187 resultados para primatas
Resumo:
O objetivo deste artigo é o de chamar a atenção dos antropólogos para novos desenvolvimentos das ciências biológicas como os da Neurobiologia, da Primatologia e da Etologia, assim como os estudos recentes referentes à evolução. O resultado destes trabalhos recentes devem promover uma revisão das pressuposições antropológicas presentes na clássica oposição entre natureza e cultura. Este problema geral é analisado através de uma comparação entre homens e chimpanzés, a qual focaliza os componentes emocionais de comportamento dessas espécies, mais especificamente ainda, o artigo privilegia a análise do comportamento ''amoroso'', incluindo o sexual, e aquele presente nas relações entre mães e filhos, irmãos e amigos. Além disto, o trabalho também analisa a importância dos componentes emocionais para a constituição e preservação dos grupos sociais. Uma breve menção é feita quanto a hierarquia, agressão e alianças políticas. A comparação efetuada levanta questões referentes o incesto, à homossexualidade e o casamento, envolvendo um diálogo com a Psicanálise.
Resumo:
Este trabalho teve como objetivo estimar a densidade e o tamanho populacional de quatro espécies de primatas [Alouatta clamitans Cabrera, 1940; Callicebus nigrifrons (Spix, 1823); Callithrix aurita (É. Geoffroy, 1812); Cebus nigritus (Goldfuss, 1809)] que ocorrem em um fragmento de Mata Atlântica de aproximadamente 350 ha, localizado no município de Pouso Alegre, estado de Minas Gerais e reunir subsídios para a conservação dessas espécies na região. O levantamento populacional foi realizado através do método de amostragem de distâncias em transecções lineares (Distance Sampling). Os dados foram coletados entre os meses de abril e agosto de 2008 a partir de quatro transecções implantadas na área de estudo. Os cálculos de densidade e tamanho populacional foram realizados empregando-se o programa Distance 5.0. As densidades foram estimadas em 23,83 ± 9,78 ind./km² para Callicebus nigrifrons, 14,76 ± 5,92 ind./km² para Callithrix aurita e 7,71 ± 2,13 ind./km² para Cebus nigritus. O tamanho populacional foi estimado em 83,0 ± 34,0 indivíduos para C. nigrifrons, 52,0 ± 20,8 indivíduos para Callithrix aurita e 27,0 ± 7,4 indivíduos para Cebus nigritus. Com relação ao bugio (A. guariba clamitans), constatou-se que apenas um grupo com seis indivíduos sobrevive na área. Conclui-se que, no caso de continuarem isoladas, essas populações têm poucas chances de sobrevivência no futuro frente aos riscos de eventos estocásticos. A criação de corredores ecológicos conectando a área de estudo aos outros fragmentos em seu entorno e a translocação de indivíduos de outras áreas da Mata Atlântica para esta região poderão constituir alternativas para garantir a viabilidade dessas populações em longo prazo. Para tanto, é necessário que se consolide uma política pública no município de Pouso Alegre voltada à criação, ampliação e gestão de Unidades de Conservação, e ao incentivo para a adoção de práticas produtivas sob critérios de sustentabilidade no entorno dessas áreas de interesse ecológico.
Resumo:
Neste trabalho são descritas infecções naturais por Toxoplasma em um Macacca mulatta e em um Cebus apella, ambos tendo apresentado curto período de doença. Ambos se infectaram no cativeiro: o primeiro no biotério do laboratório, onde havia outros mamíferos com toxoplasmose experimental, e o segundo, na casa dos seus donos, em Jacarepaguá, on se habituara a comer carne crua como parte da alimentação. Nessa casa viviam outros platirrinos, entre os quais 2 Cebus libidinosus (um casal), os quais apresentaram Reação de Sabin-Feldman positiva (1:64), do mesmo modo que o tratador dos animais. Microscòpicamente, observaram-se nos 2 animais mortos de toxoplasmose espontânea lesões necróticas no fígado e baço, com a presença de toxoplasmas livres e intracelulares, isolados ou em associação, com maior ou menor número de indivíduos. No Cebus, no qual foi feita autópsia completa, foram observadas lesões e parasitos na suprarenal; e lesões moderadas no encéfalo, mas sem parasitos. É feita uma revisão das infecções naturais por Toxoplasma em primatas não humanos. Em mais de 60 anos de estudos do Txoplasma, foram descritas infecções naturais em apenas 31 exemplares de 18 espécies: 3 Prosimii, 10 Platyrrhinus e 5 Catharrhinus. A baixa freqüência da toxoplasmose no símios em geral é relacionada aos seus hábitos alimentares vegetarianos e insetífagos e à ecologia arborícola. A maior incidência nos platirrinos é relacionada à sua mais fácil domesticação e conseqüente mudança dos hábitos alimentares.
Resumo:
Após uma revisão da toxoplasmose experimental em primatas não humanos, são relatadas as tentativas, sem êxito, para provocar toxoplasmose aguda e fatal em dois rhesus (Macacca mulatta), um infante e outro jovem, por inoculação e reinoculação de uma amostra humana, usando diferentes vias e doses maciças e ainda com a ministração de decametasona. Do mesmo modo, não teve sucesso a tentativa para induzir a doença fatal em um Cebus apella adulto, pela via peritoneal. Porém a toxoplasmose-infecção nesses 3 animais, foi comprovada pela elevação da temperatura (39 a 41ºC), pela positividade da reação de Sabin-Feldman (1:64 - 1:256) e pelo isolamento de toxoplasmas em camundongos inoculados com material do Cebus. Por outro lado, em um Callithrix jacchus pela inoculação peritoneal, foi provocada doença grave e fatal com focos necróticos e abundãncia de toxoplasmas no baço e fígado, e isolamento dos parasitas em camundongo. De 54 símios do Nõvo Mundo, submetidos a RSF, todos foram negativos, com exceção de um Saimiri que se mostrou positivo a 1:16 (18%). Uma análise do problema Toxoplasmose-Primatas não humanos, com o apoio na revisão da literatura e nas nossas próprias observações (ver também o trabalho anterior) permite as seguintes conclusões: em seu habitat natural os primatas não humanos não são expostos ao Toxoplasma. Isso deve estar relacionado aos hábitos arborícolas e à sua alimentação vegetariana e insetívora; b) os casos descritos de toxoplasmose natural nos símios se referem a animais de cativeiro; e, mesmo nestas condições, é excepcional a infecção espontânea dos catarrinos; c) os catarrinos apresentam, além disso uma grande resistência à indução da toxoplasmose experimental, a qual não é devida à presença de anticorpos circulantes. Essa resistência parece não ser rompida pela administração de corticosteróides; embora às vêzes o seja pela inoculação de doses maciças de toxoplasmas, e geralmente nos animais jovens; d) essa resistência é menor nos platirrinos e parece não existir nos platirrinos inferiores e nos Prosimii.
Resumo:
A diversidade de primatas neotropicais está representada por 128 espécies, e no Brasil 26 estão em categorias de ameaça de extinção e 24 são endêmicas. Desses primatas ameaçados, 15 espécies ocorrem na Floresta Atlântica. A Mata do Paraíso, maior fragmento desse bioma em Viçosa, MG, possui área de 384,5 ha, cuja fauna de primatas está representada por Callicebus nigrifrons (Spix, 1823) e Callithrix sp. Este estudo objetivou estimar a densidade e tamanho populacional, bem como determinar a abundância dos primatas na Mata do Paraíso. Para estimar a densidade e tamanho populacional, foram percorridos cinco transectos lineares de 1 km cada, dispostos paralelamente no interior da mata, seguindo-se as premissas da metodologia Distance para transectos lineares. Os dados foram coletados de agosto de 2004 a fevereiro de 2006, durante 70 levantamentos, totalizando 82,7 km percorridos e 12 avistamentos para cada espécie dos referidos primatas. Adicionalmente, para determinar a abundância das espécies, consideraram-se visualizações obtidas em trilhas acessórias. Obteve-se uma densidade de 4,51 (IC = 2,40 - 8,48) grupos/km² para C. nigrifrons e de 7,45 (IC = 3,82 - 14,54) grupos/km² para Callithrix sp. A abundância de C. nigrifrons correspondeu a 1,43 indivíduo/10 km percorridos e a de Callithrix sp., 1,17 indivíduo/10 km percorridos. O tamanho populacional estimado para C. nigrifrons foi de 28 indivíduos e para Callithrix sp., de 86. Por fim, esses resultados corroboram a necessidade de novas pesquisas, objetivando detectar flutuações populacionais ao longo do tempo, com o intuito de preservar e manejar essas espécies.
Resumo:
A toxoplasmose é considerada uma doença parasitária fatal em primatas neotropicais. O objetivo deste trabalho foi descrever, através de um estudo retrospectivo, os casos de toxoplasmose em primatas neotropicais. No período de 1999-2009 foram realizados 86 exames anatomopatológicos em primatas e a toxoplasmose foi a enfermidade mais comum (7/86), relatando-se um caso em sagui-do-tufo-preto (Callithrix penicillata) e seis em bugio-ruivo (Alouatta guariba). Dois animais foram encontrados mortos e cinco morreram em poucos dias. Os sinais clínicos mais frequentes foram apatia e anorexia (5/7), distensão abdominal (4/7) e febre (3/7). Na necropsia observou-se esplenomegalia (4/7), hemorragia do trato digestório, linfonodos e bexiga (4/7), pulmões avermelhados (3/7) e hepatomegalia (2/7). No exame histopatológico evidenciou-se hepatite (7/7), esplenite (3/7), miocardite (2/7), enterite (2/7), linfadenite (1/7) e sialite (1/7) necróticas e, pneumonia intersticial (4/7). Em fígado, pulmões, baço, coração, linfonodos e glândula salivar havia taquizoítos de Toxoplasma gondii que foram também detectados pelo exame de imuno-histoquímica anti-T. gondii em fígado, baço e pulmões (5/7). A toxoplasmose pode causar alta mortalidade em colônias de primatas neotropicais e representar mais uma ameaça à conversação dessas espécies em cativeiro. Sendo assim, medidas preventivas devem ser tomadas para evitar a contaminação desses animais.
Resumo:
As glândulas adrenais possuem funções endócrinas relacionadas a múltiplas funções vitais, estando intimamente relacionadas à capacidade do animal em se adaptar ao estresse. O exame ultrassonográfico é o método diagnóstico de escolha para avaliação das glândulas em diferentes espécies. Considerando a escassa literatura, questiona-se se as doenças adrenais em primatas não humanos são incomuns ou subdiagnosticadas, havendo a hipótese desse fato ser determinado pela falta de parâmetros. Objetivou-se descrever as características ultrassonográficas das glândulas adrenais para três espécies de primatas não humanos mantidas em cativeiro: Saimiri sciureus (mico-de-cheiro), Aotus azarae infulatus (macaco-da-noite) e Alouatta guariba clamitans (bugio-ruivo). Conclui-se que é possível a identificação das glândulas adrenais por meio de exame ultrassonográfico, sendo que os padrões de referência foram estabelecidos com sucesso para as espécies em questão. Ressalta-se que a adequação de animais em ambientes estressantes é frequentemente acompanhada por uma hipertrofia das glândulas adrenais, portanto deve-se levar em consideração que as mensurações realizadas nesse estudo foram estabelecidas em animais de cativeiro.
Resumo:
Among placental mammals, primates are the only ones to present trichromatic color vision. However, the distribution of trichromacy among primates is not homogeneous: Old World primates shows an uniform trichromacy (with all individuals being trichromats) and New World primates exhibit a color vision polymorphism (with dichromatic males and dichromatic or trichromatic females). Visual ecology studies have investigated which selective pressures may have been responsible for the evolution of trichromacy in primates, diverging from the dichromat standard found in other mammals. Cues associated with foraging and the socio-reproductive status were analyzed, indicating a trichromatic advantage for the rapid detection of visually conspicuous objects against a green background. However, dichromats are characterized by an efficient capture of cryptic and camouflaged stimuli. These advantages regarding phenotype may be responsible for the maintenance of the visual polymorphism in New World primates and for the high incidence of color blindness in humans (standing around 8% in Caucasian men). An important factor that has not yet been experimentally taken into account is the predation risk and its effect on the evolution of trichromacy in primates. To answer this question, we prepared and edited pictures of animals with different coats: oncillas (Leopardus spp.), puma (Puma concolor) and ferret (Galictis cuja). The specimens were taxidermized and the photographs were taken in three different vegetation scenarios (dense forest, cerrado and grassland). The images of the predators were manipulated so that they fit into two categories of stimulus size (small or large). After color calibration and photo editing, these were presented to 40 humans (20 dichromats and 20 trichromats) by a computer program, which presented a set of four photos at a time (one picture containing the taxidermized animal amid the background vegetation and three depicting only the background vegetation) and recorded the response latency and success rate of the subjects. The results show a trichromatic advantage in detecting potential predators. The predator detection was influenced by the background, the predator species, the dimension of the stimulus and the observer s visual phenotype. As humans have a high rate of dyschromatopsias, when compared to wild Catarrhini or human tribal populations, it is possible that the increased rate of dichromats is a result of reduced pressure for rapid predator detection. Since our species came to live in more cohesive groups and resistant to attack by predators, with the advent of agriculture and the formation of villages, it is possible that the lower risk of predation has reduced the selection in favor of trichromats
Resumo:
Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP)
Resumo:
Pós-graduação em Medicina Veterinária - FMVZ
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Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP)
Resumo:
Pós-graduação em Zootecnia - FMVZ
Resumo:
Aproximando, metaforicamente, os termos "laboratório" e "escola", o presente trabalho apresenta um programa de pesquisa experimental que visa desenvolver procedimentos para a construção de repertório simbólico em macacos-prego (Cebus apella). A metáfora "laboratório-escola" justifica-se pela semelhança dos procedimentos de treino de discriminações ou relações com programas de ensino de tarefas gradualmente mais complexas. O desafio tem sido o de manter o comportamento dos "aprendizes" sob controle das propriedades da tarefa programadas pelo experimentador. Os procedimentos são permanentemente avaliados em função da efetividade para produzir a planejada formação de relações não diretamente treinadas entre estímulos. Os resultados obtidos demonstram a aquisição do conceito de identidade e indicam a possibilidade de ensino de repertórios mais complexos, que são pré-requisitos para o comportamento simbólico e o possível aproveitamento de tecnologia para ensino desse tipo de repertório a pessoas com dificuldades no desenvolvimento de funcionamento simbólico convencional.
Resumo:
Foi estabelecido um modelo de imunossupressão em roedores por inoculação do agente alquilante Ciclofosfamida (CY). A administração de 50 mg/kg de CY em ratos Wistar provocou uma significante diminuição dos parâmetros de celularidade e peso relativo dos órgãos linfóides. Pela análise da titulação de anticorpos, do ensaio sobre as células formadoras de placa e do teste de hemólise foi comprovada que a imunidade humoral dos roedores sofreu supressão. Foram realizadas quatro inoculações desse imunossupressor e a periodicidade entre as inoculações foi determinada pela recuperação dos níveis de normalidade dos parâmetros supracitados. A alteração na contagem diferencial de células sanguíneas brancas representou o maior efeito adverso da CY, observado nos parâmetros de laboratório analisados nos Cebus apella. Nas duas vezes que foi administrada a droga houve redução no número de linfócitos e posteriormente diminuição de neutrófilos, porém somente na segunda foi observada a imunossupressão. Visto a proximidade filogenética dos primatas não humanos, este desenho experimental será de suma importância para o estudo de tumores em diversas fases do desenvolvimento e principalmente para testes de novos fármacos e esquemas terapêuticos. Com relação às análises de genotoxicidade da CY podemos concluir que em ratos Wistar, as administrações de CY aumentaram significativamente a freqüência de micronúcleos em eritrócitos policromáticos (MN PCEs) e provocaram efeito citotóxico (P<0.05). Em C. apella, os linfócitos do sangue periférico, após o tratamento com CY apresentaram um aumento significativo da media de MN/1000 células em relação aos linfócitos controle (P<0.05). A concentração de CY de 50mg/kg, em C. apella, corresponde à concentração DL50 da droga, visto que 50% desses animais morreram durante o experimento de imunossupressão. Até o desenvolvimento deste trabalho, não se conhecia a concentração correspondente ao DL50 nessa espécie. Ao comparamos as duas espécies de animais utilizadas neste trabalho, os primatas não humanos têm uma recuperação imune mais rápida em relação aos ratos Wistar. Provavelmente a capacidade de metabolização da droga seja mais eficaz em C. apella. Nossos resultados apóiam, portanto, que os primatas não humanos constituem os melhores modelos experimentais devido a sua grande proximidade evolutiva e filogenética com o ser humano.