992 resultados para Milton Hatoum


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As narrativas Dois irmãos e Órfãos do Eldorado, de Milton Hatoum, estão cercadas pelo ambiente dos rios, espaço fluido, aquoso, profundo, que representa o limite entre a vida e a morte. O rio, cenário mítico, simbólico para o material ficcional das narrativas, metaforicamente também pode ser entendido como o lugar mais íntimo e profundo do ser, onde os personagens são levados a uma imersão, um voltar-se para si mesmo. Espaço de transcendência, permitida pelo mergulho na memória, que, assim como os rios, é dinâmica, instável, fluida. Temos nos livros de Hatoum narradores em primeira pessoa que se dedicam a recompor os fios dos tempos através de relatos, num processo solitário, por vias da memória. Eles fazem um mergulho no íntimo do homem e descobrem sua condição humana, frágil. Num trabalho de catarse e de autorreflexão, alimentado pela memória, eles se descobrem estranhos a si mesmos, uma vez que, ao reconstruir a própria história, o sujeito está calcado no momento presente. O eixo temporal da narração é, desse modo, presente-passado. Nesse sentido, há importância em compreendermos que a memorização exige estratégias. Os contos, os ritos, os mitos, as fábulas fazem parte desse conjunto de estratégias, que, através de imagens e símbolos, transmitem, de geração em geração, a realidade de um povo, em tempo e espaço diferentes. É verdade que os narradores de Dois irmãos e Órfãos do Eldorado contam histórias particulares, mas eles o fazem se valendo dos elementos de que a memória individual e coletiva dispõem, memórias estas permeadas pelo ambiente em que estão inseridos. Entendemos, portanto, que estudar a memória é estudar a cultura e a história vivida de cada sujeito e de seus grupos. Quando se entende que a memória de um indivíduo é também a de sua região e dos grupos de que faz parte, considera-se o processo memorialístico como uma construção coletiva. Isso significa que a memória individual é parte da memória coletiva. Desse modo, nos textos estudados, é pelo viés da memória que se entrelaçam espaços e tempos num lugar em que o rio se coloca entre os mundos narrados

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A Cidadania, tal como a entendemos hoje, é um conceito e uma prática extremamente recentes na história da humanidade. Fundamentado na noção do comparatista Edward Said (1995) de que a Literatura Comparada procura ver, em conjunto e em contraponto, várias culturas, literaturas e áreas do conhecimento, o presente estudo explora e desenvolve o conceito estabelecido pela autora deste trabalho de “Estética da Cidadania” moderna em oposição à Estética da Cidadania tradicional aristotélica. O conceito de Estética da Cidadania é analisado, no romance Relato de um certo Oriente, do escritor brasileiro, nascido em Manaus, Milton Hatoum (2003). O termo “estética” está relacionado à condição literária do texto, enquanto que o termo “cidadania” expressa uma preocupação ética, própria ao domínio filosófico. Assim, Literatura e Filosofia não se confundem, mas relacioná-las pode ser útil para ampliar a compreensão de ambas. A relação entre as duas áreas se dá através do exame da voz e dos comportamentos dos personagens da narrativa, onde é possível desenvolver e exemplificar o conceito de Cidadania Moderna. O conceito de “moderno” está aqui empregado no sentido de Charles Taylor (1997). Através da análise das concepções morais dos personagens centrais e da ética própria aos grupos aos quais eles pertencem é possível exemplificar a manifestação dos princípios éticos que permitem o exercício da Cidadania, preconizados por John Rawls (2000). Estes princípios são também os três objetivos da Filosofia Política, a saber: reduzir as diferenças morais e filosóficas, compatibilizar os planos de vida e estabilizar o esquema de cooperação.

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Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES)

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Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq)

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Esta dissertação tem como objetivo analisar o romance Cinzas do Norte (2005), de Milton Hatoum, verificando quais são as relações das categorias estéticas de melancolia e resistência com o contexto histórico da Ditadura Militar, de 1964, no Brasil. Partindo da ideia de que a teoria com a qual estamos lidando é marcada pela melancolia segundo Walter Benjamin. Nesse sentido, examinamos como a arte, que é parte de composição da narrativa e, também as referências memorialísticas, utilizadas como estratégias ficcionais de resistência ao regime de repressão, em particular, ao autoritarismo, servem de base para problematizar os regimes de imposição instaurados naquele período. Com base em algumas abordagens teóricas, relacionadas à resistência, à melancolia e à memória. Mediante essas abordagens verificamos quais consequências estão ligadas ao período ditatorial, e como elas fazem parte da compreensão do sujeito melancólico. Para dar conta da teoria relacionada à melancolia utilizamos os textos de autores como: Sigmund Freud (1976), Maria Rita Kehl (2009), Julia Kristeva (1989), Walter Benjamin (1985), Susan Sontag (1976), Suzana Lages (2007). Para os estudos relacionados à resistência e a memória, utilizaremos os textos de Alfredo Bosi (2002), Jacques Le Goff (2003), Paul Ricoeur (2007) e Aleida Assmann (2011), servirão de base para nossas reflexões.

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Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES)

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Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES)

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This article aims to analyze aspects of Orfãos do Eldorado (2008), by Milton Hatoum, to elucidate the plot construction by the use of memory, which articulates three narrative perspectives: the mythic, the social-historic and the mythic-social-personal. This process presents as a result a textual configuration marked by a contemporary diction, by the creative work and by a certain lyricism that allows us to say, as Tania Pellegrini and Alfredo Bosi, that there is a ‘revisitated’ regionalism in this author work.

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This article deals with how Milton Hatoum explores aspects of the memory, through the convergence of voices in his four Lusophone novels Tale of a Certain Orient, The Brothers, Ashes of the Amazon and Orphans of Eldorado. A profile of complex characters is constructed through a synthesis of accounts, letters and depositions, as different faces of individuals and society at large are interspersed through memory.

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Pós-graduação em Letras - IBILCE

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Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES)

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Este artículo propone una lectura comparativa de la obra teatral 'Fando y Lis', del dramaturgo español Fernando Arrabal, y el romance brasileño 'Los Huérfanos de El Dorado' (Órfãos do Eldorado), del amazónico Milton Hatoum, a través del espacio imaginado por los personajes, las ciudades 'Tar' y la 'Ciudad Encantada' (Cidade Encantada). En el texto teatral de Fernando Arrabal, los personajes Fando y Lis pasan su vida caminando hacia 'Tar' (espacio imaginado), que siempre se describe como un lugar que todos intentan alcanzar. En 'Los Huérfanos de El Dorado', Arminto pasa la vida buscando a una mujer que se fue a la 'Ciudad Encantada' (también un lugar imaginado). Este trabajo sostiene que 'Tar' y 'Ciudad Encantada' tiene algo en común: los personajes creen que ellas existen, pues son parte de la creación de los personajes. Gaston Bachelard en 'La poética del espacio' trata de la inmensidad íntima, de la dialéctica del exterior y del interior de los personajes. Es a través de este prisma teórico que se hará el análisis comparativo de las dos obras, de los dos espacios imaginados

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Este artículo propone una lectura comparativa de la obra teatral 'Fando y Lis', del dramaturgo español Fernando Arrabal, y el romance brasileño 'Los Huérfanos de El Dorado' (Órfãos do Eldorado), del amazónico Milton Hatoum, a través del espacio imaginado por los personajes, las ciudades 'Tar' y la 'Ciudad Encantada' (Cidade Encantada). En el texto teatral de Fernando Arrabal, los personajes Fando y Lis pasan su vida caminando hacia 'Tar' (espacio imaginado), que siempre se describe como un lugar que todos intentan alcanzar. En 'Los Huérfanos de El Dorado', Arminto pasa la vida buscando a una mujer que se fue a la 'Ciudad Encantada' (también un lugar imaginado). Este trabajo sostiene que 'Tar' y 'Ciudad Encantada' tiene algo en común: los personajes creen que ellas existen, pues son parte de la creación de los personajes. Gaston Bachelard en 'La poética del espacio' trata de la inmensidad íntima, de la dialéctica del exterior y del interior de los personajes. Es a través de este prisma teórico que se hará el análisis comparativo de las dos obras, de los dos espacios imaginados

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Este artículo propone una lectura comparativa de la obra teatral 'Fando y Lis', del dramaturgo español Fernando Arrabal, y el romance brasileño 'Los Huérfanos de El Dorado' (Órfãos do Eldorado), del amazónico Milton Hatoum, a través del espacio imaginado por los personajes, las ciudades 'Tar' y la 'Ciudad Encantada' (Cidade Encantada). En el texto teatral de Fernando Arrabal, los personajes Fando y Lis pasan su vida caminando hacia 'Tar' (espacio imaginado), que siempre se describe como un lugar que todos intentan alcanzar. En 'Los Huérfanos de El Dorado', Arminto pasa la vida buscando a una mujer que se fue a la 'Ciudad Encantada' (también un lugar imaginado). Este trabajo sostiene que 'Tar' y 'Ciudad Encantada' tiene algo en común: los personajes creen que ellas existen, pues son parte de la creación de los personajes. Gaston Bachelard en 'La poética del espacio' trata de la inmensidad íntima, de la dialéctica del exterior y del interior de los personajes. Es a través de este prisma teórico que se hará el análisis comparativo de las dos obras, de los dos espacios imaginados

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lido nada de Milton Hatoum. Mas, emprestado por uma amiga, li Dois Irmãos e perguntei- me por que razão não tinha ouvido falar dele antes. Às vezes ando distraída e deixo passar várias informações literárias em revistas, jornais e rádio (televisão não tenho). Deve ter sido numa dessas alturas que o seu nome foi falado, até porque as notícias das suas vitórias de prémios literários foram difundidas no nosso país. Tendo passado por diversas profissões (arquiteto, professor de literatura, cronista), Milton Hatoum não é um desconhecido em Portugal e muito menos no Brasil. Por cá, a sua obra (quatro romances e um livro de contos) está publicada na Cotovia (Relato de um certo Oriente – 1999; Dois irmãos – 2000; Cinzas do norte – 2005 e os contos A cidade ilhada – 2009) e na Teorema (Órfãos do El Dourado – 2009). No Brasil, todos os romances foram premiados: três deles com o prestigiado prémio Jabuti de Literatura e um, Cinzas do norte, com o importante Prémio Portugal Telecom de Literatura. Dois irmãos é um livro pequeno, mas muito intenso. Depois de terminarmos a leitura ainda ficamos com as personagens e os seus dramas de vida na nossa memória. Passado em Manaus, acompanha a história da família de Zana e Halim, um casal de libaneses emigrados no Brasil. A ação acompanha décadas da família (os gémeos teriam nascido em 1925), principalmente do período que medeia a Segunda Guerra até à ditadura militar, pelo olhar de uma personagem secundária, que sabe de muitas destas histórias em segunda mão, através das conversas com diversas personagens, principalmente Halim e a índia Domingas que, vimos a saber, é sua mãe. Tudo nos é revelado aos poucos, como se o narrador (cujo nome, Nael, só sabemos quase no fim) nos fosse contando à medida que se vai lembrando, recuando e avançando no relato.