959 resultados para Lispector, Clarice, 1925-1977 Crítica e interpretação
Resumo:
Esta pesquisa analisa os romances A paixo segundo G.H. (1964), de Clarice Lispector e Malina (1971), de Ingeborg Bachmann, detendo-se nos conceitos de narrao e identidade, procurando estabelecer um ponto de contato entre os dois, visto que atravs da conscincia do ato narrativo que as personagens-narradoras dos dois romances podem dispor de elementos que as ajude a construir sua identidade. Os romances sero analisados como sendo exemplos de romance de formao do sculo XX, assumindo ento que o caminho percorrido pelas personagens G.H. e Eu seria uma trajetria formativa na qual conscientizam-se de si mesmas e amadurecem atravs do enfrentamento de conflitos existenciais. Os corpora desta dissertao foram escritas em um perodo limtrofe entre a literatura Modernista e Ps-Moderna, agregando em si caractersticas de ambas as pocas, destacados por um enredo denso e repleto de artifcios de linguagem que explicitam a conscincia narrativa das personagens-narradoras do romance. O objetivo desta dissertao , portanto, analisar a importncia da conscincia da narrativa de G.H. e Eu durante o seu processo formativo e porque a narrao cede lugar ao silncio nas obras de ambas as escritoras, ainda que de maneira distinta
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Imagens de um corpo de mulher: (re)criaes na obra de arte de Clarice Lispector e Frida Kahlo uma pesquisa de ordem literria e filosfica, que tem como objetivo encontrar um corpo de mulher atravs da anlise de parte da produo literria de Clarice Lispector e plstica de Frida Kahlo, experimentada tambm pela pesquisadora no exerccio desta escrita acadmica. Com o mtodo comparativo, esta dissertao prope apresentar zonas fronteirias entre a plasticidade e a textualidade, tanto da palavra, quanto da imagem. Tendo como ponto de interseo o corpo, h uma escritora que pinta e uma pintora que escreve: neste duplo deslocamento, vislumbram-se cruzamentos das quais insurgem corporalidades cuja constncia estar em transformao. Nos processos criativos das duas artistas pesquisadas, so tnues os limiares entre vida e arte. Coloca-se em questo o conceito de representao, j h muito tempo em crise, e possibilita o uso do termo (re)criao. No livro gua Viva, de Clarice Lispector, uma personagem-pintora realiza uma metaescrita, discutindo as limitaes e os alcances do prprio ato de escrever. Nos quadros de Frida Kahlo, recorrente a presena de uma figura corprea marcada por procedimentos cirrgicos, fruto da condio enferma que acompanhou a artista por toda sua trajetria. Cada uma, a seu modo e a partir de seu prprio corpo vivente, produziu (re)criaes que implicam, em suas obras de arte, o leitor e o fruidor, inclusive a pesquisadora. Diante desse panorama, destacam-se os imbricamentos entre a Literatura e a Pintura, assim como entre a Arte e a Filosofia. Este trnsito no s aponta, mas tambm gera corpos potico-conceituais. A cintilao destes encontros, pois, o devir aqui estudado um corpo de mulher por vir
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Ps-graduao em Estudos Lingusticos - IBILCE
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Muito j se disse sobre Clarice Lispector, muito h, no entanto, a se dizer ainda. Com este nosso trabalho, ousamos trilhar um caminho que nos parece duplamente pouco explorado: por um lado, nos debruamos sobre as pausas, as lacunas, as suspenses do dizer que se materializam em cortes no fio discursivo da literatura clariceana; mais especificamente nas interrupes que comparecem por meio de travesses, parnteses e a estendemos para a interrogao em A Hora da Estrela. Por outro lado, trazemos, para este nosso objetivo, uma abordagem discursiva, isto , temos como suporte terico-metodolgico a Anlise de Discurso cujos autores basilares so Pcheux e Orlandi. Esta autora, ao deslocar o estudo da pontuao do campo da gramtica para o domnio do discurso, considera a pontuao como o lugar em que o sujeito trabalha seus pontos de subjetivao, o modo como interpreta (Orlandi, 2005). A pontuao, vista discursivamente, abre fendas do no-dizer no dizer, trabalhando sua (in)completude. Os travesses, os parnteses e a interrogao, em Clarice, rompem repetida e sucessivamente a linearidade da lngua expondo seus vazios, seus meandros, seus impasses. Analisaremos o funcionamento discursivo desses trs sinais de pontuao no dizer do narrador de A Hora da Estrela, assim como investigaremos as posies-sujeito do narrador que se delineiam em cada funcionamento desses sinais: posio-sujeito de narrador onipotente/onisciente, posio-sujeito de narrador impotente e posio-sujeito de narrador vacilante. Para nosso trabalho, apoiamo-nos tambm nas reflexes tericas acerca da heterogeneidade da lngua, propostas por Authier-Revuz e trazemos o conceito de enunciao vacilante formulado por Paulillo. Podemos dizer que, nas incisas desta novela clariceana, jogam posies-sujeito que se polemizam, que se equivocam. Essas posies refletem uma narrativa que ora descreve a possibilidade de narrar, de descrever o outro, ora confessa a impossibilidade de capturar esse outro pela palavra: narrador vacilante, narrativa vacilante
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Analisar a fico gua Viva, de Clarice Lispector, o desafio desta dissertao, que integra autor, texto e leitor em uma discusso acerca de experincia esttica e estrutura textual. Partindo de conceitos desenvolvidos pela Teoria do Efeito Esttico, de Wolfgang Iser, o objetivo a ser atingido o de identificar as ferramentas utilizadas pela autora Clarice Lispector que fazem de seu texto potncia esttica a ser desencadeada pelo leitor no ato da leitura. Ao investigar a estrutura desta obra, encontram-se elementos que tornam vulnerveis concepes pr-estabelecidas acerca da literatura, abrindo-se em vazios constitutivos que convidam o leitor a participar da criao de significaes e da experimentao dos sentidos. A aproximao entre texto e artes plsticas, principalmente pintura, tem forte presena nesta obra, que provoca a formao de imagens no momento do contato com o texto, acontecimento em que se fundem tempo e espao para a irrupo do instante-j. Procurou-se, ainda, identificar tendncias comuns entre a produo deste texto de Clarice Lispector e os questionamentos presentes em outras manifestaes artsticas da poca, notadamente quanto ao carter transitrio que a arte dos anos 70 assume, fazendo com que o prprio movimento, a prpria transformao, tornem-se estrutura da arte de ento
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Ps-graduao em Estudos Lingusticos - IBILCE
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Clarice Lispector foi uma das maiores escritoras brasileiras e, por essa razo, uma das mais estudadas. Muitas relaes se fizeram entre sua escrita e a de alguns dos principais cones da literatura mundial. Entretanto, o mesmo no aconteceu com seus textos produzidos aproximadamente a partir da dcada de 1970, a fico derradeira da autora. As obras produzidas principalmente durante essa dcada, com algumas consagradas excees, foram um tanto negligenciadas pela crítica. As pesquisadoras Marta Peixoto e Snia Roncador procuraram provar que a pouca ateno s obras da fico tardia da autora se deve ao fato de que as mesmas apresentam tendncias que vo contra as caractersticas do que Clarice produziu anteriormente, como se a escritora tivesse desejado criar um repertrio de formas que contradiziam sua produo de antes de 1970. Para demonstrar tal inteno de Lispector, este trabalho procura analisar as caractersticas do manuscrito Objeto gritante nunca publicado , o qual, aps uma srie de alteraes significativas, acabou por se transformar na obra gua viva. Caso o projeto do manuscrito no tivesse sofrido redirecionamentos substanciais, teria sido a primeira ocorrncia, em livro, das novas formas da escrita clariciana que comeavam a se manifestar naquela poca, mas que vieram a se consolidar nas suas obras posteriores
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Coordenao de Aperfeioamento de Pessoal de Nvel Superior (CAPES)
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Ps-graduao em Letras - IBILCE
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Ps-graduao em Letras - FCLAS
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O corpus desta dissertao tem por objetivo a anlise das obras A Maior flor do Mundo de Jos Saramago, O Gato e o Escuro de Mia Couto e O Mistrio do Coelho Pensante de Clarice Lispector para o pblico infantil. A anlise empreendida tem como referencial terico a Esttica da Recepo de Hans Robert Jauss e a Teoria do Efeito Esttico de Wolfgang Iser, correntes que figuram o leitor como elemento atuante no ato da leitura, convidando-o a mergulhar nas entrelinhas dos textos e preencher lacunas ou hiatos, deixados pelos autores que mobilizam o leitor a formular o que no foi dito atravs da imaginao. A linguagem das obras mencionadas age como instrumento de percepo do leitor e smbolo da infncia, pois, tornar-se-o prazerosa, fantstica e maravilhosa sem a funo disciplinadora e moralista que, anteriormente, inibia a criana de se expressar com liberdade. Ao trabalhar com conceitos como recepo, efeito, horizonte de expectativas e leitor implcito, busca-se explicar como se d a leitura e a sua insero no contexto das prticas culturais de produo de sentido. As obras estudadas contribuem para a formao de leitores crticos e reflexivos ao questionarem a linguagem literria diante das experincias da vida. As ilustraes das obras no se apresentam somente como simples complementao dos textos verbais, mas tambm, adquirem significados e expresses estticas
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Ps-graduao em Letras - IBILCE
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Ps-graduao em Estudos Lingusticos - IBILCE
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O objetivo deste trabalho foi o de demonstrar a importncia e pertinncia do dilogo entre literatura e religio, concentrando o mbito de sua pesquisa a partir das relaes entre a escritura de Clarice Lispector e as ressonncias de uma tradio (judasmo), que embora no tenha sido assumida pela autora, persiste, encalacrada em toda a sua obra. Tendo, como objeto de pesquisa o romance A Hora da Estrela, esta dissertao procurou entender como o drama da narrativa, em seu jogo de tenses e identidades, em sua pluralidade de ttulos e referncias, sinaliza tambm um profundo problema com a religio. Focando, de forma especial a personagem Macaba, este estudo procurou compreender como as referencias da personagem, sua dificuldade com as palavras, seus desencontros do outro (tu) e sua rejeio social, revelam um grave problema de ordem teolgica, demonstrando os equvocos de uma sociedade, que fundada sobre o prisma da religio, massacra os mais fracos. O desfecho do livro sinaliza uma possvel epifania, mas, desvela-se num fracasso da religio e de seu poder salvfico. O trabalho procurou a partir dos principais temas do romance, perceber suas correspondncias com o tema da religio. Pode com isso, a partir das contribuies de Scholem, ver como dilema existencial e subjetivo da personagem possui proximidade com o drama mstico cabalstico, alm disso, perceber as correlaes entre a obra clariceana e textos da tradio judaca, quer na sua referncia explcita (nome da personagem), como tambm, em seu aspecto de busca, em sua forma de midrash e nas inmeras exegeses e comentrios que propicia. Finaliza seu esforo, levantando uma discusso tica sobre os valores teolgicos da sociedade e seus profundos equvocos, ante a vida e morte da pobre Macaba, uma mulher que viveu a religio nos limites da prpria existncia.
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O objetivo deste trabalho foi o de demonstrar a importncia e pertinncia do dilogo entre literatura e religio, concentrando o mbito de sua pesquisa a partir das relaes entre a escritura de Clarice Lispector e as ressonncias de uma tradio (judasmo), que embora no tenha sido assumida pela autora, persiste, encalacrada em toda a sua obra. Tendo, como objeto de pesquisa o romance A Hora da Estrela, esta dissertao procurou entender como o drama da narrativa, em seu jogo de tenses e identidades, em sua pluralidade de ttulos e referncias, sinaliza tambm um profundo problema com a religio. Focando, de forma especial a personagem Macaba, este estudo procurou compreender como as referencias da personagem, sua dificuldade com as palavras, seus desencontros do outro (tu) e sua rejeio social, revelam um grave problema de ordem teolgica, demonstrando os equvocos de uma sociedade, que fundada sobre o prisma da religio, massacra os mais fracos. O desfecho do livro sinaliza uma possvel epifania, mas, desvela-se num fracasso da religio e de seu poder salvfico. O trabalho procurou a partir dos principais temas do romance, perceber suas correspondncias com o tema da religio. Pode com isso, a partir das contribuies de Scholem, ver como dilema existencial e subjetivo da personagem possui proximidade com o drama mstico cabalstico, alm disso, perceber as correlaes entre a obra clariceana e textos da tradio judaca, quer na sua referncia explcita (nome da personagem), como tambm, em seu aspecto de busca, em sua forma de midrash e nas inmeras exegeses e comentrios que propicia. Finaliza seu esforo, levantando uma discusso tica sobre os valores teolgicos da sociedade e seus profundos equvocos, ante a vida e morte da pobre Macaba, uma mulher que viveu a religio nos limites da prpria existncia.