2 resultados para Universidade. Sucesso acadêmico. Insucesso acadêmico
em RCAAP - Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal
Resumo:
A Escola Naval apresenta uma taxa de insucesso na ordem dos 64%, acabando por perder, durante o decorrer do curso, mais de metade dos indivíduos admitidos. Este projeto surge com o intuito de perceber as causas associadas ao baixo rendimento, através da análise dos dados dos indivíduos desde a candidatura ao término do curso, para identificar as caraterísticas (designadas de variáveis) dos indivíduos com maior e com menor probabilidade de sucesso na Escola Naval. Os dados são inicialmente analisados graficamente, onde os candidatos são analisados de forma independente, e os admitidos e os finalistas são analisados em conjunto para se avaliar o comportamento das variáveis no início e no fim dos cursos. Um aumento do peso de uma variável no grupo dos finalistas em relação ao grupo dos admitidos é interpretado como um indicador de bom desempenho. É, ainda, utilizada uma análise estatística para avaliar a associação entre o sucesso e cada uma das variáveis no grupo dos admitidos, e, também, para validar as ilações obtidas através da análise gráfica. O estudo revelou que os indivíduos que entram para a Escola Naval com melhores notas e os indivíduos que tomam conhecimento do concurso de candidatura através da internet são os que apresentam uma maior predisposição para o sucesso, enquanto os indivíduos que têm ambos os pais no ativo são os que apresentam menor probabilidade de sucesso.
Resumo:
Num contexto de aumento da oferta profissional/vocacional no ensino secundário procuramos discutir a função que tem vindo a ser assumida por esta via de ensino. Os cursos de educação e formação para jovens e os cursos do sistema de aprendizagem, medidas de qualificação inicial implementadas no âmbito do sistema de formação profissional, apresentam-se hoje, no plano das intenções políticas, como instrumentos fundamentais para a redução dos índices de abandono e insucesso escolares. Estas medidas de formação profissional dirigem-se a jovens “em risco de abandono escolar ou que já abandonaram a via regular de ensino” e têm como objectivo recuperar os seus défices de qualificação escolar e profissional através de uma estrutura curricular que integra a formação sociocultural, a formação científica, a formação tecnológica e a formação prática em contexto de trabalho. Destacamos esta última componente de formação que permite aos jovens a realização de actividades inerentes ao exercício profissional e que nos coloca a importância do “aprender a fazer” como o motor da aquisição de outros tipos de saber. Inquirimos jovens que realizaram cursos do Sistema de Aprendizagem, com equivalência ao 12º ano de escolaridade e qualificação profissional de nível IV, e que haviam concluído anteriormente cursos de Educação e Formação, com equivalência ao 9º ano de escolaridade e qualificação profissional de nível III. Focamo-nos em formandos de um centro de formação profissional de gestão directa do Instituto de Emprego e Formação Profissional que actua na região do Alto Tâmega. Pela análise dos dados recolhidos percebe-se que estas medidas de qualificação inscritas no sistema de formação profissional permitem que os jovens dos meios populares que haviam sido excluídos numa primeira etapa da sua trajectória escolar da escola regular, estejam cada vez mais tempo na escola – até, pelo menos, à conclusão do ensino secundário - embora remetidos para as vias de ensino profissionalizantes que não são tão valorizadas e tão reconhecidas socialmente como a designada “via nobre” do ensino. Em termos de modelo de aprendizagem concluímos que estes jovens reagem de forma positiva à estrutura curricular proposta que assenta no “aprender a fazer” e que está dirigida para a inserção profissional.