16 resultados para Callitrichidae


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Espécies exóticas são consideradas a segunda maior ameaça ao meio ambiente, sendo um risco às espécies nativas devido à predação, competição, hibridação e transmissão de patógenos. Callithrix jacchus e Callithrix penicillata são espécies exóticas amplamente difundidas no Estado do Rio de Janeiro. No presente estudo, dados comportamentais e ecológicos foram amostrados entre Setembro de 2008 e Agosto de 2009 usando-se o método animal focal com amostragem instantânea, acompanhando sete grupos mistos de Callithrix spp. no arboreto do Jardim Botânico do Rio de Janeiro (JBRJ). A densidade dos saguis foi estimada em cerca de 130 indivíduos por Km2. Na dieta, foram identificadas 51 espécies arbóreas fontes de exsudatos e 39 espécies fontes de frutos, folhas, flores e néctar. Os saguis se alimentaram também de invertebrados, pequenos vertebrados, e alimentos direta ou indiretamente fornecidos por visitantes do JBRJ. O consumo de exsudatos foi maior na estação mais seca, e de frutos e insetos na estação mais chuvosa. Os saguis utilizaram mais os estratos verticais intermediários e sub-bosque nas suas atividades diárias, e áreas protegidas por epífitas no dossel de 30 espécies diferentes de árvores como locais de dormida. Os saguis apresentaram relações interespecíficas harmônicas, neutras e desarmônicas com diversas espécies de aves e mamíferos. A dispersão de sementes de árvores exóticas e o uso exagerado de espécimes vegetais para gomivoria pelos saguis podem afetar a integridade da coleção do JBRJ. A alta densidade de saguis e predação de espécies da fauna local podem afetar o equilíbrio da comunidade faunística. Com base nas observações in situ, as espécies alóctones C. jacchus e C. penicillata causam danos e necessitam de manejo, que deve ser estudado e implementado para o controle criterioso de suas populações.

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Parasites of wild primates are important for conservation biology and human health due to their high potential to infect humans. In the Amazon region, non-human primates are commonly infected by Trypanosoma cruzi and T rangeli, which are also infective to man and several mammals. This is the first survey of trypanosomiasis in a critically endangered species of tamarin, Saguinus bicolor (Callitrichidae), from the Brazilian Amazon Rainforest. Of the 96 free-ranging specimens of S. bicolor examined 45 (46.8%) yielded blood smears positive for trypanosomes. T rangeli was detected in blood smears of 38 monkeys (39.6%) whereas T. cruzi was never detected. Seven animals (7.3%) presented trypanosomes of the subgenus Megatrypanum. Hemocultures detected 84 positive tamarins (87.5%). Seventy-two of 84 (85.7%) were morphologically diagnosed as T rangeli and 3 (3.1%) as T. cruzi. Nine tamarins (9.4%) yielded mixed cultures of these two species, which after successive passages generated six cultures exclusively of T. cruzi and two of T rangeli, with only one culture remaining mixed. Of the 72 cultures positive for T rangeli, 62 remained as established cultures and were genotyped: 8 were assigned to phylogenetic lineage A (12.9%) and 54 to lineage B (87.1%). Ten established cultures of T. cruzi were genotyped as TCI lineage (100%). Transmission of both trypanosome species, their potential risk to this endangered species and the role of wild primates as reservoirs for trypanosomes infective to humans are discussed. (C) 2008 Elsevier B.V. All rights reserved.

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The Callitrichidae family is characterized by flexibility in its mating system, being possible to find monogamous, polyandrid and polygynic groups. Its social organization and mating system can be defined by the interaction between ecological and demographic factors plus the degree of relatedness among the individuals in the population. The objective of this work was to demonstrate the influence of relatedness and coexistence on the establishment and maintenance of social relations between Callithrix jacchus adult males. Four pairs of related adult males (CP), 4 pairs with coexistence between the animals in the pair (CC) and 4 pairs with no relatedness (SP) were studied. The pairs in the group CC had been kept in the same cage for at least 8 months before the experiment and the pairs in the group SP were put together at the beginning of the study. Each animal was observed 3 times/week for 2 months, in 15 min. sessions, through focal time sampling with instantaneous record each minute. In the first month, only the pair of males was kept in the cage (Phase I) and in the second month, a female was introduced into the cage (Phase II). The affiliative, agonistic and sexual interactions were registered. Affiliative interactions showed similar frequencies for all groups in phases. There was also no significant difference in the agonistic interactions of the CP, CC and SP males in Pase I, even considering that group SP exhibited higher levels of agonism. In Phase II, there was a statistically significant increase comparing to the others. The results demonstrate that relatedness and coexistence are of great importance for maintaining reprodutive and social stability inside the group. Nonetheless, in this study, only one of the males in the pair had sexual interations with the females, except for 2 pairs. This was assured through mate guarding and agonism directed to the potencial competitor. The most probable mating system would be functional monogamy, where the males would present low levels of competition, if there is relatedness and coexistence among them; on the other hand, a strong competition if there is no relatedness between the individuals. Even so, a polyandric system would also have to be considered

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In New World primates, mixed-species troops have been reported. Here, we analysed the performance of affiliative and agonistic behaviours of Callithrix jacchus and Callithrix penicillata living in mixed groups. For this purpose, we recorded the interaction of the individuals from two groups located in Bauru city, in the state of Sao Paulo (Brazil). Our data show that in both groups, affiliative behaviours appeared more frequently than agonistic ones. We concluded that there is cohesion inside the mixed-species troops observed. We suggest that a deeper knowledge about the social behaviour of mixed-species troop species certainly may be useful in projects linked with the management of the impact caused by them.

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As populações introduzidas de saguis preocupam biólogos e conservacionistas, por causa do seu potencial de ocupação de hábitat, hibridação com congêneres nativos, predação de representantes da fauna local, transmissão de doenças e competição com outras espécies. É necessário entendermos o que favorece essa flexibilidade na utilização do suporte e no padrão comportamental que possibilita que os saguis sobrevivam em ambientes florestais tão diversos e até mesmo em regiões muito alteradas e antropizadas, como as grandes metrópoles. Foram acompanhados indivíduos de Callithrix sp. no arboreto do JBRJ. O trabalho de campo foi feito entre agosto de 2012 e agosto de 2013 e acumulou 205 horas de observações e 400 horas de esforço amostral. O método de amostragem utilizado foi o Animal Focal, no qual apenas um indivíduo do grupo foi analisado por sessão amostral, de 3 minutos com 7 minutos de intervalo. A cada dez minutos, em uma nova sessão amostral, o foco era mudado para outro indivíduo do grupo. Adultos, subadultos e jovens foram observados. Os indivíduos de Callithrix sp. no JBRJ utilizam de forma diferenciada as categorias de utilização de habitat, com maior frequência a estratificação vertical inferior (entre 0 e 4,9m), suportes de diâmetro fino (até aproximadamente 14 cm de diâmetro), superfície média e inclinação horizontal (0 a 30), corroborando a outros estudos realizados que também verificaram estes padrões. Houve diferenças comportamentais dos indivíduos de Callithrix sp. no JBRJ entre as classes de machos e fêmeas adultos, subadultos e jovens. Os indivíduos machos realizaram com maior frequência todos os comportamentos. Resultados que contribuem para o conhecimento aprofundado sobre o comportamento desses primatas, no qual até então não tinham sido feitas comparações diretas entre as classes consideradas. Principalmente o resultado encontrado de que os machos são mais ativos que as demais classes, o que não é mencionado na literatura até o presente e favorece para compreendermos mais sobre essas espécies

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O sagui-da-serra-escuro (Callithrix aurita) (É.Geoffroy, 1812) é uma espécie endêmica da Mata Atlântica e ameaçada de extinção, considerada em perigo. Callithrix jacchus e C. penicillata são espécies invasoras no Estado do Rio de Janeiro, que competem com C. aurita pelos mesmos recursos, além de formarem híbridos. Nesse contexto, avaliamos a distribuição espacial das espécies de saguis (nativa e invasoras) no interior e entorno do Parque Nacional da Serra dos Órgãos (PARNASO), RJ, Brasil, através do método de playback, entrevistas, e a modelagem de ocupação e detecção. Além disso, comparamos os dados de distribuição atual com os registros de ocorrência anteriores a esse estudo. Os resultados mostraram que a população de saguis nativos e invasores presentes no interior no parque possuem probabilidade de ocupação (0,20 e 0,22), detecção (0,22 e 0,26) e abundância (12,65 e 13,68 grupos) semelhantes. A ocupação de C. aurita está relacionada às áreas do parque mais afastadas da estrada e com menor interferência humana, provavelmente pelo efeito da elevada altitude nessas regiões. Enquanto que a ocupação dos saguis invasores está relacionada à proximidade dos limites do parque e a maior interferência humana, tanto em maiores altitudes quanto em menores. Registramos o processo de hibridação entre saguis nativos e invasores, e a formação de grupos mistos entre eles, em diversos pontos da região de Petrópolis, inclusive no interior do parque, evidenciando as consequências do processo de invasão. Concluímos que a população de Callithrix aurita no PARNASO é pequena, restrita a uma única região do parque, e parte dela possui contato com grupos de saguis invasores, ou está bem próxima deles. As espécies de saguis invasores ocorrem em alguns locais no interior do parque e por todo o seu entorno. Portanto, há uma pressão dos saguis invasores em direção ao interior do PARNASO. Diante deste processo de extinção local de uma espécie endêmica, ameaçada de extinção, e com uma restrita distribuição geográfica, alertamos para a urgente necessidade de iniciar um eficiente programa de manejo das espécies de saguis invasores, juntamente com a reintrodução de grupos de Callithrix aurita.

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Callithrix jacchus, as the other species in the family Callitrichidae, lives in social groups. The groups cam be found in different habitats, whose distinct floristic physiognomies and communities are intrinsically related to their behavioral ecology and social relations. Our objective was to describe the social relations and feeding behavior of Callithrix jacchus in the Bioma Caatinga. We observed a group at the FLONA (National Forest IBAMA), in Açu-RN, in northeastern Brazil, compose of five adults (2 females and 3 males) at the beginning of the study. The birth of five animals was registered along the study. The following behavioral categories were registered along eleven months, once a week, through instantaneous focal animal sampling: social grooming, contact, proximity, foraging, feeding, locomotion and rest. Foraging presented the highest levels comparing to other activities, and was more frequent in the dry season. Social grooming was the second more frequent activity, with higher levels in the rainy season, and between the reproductive couple. We found similar results for proximity. The most explored feeding item was the gum, specially in the rainy season. The most explored species for exudates feeding were Cirus limon (limão) and Pitecolobiun foliolosum (jurema branca). The comparision of fruit and insect ingestion between the seasons showed higher percentage for both in the dry season. The general activity pattern was similar to what is registeded in groups the inhabit the Atlantic Forest. These results indicate the flexibility of the species which survives and reproduces in such physically and biologically different environments

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The Callitrichidae family presents cooperative breeding, where breeders and non breeders take care of the offspring. The aspects of care analyzed in this study were infant carrying, supervision, proximity and food transfer. Three sets of infants from two wild groups of Callithrix jacchus were studied in the environments of Caatinga (Assu group) and Atlantic Forest (Jundiaí group). The methods used in the study were instantaneous focal sampling (infant carrying, supervision and proximity) and continuous focal sampling (food transfer). In the two sets observed in Assu group, the father carried and transferred food to infants more than the rest of the group. The biggest contribution in supervision was from the father and from another adult male. The members that remained in proximity to the infants in both groups were the younger in the groups (juveniles and sub-adults). In the Jundiaí group, the father and the adult male helper of the group were the main caregivers; one of the sub-adult females was responsible for supervision of the infants. With the disappearance of the reproductive male and one of the sub-adults females in 3º month of infants life, the care was redistributed and the only adult male left in the group was the animal that contributed more in provisioning of the infant. In the Assu group, there were adult females in its composition which were involved in agonistic interactions with breeders and adult males, and seemed to influence their low participation in care. Food transfer initiates early in the development of the infants, as a way to encourage nutritional independence. Different types of food transfer (active food transfer, food steal, food steal attempt, passive food transfer and food handling) were observed in the study and frequency of each one varied with developmental phase and tolerance by the members. One relevant data of the study was the presence of active food transfer in Assu group, since in literature there are very few registers of this type of transfer for this species. It is important that groups from distinct environments and composition be studied for a better understanding of the dynamics of infants development

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Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP)

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The systematics of the subfamily Callitrichinae (Platyrrhini, Primates), a group of small monkeys from South America and Panama, remains an area of considerable discussion despite many investigations, there being continuing controversy over subgeneric taxonomic classifications based on morphological characters. The purpose of our research was to help elucidate the phylogenetic relationships within the monkey genus Saguinus (Callitrichinae) using a molecular approach to discover whether or not the two different sections containing hairy-faced and bare-faced species are monophyletic, whether Saguinus midas midas and Saguinus bicolor are more closely related than are S. midas midas and Saguinus midas niger, and if Saguinus fuscicollis melanoleucus and Saguinus fuscicollis weddelli really are different species. We sequenced the 957 bp ND1 mitochondrial gene of 21 Saguinus monkeys (belonging to six species and nine morphotypes) and one Cebus monkey (the outgroup) and constructed phylogenetic trees using maximum parsimony, neighbor joining, and maximum likelihood methods. The phylogenetic trees obtained divided the genus Saguinus into two groups, one containing the small-bodied species S. fuscicollis and the other, the large-bodied species S. mystax, S. leucopus, S. oedipus, S. midas, S. bicolor. The most derived taxa, S. midas and S. bicolor, grouped together, while S. fuscicollis melanoleucus and S. f. weddelli showed divergence values that did not support the division of these morphotypes into subspecies. On the other hand, S. midas individuals showed divergence compatible with the existence of three subspecies, two of them with the same morphotype as the subspecies S. midas niger. The results of our study suggest that there is at least one Saguinus subspecies that has not yet been described and that the conservation status of Saguinus species and subspecies should be carefully revised using modern molecular approaches.

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As classificações tradicionais envolvendo os macacos da infraordem Platyrrhini, principalmente baseadas em características morfológicas, têm sido contestadas por dados moleculares recentes. A subfamília Callitrichinae (Platyrrhine, Primates) engloba um diverso grupo de espécies, muitas das quais consideradas em perigo de extinção. A presente análise de duas regiões do DNA, um gene mitocondrial (ND1) e um gene nuclear (regiões intrônicas da transferrina), sugerem que Callithrix pygmaea apresenta variabilidade suficiente para justificar a existência de subespécies ou até mesmo de espécies distintas. As árvores filogenéticas baseadas na região do ND1 indicam que esta espécie está relacionada mais proximamente aos marmosets amazônicos do que aos da mata Atlântica. Estes resultados reabrem a discussão sobre diversidade e programas de conservação baseados apenas em classificações taxonômicas tradicionais.

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Oito subespécies do gênero Saguinus (S. f. fuscicollis, S. f. weddelli, S. b. bicolor, S. b. martinsi, S. m. mystax, S. i. imperator, S. m. midas e S. m. niger) foram estudadas citogeneticamente, das quais cinco (S. f. fuscicollis, S. f. weddelli, S. b. martinsi, S. m. mystax e S. i. imperator) tiveram seu cariótipo descrito pela primeira vez neste estudo. Os cariótipos foram analisados por coloração convencional, pelos padrões de bandas G, C e NOR, e pelo método de bandeamento sequencial G/C. Todos os espécimens mostraram o mesmo número diplóide (2n = 46 cromossomos) e os padrões de bandas G, C e NOR foram muito similares entre as subespécies, diferindo apenas na quantidade e distribuição de heterocromatina constitutiva de alguns autossomos. Heterocromatina constitutiva presente na região telomérica de alguns cromossomos foi observada apenas em S. f. fuscicollis e S. f. weddelli. O cromossomo X foi igual em todas subespécies, porém, o cromossomo Y diferiu em morfologia e tamanho. Quimerismo cromossômico XX/XY foi verificado em todas as subespécies.