989 resultados para Portuguese colonial war
Resumo:
Drawing its information from different documents in Portuguese and French archives, this article examines the evolution of Portuguese colonial policies regarding Islam, focusing the special case of Mozambique. Such policies evolved from an attitude of neglect and open repression, prevalent in the early years of the colonial war, when Muslims were perceived as main supporters of the anti-colonial guerrilla in northern Mozambique, to a more nuanced approach that tried to isolate ‘African Muslims’ from foreign influences in order to align them with the Portuguese combat against the anti-colonial movement. The article analyses the latter strategy, assessing its successes and failures and the contributions made by several actors that were engaged in this achievement: the Catholic Church, the core of political power and its local ramifications in the colonies.
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Drawing its information from different documents in Portuguese and French archives, this article examines the evolution of Portuguese colonial policies towards Islam, focusing on the special case of Mozambique. Such policies evolved from an attitude of neglect and open repression, prevalent in the early years of the colonial war that broke out in 1965, when Muslims were perceived as the main supporters of the anti-colonial guerrilla in northern Mozambique, to an approach that tried to isolate ‘African Muslims’ from foreign influences in order to align them with the Portuguese. The article analyses the latter strategy, assessing its successes and failures, and the contributions made by several of those who were involved.
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A chegada de Vasco da Gama à Índia marcou o início de uma nova era na história da Índia e do mundo. Foi um encontro marcado por colaboração e resistências. Tanto os indianos como os portugueses faziam cedências por necessidade ou por conveniências. Não se pode ignorar neste processo o impacto dos renegados portugueses que se espalharam pela Asia toda. Era o resultado da "grande soltura" após a morte de Afonso de Albuquerque que acreditava numa economia comandada. O império da sombra, tão bem descrito por Fernão Mendes Pinto prevaleceu.
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This article wishes to contribute to the study of the historical processes that have been spotting Muslim populations as favourite targets for political analysis and governance. Focusing on the Portuguese archives, civil as well as military, the article tries to uncover the most conspicuous identity representations (mainly negative or ambivalent) that members of Portuguese colonial apparatus built around Muslim communities living in African colonies, particularly in Guinea-Bissau and Mozambique. The paper shows how these culturally and politically constructed images were related to the more general strategies by which Portuguese imagined their own national identity, both as ‘European’ and as ‘coloniser’ or ‘imperial people’. The basic assumption of this article is that policies enforced in a context of inter-ethnic and religious competition are better understood when linked to the identity strategies inherent to them. These are conceived as strategic constructions aimed at the preservation, the protection and the imaginary expansion of the subject, who looks for groups to be included in and out-groups to reject, exclude, aggress or eliminate. We think that most of the inter-ethnic relationships and conflicts, as well as the very experience of ethnicity, are born from this identity matrix.
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This article wishes to contribute to the study of the historical processes that have been spotting Muslim populations as favourite targets for political analysis and governance. Focusing on the Portuguese archives, civil as well as military, the article tries to uncover the most conspicuous identity representations (mainly negative or ambivalent) that members of Portuguese colonial apparatus built around Muslim communities living in African colonies, particularly in Guinea- Bissau and Mozambique. The paper shows how these culturally and politically constructed images were related to the more general strategies by which Portuguese imagined their own national identity, both as ‘European’ and as ‘coloniser’ or ‘imperial people’. The basic assumption of this article is that policies enforced in a context of interethnic and religious competition are better understood when linked to the identity strategies inherent to them. These are conceived as strategic constructions aimed at the preservation, protection and imaginary expansion of the subject, who looks for groups to be included in and out-groups to reject, exclude, aggress or eliminate. The author argues that most of the inter-ethnic relationships and conflicts, as well as the very experience of ethnicity, are born from this identity matrix.
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Portugal was one of the first and most enduring European colonial powers of modern times: 1415 and 1975 mark the beginning and the end of a long empire cycle that left impressive imprints in many places. Since it started, the overseas expansion and the exploration of the colonial resources were closely articulated with state-building and the preservation of national independence. A forerunner at the Great Age of Discoveries, but a latecomer in the era of industrialization, in the 19th and early-20th centuries Portugal was a peripheral country, and the economic gap with the rich and industrialized core of Europe was wide. During this period, however, the country faced the critical challenge of ruling vast and geographically scattered overseas territories, and of preserving them from the greed of strong imperialist powers. This article starts by outlining the major developments in the Portuguese colonial policy over a century, since the 1820s until 1926. The independence of Brazil (1822) was a crucial turning point, which brought about a shift towards Africa. The First Republic (1910-1926), pervaded by a nationalist ideology, gave a new impetus to the efforts towards a more effective colonisation. Symptomatically, a Ministry of Colonies was then established for the first time. Second, it describes and analyses the transformation of the central office for colonial affairs – from a small ministerial department to an autonomous ministry -, stressing the increasing bureaucratic specialisation, the growth of the apparatus and its staff, and the introduction of new criteria for the selection and promotion of permanent officials (namely a higher profile given to careers in local colonial administration). Finally, it presents a collective biography of both the politicians (Cabinet ministers) and the administrators (directors-general) who ran the Colonial Office for a large period of the Constitutional Monarchy (from 1851 to 1910) and during the First Republic, thus enabling to assess the impact of regime change on elite circulation and career patterns.
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Tese de Doutoramento apresentada ao ISPA - Instituto Universitário
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O projeto de investigação-intervenção aqui apresentado, denominado O outro lado da guerra colonial. Memórias na primeira pessoa, fundamenta-se nas conceções da Educação e Aprendizagem ao Longo da Vida, sendo direcionado para a área da Educação para a Saúde. Remete-nos para uma perspetiva salutogénica de saúde, de acordo com A. Antonovsky. Ao nível metodológico incorre no Paradigma da Complexidade. Utilizam-se métodos diversificados consoante os casos concretos, nomeadamente o método narrativo. Neste estudo, destacam-se as narrativas como forma de ação/intervenção junto de 11 participantes, veteranos da guerra colonial portuguesa. As narrativas foram determinantes, constituindo o modo de construção, de atribuição de significado e partilha de memórias pessoais subjetivas, que revelam perspetivas diversificadas e modos únicos de interpretar e compreender um evento histórico importante. A partir dos dados recolhidos foram-se descobrindo os Recursos Gerais de Resistência e foi-se conhecendo/reconhecendo o Sentido Interno de Coerência de cada participante, construindo-se planos de ação pessoais. Os participantes compreenderam o papel que desempenham na promoção da sua própria saúde e a importância que esta compreensão representa nas suas vidas. Neste sentido, este projeto de investigação/intervenção permitiu-nos analisar, comprender e valorizar as experiências de vida de caráter transformador que culminaram em momentos de grande aprendizagem pessoal; forneceu-nos elementos importantes para o estudo qualitativo dos veteranos de guerra, revelando dados significativos acerca das vivências da guerra colonial e acerca do modo como essas vivências influenciaram a vida dos participantes até aos días de hoje. A utilização de métodos exclusivamente qualitativos tornou-se essencial neste projeto de investigação/intervenção. Através da subjetividade discursiva tivemos acesso a mundos de significado próprios que proporcionaram um ambiente investigativo de proximidade e intimidade. Conclui-se que este estudo foi revelador porque permitiu a recolha de dados que contribuíram para a valorização das memórias pessoais mas também para a construção de futuros planos de ação e de investigação.
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O projeto de investigação-intervenção aqui apresentado, denominado O outro lado da guerra colonial. Memórias na primeira pessoa, fundamenta-se nas conceções da Educação e Aprendizagem ao Longo da Vida, sendo direcionado para a área da Educação para a Saúde. Remete-nos para uma perspetiva salutogénica de saúde, de acordo com A. Antonovsky. Ao nível metodológico incorre no Paradigma da Complexidade. Utilizam-se métodos diversificados consoante os casos concretos, nomeadamente o método narrativo. Neste estudo, destacam-se as narrativas como forma de ação/intervenção junto de 11 participantes, veteranos da guerra colonial portuguesa. As narrativas foram determinantes, constituindo o modo de construção, de atribuição de significado e partilha de memórias pessoais subjetivas, que revelam perspetivas diversificadas e modos únicos de interpretar e compreender um evento histórico importante. A partir dos dados recolhidos foram-se descobrindo os Recursos Gerais de Resistência e foi-se conhecendo/reconhecendo o Sentido Interno de Coerência de cada participante, construindo-se planos de ação pessoais. Os participantes compreenderam o papel que desempenham na promoção da sua própria saúde e a importância que esta compreensão representa nas suas vidas. Neste sentido, este projeto de investigação/intervenção permitiu-nos analisar, comprender e valorizar as experiências de vida de caráter transformador que culminaram em momentos de grande aprendizagem pessoal; forneceu-nos elementos importantes para o estudo qualitativo dos veteranos de guerra, revelando dados significativos acerca das vivências da guerra colonial e acerca do modo como essas vivências influenciaram a vida dos participantes até aos días de hoje. A utilização de métodos exclusivamente qualitativos tornou-se essencial neste projeto de investigação/intervenção. Através da subjetividade discursiva tivemos acesso a mundos de significado próprios que proporcionaram um ambiente investigativo de proximidade e intimidade. Conclui-se que este estudo foi revelador porque permitiu a recolha de dados que contribuíram para a valorização das memórias pessoais mas também para a construção de futuros planos de ação e de investigação.
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Objectivos: O presente estudo avaliou a relação entre diversos aspectos objectivos e subjectivos inerentes às experiências de combate/guerra e sintomatologia associada à Perturbação Pós-Stress Traumático. Os instrumentos de auto-resposta utilizados na colheita dos dados foram analisados quanto às suas principais propriedades psicométricas. Métodos: A amostra foi composta por 105 combatentes da Guerra Colonial Portuguesa. Foram utilizados os seguintes instrumentos de avaliação: um questionário sóciodemográfico de auto-resposta para a caracterização da amostra, o Posttraumatic Stress Disorder Checklist (para militares), o Peritraumatic Dissociative Experiences Questionnaire, o Questionário de Experiências de Combate e duas escalas do Deployment Risk and Resilience Inventory, nomeadamente a Difficult Livings and Working Environment Scale e a Perceived Threat Scale. Resultados: O estudo das qualidades psicométricas dos instrumentos apresenta uma consistência interna superior a .86 e uma estabilidade temporal superior a .79. A análise factorial do Peritraumatic Dissociative Experiences Questionnaire apresenta bons valores na medida de Kaiser-Meyer-Olkin e no teste de esfericidade de Bartlett. Na rotação de Varimax é extraído um factor, predizendo a sua unidimensionalidade, que explica cerca de 70% da variância total do questionário. Os resultados relativos à validade divergentediscriminante indicam, por si só, que esta se apresenta de forma clara entre os instrumentos estudados (PCL-M, PDEQ, DLWES e PTS) no subgrupo com PTSD, com excepção da verificada entre o PCL-M e o PDEQ.. Quanto à validade de critério, constatam-se diferenças entre os subgrupos com e sem PTSD. Através do método da regressão linear múltipla, duas das seis variáveis têm, isoladamente, um peso preditivo significativo para a PTSD, nomeadamente a frequência de exposição a situações típicas e objectivas de combate/ guerra e os desconfortos diários durante a(s) comissão(ões). Ao considerarmos as variáveis no seu conjunto, aquelas que mais contribuem são a dissociação peritraumática e os desconfortos diários durante a(s) comissão(ões). Conclusão: Constata-se que os factores peritraumáticos em estudo desempenham um importante papel no desenvolvimento da sintomatologia inerente à PTSD. /
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This paper aims at analysing the writing of the Portuguese author António Lobo Antunes, considered one of the major writers in European Literature with 26 books published, by focusing on the strategies deployed in his texts of creating micro-narratives within the main frame, and conveying the elements of individual and collective memory, past and present, the self and the others, using various voices and silences. Lobo Antunes incorporates in his writing his background as a psychiatrist at a Mental Hospital in Lisbon, until 1985 (when he decided to commit exclusively to writing), his experience as a doctor in the Portuguese Colonial War battlefield, but also the daily routines of the pre and post 25th of April 1974 (Portuguese Revolution) with subtle and ironic details of the life of the middle and upper class of Lisbon‘s society: from the traumas of the war to the simple story of the janitor, or the couple who struggles to keep their marriage functional, everything serves as material to develop and interweave a complex plot, that a lot of readers find too enwrapped and difficult to follow through. Some excerpts taken from his first three novels and books of Chronicles and his later novel – Ontem não te Vi em Babilónia (2006) – will be put forward to exemplify the complexity of the writing and the main difficulties of the reader, lost in a multitude of narrators‘ voices. Recently, Lobo Antunes has commented on his work stating: What I write can be read in the darkness. This paper aims at throwing some light by unfolding some of the strategies employed to defy new borders in the process of reading.
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Entre 1961 e 1974 Portugal combateu uma guerra em África. Quarenta anos após a revolução que depôs o regime, já não existe a nação pluricontinental em nome da qual foram enviados para África mais de 800 mil homens. Esta guerra, que nunca foi oficialmente declarada, sobrevive ainda na memória daqueles que nela participaram. O objetivo desta dissertação é contribuir para a compreensão do processo através do qual a memória conta a guerra colonial no presente. Impossível que é reproduzir fielmente o momento vivido, o conhecimento do passado resulta da produção de aproximações imperfeitas daquilo que já não existe. A memória não é estanque e imutável, nem tampouco irredutivelmente individual. Ela é recriada e atualizada pelo olhar retrospectivo de agentes – individuais ou coletivos - que a cada momento conferem inteligibilidade ao passado através da negociação do modo pelo qual ele pode ser formulado. Ao combinar de uma forma singular o mundo privado da recordação pessoal e o mundo público da memória social, a memória de guerra constitui um locus privilegiado para a análise do processo pelo qual as experiências pessoais são interrogadas e inscritas em narrativas públicas mais vastas. Partindo da comissão de serviço de uma unidade do Exército português em Angola entre 1971 e 1973, construiu-se uma etnografia da memória de guerra que articula diversos lugares e momentos do tempo e que cruza as várias escalas em que memória vive. As memórias pessoais dos antigos militares desta companhia de artilharia foram confrontadas com outras narrativas sobre o mesmo fragmento da guerra colonial (o relato institucional militar, a narrativa literária de António Lobo Antunes, antigo alferes médico da unidade) e com as retóricas públicas que, durante o Estado Novo e no Portugal contemporâneo, forneceram as ideias e as palavras com as quais o país e o mundo eram pensados. Foi nesta viagem entre tempos e escalas diversas que se procurou compreender a memória de guerra, construção compósita que articula a dimensão pessoal da subjetividade individual com a dimensão social das narrativas públicas que desenham os limites no interior dos quais a guerra, o colonialismo, a nação, o passado e o presente podem ser imaginados.
Resumo:
Depois de se referir genericamente à literatura portuguesa sobre a guerra colonial, e à literatura sobre as guerras de libertação nas antigas colónias portuguesas, o autor analisa o romance Fim de Império, de António Vieira, pondo em destaque as suas principais características, nomeadamente a tonalidade proustiana de Temps retrouvé, que domina a narrativa, o modo como nele são abordados o tema do romance dentro do romance, os paradoxos da guerra, os grandes temas da vida e da morte, e o estertor do império colonial.