999 resultados para Seguir Regras


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O presente estudo investigou se a manutenção, ou não, do comportamento de seguir regras discrepantes das contingências de reforço programadas em situação experimental depende mais da história experimental do ouvinte ou da sua história pré-experimental, inferida das respostas destes a um questionário sobre inflexibilidade. Dezesseis estudantes universitários selecionados previamente com base em suas respostas a um questionário sobre inflexibilidade, foram expostos a um procedimento de escolha segundo o modelo. Em cada tentativa, um estímulo modelo e três de comparação eram apresentados ao participante, que deveria apontar para os três de comparação, em uma determinada seqüência. Os participantes foram atribuídos a duas condições e cada condição continha quatro fases. As condições diferiram somente quanto ao esquema de reforço utilizado. Na Condição 1 o esquema de reforço era contínuo (CRF) e na Condição 2 era de razão fixa (FR4). Nas duas condições a Fase 1 era iniciada com a apresentação de instruções mínimas e uma seqüência de respostas era estabelecida por reforço diferencial; a Fase 2 era iniciada com a apresentação de uma regra discrepante; a Fase 3 era iniciada com a apresentação de uma regra correspondente e a Fase 4 com a reapresentação da regra discrepante. Oito participantes (quatro classificados de flexíveis e quatro classificados de inflexíveis) foram expostos à Condição 1 (CRF) e oito participantes (quatro classificados de flexíveis e quatro classificados de inflexíveis) foram expostos à Condição 2 (FR4). Os resultados mostraram que independente da classificação, os oito participantes da Condição 1 abandonaram o seguimento da regra discrepante das contingências, indicando que o controle exercido pela história experimental construída, impediu a observação dos efeitos de variáveis pré-experimentais sobre o comportamento de seguir regras discrepantes dos participantes. Já os resultados da Condição 2 mostraram que os quatro participantes classificados de flexíveis abandonaram o seguimento da regra discrepante e os quatro participantes classificados de inflexíveis mantiveram o seguimento da regra discrepante das contingências, indicando que sob estas condições o controle por diferentes histórias pré-experimentais, prevaleceu. Comparativamente os resultados das duas condições permitem concluir que a manutenção do comportamento de seguir regras discrepantes não depende somente da história experimental ou da história pré-experimental do ouvinte, mas sim da combinação de um número de condições favoráveis ou desfavoráveis a manutenção do comportamento de seguir regra discrepante.

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Com o objetivo de investigar os efeitos de variáveis envolvidas no seguir regras, 18 crianças foram expostas a um procedimento de escolha segundo o modelo. A tarefa era tocar um de dois estímulos de comparação na presença de um estímulo contextual. As respostas corretas eram reforçadas com fichas. A Fase 1 era iniciada com a instrução mínima; a Fase 2, com a instrução correspondente às contingências e as Fases 3 e 4, com mudança nas contingências. As três condições diferiam nas Fases 1 e 3. Na Fase 1 da Condição 1 nenhuma resposta era reforçada e na Fase 1 das Condições 2 e 3, havia reforço diferencial das respostas corretas. Na Fase 3 das três condições, a manutenção do seguir regra não produzia ficha, mas produzia elogio na Condição 3. O seguir regra foi mantido nas Condições 1 e 3 e foi abandonado na Condição 2. Discute-se algumas explicações para a manutenção do seguir regras.

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A obesidade é uma doença epidêmica, crônica, multifatorial e de alto risco, que afeta milhões de pessoas e provoca uma série de prejuízos sociais, emocionais e econômicos. A análise do comportamento busca compreender os comportamentos do indivíduo obeso que propiciam o surgimento e a manutenção desta condição e as relações deste indivíduo com o seu meio ambiente. Tradicionalmente, pesquisas sobre o tratamento da obesidade, embora utilizem estratégias comportamentais como o registro em automonitoração e treino de relato verbal, em geral enfatizam resultados não comportamentais como critério de sucesso no tratamento (ex. perda de peso). Todavia, alguns autores defendem o uso de critérios comportamentais nos tratamentos de saúde que resultem em melhorias na qualidade de vida, enfatizando a construção de repertórios saudáveis ao invés da eliminação de comportamentos ditos desadaptativos. Baseado no modelo construcional de Goldiamond, este estudo teve como objetivo verificar os efeitos de um treino em automonitoração e em relato verbal no estabelecimento e na manutenção, em curto prazo, de comportamentos de seguir regras nutricionais em adultos com obesidade. Participaram da pesquisa duas mulheres adultas com obesidade, em tratamento em uma clínica nutricional particular, e com dificuldades de adesão à dieta. A coleta de dados foi realizada em ambiente disponibilizado pelas participantes, predominantemente em ambiente domiciliar, em dias alternados, sendo constituída por cinco etapas: (1) Entrevistas de Linha de Base para identificação do repertório alimentar inicial; (2) Intervenção, realizada por meio de duas condições: (I) Treino de Automonitoração e (II) Treino de Relato Verbal; (3) Manutenção em curto prazo; (4) Follow-up; e (5) Encerramento: Entrevista Final, para avaliação dos resultados obtidos. Na condição I utilizou-se registros de automonitoração e de planejamento das refeições, enquanto que na condição II utilizou-se o relato verbal para o planejamento e o acesso à refeição-alvo realizada no dia anterior à entrevista. Em todas as entrevistas de intervenção foram conduzidas análises da consistência entre o registro/relato da refeição-alvo e as regras descritas no plano alimentar; análises dos custos e benefícios dos comportamentos de seguir ou não as regras nutricionais e identificação das variáveis determinantes para a emissão ou não dos comportamentos de seguir as regras nutricionais. Os treinos foram realizados com apenas uma refeição de cada vez até que se atingisse um dos critérios de mudança de refeição-alvo, sendo o principal a ocorrência de 60% de adesão em três entrevistas consecutivas. Para tanto, a cada entrevista era calculado o Índice de Adesão à Dieta (IAD) da refeição-alvo. Nos resultados, verificou-se que ambas as participantes atingiram o critério estabelecido em todas as refeições, com exceção do lanche da tarde. Inferiu-se a efetividade de ambos os treinos na instalação de comportamentos de auto-observação do repertório alimentar, entretanto foram modestos os resultados referentes ao autocontrole, sugerindo a necessidade de outras estratégias comportamentais, como treino de autocontrole, para a manutenção dos resultados do tratamento da obesidade. Discutiu-se sobre a complexidade do tratamento desta condição de saúde e a necessidade de uma visão ampla de tratamento que atue em outros contextos, além do foco na doença.

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A literatura tem sugerido que regras podem gerar padrões de respostas mais resistentes a mudanças ocorridas nas contingências de reforço, e que o grau de resistência à mudança depende da força da relação estabelecida entre o estímulo antecedente e a conseqüência por ele produzida. O presente estudo testou se uma história experimental de enfraquecimento ou fortalecimento da relação regra / conseqüências programadas, diminuiria a resistência a mudança do operante seguir regras quando este fosse posto em extinção. Dez estudantes universitários foram expostos a um procedimento de escolha segundo o modelo. Em cada tentativa, um estímulo modelo e três de comparação (arranjo de estímulos) eram apresentados ao participante, que deveria apontar para os três de comparação, em seqüência. Cada estímulo de comparação possuía apenas uma dimensão (cor, espessura ou forma) em comum com o modelo e diferia nas demais. O experimento foi constituído de duas condições compostas de seis fases que diferiam quanto a ordem de apresentação dos graus de correspondência regras/contingências. A Fase 1 de ambas as condições era iniciada com instruções mínimas e objetivou identificar preferências do participante por alguma seqüência em particular. A Fase 2 de ambas as condições era iniciada com a apresentação de instruções discrepantes das contingências. Na Condição 1 as Fases 3, 4 e 5 eram iniciadas com instruções que variaram os graus de correspondência com as contingências programadas em 100%, 50%, e 0%, respectivamente. Na condição 2 as Fases 3, 4 e 5 variaram os graus de correspondência com as contingências programadas em 0%, 50%, e 100%, respectivamente. A Fase 6 de ambas as condições era iniciada com a apresentação de instruções discrepantes das contingências. As respostas dos participantes eram reforçadas com pontos trocáveis por dinheiro em esquema de reforçamento contínuo. Todos os participantes seguiram instruções em todas as fases experimentais das duas condições. Estes resultados sugerem que a manipulação nos graus de correspondência regras/contingências programadas não foi condição suficiente para produzir mudanças comportamentais, ou seja, não foi suficiente para tornar a discrepância regras/contingências mais discriminável, levando ao abandono do seguir regra.

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O estudo investigou os efeitos de perguntas e respostas às perguntas sobre o seguir regras por 15 crianças, distribuídas em três grupos. Nas fases 1 e 3 era medido o comportamento de doar bombons e na Fase 2 era contada uma história com uma regra especificando que quem doa alimentos tem amigos para brincar. Os grupos diferiram na Fase 2: para o Grupo 1 não eram feitas perguntas; para o Grupo 2 eram feitas perguntas ao longo da história; e para o Grupo 3 eram feitas perguntas ao final da história. Dos participantes que não doaram bombons na Fase 1 dos grupos 1, 2 e 3, 50%, 100% e 100%, respectivamente, doaram na Fase 3. Sugere-se que perguntas e respostas podem interferir na ocorrência do seguir regras.

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Investigando variáveis que podem interferir no seguir regras, 16 universitários foram expostos a um procedimento de escolha segundo o modelo. A tarefa: apontar cada um dos três estímulos de comparação, em seqüência. A Fase 1 era de linha de base; na Fase 2, a seqüência correta era estabelecida por contingências; e na Fase 3 era apresentada a regra discrepante das contingências. Manipulou-se os esquemas utilizados para reforçar as seqüências corretas nas Fases 2 e 3. Para os Grupos 1 e 2, os esquemas eram CRF na Fase 2, CRF na Fase 3 do Grupo 1 e FR 3 na Fase 3 do Grupo 2. Para os Grupos 3 e 4, os esquemas eram FR 3 na Fase 2, FR 3 na Fase 3 do Grupo 3 e CRF na Fase 3 do Grupo 4. A história construída na Fase 2 e o esquema na Fase 3 interferiram no seguir regras.

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Investigando os efeitos de perguntas e de histórias de reforço contínuo sobre o seguir regra, nove estudantes universitários foram expostos a um procedimento de escolha segundo o modelo; a tarefa era apontar cada um dos três estímulos de comparação, em seqüência, na presença de um estímulo contextual. As contingências na Sessão 1 eram alteradas na Sessão 2, restabelecidas na Sessão 3 e mantidas inalteradas na Sessão 4, iniciada com a regra discrepante. Na Condição 1, não eram feitas perguntas e nas Condições 2 e 3, eram feitas perguntas. As perguntas da Condição 2 eram mais gerais do que as da 3. Apenas cinco participantes (dois da Condição 2 e os três da 3) aprenderam a tarefa e apresentaram desempenhos sensíveis às mudanças nas contingências. Destes, quatro deixaram de seguir a regra na Sessão 4. Os resultados têm implicações para o esclarecimento do papel do ambiente verbal na determinação do comportamento não-verbal.

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Este estudo avaliou o efeito de justificativas sobre o comportamento de seguir regras, quando foi construída uma história de reforço para não seguir regra. Dez crianças foram expostas a um procedimento de escolha segundo o modelo, cuja tarefa era tocar um de dois estímulos de comparação na presença de um estímulo contextual. Nas Condições I e II, as Fases 1, 2 e 4 eram iniciadas com a apresentação de instruções discrepantes das contingências programadas, cujo comportamento de segui-las produzia perda de fichas. Na Fase 3 era apresentada uma instrução correspondente com uma justificativa para seguir a instrução que produzia perda de fichas. A Condição I diferia da Condição II apenas com relação ao tipo de justificativa apresentada na Fase 3. Na Condição I era apresentada uma justificativa para ajudar crianças carentes e na Condição II uma justificativa que envolvia a aprovação do experimentador. O comportamento de nove dos 10 participantes ficou sob o controle da história de reforço para o não seguir instrução e das consequências imediatas produzidas pelo comportamento de não seguir instruções; o comportamento de um participante ficou sob o controle da justificativa para seguir a instrução correspondente.

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Com o objetivo de avaliar o efeito de histórias pré-experimentais sobre o seguir regras, 16 estudantes universitários foram expostos a um procedimento informatizado de escolha segundo o modelo. A tarefa era apontar cada um dos três estímulos de comparação em sequência. Oito participantes, quatro flexíveis e quatro inflexíveis, foram submetidos a cada uma das duas condições de quatro fases. Na Fase 1, a sequência correta era estabelecida por contingências. Reforço para a emissão da sequência correta foi mantido durante as três fases - na Condição 1, o programa de reforço contínuo (CRF) e na Condição 2, a relação fixa de quatro (FR4). Em ambas as condições, a Fase 2 começou com a apresentação de uma regra discrepante, a Fase 3 começou com uma regra correspondente, e Fase 4 começou com uma regra discrepante. Seguindo a regra discrepante não produziu o reforço programado, mas seguindo a regra produzida correspondente reforço. Na Condição 1 (CRF) , os 8 participantes deixaram de seguir a regra discrepante, independentemente de serem ßexíveis ou inßexíveis. Na Condição 2 (FR4), os inßexíveis seguiram e os ßexíveis deixaram de seguir a regra discrepante. Sugere-se que os efeitos de histórias pré-experimentais são modulados por variáveis atuais.

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Investigando os efeitos de histórias experimentais sobre o seguimento de regras discrepantes das contingências, nove universitários foram expostos a um procedimento de escolha de acordo com o modelo; a tarefa era apontar cada um dos três estímulos de comparação, em seqüência. Cada condição era constituída de quatro sessões. As contingências na Sessão 1 eram alteradas na Sessão 2, restabelecidas na Sessão 3 e mantidas inalteradas na Sessão 4, iniciada com a regra discrepante. As três condições diferiam quanto à forma de estabelecimento do comportamento alternativo ao especificado pela regra discrepante. Independentemente de como o comportamento foi estabelecido na Sessão 1, se por contingências (Condição 1) ou por regras (Condições 2 e 3), somente os participantes que responderam corretamente nas Sessões 2 e 3 (n = 7) deixaram de seguir a regra discrepante na Sessão 4. Discutem-se algumas das características que uma história experimental deve apresentar para interferir no seguimento de regras discrepantes.

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Alguns autores têm sugerido que regras podem gerar insensibilidade do comportamento às contingências de reforçamento programadas. Outros, no entanto, têm sugerido que essa insensibilidade tende a ocorrer, não devido a propriedades inerentes às regras, mas sim devido ao tipo de esquema de reforçamento usado nos estudos. Um problema, contudo, é que há evidências experimentais mostrando que o comportamento de seguir regras discrepantes das contingências programadas pode tanto ser mantido quanto interrompido, independentemente de o esquema de reforçamento ser intermitente ou contínuo. É possível que tais diferenças de resultados ocorram devido a diferenças nos métodos dos estudos que têm produzido tais resultados, mas isso ainda não está suficientemente esclarecido na literatura. O presente trabalho teve como objetivo reunir e comparar os principais estudos que investigaram o controle por regras em diferentes esquemas de reforçamento, com o fim de investigar se características específicas dos métodos usados em tais estudos podem ter contribuído, ou não, para a ocorrência de diferenças nos resultados. Para isso, foi adotado o seguinte procedimento: 1) seleção dos principais trabalhos experimentais da área que têm investigado o papel de diferentes tipos de esquemas de reforçamento na sensibilidade do seguimento de regras às contingências; 2) divisão dos textos em grupos de acordo com o método usado por cada grupo de pesquisa; 3) análise dos métodos e resultados dos estudos de um mesmo grupo e em comparação com os estudos de outros grupos; 4) discussão dos resultados com base nas explicações que os autores dão para seus resultados e em relação aos resultados de outros estudos não considerados pelos autores. Os principais resultados foram os seguintes: em todos os 5 grupos ocorreram desempenhos sensíveis e insensíveis entre os participantes, não dependendo pelo menos exclusivamente do tipo de esquema que estava sendo usado; em 3 dos 5 grupos houve uma persistência de resultados insensíveis entre os participantes, enquanto em 2 dos 5 grupos houve uma persistência de resultados sensíveis; as diferenças nos resultados de sensibilidade e insensibilidade em cada grupo parecem ter dependido de algumas variações nos métodos que foram usados e não apenas do tipo de esquema de reforçamento. Algumas dessas variações nos métodos não têm sido suficientemente estudadas na área e podem estar interferindo nos resultados. Alguns exemplos que foram discutidos seriam: o controle do conteúdo das instruções, a forma de distribuição de reforçadores, as características da seleção dos participantes e o nível de dificuldade das tarefas usadas. Estudos que tivessem como objetivo específico manipular essas variáveis com o fim de controlar melhor seus efeitos poderiam garantir uma melhor efetividade dos métodos usados para estudar o controle por regras. Essas novas investigações poderiam auxiliar no desenvolvimento de parâmetros mínimos de controle para a realização de novos estudos.

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Neste trabalho, investigamos o aprendizado de regras matemáticas no contexto da sala de aula, com ênfase, principalmente, nas discussões sobre a linguagem. Nosso objetivo principal foi pesquisar as dificuldades de ordem lingüística, enfrentadas pelos alunos no decurso do aprendizado das regras matemáticas, em especial, o conceito/algoritmo da divisão. Para tanto, discutimos, entre outras coisas, o tema “seguir regras”, proposto pelo filósofo austríaco Ludwig Wittgenstein em sua obra Investigações Filosóficas. Nosso trabalho e nossas análises foram fundamentadas, principalmente, na filosofia deste autor, que discute, entre outros temas, a linguagem e sua significação e os fundamentos da matemática, bem como nas reflexões do filósofo Gilles-Gaston Granger que analisa as linguagens formais. Realizamos uma pesquisa de campo que foi desenvolvida na Escola de Aplicação da Universidade Federal do Pará, em uma turma da quarta série do ensino fundamental. As aulas ministradas pela professora da turma foram observadas e, posteriormente, foi solicitado aos alunos que resolvessem problemas de divisão verbais e não-verbais, seguido de uma breve entrevista, na qual indagamos, entre outras questões, como os alunos resolveram os problemas envolvendo a divisão. Em nossas análises destacamos algumas dificuldades dos alunos, percebidas nas observações e em seus registros escritos ou orais: alguns alunos, em suas estratégias de resolução, inventam novas “regras matemáticas”. Há ainda aqueles que “confundem” os contextos na resolução de problemas matemáticos verbais, bem como a dificuldade de compreensão de problemas que trazem informações implícitas.

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A presente pesquisa teve como objetivo analisar os procedimentos adotados por alunos do Ensino Fundamental ao interpretarem e aplicarem regras matemáticas na resolução de problemas de regra de três simples e composta, bem como o processo de tratamento que é dado à linguagem, em especial, à linguagem matemática. O processo de reflexão acerca da linguagem desencadeou, a partir do nosso estudo, do movimento conhecido por Virada Linguística, espaço em que se discutiu que seria impossível filosofar a respeito de algo sem anteriormente refletir sobre a linguagem pelo motivo de considerar que qualquer experiência se realiza anteriormente na linguagem. A partir desse momento, surgem as primeiras interpretações daquilo que ficou conhecido como Filosofia da Linguagem. Foi a partir dessa perspectiva filosófica que procuramos ancorar nossas análises, principalmente nas ideias daquele que ficou conhecido como o maior expoente, Ludwig Wittgenstein. As ideias desse filósofo se dividem em duas conflitantes filosofias, a primeira em que busca uma análise lógica da linguagem, e a segunda que discute e analisa a linguagem a partir da noção de contexto, ou seja, onde as expressões linguísticas adquirem sentido. Nesta segunda fase de seu pensamento, discute entre outros temas a necessidade que o sujeito possui de „seguir regras‟, a qual subsidiou uma de nossas seções de análise. O cenário da pesquisa foi uma sala de aula com alunos do 7º ano da Escola de Aplicação da Universidade Federal do Pará. A coleta do material aconteceu a partir de observações in lócus e por meio da aplicação de três baterias de testes envolvendo problemas matemáticos escolares de regra de três. Após o término das atividades, realizamos uma entrevista semiestruturada com alguns desses alunos e com o professor da turma. As análises desse material estão organizadas em três seções, as quais revelaram que grande parte desses alunos fracassou ao aplicar e seguir as regras matemáticas. Destacamos ainda que as ações desses alunos frente ao uso dos algoritmos também acontecem de maneira mecânica, pois aplicaram as regras e as seguiram sem atribuírem sentido, há ainda aqueles que se confundiram com as regras aprendidas em experiências anteriores.