10 resultados para Verdade Filosofia moderna
em Universidade dos Açores - Portugal
Resumo:
Husserl atribui ao mecanicismo de Descartes a responsabilidade de ter comprometido os desgnios mais universais da filosofia moderna, impregnando-os de um racionalismo objectivista. Pretendemos salientar que esta orientao, apesar de ter sido predominante, no impediu o aparecimento de vrias tentativas (Stahl, Espinosa, Leibniz, Bichat, Diderot, etc.) que procuraram reconduzir a compreenso do mundo e do homem a uma maior proximidade dos dinamismos do mundo da vida.
Resumo:
Tendo por princpio que o progresso de uma sociedade resulta do desenvolvimento da capacidade de reflexo dos seus membros, importa assegurar o futuro educando para o Pensar. Porm, este Pensar no abstracto, no se perde nas teias contemplativas do pensamento puro, implicando pensar bem para bem-fazer, bem dizer e bem agir. Ora, pensar exige esforo e uma metodologia adequada. Pensar exige uma dimenso racional, imagtica, volitiva e emocional. Pensar exige ainda uma capacidade analtica, crtica, questionante e criativa que se educa desde a mais tenra idade. Assim, a Filosofia para Crianas (FpC) nasce da constatao de que, na maioria dos casos, o nosso sistema educativo descura o Pensar em benefcio da "era da imagem", que se instalou oferecendo, sem qualquer preocupao reflexiva, aquilo que no ser humano deve ser conquistado: o conhecimento e o prazer de o alcanar.
Resumo:
Cristo por inspirao ntima e catlico por filiao institucional, a relevncia da personalidade de S. Francisco de Assis estende-se para l do domnio estritamente religioso. Profundamente pertencentes ao esprito do seu tempo, o pensamento e a obra do Santo de Assis assumem uma importncia extrema na viragem social e espiritual a que a Idade Mdia assistiu por volta dos sculos XII e XIII. Tido por alguns dos mais importantes intrpretes medievalistas como o inventor do sentimento medieval da natureza, S. Francisco motivou fervorosas adeses sua espiritualidade e, simultaneamente, assumiu grande relevncia enquanto modelo e inspirao nas reflexes de escritores e espiritualistas ocidentais. A sua valorizao da natureza, fruto do extravasamento ntico do ideal cristo de fraternidade, foi perfilhada pelos autores do sculo XIX, vidos de uma reabilitao naturalista. Nomes como Chateaubriand e Lamartine, escritores da moderna Frana crist e ambos adeptos do rousseauniano culto da natureza, aproximam as suas obras do encomistico discurso franciscano face obra de Deus, ainda que nem todos assumam na ntegra a perspectiva de S. Francisco. Mas no apenas alm-fronteiras que se verifica a importncia da espiritualidade do Poverello.
Resumo:
Prefcio de Maria do Cu Patro Neves.
Resumo:
Colquio Internacional "Cames e os seus Contemporneos", Universidade dos Aores, Ponta Delgada, 18 a 20 de Abril de 2012.
Resumo:
A assero de que Antero teve alma de poeta e vocao de filsofo parece constituir uma posio mais ou menos consensual entre os estudiosos da sua obra. Tal como fica documentado pela nossa epgrafe, o prprio quem primeiramente reconhece que, no seu esprito, pensamento e emoo se envolvem numa construo espontnea de duradouros laos fraternais.
Resumo:
Por se apresentarem como eixos centrais da proposta reformista do poltico e pensador Manuel de Arriaga, o presente artigo debruar-se- sobre as noes de Verdade e de Justia no positivismo do autor, quer enquanto importantes conceitos filosficos, quer como incontornveis valores poltico-sociais.
Resumo:
O nosso objetivo centra-se na problematizao de alguns aspetos relacionados com a dimenso tica do projeto de Filosofia para Crianas iniciado por Matthew Lipman e Ann Sharp nas dcadas de 70 e 80 do sculo XX. Lipman comeou por preocupar-se em promover um programa que preparasse as crianas para lidarem com discursos ambguos, como sejam a publicidade e a propaganda, centrando os seus esforos iniciais na razoabilidade (reasonableness), isto , numa proposta educativa que promovesse seres humanos mais "razoveis" ou capazes de raciocinar bem. A comunidade de investigao filosfica (community of philosophical inquiry) designa um grupo de pessoas envolvidas num processo de pensamento filosfico enquanto conjunto de processos deliberativos e colaborativos em que os participantes transformam as suas opinies em juzos fundamentados e as suas discusses em dilogos, articulando-se de forma autocorretiva. Os trabalhos de M. Lipman e A. Sharp encontraram ecos no critical thinking movement a que autores como os psiclogos R. Ennis e R. Paul concederam grande visibilidade na segunda metade do sculo XX. Alis, a incidncia no pensamento crtico formal materializa-se com a publicao de Harry Stottlemeier's discovery, a primeira histria do currculo de Lipman e Sharp para trabalhar filosoficamente com as crianas, texto especificamente orientado para a aquisio de competncias lgicas bsicas, privilegiando a perspetiva da aquisio e desenvolvimento de capacidades analticas e cognitivas. Todavia, os trabalhos de Lipman e Sharp no se resumem a uma abordagem formal do pensamento lgico e destacam-se de outras propostas pedaggicas de estrito enriquecimento cognitivo pelas suas dimenses tica, esttica, poltica e, at, existencial. Podendo ser concebido como um programa de largo espectro, s competncias crticas juntam-se outras valncias do designado pensamento de multidimensional, nomeadamente os pensamentos criativo, valorativo ou de cuidado (caring). Acresce que a prtica filosfica com as crianas extrapola os limites da sala de aula: tal como uma pedra atirada ao rio, as comunidades de investigao filosfica assemelham-se a crculos concntricos que, quando em funcionamento, irradiam para esferas mais largas e integradoras, o que lhes confere uma importante dimenso tica, social, poltica e, at, civilizacional. O nosso contributo na presente reflexo prende-se com a vertente tica do programa de Filosofia para Crianas, entendida nas suas expresses individual e coletiva, isto , enquanto ressoa na conduta pessoal de cada membro da comunidade, bem como no plano social do seu compromisso com o grupo. Procuraremos pensar algumas linhas de articulao entre as dimenses tica e cognitiva do programa de Filosofia para Crianas, lanando a questo: o que significa ser eticamente crtico?
Resumo:
A leitura das reflexes que Antnio Srgio dedicou obra de Henri Bergson constitui, porventura, um dos maiores desafios que se apresentam aos intrpretes do autor francs. O tom irreverente das crticas contrasta com a profundidade das reflexes apresentadas e consideramos que, sendo o crtico mais veemente de Bergson em lngua portuguesa, Srgio foi o autor luso que o leu com maior mincia exegtica. A nossa reflexo centrar-se- numa sistematizao dos principais aspectos da posio do pensador portugus perante o legado de Bergson, evidenciando o que nos parecem ser o alcance e os limites da sua anlise. Ressalvamos que no pretendemos esgotar o teor das crticas de Srgio, pelo que encaramos a nossa contribuio como um convite para que os textos e temas que iremos abordar sejam revisitados.
Resumo:
As ideias que apresentamos justificam algumas das opes tomadas pelo projeto de Filosofia para Crianas da Universidade dos Aores e configuram a especificidade do mesmo numa rea que, nos ltimas 40 anos, tem sofrido adequaes e apropriaes em diversos pases e contextos culturais. Simultaneamente, procuraremos dialogar com um texto que, de forma rigorosa e perspicaz, coloca uma srie de importantes questes ao programa de Filosofia para Crianas apresentado por Matthew Lipman (1922-2010) e Ann Sharp (1942-2010), nos Estados Unidos da Amrica, na dcada de 70 do sculo XX. Trata-se da excelente reflexo da autoria da homenageada no presente volume, Maria Lusa Ribeiro Ferreira, intitulada A (im)possibilidade de uma Filosofia para Crianas: algumas questes.