1000 resultados para Actividade tectónica
Resumo:
CL imaging and U–Th–Pb data for a population of zircons from two of the Évora Massif granitoids (Ossa-Morena Zone, SW Iberia) show that both calc-alkaline granitoids have zircon populations dominated by grains with cores and rims either showing or not showing differences in Th/U ratio, and having ages in the range ca. 350–335 Ma (Early Carboniferous). Multistage crystallization of zircon is revealed in two main growth stages (ca. 344–342 Ma and ca. 336–335 Ma), well represented by morphologically complex zircons with cores and rims with different ages and different Th/U ratios that can be explained by: (1) crystallization from melts with different compositions (felsic peraluminous to felsic-intermediate metaluminous; 0.001 Th/U ratio < 0.5) and (2) transient temperature fluctuations in a system where anatectic felsic melts periodically underwent injection of more mafic magmas at higher temperatures. The two studied calc-alkaline granitoids do not include inherited zircons (pre-Carboniferous), probably because they were formed at the highest grade of metamorphism (T 837 °C; granulite facies) and/or because they were derived from inheritance-poor felsic and mafic rocks from a previous cycle, as suggested by the internal structures of zircon cores. These Variscan magmatic rocks with crystallization ages estimated at ca. 336–335 Ma are spatially and temporally related to high-temperature metamorphism, anatexis, processes of interaction between crustal- and mantle-derived magmas and intra-orogenic extension that acted in SW Iberia during the Early Carboniferous.
Resumo:
O levantamento batimétrico MATESPRO, realizado no NW do Golfo de Cádis, revelou a existência de intrigantes objectos morfológicos jacentes entre os 4300 e os 4700 metros de profundidade. Estes objectos, de dimensões quilométricas, são constituídos por uma depressão interna limitada parcialmente por uma escarpa em forma em crescente que pode atingir mais de 100 m de altura, com declives que variam entre os 6 e os 27° e cuja parte interna é constituída por uma depressão preenchida por unidades progradantes, que se desenvolvem no sentido da escarpa. Estes objectos são interpretados como o resultado da acção conjunta de processos tectónicos e sedimentares e da sua interacção com correntes de fundo. A actividade tectónica gera rupturas de declive no fundo do mar. As correntes de fundo e turbidíticas interagem com estas irregularidades morfológicas, amplificando-as através da sua acção erosiva, permitindo assim a criação das escarpas abruptas dos crescentes e a formação de corpos sedimentares progradantes. ABSTRACT; Multi-beam swath bathymetry carried out in NW Gulf of Cadiz revealed several intriguing features, lying at depths between -4300 and- 4700 m. These features display kilometric crescent escarpments up to 100 m high with slopes between 6 and 27 degrees, in an area characterized by very shallow general slope gradients (0,5 °). The internal part of a Crescent consists of a depression filled up with upslope prograding drift developing towards the scarp. These features are interpreted as the coupled result of sedimentary and tectonic processes. It is proposed that the Crescents formed when a local morphologic irregularity, corresponding to the bathymetric expression of movement on an underlying thrust, is enhanced by the erosional activity of turbidity and bottom currents. The drift results from the re-deposition of the eroded material in the same location.
Resumo:
A Bacia Lusitaniana é uma bacia sedimentar que se desenvolveu na Margem Ocidental Ibérica (MOI) durante parte do Mesozóico, e a sua dinâmica enquadra-se no contexto da fragmentação da Pangeia, mais especificamente da abertura do Atlântico Norte. Caracteriza-se como uma bacia distensiva, pertencente a uma margem continental do tipo atlântico de rift não vulcânica. Ocupa mais de 20 000 km2 na parte central da MOI, alongando-se por cerca de 200 km segundo direcção aproximada NNW-SSE e por mais de 100 km na direcção perpendicular; cerca de 2/3 aflora na área continental emersa e a restante área, encontra-se imersa, na plataforma continental. Trata-se da única bacia das margens do Atlântico Norte com extensa exposição superficial, pelo que tem atraído nas últimas décadas um número considerável de geólogos, especialistas de variados domínios, para a realização de trabalhos de investigação integrados em equipas nacionais e internacionais, muitos delas ligadas à indústria do petróleo. Ao longo das várias décadas de prospecção foram efectuadas cerca de 50 sondagens profundas e mais de 37 000 km de perfis sísmicos de reflexão 2D. A evolução tectónica da Bacia Lusitaniana foi condicionada por falhas que se formaram durante o episódio de gracturação tardi-varisca aproximadamente entre os 300 e os 280 M.a. Este episódio tardi-orogénico resulta de imposição de regime de cisalhamento direito à micro-placa ibérica nos seus paleolimites E-W setentrional e meridional, dos quais resultariam as falhas de desligamento esquerdo de direcção aproximada NNE-SSW a NE-SW. Outras falhas orogénicas variscas de orientação N-S (falha de Porto-Tomar) e NW-SE foram também importantes na estruturação da Bacia Lusitaniana, como adiante ficará patente. Esta é a herança tectónica da Bacia que levou, durante o estiramento crostal mesozóico, à formação do conjunto de bacias marginais na MOI. A evolução tectónica da Bacia Lusitaniana está condicionada pela distensão mesozóica relacionada com a abertura do Atlântico Norte, na proximidade do Atlântico Central, domínios oceânicos distintos separados pela Zona de Falha de Açores-Gibraltar (ZFAG). Esta constitui limite transformante entre placas, que numa fase inicial do ciclo alpino, ou seja da rotura da Pangea, separou dois grandes continentes, a Laurásia a Norte e a Gondwana a Sul. A Ibéria localiza-se, assim, durante o Mesozóico, numa posição de charneira, cuja actividade está também relacionada com a evolução dos limites de placa: i) a sul, entre África e a Eurásia, limite transcorrente ao longo da Zona de Falha de Açores Gibraltar e ii) a Oeste, entre a Ibéria e a Terra Nova limite divergente associado à evolução do Atlântico. Nas fases iniciais de desenvolvimento do proto-Atlântico norte, desde o Triásico, a Ibéria encontra-se solidária ao continente norte-americano, mas por estiramento litosférico progressivo, acabará por ocorrer rotura crostal e consequente oceanização no final do Cretácico Inf. Este conjunto de interações será assim responsável por uma evolução também complexa da Margem Ocidental da Ibéria, onde se encontra a Bacia Lusitaniana, bacia intracratónica, interna, separada de uma zona externa por um relevo estrutural, o horst da Berlenga. Desta forma, alguns processos complexos, uns exógenos, outros de clara influência endógena, vão ficando registados na Bacia. Referimo-nos a episódios de inversão tectónica precoce, a um magmatismo muito ténue - para todos os efeitos podendo-se considerar como uma margem continental de rift, não vulcânica - e a diapirismo que se encontra registado na sua área geográfica.