8 resultados para Abjeto


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A pesquisa analisa a criação de adversidade através da materialidade crua e rústica utilizada nos Bólides de Hélio Oiticica. O papel da materialidade tornou-se evidente a partir da percepção de que os ditos objetos realizam um convite àquilo que chamamos de participação adversa. Ao mesmo tempo em que eram objetos capazes de despertar a curiosidade do espectador e incitá-lo à manipulação, o faziam através do toque de substâncias ásperas e pouco suaves, como por exemplo, pedaços de madeira mal pintada, telas de nylon, conchas e pigmento em pó. O despertar de sensações contrárias ao prazer sensorial sugeriu que não apenas a materialidade estaria no cerne da questão da criação de adversidade como um dos fios condutores da obra de Oiticica, como também que a captura de objetos descartados oriundos do cotidiano seria a maneira do artista estruturar a sua noção de adversidade (da vida e da arte). Para compreender o papel estrutural dos objetos despejados do dia-a-dia, realizamos a aproximação entre o adverso e o abjeto (KRAUSS, 2000), bem como o pensamento do informe como elemento operacional da obra (YVE-ALAIN BOIS, 2000). A materialidade rude foi vista ainda como criadora de uma temporalidade de instantes para os Bólides e aqueles que os manipulavam, como organizadora de fricção com o espaço e a cultura e ainda como elemento de rebaixamento da condição matérica e do espectador

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A dissertação estuda o romance Um Crime Delicado, de Sérgio SantAnna (1996), ao filme quase homônimo, de Beto Brant (2005), tendo como principal questão a imagem do corpo no contexto sócio-cultural urbano e a sua representação na arte contemporânea. O romance de SantAnna acolhe, na urdidura ficcional, subtemas da maior relevância, tais como o lugar da deficiência física no horizonte de uma cultura hedonista, violência sexual (contra a mulher) e os poderes da crítica de arte (da autojustificação ao desvirtuamento de seus fins). A adaptação fílmica, por sua vez, introduz mudanças na obra de partida que complementam e enriquecem o romance e suas questões. No exercício comparativo, a tradicional discussão sobre as relações interartísticas (calcadas em Lessing), o culto à beleza e respectiva hostilização da feiura, os limites da exacerbação sensorial a partir do uso artístico da nudez provocaram a incorporação de outras obras de arte e de artistas à discussão de conceitos imprescindíveis: o abjeto, o contraditório, a intermidialidade. No primeiro capítulo, circunscrevemos historicamente nosso tema, focalizando a representação do corpo como lugar de multiplicação e relativização de significações; a seguir, apresentamos o painel de contradições que a sociedade excitada do século XX (Christoph Türcke, 2010) projeta sobre a questão corporal; e, para finalizar, propusemos a dilatação teórica do adágio horaciano ut pictura poesis /a poesia é como a pintura ao cinema poético (com suporte teórico de Claus Clüver, 2011, e Wolfgang Moser, 2006). Concluímos sugerindo que as intermidializações propõem novas interpretações aos textos literários, mas podem ser bem mais contundentes como formas de potenciação estética e de crítica social.

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O presente trabalho consiste na análise crítica de normatizações e legislações referentes a sujeitos transexuais e travestis, no território brasileiro, contabilizando sessenta e um documentos, compreendidos entre 1997 e março de 2014. Ademais de podermos pensar o dispositivo da transexualidade que aparece como uma tentativa de docilizar corpos não-binários, domesticar sexualidades através da sua nomeação e reconhecimento social, reconhecimento este construído por um diagnóstico de transtorno de identidade de gênero. Que além de patologizar e psiquiatrizar vivências não normativas, destitui o sujeito trans* da autonomia sobre seu corpo, deslegitima sua identidade e o violenta de várias formas, até fixá-lo em padrões merecedores de políticas e direitos. A análise dos documentos apontou como conteúdo dois elementos centrais: uso do nome social e normas técnicas de patologização. Os discursos variam e ao mesmo tempo se assemelham, mostrando incongruências internas e reproduções errôneas (mas podemos falar em originalidade? E serão erros mesmo?). Dessa forma, criam-se alguns Frankensteins que podem ser potências, podem produzir anulações ou zonas de monstruosidade. Seja como abjeto, monstros ou ciborgues, as identidades trans* tencionam constantemente fronteiras e dialogam com o anômalo e as subjetividades nômades ao mesmo tempo em que oscilam entre discursos e figurações normatizadoras

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Tese (doutorado)—Universidade de Brasília, Instituto de Ciências Sociais, Departamento de Antropologia, Programa de Pós-graduação em Antropologia Social, 2015.

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A heterossexualidade não é natural, ela é uma condição culturalmente construída que precisa ser constantemente reiterada de modo a ‘normalizar’ os sujeitos. Esta pesquisa assume tal premissa como seu fundamento. No que se refere à perspectiva analítica, alinho-me aos Estudos Culturais em sua vertente pós-estruturalista e recorro a formulações dos Estudos Feministas e da Teoria Queer. Entendo que, no processo contínuo de reiteração da heterossexualidade como norma, inúmeras estratégias e artefatos culturais são utilizados. Nesta tese, analiso os mecanismos postos em ação pelos filmes infantis de animação da Disney, quais sejam: A Pequena Sereia, Mulan, A Bela e a Fera e O Rei Leão. Esses artefatos culturais têm grande importância não apenas no cotidiano das crianças, como também no funcionamento da economia global, movimentando milhões de dólares. Eles certamente constituem-se em importante recurso pedagógico contemporâneo. Interessam-me, aqui, especialmente os enunciados performativos que são repetidos nos filmes infantis, de modo a produzir identidades de gênero e sexuais e garantir a heterossexualidade como norma Acredito que a identidade hegemônica não é perseguida apenas e tão somente através da constante apresentação do Mesmo, mas também (e, talvez, principalmente) é reafirmada através da produção do estranho, do monstro, do abjeto, que funcionam, nesse contexto, como parâmetros de normalidade, como modos de garantir o cumprimento das normas regulatórias. Para desenvolver esta análise, utilizo como ferramentas analíticas fundamentalmente os conceitos de identidade, performatividade, abjeção e normalização.

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Nesse artigo, discutimos a questao da violência urbana na literatura da escritora carioca Ana Paula Maia. Apropriando-se de conceitos do filósofo Gianni Vattimo e do crítico de arte Hal Foster para a contextualizaçao das balizas teóricas que delimitam o tema, partimos para a investigaçao dessa escrita tao provocante quanto insólita, colada à intensidade do real. No entanto, os heróis de Ana Paula Maia, notadamente aqueles que compoem a novela O trabalho sujo dos outros, segunda parte da trilogia A saga dos brutos e objeto desta análise, sao ainda capazes de se entregar a momentos quase líricos, por meio dos quais é possível vislumbrar a matéria de sua humanidade. Tais características -amoralidade e lirismo, desfiguraçao e transfiguraçao, marginalidade e integraçao- podem se aproximar da concepçao de literaturas pós-autônomas, como vem sendo discutida atualmente pela crítica cultural.

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Nesse artigo, discutimos a questao da violência urbana na literatura da escritora carioca Ana Paula Maia. Apropriando-se de conceitos do filósofo Gianni Vattimo e do crítico de arte Hal Foster para a contextualizaçao das balizas teóricas que delimitam o tema, partimos para a investigaçao dessa escrita tao provocante quanto insólita, colada à intensidade do real. No entanto, os heróis de Ana Paula Maia, notadamente aqueles que compoem a novela O trabalho sujo dos outros, segunda parte da trilogia A saga dos brutos e objeto desta análise, sao ainda capazes de se entregar a momentos quase líricos, por meio dos quais é possível vislumbrar a matéria de sua humanidade. Tais características -amoralidade e lirismo, desfiguraçao e transfiguraçao, marginalidade e integraçao- podem se aproximar da concepçao de literaturas pós-autônomas, como vem sendo discutida atualmente pela crítica cultural.

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Nesse artigo, discutimos a questao da violência urbana na literatura da escritora carioca Ana Paula Maia. Apropriando-se de conceitos do filósofo Gianni Vattimo e do crítico de arte Hal Foster para a contextualizaçao das balizas teóricas que delimitam o tema, partimos para a investigaçao dessa escrita tao provocante quanto insólita, colada à intensidade do real. No entanto, os heróis de Ana Paula Maia, notadamente aqueles que compoem a novela O trabalho sujo dos outros, segunda parte da trilogia A saga dos brutos e objeto desta análise, sao ainda capazes de se entregar a momentos quase líricos, por meio dos quais é possível vislumbrar a matéria de sua humanidade. Tais características -amoralidade e lirismo, desfiguraçao e transfiguraçao, marginalidade e integraçao- podem se aproximar da concepçao de literaturas pós-autônomas, como vem sendo discutida atualmente pela crítica cultural.