7 resultados para Hiperparatireoidismo primário
em Hospital Prof. Dr. Fernando Fonseca - Portugal
Resumo:
Os tumores da cabeça e pescoço (TCP) associam-se a elevada morbilidade e mortalidade. A referenciação atempada assume particular importância na evolução clínica. No intuito de avaliar a evolução dos doentes observados em consulta de Otorrinolaringologia “Oncológica”, procedeu-se a um estudo dos doentes com TCP referenciados ao Instituto Português de Oncologia (IPO) de Lisboa no ano 2008. Dos 454 doentes observados, a maioria era do sexo masculino (86%) com idade média 60 anos. Os tumores mais comuns foram laríngeos (36%), a maioria (69%) em estadio avançado. A cirurgia foi o tratamento primário em 60%. O intervalo médio de tempo entre primeira consulta e tratamento foi 75 dias, e a sobrevida global aos 2 anos 66%. A maioria dos doentes apresentava tumores avançados aquando da referenciação, o que comprometeu a sobrevida e o controlo locorregional, apesar do início rápido dos tratamentos. Políticas de saúde pública deveriam ser implementadas para melhoria da educação para a saúde, prevenção e referenciação destes doentes.
Resumo:
Introdução: O melanoma maligno da mucosa (MMM) é uma doença rara com mau prognóstico. Material e Métodos: Estudo retrospetivo de 32 doentes do Instituto Português de Oncologia Francisco Gentil de Lisboa com MMM da cabeça e pescoço, no período de 1998 a 2012. Resultados: Dos 32 casos analisados a idade média foi de 70 anos. O tumor primário localizou-se na cavidade nasal e seios peri-nasais em 24 doentes e na cavidade oral em 8 casos. A maioria dos doentes (23) foi submetida a tratamento cirúrgico. Destes, 16 foram propostos para terapêutica complementar com Radioterapia. O tempo de seguimento variou de 26 dias a 10 anos. A sobrevida aos 5 anos foi de 18%. Conclusões: A maioria dos doentes apresentou um estadio avançado na altura do diagnóstico e, apesar dos tratamentos instituídos, verificou-se uma elevada mortalidade. O tratamento de escolha é a cirurgia. O papel da radioterapia continua a ser controverso.
Resumo:
Introdução: As neoplasias do espaço parafaríngeo são raras, representando apenas 0,5% dos tumores da cabeça e pescoço. A maioria são benignas, mas uma ampla variedade de patologias benignas e malignas podem ser encontradas neste espaço, o que cria desafios complexos de diagnóstico e tratamento. Objetivo: Descrever e analisar uma série de casos de neoplasias primárias do espaço parafaríngeo tratadas no Instituto Português de Oncologia de Lisboa Francisco Gentil (IPOLFG). Material e métodos: Estudo retrospetivo, com recolha e análise dos dados dos processos clínicos de tumores primários do espaço parafaríngeo, que foram diagnosticados ou referenciados ao IPOLFG entre 1 de Janeiro de 2003 e 31 de Dezembro de 2013. Resultados: Foram incluídos 38 doentes. A idade mediana foi de 52 anos (Âmbito Interquartil: 40-63 anos). Dez (26,3%) doentes eram assintomáticos. O sintoma mais comum à apresentação foi a sensação de corpo estranho orofaríngeo (23,7%) e o achado mais frequente foi um abaulamento orofaríngeo (78,4%). Todos os doentes fizeram exames de imagem pré-operatórios: 94,7% tomografia computorizada e 68,4% ressonância magnética. A citologia aspirativa foi realizada em 39,5%. 31 tumores eram benignos (81,6%), sendo os mais frequentes os adenomas pleomórficos (58,1%). 7 eram malignos (18,4%), com os carcinomas exadenomas pleomórficos (28,6%) e os linfomas (28,6%) sendo os mais comuns. 36 doentes (94,7%) foram submetidos a tratamento cirúrgico primário; os outros 2 doentes (5,3%) receberam tratamento não cirúrgico, com quimioterapia e quimioradioterapia, respectivamente. A abordagem cervical foi a mais utilizada (80%). A mandibulotomia foi necessária em apenas 5,7%. A complicação mais frequente foi a neuropatia de pares cranianos de novo, identificada em 22,2%. Destes, 75% foram sequela da resseção de tumores neurogénicos. Todas as neuropatias que resultaram da resseção de tumores não neurogénicos foram transitórias. O follow-up mediano foi de 6,5 anos. A taxa de recorrência foi de 13,5%. Conclusões: Os tumores do espaço parafaríngeo requerem um elevado índice de suspeição para serem diagnosticados num estadio precoce. A resseção cirúrgica completa é o principal tratamento. A abordagem cirúrgica deve ser selecionada caso a caso, mas a cervical fornece um excelente acesso à maioria dos tumores deste espaço
Resumo:
Objectivo: O uso de Mitomicina C, na cirurgia de pterígeo, tem como objectivo diminuir a taxa de recidiva, contudo a sua aplicação não é isenta de complicações. O presente estudo pretende avaliar o efeito, a curto prazo, da aplicação intraoperatória de mitomicina C sobre o endotélio corneano, em doentes submetidos a excisão de pterígeo. Material e Métodos: Estudo prospectivo que incluiu 30 doentes submetidos a excisão de pterígeo primário. Em 15 doentes aplicou-se intraoperatoriamente mitomicina C a 0,02% durante 2 minutos, sobre a esclerótica com colocação posterior de auto-enxerto de conjuntiva. Nos restantes 15 doentes (grupo controlo) procedeu-se a excisão de pterigeo com auto-enxerto de conjuntiva, sem aplicação de mitomicina C. Realizou-se microscopia especular no pré-operatório e aos 2 meses de followup, avaliando-se a densidade de células endoteliais, coeficiente de variação, percentagem de células hexagonais e espessura central da córnea. Utilizou-se o Teste Paired Samples t-test para determinar a existência de diferença estatisticamente significativa entre o pré e pós-operatório, entre os 2 grupos, em relação aos parâmetros em estudo, adoptando-se um nível de significância de 5%. Resultados: Para todos os parâmetros analisados não se observaram diferenças estatisticamente significativas. A densidade de células endoteliais no grupo em que foi aplicada mitomicina C e no grupo controlo foi respectivamente de 2652,67±136,30; 2588,56±352,04 células/mm2 pré-operatoriamente e de 2714,57±204,04 ; 2279,89±875,71 células/mm2 pós-operatoriamente (p=0,185 ; p=0,32). O coeficiente de variação do tamanho celular no grupo em que foi aplicada mitomicina C e no grupo controlo foi respectivamente de 30,44±2,74; 34,22±3,27 células/mm2 pré-operatoriamente e de 30,11±2,71; 32,00±2,69 células/mm2 pós-operatoriamente (p=0,751 ; p=0,053). A percentagem de células hexagonais no grupo em que foi aplicada mitomicina C e no grupo controlo foi respectivamente de 44,11±2,85 ; 43,11±5,33 células/mm2 pré-operatoriamente e de 44,44±4,45 ; 48,22±4,41 células/mm2 pós-operatoriamente (p=0,824 ; p=0,056). A espessura central da córnea no grupo em que foi aplicada mitomicina C e no grupo controlo foi respectivamente de 534,33±49,80 ; 542,56±47,21 células/mm2 pré-operatoriamente e de 518±33,47 ; 536,11±43,24 células/mm2 pós-operatoriamente (p=0,072 ; p=0,183). Conclusão: O uso de mitomicina tópica a 0.02% não afectou de forma estatisticamente significativa o endótelio corneano.
Resumo:
Criança do sexo feminino, caucasiana, 15 anos, com história de hordéolo da pálpebra inferior do olho esquerdo, medicada com antibiótico e corticóide tópico associado a limpeza palpebral, desde há cerca de 4 semanas. Por ausência de melhoria e com crescimento progressivo da lesão, recorreu ao serviço de urgência. Negava outras queixas oftalmológicas ou sistémicas associadas. Ao exame objectivo observou-se tumefação da pálpebra inferior do olho esquerdo, com eritema mas sem dor ou calor à palpação, sem blefarite. Acuidade visual de 10/10 em ambos os olhos, com movimentos oculares mantidos e sem proptose. Reflexo pupilar mantido. Segmento anterior e fundoscopia sem alterações de relevo. As 2 principais hipóteses de diagnósticas foram celulite pré-septal ou rabdomiossarcoma. A TC de órbita revelou lesão infero-medial da órbita esquerda, com componente pré-septal envolvendo a pálpebra inferior e pós-septal, de densidade identifica à dos músculos extra-oculares, sem aparente envolvimento do recto medial e inferior. Foi realizada biópsia excisional e estabeleceu-se o diagnóstico de rabdomiossarcoma do tipo embrionário (T1N0M0). Iniciou tratamento com quimioterapia (ifosfamida, vincristina, doxorubicina) e radioterapia local (40Gy). Após 1 ano, apresenta –se clinicamente estável, sem recidiva local nem complicações oculares, mantendo uma AV de 10/10. Conclusão: O diagnóstico de rabdomiossarcoma deve ser lembrado, pois apesar de raro, é o tumor maligno primário da órbita mais frequente na criança. Na presença de uma massa palpebral de rápido crescimento geralmente indolor e/ou proptose, a hipótese de rabdomiossarcoma orbitário deve ser equacionada. Para se obterem bons resultados terapêuticos do ponto de vista de sobrevida e funcional é essencial um diagnóstico e tratamento precoce.
Resumo:
Introdução: Com este trabalho pretende-se analisar a morfometria das células endoteliais corneanas e espessura central da córnea em doentes com glaucoma pseudoesfoliativo (GPX) e glaucoma primário de ângulo aberto (GPAA). Materiais e Métodos: Estudo retrospectivo com 40 doentes. Os parâmetros avaliados, através de microscopia especular, foram: densidade de células endoteliais, coeficiente de variação, percentagem de células hexagonais e espessura central da córnea. Resultados e Conclusões: Não se verificaram diferenças estatisticamente significativas no que diz respeito à densidade e coeficiente de variação das células endoteliais corneanas entre o grupo com GPX e GPAA. Contudo, a percentagem de células hexagonais foi significativamente inferior no GPX, o que poderá constituir um indício de alguma disfunção endotelial.Em relação à espessura central da córnea, verificou-se uma diminuição estatisticamente significativa no grupo GPX. Assim, no glaucoma pseudoesfolitaivo a presença de material fibrilhar na câmara anterior pode contribuir para alterações nas células endoteliais mais rápidas do que seria espectável e em alterações estruturais que se reflectem na menor espessura central da córnea.
Resumo:
A doença cérebro-cardiovascular é uma realidade com taxas de prevalência preocupantes, onde a Hipertensão Arterial (HTA) apresenta-se como fator de risco primário no desenvolvimento daquela. Assim a adesão à terapêutica farmacológica da HTA é um fator importante para a redução da morbilidade e mortalidade associada às doenças cérebro-cardiovasculares, como o Enfarte Agudo do Miocárdio. A Enfermagem torna-se, assim, a ciência da saúde com bastante enfoque na promoção da saúde e prevenção de complicações em saúde. O objetivo compreende a identificação das estratégias utilizadas pela equipa multidisciplinar na promoção da adesão à terapêutica farmacológica, da pessoa com HTA em ambulatório, e como as mesmas se refletem na prática de cuidados. Nesta Revisão Sistemática da Literatura a formulação da questão de pesquisa está orientada pelo acrónimo PCC, envolvendo os seus constituintes: População – Pessoa com HTA; Conceito – Adesão à terapêutica farmacológica; Contexto – Ambulatório. Estabeleceram-se como critérios de inclusão Pessoas adultas com mais de 18 anos, com HTA diagnosticada, sob tratamento farmacológico, que não se encontrem internadas em unidades hospitalares. Tipos de Estudos primários, publicados na língua portuguesa, inglesa e espanhola num período estabelecido entre janeiro de 2005 e fevereiro de 2016 e que investigam o impacto de intervenções da equipa multidisciplinar de saúde, na adesão à terapêutica farmacológica da HTA. Os estudos apresentam como resultados a efetiva diminuição da TA e aumento da AT farmacológica em que são definidas como estratégias a Melhoria de atitudes e crenças sobre a saúde, Aceitação da intervenção como apoio com relevância à alteração de comportamentos em saúde e à melhoria da adesão à terapêutica e respeito individual e de cuidados individualizados, com impacto na melhoria da adesão à terapêutica.