964 resultados para Nome próprio
Resumo:
Nas gramáticas tradicionais da língua portuguesa, o estudo sobre a antonomásia, figura de linguagem que designa o processo de passagem de um nome próprio a um nome comum e vice-versa, é visto ora ligado ao conceito de metáfora, ora ligado à relação parte- todo, isto é, à metonímia. Na maioria das vezes, os exemplos mostrados nessas abordagens tradicionais estão descontextualizados, ou seja, não são retirados de um emprego discursivo- dialógico da língua. O principal objetivo desta tese é fazer uma reflexão sobre o potencial semiótico- funcional e cognitivo dos nomes próprios nas antonomásias discursivas, ou seja, aquelas que ainda não estão dicionarizadas, porque são temporárias, e, consequentemente, sua interpretação pertence ao âmbito do processamento discursivo. Tendo como base teórica a teoria dos Espaços Mentais em seu segundo momento, reconhecida como teoria da Integração Conceptual (FAUCONNIER; TURNER, 2002), e a teoria da Iconicidade Verbal, desenvolvida por Simões (2009), baseada nos estudos semióticos de Charles Sanders Peirce, analisar-se-ão, nesta tese, os seguintes aspectos do nome próprio nas antonomásias discursivas: a forma do nome próprio, ou seja, sua plasticidade, que é a característica central da iconicidade diagramática, e a iconicidade isotópica, que age como uma espécie de condutor temático para a formação de sentido de um texto. Esses dois tipos de iconicidade se inserem numa rede mais ampla de signos denominada iconicidade verbal, ou lexical (SIMÕES, 2004), que abrange efeitos tanto de ordem discursiva (discursivização) como de ordem estilística. Assim, ao se conceber o estudo das antonomásias discursivas do nome próprio em uma perspectiva semiótico- discursiva e cognitiva, ter-se-á dado mais um passo nos estudos dos itens lexicais que atuam como organizadores de sentido de um texto
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A escrita do nome próprio tem ocupado um lugar privilegiado na aprendizagem, operador por excelência, a partir do qual podem-se realizar uma série de permutações em suas letras, emprestando-se a constituir outros nomes. Esperase que através da escrita do nome o sujeito possa demonstrar maior estabilidade em um eu que tenha domínio sobre a linguagem. A hipótese inicialmente formulada é de que na escrita do nome está em jogo a constituição subjetiva do escrevente e que as diferentes associações nas e com as letras tipográficas revelam os processos através dos quais se dá a inscrição de sujeito na linguagem. É ao sujeito da inscrição que estamos nos referindo, submetido à incidência das leis que regulam a linguagem. Podemos entreler, ler nas entrelinhas, na escrita do nome e em seus desdobramentos, impasses, omissões, trocas e rasuras, o que uma escrita não consciente – no sentido de não se sustentar numa hipótese enquanto exercício de uma reflexão – desvela sobre os processos de criação da cultura e de um sujeito, através da passagem realizada entre a transmissão de um nome próprio à apropriação de um próprio ao nome.
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No conjunto dos vários tipos de designadores, os nomes próprios ocupam um lugar à parte. A particularidade dos nomes próprios advém do facto de funcionarem como designadores não por via de qualquer conteúdo semântico que eventualmente possam ter, mas pela associação única e arbitrária entre um nome próprio e o seu portador (Lyons, 1980: 176). É esta particularidade que leva a maior parte dos autores a advogar que os nomes próprios não são traduzíveis, com a ressalva de poderem, em certos casos, figurar no texto de chegada, não na sua forma original, mas na forma de um equivalente comummente aceite. Uma análise dos nomes próprios revela, no entanto, que eles não constituem uma categoria uniforme, sendo antes classificáveis em vários tipos. Essa classificação acaba por levar o tradutor a adoptar procedimentos diversificados, conforme o tipo de nome próprio a transpor para o texto de chegada. Neste artigo centramo-nos, por isso, na apresentação de uma tipologia de nomes próprios, discutimos as questões que se prendem com a sua traduzibilidade e exemplificamos os procedimentos tradutivos possíveis com base na tipologia apresentada.
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Tese apresentada para cumprimento dos requisitos necessários à obtenção do grau de Doutor em Ciências de Educação- Especialização em Literacias e Educação
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Tese apresentada para cumprimento dos requisitos necessários à obtenção do grau de Doutor em Estudos Portugueses
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O objetivo do presente trabalho é construir recursos operatórios de leitura que permitam articular, desde um ponto de vista epistemológico, lingüística e psicanálise. Esta temática surge de uma problemática de pesquisa atual, relativa à crescente demanda, endereçada a lingüística, por diferentes práticas clínicas nas quais a linguagem está implicada. Neste sentido, procura-se relacionar um paradigma de linguagem com uma teoria da subjetividade apropriada tanto à reflexão clínica quanto à reflexão epistemológica. Desta forma, esta dissertação opta por um estudo teórico, visando a construção de operadores conceituais que possibilitem a articulação entre a psicanálise lacaniana e as teorias da linguagem de Saussure, Jakobson e Benveniste, utilizando como corpus de análise essas próprias teorias lingüísticas e psicanalíticas. Portanto, seu procedimento analítico pode ser qualificado como metateórico. Quatro critérios são utilizados para a seleção dos autores: 1°) as três teorias são, cada uma a seu modo, estruturalistas – isso significa que a estrutura é o conceito operador que permite pensar as proposições que estão na base de cada teoria (seus axiomas); 2°) as três teorias estabelecem proposições sobre o objeto língua – isso requer perguntar quais axiomas sobre a língua cada teoria teve que construir para dar conta da estrutura. Desses dois critérios deriva-se um terceiro; 3°) as três teorias conformam três “sistemas de linguagem” que não dissolvem o “objeto língua” para se constituírem em sua especificidade (diluindo-a em objetos de outros domínios teóricos, exteriores ao campo da linguagem – ou da lingüística – propriamente dito, tais como, por exemplo, a biologia, a psicologia, a sociologia). Cada sistema é representado por um nome próprio : I – Sistema de Linguagem elaborado por Saussure; II – Sistema de Linguagem tratado por Jakobson; III – Sistema de Linguagem concebido por Benveniste. Como critério de fechamento, temos que : 4°) as três teorias interessam de perto ao Sistema de Linguagem da psicanálise lacaniana. A relação entre tais teorias deverá servir de suporte de leitura à interlocução estabelecida no campo interdisciplinar sobre a presença da linguagem nas diferentes clínicas, assim como revitalizar os campos conceituais tanto da lingüística quanto da psicanálise.
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O Pensamento de Platão tem o encanto das estátuas de Dédalo: esvai-se pelos meandros do discurso, tão logo se pretenda travar com ele uma relação de domínio. A sua correta interpretação exige que se assuma a Polis como o lugar natural no qual emerge, como a limitação que ele se propõe superar remontando à Fysis e ao Ser. Fazê-lo importa em captar o movimento que lhe é próprio, partindo da questão sobre o ente e visualizando a resposta como o enunciado de sua essência, isto é, do eidos, e de seu fundamento, isto é, do Bem como nome próprio do Ser. Determinando o ente em sua essência, o eidos é a medida de toda a adequação, da episteme à Polis.
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Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq)
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Este trabalho objetiva estudar o fenômeno da posposição do sujeito com relação ao verbo em distintos tipos e gêneros do jornal: O Araraquarense do início do século XX, e verificar se há alguma diferença entre eles, quanto à posição do sujeito na frase. A escolha de um corpus jornalístico é devida ao fato de seu texto ser muito propício para analisar os processos de implementação de uma possível mudança no português brasileiro; por se tratar de um texto público, o qual atua sobre os elementos da situação sócio-histórica em que está inserido e por sofrer influências dessa situação. Foram analisados dados coletados de artigos de opinião e notas sociais, levando em conta os tipos textuais: descrição, dissertação, injunção e narração (TRAVAGLIA, 2003, p.103). Constatou-se que os tipos (dissertativo e narrativo) foram predominantes nos artigos de opinião, e que somente o tipo narrativo esteve presente nas notas sociais. A posição do sujeito foi analisada em função dos seguintes grupos de fatores: tipo sintático do verbo, tipo morfológico do sujeito, padrão de construção e tipo textual. Como principais resultados, constatou-se: (i) um índice de posposição de 47% em notas sociais e de 19,2% em artigos de opinião; (ii) tipo do verbo (transitivo direto) 21,7% em artigos de opinião e 44,7% em notas sociais; neste mesmo gênero os verbos (inacusativo, bitransitivo, intransitivo e verbo de ligação) apresentaram, respectivamente, 71%, 45%, 37% e 37,9%; (iii) tipo morfológico do sujeito (sintagma nominal) em artigo de opinião 16,5% e 41,4% em notas sociais, 28,2% de (pronome pessoal) em artigo de opinião e 68,3% de (nome próprio) em notas sociais; (iiii) tipo textual (narrativo) 47,6% em notas sociais e em artigo de opinião 18,8% (dissertativo) e 27,8% (injuntivo)
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Pós-graduação em Direito - FCHS
Resumo:
Pós-graduação em Educação - FFC
Resumo:
Pós-graduação em Estudos Linguísticos - IBILCE
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Rosa Maria e Rosa Brava são duas personagens femininas distintas de Histórias de Mulheres. da autoria de José Régio. Só o facto de ambas terem o mesmo nome próprio – Rosa – aponta para a circunstância de o leitor se ver obrigado a distingui-las, a reconhecê-las “a partir de dentro”, independentemente das categorias - espaço, tempo, personagem, acção, narrador – que as rodeiam. Régio constrói, assim, duas personagens com o mesmo nome, acionando no leitor a ânsia de as conhecer tão profundamente (ou a tentá-lo…) e contribuindo para o facto de “O texto de José Régio ser habitado por toda uma teoria de heróis devorados pela necessidade de verem e fazerem ver. (…) de serem frequentemente personagens complicados e minados por uma lucidez corrosiva [Sublinhado nosso]”, conforme o refere Eugénio Lisboa (Lisboa: 1978: 74-75).
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Na narrativa ficcional de José Régio assinala-se a existência de três personagens com o mister de autores literários. Estas são contempladas com designadores nominais que, no âmbito da referencialização identificativa, se reportam exclusivamente às categorias dos nomes próprios, na forma de prenome simples associado a um apelido. Por sua vez, tais designadores nominais enquadram-se em três categorias no âmbito da autoria literária: a da ortonímia, a do nome literário e a da pseudonímia. Neste enquadramento, focar-se-á uma personagem que, embora incluída na ficção, representa um Ser real referencializado com o nome próprio civil, na verdade, um célebre ortónimo no âmbito da literatura portuguesa: Fernando Pessoa. No que respeita às outras duas personagens, puramente ficcionais, patenteamos dois percursos distintos no âmbito da referencialização da sua autoria literária. De facto, uma cunha a sua obra com um nome literário que nada mais é do que o respetivo nome próprio civil intencional e esteticamente reduzido; outra, no seu ofício de autor, adota um nome próprio falso: um pseudónimo.
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Releio a epígrafe de As Primeiras Coisas (Quetzal, 2013), romance de Bruno Vieira Amaral (mais conhecido como crítico literário e autor de um outro livro, muito útil e usado por muitos jovens às voltas com a disciplina de Literatura, Guia para 50 Personagens da Ficção Portuguesa): «‘Por toda a Hiroxima, as paredes e outras estruturas que permaneceram de pé preservaram sombras de pessoas ou de objectos. Todas elas na direcção do clarão de luz. A criação de tais imagens é semelhante à marca deixada no braço por um relógio no fim de um dia ao sol na praia.’ Charles Pellegrino, O Último Comboio de Hiroxima». E tudo faz sentido. Se não tivesse que dar mais informações sobre o livro, diria que As Primeiras Coisas é constituído pelas sombras de pessoas e objetos que marcaram o percurso de Bruno (personagem homónima do autor e que com ele partilha algumas características, como o próprio admite. Para que fique claro, sempre que mencionar apenas este nome próprio, é à personagem que me estou a referir).