Contribuição para o estudo do tratamento de efluentes de lagares de azeite
Contribuinte(s) |
Mano, António |
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Data(s) |
08/01/2013
08/01/2013
2012
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Resumo |
Dissertação para obtenção do Grau de Mestre em Engenharia do Ambiente - Perfil de Engenharia Sanitária Os principais países produtores de azeite encontram-se na bacia do Mediterrâneo, caracterizada pelo clima propício ao cultivo da oliveira. Espanha, Itália, Grécia e Portugal são responsáveis por mais de 95% da produção mundial de azeite. A nível nacional, a região do Alentejo é a maior produtora de azeite, com 50,2% em 2010. O sector lagareiro localiza-se de forma dispersa com dominância dos lagares de pequena produção, o que resulta num maior número de fontes poluidoras. Os subprodutos desta indústria são essencialmente o bagaço de azeitona e as águas ruças. A necessidade de uma gestão apropriada é fundamental uma vez que se dispostos directamente na natureza causam impactes extremamente negativos. O objectivo desta dissertação foi a análise dos diferentes processos de tratamento das águas ruças por forma a procurar estabelecer qual ou quais os melhores compromissos técnicos, económicos, ambientais e sociais. Devido aos teores elevados de óleos e gorduras, da CQO, de sólidos totais e de polifenóis, as águas ruças, por forma a poderem ser enviadas quer para emissários quer, quer directamente para o meio receptor, carecem de tratamentos extremamente eficientes com custos de investimento e operação bastante significativos que podem inviabilizar os próprios lagares. Deste modo, foi efectuada uma comparação entre as várias operações/ processos através de uma análise multicritério, o que permitiu eleger os processos de digestão anaeróbia, filtração por membranas e disposição das águas ruças em lagoas de evaporação ou em reservatórios de armazenamento como sendo as melhores alternativas de tratamento para este tipo de efluentes. Para o estudo mais detalhado daqueles processos de tratamento foram considerados dois cenários - dois lagares, um de pequena produção (lagar A) e outro de grande produção (lagar B). O primeiro laborou em 2011 cerca de 2.287.913 kg de azeitona, e o segundo laborou, no mesmo ano, cerca de 25.000.000 kg de azeitona. Relativamente à digestão anaeróbia, foi efectuada uma análise fundamentada no retorno financeiro associado à venda de energia eléctrica a partir da produção de biogás, tendo-se concluído que não se pode considerar uma opção de tratamento viável, especialmente quando aplicada a lagares de pequena produção. Em relação à operação de filtração por membranas, esta é uma solução que requer custos de investimento, operação e manutenção que grande parte dos produtores de azeite não tem possibilidades de comportar. A possível venda de fracções valorizáveis do concentrado obtido foi considerada e ponderada. No entanto, o risco de se optar por esta tecnologia e os prejuízos serem muito significativos, foi considerado bastante elevado, pelo que não se pode considerar igualmente como uma alternativa viável. O recurso a lagoas de evaporação ou a reservatórios de armazenamento para posterior rega dos solos agrícolas entre campanhas, soluções geralmente adoptadas pelos produtores de azeite, parecem constituir de facto, a solução mais indicada para o sector. A sua implementação é relativamente simples, a gestão e os custos de operação e manutenção são praticamente inexistentes, sendo necessária apenas uma neutralização do efluente no caso de ter como fim a rega dos terrenos agrícolas. Há igualmente de possibilidade da venda do resíduo sólido seco como fertilizante e no caso de água ruça ser utilizada na rega, há uma poupança assegurada de água abastecida, bem como de fertilizantes. |
Identificador | |
Idioma(s) |
por |
Publicador |
Faculdade de Ciências e Tecnologia |
Direitos |
openAccess |
Palavras-Chave | #Águas ruças #Biodegradabilidade #Tratamento |
Tipo |
masterThesis |