17 resultados para Doentes hospitalizados

em RCAAP - Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal


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Dissertação para obtenção do grau de Mestre no Instituto Superior de Ciências da Saúde Egas Moniz

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Os distúrbios respiratórios do sono têm vindo a ter cada vez mais importância na comunidade médica, sendo que, atualmente os métodos de diagnóstico e de tratamento estão bem desenvolvidos, no entanto, a população não está sensibilizada para esta doença. Vários estudos têm vindo a ser elaborados com intuito de averiguar quais os riscos dos distúrbios respiratórios do sono e qual a sua morbilidade e mortalidade. Por isso, surgiu a ideia de realizar uma meta-análise que demonstrasse a real incidência de eventos cardiovasculares associados a esta doença. O objetivo principal deste estudo foi verificar se a Síndrome da Apneia do Sono (SAS) aumenta o risco de morte e o objetivo secundário foi avaliar a sua morbilidade, no que respeita às doenças cardiovasculares e ao número de hospitalizações. Foi realizada uma revisão sistemática e um meta-análise da literatura publicada. A pesquisa incidiu em estudos que comparassem o número de mortes em doentes com SAS não tratada e em doentes sem SAS. A metologia utilizada foi baseada nas normas do grupo "PRISMA". A meta-análise foi realizada com base em 13 artigos, o que correspondeu a um total de 13216 participantes divididos em dois grupos, sem SAS (n=6542) e com SAS (n=6674). No que diz respeito à mortalidade total e à mortalidade por causas cardíacas, a meta-análise revelou uma clara associação da SAS com a ocorrência de eventos fatais nos vários modelos analíticos utilizados, correspondendo a presença de SAS a um risco de morte 61% superior para a mortalidade total (OR=1.61; IC: 1.43 - 1.81;p<0.00001), sendo o risco de morte por causas cardíacas 2.56 vezes maior nestes doentes (OR=2.56; IC: 1.78 - 3.70; p<0.00001). Resultado semelhante foi obtido para a mortalidade por outras causas (OR= 1.68; IC: 1.08 - 2.61; p=0.02). Para os restantes outcomes obtiveram-se resultados semelhantes: os eventos cardiovasculares não fatais foram superiores no grupo com SAS (OR=2.46; IC: 1.80 – 3.36; P<0.00001); o tempo médio de dias hospitalizados foi também superior nos doentes com SAS, correspondendo uma duração média 18.09 dias superior nestes doentes comparativamente ao grupo sem SAS (IV=18.09; IC: 13.34 – 22.84; P<0.00001). Os resultados revelam inequivocamente que a presença de SAS não tratada aumenta significativamente o risco de morte, o risco de eventos cardiovasculares e a duração média de internamentos, na circunstância de hospitalizações por qualquer causa.

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A qualidade dos cuidados de enfermagem a doentes com Cateter Venoso Central (CVC) é uma área da Enfermagem especializada, onde a preservação do mesmo está diretamente relacionada com os cuidados prestados, nomeadamente no que respeita à prevenção de infeção. Pretendeu-se avaliar as evidências científicas sobre o controle de infeção com os antisséticos Gluconato de Clorexidina (GC) e Solução Alcoólica de Iodopovidona (SAI) em doentes adultos hospitalizados com CVC. Estabeleceram-se como objetivos: comparar a eficácia do uso dos antisséticos GC versus SAI na prevenção da infeção do doente com CVC e analisar as vantagens e desvantagens da utilização do GC e da SAI. Como recurso de obtenção das evidências realizou-se a revisão sistemática em bases de dados da plataforma B-On: Medline, PubMed, Scielo e a Ebsco, tendo culminado num total de quatro artigos. Como resultado, auferiram-se dados relativos à prevenção da infeção do doente com CVC na utilização de GC e da SAI, assim como às vantagens e desvantagens dos mesmos. Concluímos que a utilização do GC na antissepsia do doente com CVC é mais eficaz em relação à SAI, no entanto, apresenta o inconveniente de ter maior custo monetário e ser uma solução incolor.

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A terapêutica antitrombótica ocupa um lugar central no tratamento da doença coronária aguda. A sua importância foi reforçada com a generalização dos procedimentos de intervenção percutânea, em especial quando são implantados dispositivos intra-coronários. Neste domínio, o uso da dupla antiagregação plaquetar é obrigatório, combinando a clássica aspirina às tienopiridinas, em particular ao clopidogrel. Em paralelo, o uso de anticoagulantes é igualmente mandatório, particularmente nas primeiras horas, até à angioplastia e implantação de stent. Depois de uma década dominada pelo clopidogrel e pela enoxaparina, assistimos, recentemente, à introdução de novos fármacos, em especial o fondaparinux e mais recentemente o prasugrel, ambos com as suas vantagens e desvantagens. O Congresso Europeu de Cardiologia 2009 foi particularmente rico nesta área, já que três importantes estudos viram os seus resultados apresentados, todos eles com relevantes implicações para a prática clínica. O estudo PLATO introduzindo o ticagrelor,primeiro antiplaquetar actuando via receptor P2Y12 com efeito reversível; o estudo CURRENT-OASIS 7 testando doses, acima do convencional, de clopidogrel e aspirina; o estudo SEPIA-ACS 1 TIMI 42 introduzindo o otamixaban, novo anticoagulante com efeito anti-Xa administrado por via intra-venosa; são, no presente trabalho, sumariamente apresentados e discutidos, procurando realçar alguns aspectos que poderão vir a introduzir alterações nas recomendações e consequentemente na prática do dia a dia.

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Introdução: A Insuficiência Cardíaca (IC) é uma doença frequente e com considerável aumento de prevalência, já designada como sendo a epidemia do século XXI. Os doentes com IC manifestam uma alta taxa de mortalidade cardiovascular, em que as arritmias ventriculares malignas estão envolvidas. A remodelagem estrutural e elétrica nos portadores de IC levam a alterações eletromecânicas que desencadeiam a dissincronia cardíaca e natural agravamento da doença, provocando o aumento da predisposição para o aparecimento de arritmias e consequentemente aumento do risco de morte súbita. Objetivo: Caracterização dos doentes com IC seguidos na consulta de ICC do Centro Hospital Leiria-Pombal (CHLP) e avaliação da ocorrência dos eventos cardiovasculares. Avaliação dos parâmetros de repolarização ventricular e o seu contributo no aumento da suscetibilidade a arritmias malignas e/ou morte súbita. Métodos: Selecionou-se um grupo de 130 indivíduos inscritos na consulta externa de ICC-Avançada do CHLP, avaliando-se durante uma média de 42,15 meses de follow-up. Caracterizou-se a amostra quanto aos dados clínicos (anamnese clinica, analises e exames complementares de diagnóstico) e parâmetros de repolarização ventricular (QT, QTc, Tpeack-Tend). Os indivíduos em FA forem classificados quanto ao risco trombótico CHADS2 e CHA2DS2VAS. Quanto aos eventos hospitalares agrupou-se a amostra em Com MACE e Sem MACE. Resultados: Verificou-se que 76,2% da amostra é do sexo masculino, com uma média de idades de 65,9 ±14,8, a etiologia da IC mais comum nesta amostra foi a HTA e a isquémica (n=41 e n=39, respetivamente); segundo a classificação de NYHA 64,6% encontra-se em grau II; 43,1% da amostra encontra-se em FA. Dos 84 indivíduos com avaliação da FEVE, 42,7% tinham a FEVE bastante diminuída e 40,4% depressão ligeira/moderada da FEVE. 10,8% dos indivíduos da amostra foi tratado com ressincronização cardíaca. Durante o follow-up foram registadas 1.479 admissões hospitalares, das quais 1.039 são no serviço de urgência e 182 no serviço de cardiologia. 12,3% da amostra faleceu durante a recolha de dados. A mortalidade total foi influenciada, com significado estatístico (p<0,05), pela idade, QTc, Tpeack-end, total de internamentos, admissões no serviço de urgência, creatinina, ureia e pela TFG. As determinantes independentes para a mortalidade foram a dislipidémia e o total de internamentos, sendo que a idade se revelou tendencialmente significativa. As variáveis TFG, HTA, os antecedentes familiares cardíacos e a terapêutica sem sinvastatina revelaram-se marginalmente significativos para a variável MACE. Os indivíduos com IC mais idosos, com maior percentagem de peso, com diabetes e com alterações na creatinina e TFG revelaram relação estatística com a admissão num dos serviços de internamento. A duração do QRS, do QTC, do Tpeack-Tend e a terapêutica sem anticoagulantes revelaram-se marginalmente significativos na necessidade de internamento hospitalar. Em relação aos doentes em FA segundo a classificação em CHa2DS2VASC e CHADS2 verificou-se que 76,8% da amostra e 48,2% (respetivamente) encontrava-se num score acima do 3. Verificou-se um aumento tendencialmente exponencial em relação ao risco de morte com o aumento do score de CHADS2, bem como a relação direta com o aumento da probabilidade de eventos cardiovasculares. Conclusões: Os portadores de IC são um grupo de doentes peculiares; em que a remodelagem estrutura e elétrica proporciona modificações que culminam no aumento da predisposição para o surgimento de arritmias e consequente aumento de risco de morte súbita.

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Introdução: A insuficiência cardíaca (IC) e a fibrilhação auricular (FA) coexistem frequentemente e estão associadas a elevada morbilidade e mortalidade. O impacto da terapia de ressincronização cardíaca (TRC) nestes doentes é incerto. Também a influência da ablação auriculoventricular (AV) continua por esclarecer. Objetivo: Combinar os resultados da melhor evidência científica de forma a comparar os efeitos da TRC em doentes com IC em FA e em ritmo sinusal (RS) e determinar a influência da ablação AV no grupo de doentes em FA. Métodos: A pesquisa realizou-se nas bases de dados eletrónicas da PubMed, B-On e CENTRAL e de forma manual, incluindo ensaios clínicos controlados randomizados e estudos de coorte até novembro de 2012. Analisou-se a mortalidade total e cardiovascular e a resposta à TRC. Resultados: Foram incluídos 19 estudos que envolveram 5324 pacientes: 1399 em FA e 3925 em RS. O grupo com doentes em FA apresenta maior risco de mortalidade total, comparativamente ao grupo de doentes em RS (OR = 1,69; IC 1,20–2,37, p = 0,002). Não foram verificadas diferenças estatisticamente significativas quanto à mortalidade cardiovascular (OR = 1,36, IC 0,92–2,01, p = 0,12). A não resposta à TRC foi maior no grupo em FA (OR = 1,41; IC 1,15–1,73; p = 0,001). Entre os indivíduos em FA, a ablação do nódulo auriculoventricular foi associada à redução da mortalidade total (OR = 0,42; IC 0,22–0,80; p = 0,008), mortalidade cardiovascular (OR = 0,39; IC 0,20–0,75; p = 0,005) e número de não respondedores à TRC (OR = 0,30; IC 0,10–0,90; p = 0,03). Conclusão: A presença de FA está associada a maior probabilidade de morte por todas as causas e de não resposta à TRC, comparativamente aos doentes em RS. Contudo, um número significativo de doentes em FA beneficia da TRC. A ablação AV parece aumentar os benefícios da TRC nos doentes com FA.