisa pretende caracterizar a importância da educação sexual dentro dos projetos de educação cristã nas igrejas protestantes. Porém, especificando um pouco mais a questão, esse trabalho circunscreve essas discussões ao âmbito da sexualidade infantil, explicitados em alguns materiais tornados públicos em nível nacional pela Igreja Metodista e, posteriormente, no contexto da prática de suas Escolas Dominicais (ED), localizadas na região do ABC paulista (Santo André, São Bernardo do Campo e São Caetano do Sul), estado de São Paulo. Metodologicamente, o primeiro momento dessa pesquisa pretende compreender os termos e conceitos ligados a religião, a sexualidade e a infância. Neste sentido, realizou-se um trajeto histórico em relação ao tema. Em seguida, são verificados alguns documentos oficiais da Igreja Metodista em relação à educação, a criança e a sexualidade, a fim de se estabelecer um diálogo com a prática observada na pesquisa de campo e concretizada por meio de um questionário respondido pelo pastor(a) da igreja local, um professor(a) de ED e o(a) líder do ministério infantil. Por fim, no quarto capítulo, faz-se uma reflexão acerca do material coletado na pesquisa de campo e também sobre possíveis práticas pastorais que valorizem as questões sobre a educação sexual para a infância.
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Este trabalho tem por objetivo analisar o uso do marketing pelas igrejas neopentecostais, que surgiram no cenário religioso brasileiro entre as décadas de 70 e 80. A utilização do marketing por tais igrejas tem em vista conquistar espaços cada vez maiores dentro do campo religioso, ocasionando uma acirrada concorrência entre as várias denominações cristãs e outros credos religiosos. Entre as igrejas neopentecostais, que surgiram neste período, destacamos a Igreja Apostólica Renascer em Cristo, fundada no ano de 1986, cuja sede se encontra na cidade de São Paulo. A Igreja Renascer foi escolhida para este trabalho por possuir vários elementos em suas práticas religiosas, que nos dão base para afirmarmos que marketing e religião podem interagir perfeitamente, sem qualquer tipo de preconceito. No estudo desta instituição religiosa constatamos que o marketing desempenha um papel importante em sua própria expansão e consolidação no campo religioso brasileiro. Estevam Hernandes Filho fundador e líder da Igreja Apostólica Renascer em Cristo - traz em seu currículo de executivo uma boa experiência em marketing, adquirida por meio de sua atuação em várias empresas, nacionais e multinacionais, como profissional de marketing, habilitando-o a utilizar esta mesma ferramenta em seu novo empreendimento. Dentro desse contexto, a Igreja Renascer em Cristo construiu, até o presente momento, um império que engloba aproximadamente 1.300 templos espalhados pelo Brasil, emissoras de rádio, TV, editora, gravadora e a Fundação Renascer, que centraliza todas as atividades administrativas da Igreja.
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O presente trabalho apresenta uma reflexão sobre o papel da teologia no estudo da religião, no atual contexto universitário brasileiro. A tese principal deste trabalho está fundamentada na idéia de que a teologia, no estudo da religião, deve ser compreendida como hermenêutica teológica de orientação antropológica, e ver o seu exercício como interpretação da linguagem da fé e da existência cristã.
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O tema viagem celestial , bem familiar ao mundo mediterrâneo antigo fundamenta-se na crença de que o visionário pode cruzar a fronteira entre a humanidade e a divindade, uma característica constante na literatura apocalíptica. O misticismo judaico antigo era visto como uma importante dimensão dessa tradição, razão pela qual os místicos usaram o termo apocalipse para descrever a revelação de suas experiências. A ascensão de Paulo ao céu, recontada em 2 Cor 12,1-10, é o único relato de primeira mão e a melhor evidência para a prática extática de viagem celestial no judaísmo do primeiro século. De grande interesse nos estudos do Novo Testamento o texto tem sido abordado em forma temática que se estende desde o reconhecimento do apóstolo como agradável à divindade o que lhe rendeu tal feito heróico a uma experiência de punição pelos guardiões dos portões celestiais por não ter sido encontrado nele mérito para aproximar-se do lugar da presença de Deus. Por muito tempo os estudos que predominavam na academia eram os de aspectos teológicos da passagem, tais como o espinho na carne , a missão apostólica , os oponentes de Paulo , entre outros. A linguagem da passagem revela pontos importantes não considerados de forma conjunta para uma interpretação coerente do texto. O uso por parte do apóstolo de expressões do círculo místico-apocalíptico judaico, tais como foi arrebatado , Terceiro Céu , ouviu palavras inefáveis e um espinho na carne precisa ser investigado para a compreensão do que Paulo tinha em mente ao utilizar tais terminologias. Outro problema é a omissão do enfoque experimental descrito na passagem. O apóstolo revela que vivenciou tal experiência recontada em 2 Cor 12,1-10. Ao relatar o desconhecimento do status do seu corpo durante a ascensão ele evidencia sinais do estado alterado de consciência, aspecto não considerado nas análises tradicionais do texto. Esses problemas que são abordados nesta tese tomam como instrumentos da análise a História da Religião e o da Neuroteologia. Modelos foram construídos tentando demonstrar uma correlação entre a atividade cerebral e a experiência mística. Há que se destacar, nesse sentido, que o surgimento da neuroteologia ou neurologia espiritual constitui-se em um avanço na área da experiência religiosa. Pontos de difícil interpretação no texto paulino foram elucidados dentro dessa perspectiva. A proposta deste trabalho, portanto, foi construir um quadro contextual em que a experiência extática de Paulo pudesse ser analisada. O estudo possibilitou inferir que a abordagem interdisciplinar permite alcançar um cenário mais apropriado para a compreensão e interpretação do referido texto.
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Partindo do pressuposto de que o laicismo preconiza uma separação radical entre Estado e Igreja, procuro demonstrar nesta tese, a partir de um recorte na história do Judaísmo que estas duas dimensões estiveram profundamente presentes em seu período inicial de formação. Esta tese se constitui como uma espécie de desconstrução da história tradicionalmente aceita pelos diferentes credos que utilizam o Antigo Testamento como fundamento de seu corpo doutrinal. Estabeleci as relações de poder, que se efetivaram entre os dois grupos sociais mais importantes dentro do contexto destacado, como meu objeto de pesquisa privilegiado. Por um lado tem-se o poder religioso, que sustentado por um projeto de caráter eminentemente político, subverteu a seu favor toda uma ordem natural na qual estavam alicerçadas, por outro lado, diferentes sociedades tribais. Nesse sentido o judaísmo se configurou como um sistema de crença que justificou e legitimou a classe sacerdotal jerusolimitana como classe dominante em toda a província de Judá. Manipulando os dados da tradição tribal a seu favor, a classe sacerdotal, não somente passou a dominar religiosamente as pessoas que habitavam a região da província de Judá, mas transformou os membros destas sociedades tribais em camponeses escravizados a um sistema de crença extremamente opressor. Segundo a tese de Marcel Gauchet, o judaísmo como ponto de partida da revelação judaico-cristã, se mostra, conforme o conceito weberiano de desencantamento do mundo , como início de um processo, onde a religião institucionalizada se tornou saída da religião . Processo esse, que teve seu clímax no período da modernidade e que nesse início de século XXI se vê num momento de transição quando passa a um novo período, isto é, à pós-modernidade: nesse sentido já se pode entrever seu ocaso.
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A presente pesquisa tem como objetivo principal demonstrar a contribuição do conceito de sujeito em Franz Hinkelammert para o estudo da religião. Pretende-se mostrar o valor epistemológico crítico desse conceito, compreensível à luz do método dialético transcendental descoberto por Marx e desenvolvido por Hinkelammert, possibilitando sua aplicabilidade no estudo das ciências da religião. Procura-se responder à pergunta posta por Boaventura de Sousa Santos sobre a possibilidade de valorizar o potencial emancipador das subjetividades rebeldes, visando a superação da concepção abstrata de sujeito das ciências empíricas, cuja metodologia científica se fundamenta na objetividade neutral de cunho weberiano. Para tanto, analisa-se a relação entre essa concepção e os sacrifícios humanos dai decorrentes. A invisibilidade ou resignada aceitação desses sacrifícios apontam para a necessidade epistemológica da adoção do conceito de sujeito como critério científico de análise e discernimento, levando à descoberta e crítica das dinâmicas relacionais inconscientes que regem as sociedades entregues à inércia de suas estruturas. Trata-se dum conceito que implica numa teologia subjetiva na qual, Deus se faz presente como cúmplice da resistência das vítimas contra os dominadores , bem como dum critério não religioso que desemboca numa ética autônoma, voltada para uma práxis religiosa humanizadora.
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Esta dissertação analisa a Teologia da Prosperidade, especialmente seu poder de adaptar a religião à lógica da sociedade de consumo. Essa teologia surge nos Estados Unidos na década de 1940, consolidando-se rapidamente no meio evangélico, chegou a influenciar inclusive as igrejas denominadas tradicionais. Sua ênfase está na promessa da prosperidade para seus fiéis. A pesquisa pretende descrever as raízes e o contexto do surgimento desta teologia, sua chegada e propagação no Brasil, seus principais expoentes e sua apropriação pelas igrejas neopentecostais. A suspeita que orienta a pesquisa é a de que o êxito da Teologia da Prosperidade se deve à sua capacidade de adaptar a religião à lógica da sociedade de consumo.
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O tema desta pesquisa é a relação entre Saúde e a Umbanda no município de São Bernardo do Campo a qual também tem por base a visita a dois terreiros, um no bairro de Rudge Ramos e o outro na Vila Rosa. O primeiro situado numa região de classe média alta e o segundo numa região de classe média. Constatamos que mesmo em uma sociedade pós-moderna com tantos avanços da ciência, da técnica e na área da medicina tradicional, os homens e mulheres buscam nas religiões repostas a muitas indagações que aquelas não são capazes de dar. A religião tem sido um lugar onde este homem e esta mulher tem procurado obter respostas quando o assunto é recuperação da saúde. E a Umbanda tem sido um dos seguimentos religiosos, para o qual homem e mulher apresentam suas demandas na esperança de obter uma resposta eficaz. Após a nossa observação em rituais de prática de cura , aplicação de questionários e entrevistas realizadas com os frequentadores e médiuns dos dois terreiros, muitos afirmaram terem sido curados de suas doenças. Porém, mesmo com toda maestria dos Orixás, na manipulação das práticas terapêuticas umbandista, as mesmas caminham paralelas a medicina tradicional. Todavia nos é intrigante como homens e mulheres da sociedade atual, habitando na grande cidade, no mundo urbano, conciliam uma compreensão de saúde e doença, onde aparentemente, religião e ciência não se misturam.