109 resultados para Literatura religiosa vasca s.XIX


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Esta tese é um estudo do conceito de transformação místico-apocalíptica na perspectiva da experiência religiosa e que tem como objeto o caso paulino. As pesquisas sobre Paulo Apóstolo geralmente acompanham a abordagem tradicional que o vê como pensador e teólogo. Mas, em sintonia com algumas obras do passado e especialmente as mais recentes sobre Paulo em relação à apocalíptica e misticismo judaicos, esta tese desenvolve uma análise na perspectiva da experiência religiosa. Considerando a tradição de ascensão visionária como quadro de plausibilidade, é apresentada uma análise dos relatos de ascensão da literatura judaica antiga, com destaque para Moisés, aqui comparado com a recepção paulina do Moisés transformado em 2º Coríntios. O resultado da pesquisa foi que a literatura judaica antiga testemunha um padrão de transformação proléptica em ascensão celestial que fazia parte das crenças e práticas religiosas. A linguagem usada por Paulo em 2º Coríntios, notoriamente no capítulo 3, demonstra que ele estava envolvido em tais crenças e práticas, ainda que com conotações próprias. O Moisés transformado de face gloriosa de Êxodo 34, que foi recebido pelas tradições judaicas como um viajante celestial, o que era corrente nos tempos paulinos, é o foco de Paulo em 2º Coríntios 3. Para Paulo, sua condição é superior à de Moisés porque ele tem acesso livre e permane nte à gloria de Deus, acesso esse estendido a seus correligionários e que resulta em processo de transformação proléptica. Também porque seu evangelho é uma revelação cristológica divina última superior ao que foi revelado a Moisés no Sinai. Este acesso livre e permanente que inclui esta transformação antecipada se dá em termos de cultos extáticos de natureza visionária.(AU)

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Esta tese é um estudo do conceito de transformação místico-apocalíptica na perspectiva da experiência religiosa e que tem como objeto o caso paulino. As pesquisas sobre Paulo Apóstolo geralmente acompanham a abordagem tradicional que o vê como pensador e teólogo. Mas, em sintonia com algumas obras do passado e especialmente as mais recentes sobre Paulo em relação à apocalíptica e misticismo judaicos, esta tese desenvolve uma análise na perspectiva da experiência religiosa. Considerando a tradição de ascensão visionária como quadro de plausibilidade, é apresentada uma análise dos relatos de ascensão da literatura judaica antiga, com destaque para Moisés, aqui comparado com a recepção paulina do Moisés transformado em 2º Coríntios. O resultado da pesquisa foi que a literatura judaica antiga testemunha um padrão de transformação proléptica em ascensão celestial que fazia parte das crenças e práticas religiosas. A linguagem usada por Paulo em 2º Coríntios, notoriamente no capítulo 3, demonstra que ele estava envolvido em tais crenças e práticas, ainda que com conotações próprias. O Moisés transformado de face gloriosa de Êxodo 34, que foi recebido pelas tradições judaicas como um viajante celestial, o que era corrente nos tempos paulinos, é o foco de Paulo em 2º Coríntios 3. Para Paulo, sua condição é superior à de Moisés porque ele tem acesso livre e permane nte à gloria de Deus, acesso esse estendido a seus correligionários e que resulta em processo de transformação proléptica. Também porque seu evangelho é uma revelação cristológica divina última superior ao que foi revelado a Moisés no Sinai. Este acesso livre e permanente que inclui esta transformação antecipada se dá em termos de cultos extáticos de natureza visionária.(AU)

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O protestantismo brasileiro, desde as suas origens na segunda metade do século XIX, é identificado pela leitura e pela palavra. Esta pesquisa ocupa-se desse universo, especificamente da palavra impressa, tal como se encontra nos jornais das diversas denominações protestantes. Os jornais denominacionais são um meio de comunicação importante tanto como suporte de ideologias como também para sua derrubada. Dessa forma, este trabalho toma como objeto de estudo o discurso sobre temas políticos e sociais presentes nos editoriais e textos impressos nas páginas de jornais evangélicos brasileiros com relação aos acontecimentos que marcaram a passagem do sistema monárquico ao sistema republicano de governo no Brasil. Assim, as fontes primárias utilizadas são os jornais protestantes do final do século XIX e início do XX, a saber: Imprensa Evangélica, O Estandarte, O Jornal Batista e o Expositor Cristão, respectivamente: presbiteriano, batista e metodista. A questão formulada se expressa nos seguintes termos: Em que medida os evangélicos, por meio do discurso impresso em seus jornais, expressaram a sua posição política? A fundamentação teórica utilizada vale-se do conceito de atos retóricos, formulado por de Tereza Halliday, aplicando-o na compreensão do discurso dos missionários, dos pastores e das igrejas. Segundo essa teoria, a palavra ou o discurso são sempre utilizados para acusar ou defender, criticar ou enaltecer, explicar, propor ou justificar realidades conhecidas, isto porque somos seres retóricos, usamos a linguagem como instrumento de mudança ou reforço de percepções, sentimentos, valores, posicionamentos e ações. Entendendo que a transição da Monarquia para a República no Brasil gerou conflitos, a pesquisa vai procurar, por meio do instrumental da análise de discurso, perceber em que medida a imprensa protestante retratou aqueles acontecimentos. Para tanto, tomando-se as fontes primárias, realizou-se leitura e seleção de textos de acordo com a pertinência ao objetivo proposto. Este material foi organizado e submetido à análise de discurso a partir de categorias a priori. Analisado como fenômeno relativo ao campo das Ciências Sociais, observarmos o discurso impresso dos protestantes, suas ideologias de sustentação, seu imaginário e suas representações da sociedade brasileira e evangélica.(AU)

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O protestantismo brasileiro, desde as suas origens na segunda metade do século XIX, é identificado pela leitura e pela palavra. Esta pesquisa ocupa-se desse universo, especificamente da palavra impressa, tal como se encontra nos jornais das diversas denominações protestantes. Os jornais denominacionais são um meio de comunicação importante tanto como suporte de ideologias como também para sua derrubada. Dessa forma, este trabalho toma como objeto de estudo o discurso sobre temas políticos e sociais presentes nos editoriais e textos impressos nas páginas de jornais evangélicos brasileiros com relação aos acontecimentos que marcaram a passagem do sistema monárquico ao sistema republicano de governo no Brasil. Assim, as fontes primárias utilizadas são os jornais protestantes do final do século XIX e início do XX, a saber: Imprensa Evangélica, O Estandarte, O Jornal Batista e o Expositor Cristão, respectivamente: presbiteriano, batista e metodista. A questão formulada se expressa nos seguintes termos: Em que medida os evangélicos, por meio do discurso impresso em seus jornais, expressaram a sua posição política? A fundamentação teórica utilizada vale-se do conceito de atos retóricos, formulado por de Tereza Halliday, aplicando-o na compreensão do discurso dos missionários, dos pastores e das igrejas. Segundo essa teoria, a palavra ou o discurso são sempre utilizados para acusar ou defender, criticar ou enaltecer, explicar, propor ou justificar realidades conhecidas, isto porque somos seres retóricos, usamos a linguagem como instrumento de mudança ou reforço de percepções, sentimentos, valores, posicionamentos e ações. Entendendo que a transição da Monarquia para a República no Brasil gerou conflitos, a pesquisa vai procurar, por meio do instrumental da análise de discurso, perceber em que medida a imprensa protestante retratou aqueles acontecimentos. Para tanto, tomando-se as fontes primárias, realizou-se leitura e seleção de textos de acordo com a pertinência ao objetivo proposto. Este material foi organizado e submetido à análise de discurso a partir de categorias a priori. Analisado como fenômeno relativo ao campo das Ciências Sociais, observarmos o discurso impresso dos protestantes, suas ideologias de sustentação, seu imaginário e suas representações da sociedade brasileira e evangélica.(AU)

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Essa dissertação faz uma introdução aos aspectos arqueológicos e literários de Moab, temática carente de publicações em língua portuguesa. Trata, primeiramente, dos fatos relacionados à descoberta da inscrição de Mesa na segunda metade do século 19, das disputas diplomáticas que ocasionaram a destruição da inscrição, bem como das obras científicas que, durante as décadas seguintes, abordaram o assunto. Na seqüência, apresenta as principais características geográficas e arqueológicas de Moab, durante as Idades do Bronze Recente, do Ferro Antigo e do Ferro Recente, dando especial atenção aos assentamentos humanos, mas também às grandes construções e às esculturas, consideradas recursos culturais necessários ao estado moabita, patrimonial e segmentário, que fazia uso de metáforas domésticas para referendar sua hegemonia; além do mais, apresenta o lugar de Moab no mundo assírio, e sua importância como rota comercial. A tradução da estela de Mesa, os comentários filológicos e a análise da sua forma e do seu gênero literário, apontam para um texto elaborado a partir de ferramentas literárias claras, utilizado para marcar o poder da monarquia moabita. Tais aspectos arqueológicos e literários sustentam que o desenvolvimento de Moab ocorreu após o fim da dominação do Israel omrida, além de sugerirem um novo olhar sobre a Bíblia Hebraica.(AU)

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Essa dissertação faz uma introdução aos aspectos arqueológicos e literários de Moab, temática carente de publicações em língua portuguesa. Trata, primeiramente, dos fatos relacionados à descoberta da inscrição de Mesa na segunda metade do século 19, das disputas diplomáticas que ocasionaram a destruição da inscrição, bem como das obras científicas que, durante as décadas seguintes, abordaram o assunto. Na seqüência, apresenta as principais características geográficas e arqueológicas de Moab, durante as Idades do Bronze Recente, do Ferro Antigo e do Ferro Recente, dando especial atenção aos assentamentos humanos, mas também às grandes construções e às esculturas, consideradas recursos culturais necessários ao estado moabita, patrimonial e segmentário, que fazia uso de metáforas domésticas para referendar sua hegemonia; além do mais, apresenta o lugar de Moab no mundo assírio, e sua importância como rota comercial. A tradução da estela de Mesa, os comentários filológicos e a análise da sua forma e do seu gênero literário, apontam para um texto elaborado a partir de ferramentas literárias claras, utilizado para marcar o poder da monarquia moabita. Tais aspectos arqueológicos e literários sustentam que o desenvolvimento de Moab ocorreu após o fim da dominação do Israel omrida, além de sugerirem um novo olhar sobre a Bíblia Hebraica.(AU)

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A presente dissertação é resultado de uma pesquisa acerca de um cisma pentecostal na Convenção Batista Brasileira, na década de 1960. No foco do conflito encontra-se um Movimento de Renovação Espiritual, que defendia uma experiência de êxtase religioso, designada de batismo com o Espírito Santo, como confirmação da relação do crente com Deus. A progressiva adesão de comunidades batistas a tal proposta transformou-a numa rede alternativa de poder que causou instabilidade nas relações de poder no interior da denominação batista no Brasil. A pesquisa reconstrói os embates decisivos deste episódio e ofereceu uma interpretação a partir das teorias de Michel Foucault e Michel de Certeau, na medida em que tenta decifrar os mecanismos institucionais de controle em confronto com as táticas das redes de poder. No contexto histórico brasileiro de efervescência não só religiosa, os mecanismos de vigilância da Convenção Batista Brasileira mostraram-se insuficientes para a manutenção da unidade ameaçada, uma vez que puniu os grupos opositores com a exclusão.(AU)

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A presente dissertação é resultado de uma pesquisa acerca de um cisma pentecostal na Convenção Batista Brasileira, na década de 1960. No foco do conflito encontra-se um Movimento de Renovação Espiritual, que defendia uma experiência de êxtase religioso, designada de batismo com o Espírito Santo, como confirmação da relação do crente com Deus. A progressiva adesão de comunidades batistas a tal proposta transformou-a numa rede alternativa de poder que causou instabilidade nas relações de poder no interior da denominação batista no Brasil. A pesquisa reconstrói os embates decisivos deste episódio e ofereceu uma interpretação a partir das teorias de Michel Foucault e Michel de Certeau, na medida em que tenta decifrar os mecanismos institucionais de controle em confronto com as táticas das redes de poder. No contexto histórico brasileiro de efervescência não só religiosa, os mecanismos de vigilância da Convenção Batista Brasileira mostraram-se insuficientes para a manutenção da unidade ameaçada, uma vez que puniu os grupos opositores com a exclusão.(AU)

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Religião e literatura é o tema geral desta tese de doutoramento. Contudo, a preocupação específica é a plausibilidade da interpretação da religião pela literatura. Isso porque os estudiosos dessa área têm normalmente partido da pressuposição de que essa plausibilidade existe. Por isso geralmente não a problematizam e nem se preocupam em fundamentá-la. A proposta desta pesquisa é justamente desenvolver um embasamento teórico que ajude a suprir essa lacuna. Portanto, esta tese mantém como preocupação de fundo uma questão epistemológica. Para levar adiante esse projeto, levanta-se a hipótese de que o discurso indireto da literatura caracterizado pela metáfora, especialmente o romance com a sua possibilidade polifônica e carnavalesca, tem a capacidade de revelar traços específicos do fenômeno religioso de modo diferente do que fazem os discursos diretos da filosofia e das ciências, de tal forma que dá à literatura condições de proceder a uma interpretação plausível e heurística da religião. A fundamentação teórica para o desenvolvimento da hipótese é baseada na teoria da metáfora, do texto e da narrativa de Paul Ricoeur e nos conceitos de dialogismo, polifonia, carnavalização e literatura prosaica de Mikhail Bakhtin. Com a finalidade de exemplificar, na prática, a pertinência do material teórico desenvolvido, o romance O Evangelho Segundo Jesus Cristo, de José Saramago é interpretado. Metodologicamente, o trabalho está dividido em três pontos: primeiro a literatura e o conhecimento da realidade; segundo a literatura como intérprete da religião e terceiro, a interpretação exemplar do romance.(AU)

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Religião e literatura é o tema geral desta tese de doutoramento. Contudo, a preocupação específica é a plausibilidade da interpretação da religião pela literatura. Isso porque os estudiosos dessa área têm normalmente partido da pressuposição de que essa plausibilidade existe. Por isso geralmente não a problematizam e nem se preocupam em fundamentá-la. A proposta desta pesquisa é justamente desenvolver um embasamento teórico que ajude a suprir essa lacuna. Portanto, esta tese mantém como preocupação de fundo uma questão epistemológica. Para levar adiante esse projeto, levanta-se a hipótese de que o discurso indireto da literatura caracterizado pela metáfora, especialmente o romance com a sua possibilidade polifônica e carnavalesca, tem a capacidade de revelar traços específicos do fenômeno religioso de modo diferente do que fazem os discursos diretos da filosofia e das ciências, de tal forma que dá à literatura condições de proceder a uma interpretação plausível e heurística da religião. A fundamentação teórica para o desenvolvimento da hipótese é baseada na teoria da metáfora, do texto e da narrativa de Paul Ricoeur e nos conceitos de dialogismo, polifonia, carnavalização e literatura prosaica de Mikhail Bakhtin. Com a finalidade de exemplificar, na prática, a pertinência do material teórico desenvolvido, o romance O Evangelho Segundo Jesus Cristo, de José Saramago é interpretado. Metodologicamente, o trabalho está dividido em três pontos: primeiro a literatura e o conhecimento da realidade; segundo a literatura como intérprete da religião e terceiro, a interpretação exemplar do romance.(AU)

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Na Vila de Regência Augusta, às margens do Rio Doce no município de Linhares - ES, uma intricada dinâmica sócio-religiosa reveste de atribuições religiosas um herói cujo feito remonta os finais do século XIX. Bernardo José dos Santos, morador da vila, ficaria conhecido em âmbito nacional como o herói Caboclo Bernardo ao ser homenageado por Princesa Isabel, por realizar o salvamento de 128 dos 142 tripulantes do naufrágio do Navio de Guerra Imperial Marinheiro , próximo à foz do Rio Doce. O evento e suas conseqüências tornaram-se um marco na história da vila, inclusive o assassinato do herói nos meados da segunda década do século XX. Na continuidade narrativa, ritual e simbólica do ato heróico do Caboclo Bernardo esta investigação lança suas preocupações. Atualmente acontece na vila, todos os anos, a Festa de Caboclo Bernardo, uma festividade para onde convergem religiosos de diversas etnias tupiniquim, botocudo, negros e caboclos com o intuito de prestar homenagens ao herói na capela que leva seu nome. Neste sentido, esta etnografia pretende analisar o processo de construção da identidade étnico-religiosa na vila, pois, ele acontece concomitantemente e está umbilicalmente relacionado ao processo que eleva o herói ao patamar dos santos padroeiros das bandas de congo na região. Para isso, analisado será o contexto dramático onde a identidade da vila é construída; as confluências históricas, narrativas e simbólicas que contribuem para a atual configuração da identidade; e o contexto político-institucional organizado em torno do Caboclo Bernardo, paradigma central da construção da identidade. O método etnográfico, a antropologia interpretativa e a antropologia visual forneceram os contornos metodológicos desta investigação, que se constituiu como uma descrição densa.(AU)

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Na Vila de Regência Augusta, às margens do Rio Doce no município de Linhares - ES, uma intricada dinâmica sócio-religiosa reveste de atribuições religiosas um herói cujo feito remonta os finais do século XIX. Bernardo José dos Santos, morador da vila, ficaria conhecido em âmbito nacional como o herói Caboclo Bernardo ao ser homenageado por Princesa Isabel, por realizar o salvamento de 128 dos 142 tripulantes do naufrágio do Navio de Guerra Imperial Marinheiro , próximo à foz do Rio Doce. O evento e suas conseqüências tornaram-se um marco na história da vila, inclusive o assassinato do herói nos meados da segunda década do século XX. Na continuidade narrativa, ritual e simbólica do ato heróico do Caboclo Bernardo esta investigação lança suas preocupações. Atualmente acontece na vila, todos os anos, a Festa de Caboclo Bernardo, uma festividade para onde convergem religiosos de diversas etnias tupiniquim, botocudo, negros e caboclos com o intuito de prestar homenagens ao herói na capela que leva seu nome. Neste sentido, esta etnografia pretende analisar o processo de construção da identidade étnico-religiosa na vila, pois, ele acontece concomitantemente e está umbilicalmente relacionado ao processo que eleva o herói ao patamar dos santos padroeiros das bandas de congo na região. Para isso, analisado será o contexto dramático onde a identidade da vila é construída; as confluências históricas, narrativas e simbólicas que contribuem para a atual configuração da identidade; e o contexto político-institucional organizado em torno do Caboclo Bernardo, paradigma central da construção da identidade. O método etnográfico, a antropologia interpretativa e a antropologia visual forneceram os contornos metodológicos desta investigação, que se constituiu como uma descrição densa.(AU)

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Este trabalho estuda uma crise vivida pela Igreja Metodista na segunda metade da década de sessenta. Influenciado pelo ambiente político da ditadura militar, o metodismo brasileiro foi campo de um embate entre as alas liberais e conservadoras da denominação. Palco deste embate foi a Faculdade de Teologia e o II Concílio Geral Extraordinário, em 1968, além de uma série de eventos que a ele se seguiram durante os anos de 1969 e 1970. A pesquisa problematiza os fundamentos teológicos e ideológicos que fundamentaram as atitudes das alas conservadoras do metodismo neste conflito, um aspecto pouco considerado pela historiografia sobre o tema. A principal suspeita é a de que as posturas conservadoras decorreram de uma tradição centenária, trazida pelos missionários norte-americanos, quando da implantação do Protestantismo no Brasil. Esta tradição transformou-se numa espécie de Ethos do protestantismo brasileiro, entre o final do século XIX e meados do XX. A postura dos conservadores configura-se, assim, numa reação ao Ethos ameaçado por novos atores do campo religioso e pelas demandas da sociedade em conflito.(AU)

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Este trabalho estuda uma crise vivida pela Igreja Metodista na segunda metade da década de sessenta. Influenciado pelo ambiente político da ditadura militar, o metodismo brasileiro foi campo de um embate entre as alas liberais e conservadoras da denominação. Palco deste embate foi a Faculdade de Teologia e o II Concílio Geral Extraordinário, em 1968, além de uma série de eventos que a ele se seguiram durante os anos de 1969 e 1970. A pesquisa problematiza os fundamentos teológicos e ideológicos que fundamentaram as atitudes das alas conservadoras do metodismo neste conflito, um aspecto pouco considerado pela historiografia sobre o tema. A principal suspeita é a de que as posturas conservadoras decorreram de uma tradição centenária, trazida pelos missionários norte-americanos, quando da implantação do Protestantismo no Brasil. Esta tradição transformou-se numa espécie de Ethos do protestantismo brasileiro, entre o final do século XIX e meados do XX. A postura dos conservadores configura-se, assim, numa reação ao Ethos ameaçado por novos atores do campo religioso e pelas demandas da sociedade em conflito.(AU)

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Ulrico Zuínglio, que iniciou a Reforma protestante na Suíça, rompeu com uma concepção antiga dos sacramentos, não os considerando meios de graça. Os sacramentos do batismo e da Ceia do Senhor, mantidos pelo reformador, recebem novos enfoques, em particular a Ceia, ao ser considerada apenas uma recordação do sacrifício de Cristo na cruz. A ruptura deu-se também na dissociação da Ceia do Senhor do Dia do Senhor. João Calvino, reformador de Genebra e considerado o principal teólogo da chamada Tradição Reformada, manteve a interpretação dos sacramentos como meios de graça e defendeu, embora sem sucesso, a celebração dominical da Ceia do Senhor. A tese demonstra a presença dominante da concepção de Zuínglio nas denominações presbiterianas brasileiras e suas implicações litúrgicas, a despeito de essas igrejas considerarem-se calvinistas. Inclui um estudo da mediação norte-americana na teologia dos sacramentos, tendo em vista que o presbiterianismo implantou-se definitivamente no Brasil, no século XIX, através de missionários procedentes dos Estados Unidos. Esses missionários consideraram a população católica brasileira como principal alvo de evangelização, praticando o rebatismo de conversos, prática esta que se tornaria usual no presbiterianismo brasileiro. Aspectos da liturgia de igrejas presbiterianas brasileiras, como a celebração da Ceia do Senhor de modo informal e mesmo, por vezes, com omissão da Oração Eucarística ou das palavras da instituição do sacramento, a presença ou não de elementos clássicos do culto, como o Credo Apostólico ou Niceno e a Oração do Senhor, constituíram-se objeto da presente pesquisa in loco. Algumas tentativas de recuperação de elementos da tradição litúrgica encontram resistências no presbiterianismo brasileiro, seja em razão de uma identidade negativa , o anticatolicismo, seja pelo atual contexto cultural de relativização de valores em detrimento de marcos históricos de identidade cristã. A pesquisa constata que a herança teológica zuingliana, em cujo desenvolvimento intervieram novos fatores, relaciona-se a dificuldades de inserção das principais igrejas presbiterianas brasileiras no movimento ecumênico do século XX.(AU)