6 resultados para máscaras faciais
em RCAAP - Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal
Resumo:
"Três Máscaras” é uma peça de teatro da autoria de José Régio. Nesta, conforme o próprio título o sugere, sobressaem três personagens que sustentam disfarces num baile de máscaras. Na verdade, estas estão mascaradas das emblemáticas personagens Columbina, Pierrot e Mefistófeles que à semelhança do que sucedia nas encenações da Commedia dell’arte em que se visava uma criação coletiva sujeita à inspiração do momento fantasiam um diálogo e uma ação norteados pelo simbolismo do respetivo disfarce. Entretanto, fruto da vivência ficcional que se vive naquele momento e do improviso sujeito ao imprevisto, aciona-se, nestas personagens, um processo de catarse. De facto, ao representarem as características individuais dos disfarces que envergam, deixam simultaneamente transparecer e expandir as suas autênticas personalidades. Nesta peça de teatro, as três máscaras denunciam, assim, uma temática regiana incontornável: a do disfarce que denuncia e expõe a identidade, ao invés de a camuflar.
Resumo:
Três Máscaras, um texto dramático da autoria de José Régio, insere-se na tradição realista do teatro social de atualidade da época, todavia denuncia já alguns traços do expressionismo. Com efeito, nesta fantasia dramática, duas personagens, Columbina e Pierrot, assinalam, numa fase embrionária, alguns lineamentos indicativos da principal temática do teatro expressionista, na medida em que ― sonhadores, tristes, sofredores e humilhados nas e pelas respetivas posições socioeconómicas específicas ― manifestam interesse no alcance da individualidade e do carácter do homem livre orgulhosamente associal. Acusam, assim, um certo antagonismo perante a generalidade social padronizadora, visando assinalar uma ética individual.
Resumo:
Dissertação para obtenção do grau de Mestre no Instituto Superior de Ciências da Saúde Egas Moniz
Resumo:
Dissertação para obtenção do grau de Mestre no Instituto Superior de Ciências da Saúde Egas Moniz
Resumo:
Neste trabalho de investigação procurei analisar a comunicação do bebé até à aquisição da linguagem verbal. A investigação foi realizada na Instituição C&D numa sala de berçário, com dez crianças, com idades compreendidas entre os cinco e os doze meses de idade. Com o intuito de conhecer as diferentes formas de comunicação que os bebés utilizam na creche, observei e registei o dia-a-dia destas crianças durante os quatro meses de estágio. Ao longo do processo de pesquisa fiz um levantamento bibliográfico relacionado com esta temática. Como procedimento metodológico, recorri à metodologia qualitativa e como instrumento de recolha de dados, às Notas de Campo. Através da observação empírica foi possível constatar, que o principal meio de comunicação dos bebés é constituído por um conjunto de ações que antecedem a linguagem verbal. Neste sentido, o trabalho de investigação está estruturado a partir da apresentação do desenvolvimento teórico e metodológico da pesquisa, seguindo-se a análise de dados realizada a partir das Notas de Campo. Nas considerações finais, pude verificar que é através dos risos, olhares, choros, gestos, balbucios, movimentos e expressões faciais que os bebés comunicam antes da aquisição da linguagem verbal.
Resumo:
Visando a literatura de José Régio, Eugénio Lisboa refere que todo o seu texto é “habitado por toda uma teoria de heróis devorados pela necessidade de verem e fazerem ver. Mas são frequentemente personagens complicados e minados por uma lucidez corrosiva” (Lisboa, 2001: 74-75). No conto “Os Alicerces da Realidade” da autoria do célebre escritor do séc. XX, é-nos apresentado um protagonista desenhado com linhas intricadamente complexas e com traços de loucura, resultantes da corrosão do ser profundamente lúcido. De facto, na diegese de “Os Alicerces da Realidade”, Silvestre, a personagem principal, representa um funcionário público aposentado aparentemente vulgar que, no decurso de uma vida pacata, gradualmente sofre episódios de alucinação. Esta personagem masculina acaba por atribuir a tais delírios uma lógica possível − para ele a única − real e exequível: a de que estaria a vivenciar um sonho. Adota, então, indiferente à sociedade circundante − caracterizada como falsa, mordaz, pseudo-intelectual, repressora inquestionável − atitudes rebeldes, de alienação e de destempero que acabam por prognosticar nada mais do que a factualidade de um distúrbio de carácter psiquiátrico. Com efeito, esta personagem repudia a sanidade mental, assumindo clara e obsessivamente a demência. Na verdade, resignado passivamente ao despertar do sonho, acomoda-se na alienação, como fuga à realidade enfadonha e dissimulada. Assim, em diversos episódios, entrando num jogo perturbador, porém viciante, o protagonista experimenta diferentes “máscaras”: vários provocadores e rebeldes − por isso, tão convidativos − “oníricos” Eus, que se opõem a um Eu real monótono e passivo. Na verdade, este último representa nada mais do que o Eu social, subjugado aos preceitos de uma sociedade impassível, zeladora daqueles que considera ser os bons hábitos e costumes e, por isso, norteadora de determinados padrões comportamentais coletivos e punidora daqueles que os não cumprem. Com esta comunicação, visamos analisar, não só o vasto e complexo plano onírico que constrói os alicerces da realidade deste herói regiano, como − e principalmente − o tema da máscara e do disfarce, na medida em que Silvestre, furtando-se da realidade que o rodeia, é dominado pela frustração mental que consequentemente o leva até à loucura e à auto-construção de vários Eus. De facto, visamos, assim, enquadrar a temática da “máscara regiana” que nítida e inequivocamente se evidencia neste conto, pois que o seu protagonista visa a adoção de uma máscara de “sobrevivência” − um outro Eu −, para assim contrariar uma sociedade camuflada e estranguladora da sinceridade, da independência e da individualidade genuína, obreira do singular, único e genuíno Eu.