42 resultados para delírio
Resumo:
Os andarilhos freqüentemente caminham pelas estradas sem destino como nômades que renunciam a fixações geográficas, psicológicas e sociais. Não é raro encontrar andarilhos de estrada com manifestações de visões e pensamentos delirantes. O objetivo dessa pesquisa foi investigar possíveis conexões entre a movimentação constante dos andarilhos e a eclosão de delírios. Coletamos e analisamos narrativas de andarilhos, explorando especificamente os conteúdos alusivos à representação de si, de seu mundo e de sua caminhada pelas estradas. Idéias persecutórias, megalomaníacas e depressivas, superinvestidas afetivamente, aparecem com freqüencia nos pensamentos sobre o presente, o passado e nas reflexões sobre os motivos do deslocamento constante. Os resultados sugerem que há uma forte relação entre a movimentação constante e sem destino e as idéias e visões delirantes que os acometem.
Resumo:
Pós-graduação em Estudos Literários - FCLAR
Resumo:
We report on two epileptic patients who developed acute psychosis after the use of topiramate (TPM). One patient exhibited severe psychomotor agitation, heteroaggressiveness, auditory and visual hallucinations as well as severe paranoid and mystic delusions. The other patient had psychomotor agitation, depersonalization, derealization, severe anxiety and deluded that he was losing his memory. Both patients had to be taken to the casualty room. After interruption of TPM in one patient and reduction of dose in the other, a full remission of the psychotic symptoms was obtained without the need of antipsychotic drugs. Clinicians should be aware of the possibility of development of acute psychotic symptoms in patients undergoing TPM treatment.
Resumo:
As linhas de escrita que conformam o Devir Menor de Alice constituem-se a partir da necessidade de investigar o devir-criança dos corpos aprendentes no processo de aprendizagem da linguagem como potência capaz de engendrar, na imanência dos encontros educativos, um currículo que funcione como plano de constituição de um estilo singular de inscrição de si e do mundo no âmbito da educação infantil. Impulsionado por forças que se desdobram em um campo problemático que orienta um percurso investigativo de caráter cartográfico, o estudo busca problematizar: Por quais processos o problema da escrita pode ordenar um movimento expressivo de aprendizagem da linguagem? Em torno dessa problemática, concebe três questões centrais: (1) De que modo as práticas diferenciais de linguagem traçadas no movimento imanente do currículo deslocam de modo positivo o processo de aprendizagem da linguagem na educação infantil? (2) Do que trata concretamente o conceito de linguagem no movimento expressivo e de aprendizagem afetiva? (3) Por que é relevante abordar o movimento expressivo de aprendizagem da linguagem e por que fazer isso a partir do problema da escrita? Nesse processo investigativo, afirma que a aprendizagem da linguagem implica processos de subjetivação pelos quais a ideia do delírio, do sonho, do sonambulismo de Alice traz para a leitura e a escrita a necessária relação com a tradução: uma leitura que, ao invés de ler o real, o traduz com as forças intensivas do mundo, produzindo afecções nos corpos envolvidos (o leitor, o escritor, o texto, o próprio entorno) e fazendo variar sua potência; uma leitura que envolve as artistagens tradutórias de um agenciamento coletivo de enunciação pelo traçado de linhas de escrita e de vida; uma escrita como invenção: inscrição singular de um si-mundo; traçado desejante de criação. Pretende, portanto, defender que a aprendizagem da linguagem acontece como atividade expressiva quando há composição de um bloco de devir-aprendente por meio da criação de um estilo. Para tanto, recorre a algumas ferramentas conceituais produzidas por Gilles Deleuze (1925-1995) e Félix Guattari (1930-1992), Gilbert Simondon (1924-1989), Baruck Spinoza (1632-1677), Suely Rolnik (2006), Sandra Corazza (2013), Virginia Kastrup (1999) e Walter Kohan (2007), de modo a tentar intervir concretamente nas discussões em torno dos conceitos de aprendizagem, linguagem, tempo, signos, acontecimento, devir, escrita e estilo, seguindo pelo conceito de individuação e pelos movimentos de exploração intensiva dos meios cartografados nos encontros educativos estabelecidos em um Centro de Educação Infantil de Vitória.
Resumo:
Revisão que analisa os conhecimento atuais das manifestações do mercuralismo crônico ocupacional. Avaliaram-se os principais estudos e revisões científicas concernentes às formas clínicas e fisiopatogenia desta intoxicação. Foram pesquisadas, entre outras fontes, as bases de dados Medline e Lilacs. O eretismo ou a síndrome neuropsíquica caracterizada por sintomas de irritabilidade, ansiedade, mudanças de comportamento, apatia, perda da auto-estima e de memória, depressão, insônia, delírio, cefaléia, dores musculares e tremores é observada após a exposição ao mercúrio metálico. Manifestações de hipertensão arterial, renais, imunológicas e alérgicas são freqüentes. A falta de medidas preventivas aumenta o risco da doença em indústrias, no garimpo e consultórios odontológicos. A legislação brasileira assinala 16 manifestações clínicas determinadas pela intoxicação, todavia ocorre subdiagnóstico. O diagnóstico clínico é importante e as novas tecnologias médicas podem detectar alterações do sistema nervoso central, renal e imunológico, proporcionando avanços no conhecimento neuro-imuno-toxicológico e nas medidas de prevenção do mercuralismo.
Resumo:
António Duarte Gomes Leal é ainda hoje um poeta maldito, arredado da notoriedade a que outros nomes da cultura (decerto não tão incómodos) ascenderam. E a incomodidade paga-se cara. Mas é esta feição subversiva, suposta cumplicidade com o satânico e o perverso, lado oculto de um bom senso que se preza e se cultiva, que torna esta poesia porventura mais atraente, mais sedutora e sublime na sua dimensão esquizofrénica, entre o delírio e o mistério. Gomes Leal nasceu em Lisboa a 6 de Junho de 1848, filho de um empregado da Alfândega que nunca chegaria a casar e a legitimar os filhos, António e Maria Fausta. O pai morreu ainda novo. Daí que a sua figura esteja relativamente ausente, nunca preenchendo uma presença forte no imaginári o poético de Gomes Leal. Mas a infância resguarda-se num lugar de felicidade e de utopia, memória que tantas vezes se recorda com saudade. Con ta que foi passada despreocupada e alegremente. As primeiras poesias surgem na Revolução de Setembro, ia o poeta nos dezanove anos . Soava a hora do satanismo, de Baudelaire, do fantástico, do mistério. Mas outros ventos o aguardavam entre 1879 e ]880. Falava-se de revolução, de socialismo e de operários. Os intelectuais paravam muito na Livraria Internacional de Carrilho Videira. Sabe-se lá quantas conspirações e outros devaneios não ocorriam entre amenas cavaqueiras e discursos mais exaltados.