7 resultados para Aeglidae


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O presente trabalho teve por objetivo avaliar alguns aspectos relacionados à zoogeografia e ecologia dos ostracodes da plataforma interna norte do Rio de Janeiro, próximo à cidade de Cabo Frio. O material de estudo resultou da análise de 43 amostras sedimentológicas coletadas durante a expedição GEOCOSTA RIO II. Este estudo permitiu o reconhecimento de 16 famílias, 49 gêneros, 66 espécies e dois gêneros que permaneceram em nomenclatura indeterminada. A descrição de uma nova espécie, Actinocythereis brasiliensis sp. n., também foi realizada no âmbito do presente trabalho. As famílias mais representativas quanto à abundância e o número de espécies foram Thaerocytheridae e Cytheruridae, respectivamente. A espécie mais constante na área foi Caudites ohmerti e, dentre as com maior dominância estão, Caudites ohmerti, Meridionalicythere? dubia, Callistocythere litoralensis, Paracytheridea bulbosa, Urocythereis dimorphica, Henryhowella inflata, Oculocytheropteron delicatum, Xestoleberis umbonata, Henryhowella macrocicatricosa e Brasilicythere reticulispinosa. As preferências sedimentológicas e batimétricas das espécies são também discutidas neste trabalho. É sugerido que se estenda a distribuição zoogeográfica, um pouco mais ao norte, para sete espécies: Cushmanidea variopunctata, Neocytherideis impudicus, Hemingwayella advena, Hemingwayella sp., Urocythereis dimorphica, Munseyella cornuta e Basslerites costata. A grande maioria das espécies são características da plataforma continental sul, sendo que destas o maior percentual pertence à Subprovíncia Sul-Brasileira. De acordo com a fauna registrada, predominantemente de águas frias, chegamos a conclusão que a sua presença se deve, em grande parte, à influência da ressurgência marinha na área de estudo A proporção sexual foi de 1,19 machos para 1 fêmea. Fêmeas ovígeras encontradas entre abril e setembro e o ingresso de juvenis na população (recrutamento) foi observado em novembro e dezembro de 2000.

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Os eglídeos constituem o único grupo de anomuros que ocorrem em águas continentais, na região subtropical e temperada da América do Sul. Com o objetivo de obter informações sobre o comportamento reprodutivo desse grupo, machos e fêmeas de Aegla platensis foram coletados no Arroio do Mineiro, na bacia hidrográfica do rio Gravataí, no município de Taquara, localidade da Fazenda Fialho, RS (29° 46 S - 50° 53 W) e trazidos para o laboratório para aclimatação e posterior observação. Na sala de cultivo do laboratório de crustáceos da UFRGS, os animais foram mantidos, observados e filmados durante seis meses ad libitum. Foram montados três experimentos (experimentos 1, 2 e 3), com casais, trincas (um macho e duas fêmeas) e quartetos (um macho e três fêmeas), respectivamente. A partir dos protocolos de observações diárias dos experimentos e das filmagens, as atividades dos animais, o comportamento reprodutivo e a influência da maturidade fisiológica das fêmeas no comportamento reprodutivo foram descritos e analisados. Ao longo das observações os animais exibiram atos de inatividade e atividades de rotina. Tanto os machos quanto as fêmeas alternaram períodos de atividade, nos quais basicamente alimentaram-se e limparam-se, com períodos de letargia, nos quais estavam escondidos. O número e a maturidade fisiológica das fêmeas nos experimentos influenciaram as atividades dos animais. Fêmeas maduras em um mesmo aquário com fêmeas imaturas (experimento 2) apresentaram uma maior atividade, podendo ser explicada por competição por comida. Com três fêmeas em um mesmo aquário (experimento3), os machos aumentam suas atividades. Talvez os machos, com o aumento do número de fêmeas precisem sair dos abrigos ou do estado de letargia para “controlar” o ambiente. O comportamento reprodutivo da espécie foi descrito em três diferentes fases: fase pré-copulatória, fase copulatória e fase pós-copulatória. A fase pré-copulatória foi caracterizada pela exibição dos atos de agarrar e cortejar exibidos pelos machos. Verificou-se uma tendência, ao longo dos experimentos, com o aumento do número de fêmeas, de um aumento na exibição do ato de agarrar, e conseqüente diminuição da corte, sugerindo que o ato de agarrar está relacionado com o reconhecimento das fêmeas e de seus diferentes estágios de maturação das gônadas. Durante a fase copulatória, evidências indicam que o quinto par de pereiópodos pode ser o apêndice responsável pela produção e transferência desse pacote de espermatozóides. Após a cópula, o macho permanece próximo à fêmea, para que essa dar início à fertilização e posterior fixação dos ovos aos pleópodos. O comportamento reprodutivo de A. platensis caracteriza-se por uma fase précopulatória diretamente relacionada à maturidade fisiológica das fêmeas, mediada por atos agonísticos (agarrar) ou atos ritualizados (cortejar), além de uma fase copulatória envolvendo fêmeas em estágio de inter-muda, que também são encontradas em outros grupos de crustáceos decápodos. Algumas dessas características podem ser identificadas em outros anomuros até então estudados, mas o fato novo dentro do grupo é que a espécie não possui espermatóforos produzidos nos vasos deferentes.

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This paper describes a population of Aegla longirostri from Ibicui-Mirim River, Itaara, Rio Grande do Sul State, Brazil, evaluating the size at onset of sexual maturity, relative growth, mean size, size-frequency distribution, sex ratio, ovigerous-rate, and recruitment. Samples were collected monthly from September 1996 to August 1997. Sex, carapace length (CL), cheliped length (ChL), abdomen width (AW), and front width (FW) were recorded for each crab. A total of 586 specimens were collected (277 males, 244 females, and 65 unsexed juveniles). The smallest specimen was 1.5 mm CL and the largest male was 23.8 mm CL. The relative growth analysis and the Mature software showed that the size at onset of sexual maturity was 13.7 mm CL in males and 10.7 mm CL in females. Females were smaller than males and were more abundant in adult classes, whereas males were more representative in juvenile classes. The sex ratio did not differ from 1:1 throughout the collecting period. Recruitment was observed throughout the entire sampling period, but it was higher in the winter months (from June to August). However, ovigerous females were present in spring and summer (from January to April). This population seemed to be at equilibrium during the study period. Recently, this area has been changed because of the construction of a reservoir, and a new study is required to evaluate the present condition of this population of A. longirostri.

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In order to determine the feeding preference of Aegla platensis in streams and the importance of microorganisms in its detritivore diet, we carried out two experiments designed to evaluate the food preferences of A. platensis (1) among leaves with different levels of microbial colonization and (2) among insect larvae (Chironomidae, Simuliidae, Hydropsychidae) and microbially conditioned leaves. A. platensis preferred animal over plant food items; when only leaves were offered, this aeglid preferred the leaves with higher levels of microorganism conditioning.

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In Southern Brazil, Aegla parana Schmitt, 1942 is characterized by a broad distribution throughout the Iguacu River basin, particularly between the southern state of Parana and the northern state of Santa Catarina, preferentially inhabiting streams with rocky substrates. Although there has been an increase in the number of studies about the population biology of Aeglidae, many aspects about the reproductive biology of A. parana are still unknown. Therefore, the present study aimed to investigate the size at sexual maturity, reproductive seasonality and recruitment of A. parana from November, 2008 to December, 2009, in a tributary of the Iguacu River located in Uniao da Vitoria, Parana, Brazil. Basic environmental factors were investigated to determine their influence on the reproductive cycle of this species. Gonadal stages were characterized macroscopically, and the presence or absence of embryos in females (ovigerous females) from monthly samples was recorded. The entire sample was composed of 436 males and 211 females. Although the smallest ovigerous female was 16.2 mm, the average size (carapace length, CL) at sexual maturity (CL50%) was calculated at 17.4 mm. The greatest percentage of females with developed (mature, near spawning) gonads stage was observed from January to June, 2009, while ovigerous females were recorded from April to July, 2009, after which the reproductive period ended. Recruitment occurred from October to December, 2009. The presence of ovigerous females was negatively correlated with temperature (Spearman, p < 0.05). Females carrying embryos were generally collected during periods of lower temperatures, whereas recruits entered the population during periods of higher temperatures, when food for them is more abundant in the region studied.

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Os crustáceos anomuros do gênero Aegla Leach (1820) são animais bentônicos característicos das águas continentais da América do Sul. Podem ser encontrados em arroios e rios de correnteza, ocultos sob pedras e detritos vegetais. Foram descritas 61 espécies desse gênero, que se encontram distribuídas pela região Neotropical com limites norte no município de Franca, no Estado de São Paulo, Brasil e sul na Ilha de Madre de Diós, na Província de Última Esperanza, Chile. Esses animais são considerados importantes elos nas cadeias alimentares dos ambientes líminicos, atuando como predadores de larvas aquáticas de insetos e são presas de aves, rãs, jacarés e peixes. Podem também ser utilizados como bioindicadores na avaliação de qualidade das águas onde ocorrem, uma vez que são bastante sensíveis a mudanças do ambiente. Apesar do expressivo número de espécies do gênero Aegla descritas, existem poucos estudos sobre sua dinâmica populacional, especialmente no que diz respeito a análises enfocando crescimento relativo. O objetivo deste trabalho foi caracterizar o crescimento relativo da espécie Aegla castro no município de Itatinga, interior do Estado de São Paulo. Os eglídeos foram coletados mensalmente durante um ano (Mar/07 a Fev/08) no município de Itatinga. Os animais amostrados foram obtidos mediante esforço de coleta e armadilhas. Para o primeiro método, os exemplares foram coletados com puçás ou peneiras posicionados próximos a pedras e seixos, os quais foram removidos manualmente para desalojar os animais que porventura estejam ali abrigados. No segundo método, foram instaladas armadilhas iscadas no final do período da tarde e recolhidas na manhã do dia seguinte. Os exemplares capturados tiveram os sexos determinados com base em caracteres sexuais secundários (posição da abertura do par de gonóporos... (Resumo completo, clicar acesso eletrônico abaixo)

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Os crustáceos decápodos da família Aeglidae são os únicos anomuros que ocorrem em águas continentais, na região subtropical e temperada da América do Sul. Entre as mais de 60 espécies descritas, várias são simpátricas, destacando-se Aegla camargoi Buckup & Rossi, 1977 e Aegla leptodactyla Buckup & Rossi, 1977, que ocorrem no Rio da Divisa, Município de São José dos Ausentes, RS Com o objetivo de obter informações sobre a ecologia trófica das espécies, com ênfase na partição de nicho trófico, os animais foram coletados sazonalmente, em intervalos de 6 horas, por 24 horas. Em laboratório, foi analisado o conteúdo estomacal, utilizando as técnicas de método dos pontos, classificação do grau de repleção estomacal, freqüência de ocorrência, e índice alimentar. A análise indicou que os animais são omnívoros, alimentando-se preferencialmente de macrófitas, insetos imaturos das ordens Ephemeroptera, Trichoptera, Coleoptera e Diptera. Aegla leptodactyla mostrou maior preferência por macrófitas, relacionada a sua predominância nos ambientes onde ocorrem em maior abundância. A estimativa de repleção estomacal indicou que as duas espécies alimentam-se em todos os horários. Foram identificados e descritos os principais ossículos e estruturas que compõem o estômago desses crustáceos. Não foram detectadas diferenças na morfologia dos estômagos cardíaco e pilórico das espécies. Ambas possuem estômagos desenvolvidos, com dentes robustos, característicos de animais macrófagos. As peças bucais de ambas espécies, como as mandíbulas, maxilas e maxilípodos foram descritas e comparadas, diferindo apenas em relação ao número de dentes da crista dentata do terceiro maxilípodo. A mandíbula é bem desenvolvida, característica de caranguejos predadores. A largura do nicho trófico de cada espécie foi estimada, mostrando pequenas variações sazonais. A sobreposição de nicho trófico entre as duas espécies ocorre em todas as estações, corroborando os resultados obtidos da análise do conteúdo estomacal. Concluiu-se que as espécies são omnívoras generalistas, partilhando os recursos disponíveis no ambiente.