326 resultados para Zoonoses : Morcegos
Resumo:
Didelphis albiventris, gambá-de-orelha-branca, é um marsupial de hábitos crepusculares e noturnos que se alimenta de frutos, insetos, pequenos répteis e anfíbios, filhotes de aves e pequenos mamíferos. Com a destruição de seu “habitat” natural devido às queimadas e desmatamentos, esses animais têm-se aproximado, cada vez mais, das regiões peridomiciliar e domiciliar, onde procuram abrigo e alimentos. Com o objetivo de conhecer a diversidade de parasitos de D. albiventris e relatar os que apresentam potencial zoonótico, foram examinados 30 exemplares desta espécie, através de necropsia, para coleta de ectoparasitos da superfície externa do corpo e helmintos dos órgãos e conteúdos estomacal e intestinal. Os sifonápteros foram removidos da superfície externa dos animais, conservados em álcool etílico a 70°GL, clarificados em líquido de Nesbitt, desidratados em etanol, diafanizados em creosoto de Faya e montados em lâminas com bálsamo do Canadá para identificação. Os carrapatos foram removidos da superfície externa dos animais, conservados em álcool etílico a 70°GL e identificados ao estereomicroscópio, segundo chaves específicas de Aragão & Fonseca (1961) e Guimarães et al (2001). Os helmintos foram recolhidos com auxílio de estiletes e pinças, clarificados em lactofenol e montados entre lâminas e lamínulas com bálsamo do Canadá para identificação ao microscópio. Do total de animais examinados, 70% estavam infestados com pulgas das espécies Polygenis (Neopolygenis) atopus, Polygenis (Polygenis) rimatus, Polygenis (Polygenis) roberti roberti, Polygenis (Polygenis) sp., Craneopsylla minerva minerva e Ctenocephalides felis felis, todas essas registradas pela primeira vez sobre D. albiventris e, exceto C. felis felis, são também registradas pela primeira vez no estado do Rio Grande do Sul. Carrapatos foram encontrados em 43,33% dos animais examinados, representados pelas espécies Ixodes loricatus, Amblyomma aureolatum e Amblyomma sp, sendo A. aureolatum registrado pela primeira vez parasitando D. albiventris no Brasil. Os helmintos encontrados foram: Filo Nematoda - Capillaria spp. (esôfago, traquéia, faringe e pulmão), Didelphostrongylus hayesi (pulmão), Turgida turgida (estômago), Gnathostoma sp. (estômago e fígado), Travassostrongylus orloffi, Viannaia hamata e Trichuris minuta no intestino delgado e Trichuris didelphis, Cruzia tentaculata e Aspidodera raillieti no intestino grosso; Classe Trematoda – Echinostoma revolutum, Plagiorchis didelphidis, Rhopalias coronatus, R. baculifer, Brachylaema migrans e Didelphodiplostomum variabile, todos no intestino delgado; Classe Cestoda – exemplares da família Diphyllobotriidae, no intestino delgado; e Filo Acanthocephala – Hamanniella microcephala e Centrorhynchus sp., ambos no intestino delgado. Dos helmintos encontrados, os que apresentam potencial zoonótico segundo a literatura são T. turgida, Gnathostoma sp., Capillaria spp., B. migrans, E. revolutum e Família Diphyllobotriidae. Além disso, os sifonápteros e ixodídeos encontrados são potenciais vetores de patógenos que infectam humanos. D. albiventris, portanto, apresenta grande diversidade parasitária, incluindo espécies que podem potencialmente atingir o homem, alertando para a importância destes marsupiais na disseminação de doenças entre animais e humanos.
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Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES)
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Nearly 75% of all emerging infectious diseases (EIDs) that impact or threaten human health are zoonotic. The majority have spilled from wildlife reservoirs, either directly to humans or via domestic animals. The emergence of many can be attributed to predisposing factors such as global travel, trade, agricultural expansion, deforestation habitat fragmentation, and urbanization; such factors increase the interface and or the rate of contact between human, domestic animal, and wildlife populations, thereby creating increased opportunities for spillover events to occur. Infectious disease emergence can be regarded as primarily an ecological process. The epidemiological investigation of EIDs associated with wildlife requires a trans-disciplinary approach that includes an understanding of the ecology of the wildlife species, and an understanding of human behaviours that increase risk of exposure. Investigations of the emergence of Nipah virus in Malaysia in 1999 and severe acute respiratory syndrome (SARS) in China in 2003 provide useful case studies. The emergence of Nipah virus was associated with the increased size and density of commercial pig farms and their encroachment into forested areas. The movement of pigs for sale and slaughter in turn led to the rapid spread of infection to southern peninsular Malaysia, where the high-density, largely urban pig populations facilitated transmission to humans. Identifying the factors associated with the emergence of SARS in southern China requires an understanding of the ecology of infection both in the natural reservoir and in secondary market reservoir species. A necessary extension of understanding the ecology of the reservoir is an understanding of the trade, and of the social and cultural context of wildlife consumption. Emerging infectious diseases originating from wildlife populations will continue to threaten public health. Mitigating and managing the risk requires an appreciation of the connectedness between human, livestock and wildlife health, and of the factors and processes that disrupt the balance.
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The highly lethal Hendra and Nipah viruses have been described for little more than a decade, yet within that time have been aetiologically associated with major livestock and human health impacts, albeit on a limited scale. Do these emerging pathogens pose a broader threat, or are they inconsequential 'viral chatter'. Given their lethality, and the evident multi-generational human-to-human transmission associated with Nipah virus in Bangladesh, it seems prudent to apply the precautionary principle. While much is known of their clinical, pathogenic and epidemiologic features in livestock species and humans, a number of fundamental questions regarding the relationship between the viruses, their natural fruit-bat host and the environment remain unanswered. In this paper, we pose and probe these questions in context, and offer perspectives based primarily on our experience with Hendra virus in Australia, augmented with Nipah virus parallels.
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A demarcação de Unidades de Conservação é uma forma supostamente eficaz para a conservação da biodiversidade. A Mata Atlântica é caracterizada por apresentar uma elevada biodiversidade e altos níveis de ameaça. O estado do Rio de Janeiro encontra-se totalmente inserido nesse bioma e seus remanescentes florestais são considerados um hotspot dentro de outro hotspot. O Rio de Janeiro pode ser considerado um dos estados melhor amostrados, porém ainda existem lacunas de conhecimentos geográficos sobre a ocorrência de morcegos. Esta tese foi desenvolvida em três capítulos com o objetivo de contribuir com conservação de morcegos no estado do Rio de Janeiro, focando em como e onde eles já foram amostrados e que locais ainda carecem de atenção. Para este estudo foram utilizados dados referentes a buscas bibliográficas e dados de amostragens do Laboratório de Diversidade de Morcegos da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro. No primeiro capítulo pode-se observar que as localidades com mais de 30 espécies de morcegos são resultado de grande esforço de captura e amostragens usando diversas metodologias. Para uma melhor amostragem da riqueza local, devem-se armar redes não somente em trilhas e próximas a árvores em frutificação, mas também sobre corpos de água. Fazer busca em refúgios diurnos também é aconselhável. Devem ser realizadas amostragens durante a noite toda e variar a fase do ciclo lunar, não restringindo a apenas uma ou partes das fases do ciclo lunar. No segundo capítulo observou-se que 43% das Unidades de Conservação aqui estudadas apresentam 20 ou mais espécies. Localidades que apresentam de 20 a 40 espécies de morcegos na Mata Atlântica podem ser consideradas bem amostradas. Isso demonstra que mais da metade das Unidades de Conservação não podem ser consideradas bem inventariadas. Muitos projetos de pesquisas dão prioridade para a localidade estudada ser uma Unidade de Conservação, porém existem poucos trabalhos de longa duração. No Rio de Janeiro ainda existem diversas Unidades de Conservação não amostradas, principalmente aquelas de difícil acesso e em altitudes elevadas. No terceiro capítulo foi possível observar que há uma maior proporção de espécies que apresentam distribuição geográfica restrita. Esse padrão constitui uma informação importante em termos de conservação, visto que indiretamente poderia indicar uma menor capacidade de dispersão desses animais em médias e grandes distâncias. Entretanto existem lacunas de conhecimento em decorrência da falta de amostragem em algumas regiões, sendo imperativos maiores esforços de captura. Importantes municípios para a conservação e/ou preservação de morcegos como Varre-Sai, Cambuci, Miracema, Carmo, Cantagalo, Valença, Barra do Piraí e Piraí não estão sob proteção legal, mesmo constituindo possíveis corredores entre Unidades de Conservação ou mesmo fragmentos importantes que ainda detém espécies que não estão representadas em Unidades de Conservação já estabelecidas. É imperativo que mais estudos e esforços de conservação sejam direcionados para essas áreas
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A Mata Atlântica brasileira é um dos biomas mais ameaçados do planeta e abriga uma das maiores biodiversidades conhecidas dentre os ecossistemas terrestres. Este bioma apresenta uma mastofauna diversificada e em algumas áreas as taxocenoses de morcegos podem representar mais da metade de toda a riqueza local de mamíferos. Diante da variedade de hábitos alimentares, suas interações ecológicas e abundância na Mata Atlântica fluminense, a análise da comunidade de morcegos torna-se crucial para subsidiar planos de manejo. Apesar do Rio de Janeiro ser um dos estados mais bem amostrados para morcegos, muitos locais ainda não foram amostrados satisfatoriamente e ainda sabemos pouco sobre a dinâmica das comunidades de morcegos em paisagens fragmentadas. De maio de 2011 a julho de 2014, realizamos 72 noites de amostragens em seis diferentes usos de solo numa paisagem fragmentada na Reserva Ecológica de Guapiaçu, município de Cachoeiras de Macacu, região metropolitana do estado do Rio de Janeiro, Sudeste do Brasil. Utilizamos 10 redes de neblina de 9 x 3m, abertas durante toda a noite (média de 12 horas por noite), totalizando um esforço de captura de 233280 m.h. Esta dissertação está dividida em dois capítulos. No primeiro, baseando-se nos dados obtidos e na literatura, sugerimos algumas diretrizes para o desenho amostral de inventários de morcegos, apresentando a importância de cada diretriz para maximizar o sucesso na amostragem de morcegos na Mata Atlântica do Sudeste do Brasil. No segundo capítulo, investigamos as diferenças na riqueza de espécies, abundância e guildas tróficas entre os seis usos de solo amostrados e discuto a distribuição das espécies entre elas. Nós capturamos 1821 morcegos distribuídos em três famílias: Phyllostomidae (25 espécies), Molossidae (3 espécies) e Vespertilionidae (6 espécies). Outras duas espécies de duas famílias, Noctilionidae e Thyropteridae, foram registradas por observações diretas (sem capturas), totalizando 36 espécies de morcegos para a Reserva Ecológica de Guapiaçu. Os morcegos frugívoros representaram 82,7% das capturas. As maiores riquezas de espécies foram registradas na área antropizada (22 espécies) e borda de floresta contínua (21 espécies) enquanto as menores foram na floresta contínua (13 espécies) e no fragmento pequeno (10 espécies). A mesma tendência foi encontrada para as guildas tróficas. Sete guildas foram registradas na área antropizada e na borda de floresta, enquanto apenas cinco na floresta contínua e três no fragmento pequeno. O escalonamento multidimensional não-métrico (NMDS) e análise de Cluster, ambos com a dissimilaridade de Bray-Curtis, mostraram a separação dos usos de solo em grupos distintos dependendo do grau de alteração dos mesmos.
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Blood samples collected from 201 humans, 92 dogs, and 27 horses in the state of Espirito Santo, Brazil, were tested by polymerase chain reaction, indirect immunofluorescence assays, and indirect enzyme-linked immunosorbent assay for tick-borne diseases (rickettsiosis, ehrlichiosis, anaplasmosis, borreliosis, babesiosis). Our results indicated that the surveyed counties are endemic for spotted fever group rickettsiosis because sera from 70 (34.8%) humans, 7 (7.6%) dogs, and 7 (25.9%) horses were reactive to at least one of the six Rickettsia species tested. Although there was evidence of ehrlichiosis (Ehrlichia canis) and babesiosis (Babesia cams vogeli, Theileria equi) in domestic animals, no human was positive for babesiosis and only four individuals were serologically positive for E. canis. Borrelia burgdorferi-serologic reactive sera were rare among humans and horses, but encompassed 51% of the canine samples, suggesting that dogs and their ticks can be part of the epidemiological cycle of the causative agent of the Brazilian zoonosis, named Baggio-Yoshinari Syndrome.
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Bats correspond to 20% of the extant mammal species and, with a few exceptions, use echolocation, a spacial orientation system based on emission and analysis of echoes from sound waves, generally ultrasounds. Echolocation was discovered in the 1940 s and since the 1970 s ultrasound detectors have been commercially available, allowing the investigation of several aspects of the natural history and ecology of bats. Passive acoustic monitoring has been frequently used in habitat use studies, predominantly in North America and Europe, by comparing the number of bat passes between different habitat types. This dissertation presents the first evaluation of the spacial and seasonal variation patterns in the activity of insectivorous bats in the Brazilian biome Pampa, in the state of Rio Grande do Sul. Since bat activity can vary according to habitat type, time of year and climatic conditions, the following hypotheses were tested: 1. bat activity varies between different types of habitat; 2. bat activity varies seasonally; 3. bat activity is influenced by temperature, humidity and wind speed. The acoustic samples were taken along fixed transects of 1500 meters, which were monitored monthly from April 2009 to March 2010. Five habitat types were sampled: eucalypts, stream, riparian forest, wetland and grassland. In each sample, the number of bat passes was obtained by using an ultrasound detector Pettersson D230. A total of 1183 bat passes were registered. Greater bat activity levels was observed along large eucalypts (1.93 bat passes/3min) and along a stream (1.61 bat passes/3 min). A riparian forest (0.94 bat passes/3 min) and a wetland area (0.61 bat passes/3 min) exhibited statistically equal levels of activity. Bat passes were fewer in grassland areas (0,16 bat passes/3 min). Bat activity was not correlated with abiotic factors. However, bat activity was significantly low in the colder season, winter, and was similar in autumn, spring and summer. The observed preference for vegetation borders and water courses agrees with reports from other countries and is attributed predominantly to the high prey abundance in these types of environments. Additionally, low activity in the winter is probably a response to the reduced availability of insects, and to lower temperatures. Our results indicate which areas of arboreal vegetation and water courses should be priorities for the conservation of bats and that alterations of these habitat types might negatively influence bat activity in the region
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Hantaviruses belong to the Bunyaviridae family, which consists of vector-borne viruses. These viruses can provoke two infection types: hemorrhagic fever with renal syndrome (HFRS) - which occurs in the Old World - and hantavirus cardiopulmonary syndrome (HCPS) - an emergent zoonosis that can be found in many countries of the western hemisphere. Rodents are hantavirus reservoirs and each species seems to host a different virus type. Humans acquire the infection by inhaling contaminated aerosol particles eliminated by infected animals. The factors involved in the emergence of hantavirus infections in the human population include ecological modifications and changes in human activities. The most important risk factor is contact between man and rodents, as a result of agricultural, forestry or military activities. Rodent control remains the primary strategy for preventing hantavirus diseases, including via health education and hygienic habits.
Resumo:
Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP)
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Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq)