116 resultados para Permo-Triássico
Resumo:
O intervalo que compreende o final do Paleozóico e início do Mesozóico foi marcado por mudanças globais paleogeográficas e paleoclimáticas, em parte atribuídas a eventos catastróficos. A intensa continentalização do supercontinente Pangéia, com a implantação de extensos desertos, sucedeu os ambientes costeiros-plataformais do início do Permiano. Os registros desses eventos no norte do Brasil são encontrados nas bacias intracratônicas, particularmente na Bacia do Parnaíba, representados pela zona de contato entre as formações Motuca e Sambaíba. A Formação Motuca é constituída predominantemente por pelitos vermelhos laminados com lentes de gipsita, calcita e marga. Na porção leste da Bacia do Parnaíba, as fácies da Formação Motuca tornam-se mais arenosas com a ocorrência expressiva de arenitos com estratificação cruzada sigmoidal. A Formação Sambaíba consiste em arenitos de coloração creme alaranjada com estratificação plano-paralela e estratificação cruzada de médio a grande porte. Em geral, o contato entre as unidades é brusco, representado pela passagem de arenitos finos com laminação cruzada cavalgante e acamamento flaser/wavy da Formação Motuca para arenitos médios com falhas/microfalhas sinsedimentares e laminações convolutas da Formação Sambaíba. Foram individualizadas 14 fácies sedimentares, agrupadas em quatro associações: AF1 – Lacustre raso / Planície de lama (mudflat), AF2 – “Panela” salina (saline pan), AF3 – Lençol de areia e AF4 – Campo de dunas. A AF1 foi depositada dominantemente por processos de decantação em um extenso ambiente lacustre raso de baixa energia, influenciado por influxos esporádicos de areias oriundos de rios efêmeros. Este sistema lacustre foi, provavelmente, influenciado por períodos de contração e expansão, devido às variações das condições climáticas predominantemente áridas. Os mais expressivos períodos de contração ocorreram na porção oeste da Bacia do Parnaíba, representados pelo desenvolvimento de planícies de lama (mudflats) associadas a lagoas efêmeras saturadas em carbonatos e a “panelas” salinas (saline pans- AF2). Os lençóis de areia (AF3) são planícies arenosas extensas, localmente com área úmidas, intensamente retrabalhadas por processos eólicos. A AF4 é interpretada como parte de um erg composto por dunas/draas em zona saturada em areia, com interdunas secas subordinadas. Intervalos deformados lateralmente contínuos por centenas de quilômetros ocorrem na zona de contato entre as formações Motuca e Sambaíba. Pelitos com camadas contorcidas e brechadas (Formação Motuca) e arenitos com falhas/microfalhas sinsedimentares, laminação convoluta e diques de injeção preenchidos por argilitos (Formação Sambaíba) são interpretados como sismitos induzidos por terremotos de alta magnitude (>8 na escala Ritcher). Anomalias geoquímicas de elementos traços como Mn, Cr, Co, Cu e Ni na zona de contato entre as formações, juntamente com a presença de micropartículas de composição metálica na matriz argilosa dos sismitos, corroboram com impactos de meteoritos no limite c, possivelmente do astroblema Riachão.
Resumo:
O intervalo que compreende o final do Paleozoico e início do Mesozoico foi marcado por mudanças globais paleogeográficas e paleoclimáticas, em parte atribuídas a eventos catastróficos. A intensa continentalização do supercontinente Pangeia, com a implantação de extensos desertos, sucedeu os ambientes costeiro-plataformais do início do Permiano. Os registros desses eventos no norte do Brasil são encontrados nas bacias intracratônicas, particularmente na sucessão Permotriássica da Bacia do Parnaíba. A análise de fácies e estratigráfica de afloramentos desta sucessão permitiu a individualização de 14 fácies sedimentares agrupadas em 4 associações de fácies (AF): AF1 e AF2, relacionadas aos depósitos da Formação Motuca, e AF3 e AF4, representativas da base da Formação Sambaíba. A AF1 - Lacustre raso/Mudflat consiste em pelitos vermelhos laminados com lentes de gipsita, calcita e marga, além de lobos de arenitos sigmoidais. A AF2 - Saline pan é constituída por corpos lenticulares de gipso laminado, gipso nodular e gipsarenito, sobrepostos por pelitos esverdeados com nódulos de dolomita e palygorskita. A AF3 - Lençol de areia e AF4 - Campo de dunas são formadas, respectivamente, por arenitos de coloração creme alaranjada com estratificação plano-paralela e estratificação cruzada de médio a grande porte. Destaca-se o registro de intervalos deformados lateralmente contínuos por centenas de quilômetros na zona de contato entre as formações Motuca e Sambaíba. Nestes, ocorrem pelitos com camadas contorcidas e brechadas (Formação Motuca) e arenitos com falhas/microfalhas sinsedimentares, laminação convoluta e diques de injeção preenchidos por argilitos (Formação Sambaíba), interpretados como sismitos induzidos por terremotos de alta magnitude (> 8 na escala Richter).
Resumo:
This paper aims to present the results of systematic survey on clastic dykes in the Corumbataí Formation (Permian), in the northeast region of the State of São Paulo. Besides this, the paper analyses genetic aspects of those features as well as their stratigraphic and sedimentologic implications in terms of geologic evolution of the northeastern Paraná Sedimentary Basin during Permian times. The field works had been developed in 3 main Corumbataí Formation outcrops (2 road cuts and a quarry) supposed to show the most important clastic dikes occurrences in the studied area. Basically, the sedimentary intrusions are formed by fine sand or silt size particles and had penetrated host rocks as near-vertical, centimeter thick, dykes (most common form) or as horizontal sheets, forming clastic sills (subsidiary form), both with variable geometric forms and dimensions. A lot of dyke walls show undulations suggesting pre-diagenetic clastic intrusions, probably near the ancient depositional surface. Almost all intrusions occur in the superior third portion of the Corumbataí Formation and some similar features seem to appear in the adjoining superposed Pirambóia Formation base. In this article the authors defend a seismic origin hypothesis for the clastic intrusions. It is important to mention that clastic intrusions tend to occur linked to expressive seismic events, with magnitude upper to 5. The analysis of isopach maps of the Permian and Mesozoic units of the Paraná Sedimentary Basin in the study area suggests a depositional system changing, from epicontinental sea conditions to shallow platform and, finally, to coastal deserts. Probably, this environmental change was driven by regional uplift accompanied by seismic events. It is possible that ancient seismicity triggered liquefaction processes and the resulting clastic intrusions. In this sense, those clastic features might be properly namedseismites.
Resumo:
Pós-graduação em Geologia Regional - IGCE
Resumo:
O Mesozóico foi marcado por mudanças geológicas significativas, decorrentes de soerguimentos resultante da orogenia Gonduanide, que possibilitou a implantação de sistemas desérticos concomitantemente com expressivos eventos magmáticos. Na Bacia do Parnaíba, Nordeste do Brasil, estes eventos estão registrados nas unidades siliciclásticas do Triássico, os arenitos da Formação Sambaíba, representadas pelos derrames basálticos e arenitos fluviais e eólicos subordinados da Formação Mosquito e pelos arenitos flúvio-eólicos da Formação Corda. O estudo de fácies e estratigráfico realizado em afloramentos e testemunhos de sondagem na região entre Formosa da Serra Negra e Montes Altos, Estado do Maranhão, possibilitou reconstituir o paleoambiente do topo da Formação Mosquito e da Formação Corda, e inferir condições paleoclimáticas para a porção centro-oeste da Bacia do Parnaíba durante o Jurássico. Foram identificadas vinte fácies sedimentares agrupadas em cinco associações de fácies (AF) representativas de uma planície vulcânica com depósitos fluviais esporádicos e arenitos eólicos subordinados (AF1-Formação Mosquito), sucedida pela instalação de um sistema desértico úmido (AF2-AF5; Formação Corda). A planície vulcânica (AF1) constitui derrames basálticos intercalados com arenitos finos a grossos (arenitos intertrap) compostos por grãos arredondados a subangulosos de quartzo, feldspatos e fragmentos de vidro vulcânico. Os arenitos apresentam estratificações plano-paralela e cruzada de baixo ângulo, preenchendo geometria de canal ou em corpos tabulares. Depósitos de canal fluvial entrelaçado (AF2) consistem em conglomerados polimíticos, com grânulos e seixos subarredondados a angulosos de basalto, e arenitos grossos com estratificação cruzada acanalada e acamamento maciço. Os lençóis arenosos (AF3) foram divididos em dois elementos arquiteturais (EA), o primeiro (EA1) consistem em arenitos finos a muitos com geometria tabular e estruturas de deformação, o segundo (EA2) é composto por arenito fino a grosso com estratificação cruzada acanalada e laminação cruzada cavalgante, gutter cast de pequeno porte. O campo de dunas (AF4) foi subdividido em dois conjuntos de fácies (C), o primeiro (CI) é caracterizado por arenitos com estratificações cruzadas tabular e tangencial de pequeno a médio porte, estratificação planoparalela e laminação cruzada cavalgante transladante subcrítica. O segundo (CII) consiste de arenitos finos a médios, moderadamente selecionados, laminação ondulada e estruturas de adesão e gretas de contração com rip-up clast, curled mud flakes, forma ciclos de raseamento centimétricos, com topo marcado por horizontes mosqueados, ricos em óxido/hidróxido de ferro, bioturbações e gretas de contração, interpretados como depósitos de interdunas úmidas. Os lobos de suspensão (AF5) consistem em arenitos finos intercalados com pelitos e arenito/pelito com estratificação cruzada complexa. A abundância de esmectita na AF4 aponta para condições de clima semiárido. No Jurássico, a região centro-oeste da Bacia do Parnaíba, foi submetida a movimentos distensivos com recorrência de derrames básicos advindos de fissuras na crosta. Durante os intervalos de aquiescência sedimentos de rios efêmeros preenchiam depressões ou espraiavam-se na planície vulcânica. O final da atividade magmática foi sucedido pela implantação do desérto Corda com campo de dunas e canais fluviais efêmeros (wadi) que retrabalharam parte da planície vulcânica e esporadicamente invadiam os lençóis arenosos. Comparado aos ergs do Permo-Triássico (Formação Sambaíba), o deserto Jurássico da Formação Corda foi mais úmido e menos extenso precedendo os sistemas fluviais e costeiros de clima mais ameno do Cretáceo da Bacia do Parnaíba.
Resumo:
1 - The author presents a synopsis about the non-marine Carboniferous formations represented in the sheets 9A (Póvoa de Varzim), 9C (Porto), 13B (Castelo de Paiva) and, still in preparation, 9D (Penafiel) of the 1/50,000 Geological Map of Portugal. 2 - Conclusions of the detailed petrological research conducted on the Douro Coalfield peranthracites and, also, a new geological interpretation, which originates from those investigations, are presented. 3 - It is discussed how the elements reported and 2 necessitate the revision of some concepts stilt prevailing, namely about the Carboniferous of São Felix de Laundos (Póvoa de Varzim), Ervedosa (Valongo), and their lengthenings. 4 - The geological history of the region since the deposition of the Coblenzian until the end of the Paleozoic is sketched.
Resumo:
v.20:no.6(1971)
Resumo:
A new subdivision of the pre-Jurassic Pelagonian Units in central Evia island is proposed these units are represented by syn- and post rift sequences, separated by a volcano-sedimentary episode. The syn-rift sequences comprise Permian siliciclastic sediments in Verrucano tectofacies, (Ano Mavropoulon Formation) and a small carbonate platform (Zigos Limestones) developed from the Permian to the Middle Anisian. The Ano Mavropoulon Fro, is subdivided into three members: the lower member (Permian s.l.) lying on the basement and characterised by medium-coarse elastic terrigenous sedimentation the middle member (Late Permian) Koprises limestones, made up of shallow-water limestones; the upper member (Latest Permian-Early Triassic) comprising elastic terrigenous and minor reworked carbonate sediments. A regional unconformity (earliest Triassic) separates the Zigos Lm. from the top of the Ano Mavropoulon Fm. The peritidal carbonates belonging to the Zigos Lm, have been subdivided into three lithofacies ranging in age from Spathian to Pelsonian (late Early Triassic to Middle Anisian). The volcanic episode is well constrained in all the Pelagonian domain. In central Evia, it has been dated from Middle Anisian to Early Carnian. The sub-alkaline to alkaline basalts comprised in the volcano-sedimentary sequence (Volcano-sedimentary Complex) have a within-plate affinity. The volcanism occurs between the syn-rift and post-rift stages, and it is probably not linked to the passive margin evolution proper. The post-rift sequences are represented by the onset of the Pelagonian platform aggradation (''Pantokrator'' Carnian to Middle-Late? Jurassic) The northern passive margin sequence of Pelagonia (palaeogeographic sense) is interpreted as related to the Maliak ocean opening during the Early Mesozoic.
Resumo:
The Permo-Triassic crisis was a major turning point in geological history. Following the end-Guadalupian extinction phase, the Palaeozoic biota underwent a steady decline through the Lopingian (Late Permian), resulting in their decimation at the level that is adopted as the Permian-Triassic boundary (PTB). This trend coincided with the greatest Phanerozoic regression. The extinction at the end of the Guadalupian and that marking the end of the Permian are therefore related. The subsequent recovery of the biota occupied the whole of the Early Triassic. Several phases of perturbations in [delta]13Ccarb occurred through a similar period, from the late Wuchiapingian to the end of the Early Triassic. Therefore, the Permian-Triassic crisis was protracted, and spanned Late Permian and Early Triassic time. The extinction associated with the PTB occurred in two episodes, the main act with a prelude and the epilogue. The prelude commenced prior to beds 25 and 26 at Meishan and coincided with the end-Permian regression. The main act itself happened in beds 25 and 26 at Meishan. The epilogue occurred in the late Griesbachian and coincided with the second volcanogenic layer (bed 28) at Meishan. The temporal distribution of these episodes constrains the interpretation of mechanisms responsible for the greatest Phanerozoic mass extinction, particularly the significance of a postulated bolide impact that to our view may have occurred about 50,000[no-break space]Myr after the prelude. The prolonged and multi-phase nature of the Permo-Triassic crisis favours the mechanisms of the Earth's intrinsic evolution rather than extraterrestrial catastrophe. The most significant regression in the Phanerozoic, the palaeomagnetic disturbance of the Permo-Triassic Mixed Superchron, widespread extensive volcanism, and other events, may all be related, through deep-seated processes that occurred during the integration of Pangea. These combined processes could be responsible for the profound changes in marine, terrestrial and atmospheric environments that resulted in the end-Permian mass extinction. Bolide impact is possible but is neither an adequate nor a necessary explanation for these changes.
Resumo:
The Antalya nappes (western Taurides-Turkey)*consist of several tectonic units which document the*Southern Neotethyan paleomargin from the Arabo-African*shallow shelf to the oceanic crust.*The Kerner Gorge Units (Upper Antalya nappes)*show a full stratigraphical succession from Ordovician*to Late Cretaceous. A carbonate platform regime*appeared during Late Permian times and existed up*to the early Middle Triassic. For detailed investigations*on the Permo-Triassic boundary, two lithostratigraphic*profiles have been selected: the Curuk*dag and the Kerner Gorge sections.*The main results presented in this paper are : 1) the Late Permian Pamucak Formation (Midian-*Dzhulfian) consists of calcareous algae-foraminiferae*bearing black limestones, locally rich in*brachiopods, crinoids and bryozoae : 2) this black limestone is overlain by an oolitic*grainstone. In the Curuk dag section, the oolitic horizon*is capped by a thin level of calcrete type; emersive*conditions are also inferred by a strong diagenetic*change within the oolitic deposit : 3) the first Early Triassic fossils, appearing*within or above the oolitic grainstone, are microforaminifera*and Pseudoclaraia wangi (late Griesbachian*in age). In the Curuk dag, a rich Early Triassic*microforaminifera association seems linked to a microbiallite*boundstone facies : 4) the overlying unfossiliferous lime mudstone,*the oolitical thick bedded grainstone, the variegated*marly limestone and the vermicular limestone facies*are present. not only in southern Turkey but seem*constant through ' the entire peri arabo-african platform.*Striking similarities appear between the studied*profiles and the Bellerophon-Werfen succession in the*Southern Alps..