Pesquisas sobre a imunidade da Framboesia tropica no homem: observações feitas em 33 superinoculações e 7 reinoculações

Como resultado das 40 experiências relatadas neste trabalho, as seguintes conclusões podem ser tiradas: 1) Dos 2 até aos 8 meses de molestia há na bouba uma grande resistência á superinoculação (13 experiências negativas em 15). Nas 2 experiências positivas, foram obtidas lesões atípicas (pianides): a) Tal resistência parece independer da presença de lesões boubaticas cutaneas e se fez sentir mesmo em casos com a lesão inicial exclusiva. b) Dentro desse período de molestia, tal resistência pode desaparecer com o tratamento: 2 doentes tratados aos 6 meses e reinoculados adquiriram bouba em tempo normal. Porém, um caso tratado aos 7 meses e reinoculado, desenvolveu uma pianide. Êste fato parece mostrar que essa resistência depende principalmente da presença da infecção ativa ou latente, raramente traduzindo uma imunidade no verdadeiro sentido do têrmo. c) No caso de emprego de homo-virus, essa resistência prolongou-se até um ano d molestia, havendo apenas um caso duvidoso em 10 inoculações. 2) Do 10º mês ao 4º ano de molestia, em 8 superinoculações observou-se uma resistência parcial que se traduziu de 2 modos, quanto à natureza da lesão atípica que se obteve no ponto inoculado; "lesão frustra papulo-eritematosa" (7 meses); e lesão semelhante ás "pianides" da infecção natural (1 vez), a qual permaneceu localizada sem manifestações metastaticas, até 4 meses de observação. a) Também este estado de resistência parcial, parece independer da presença de lesões boubaticas aparentes. b) Com o tratamento esse estado parece não se modificar: um doente tratado nesse período da molestia, reagiu à inoculação de modo semelhante, embora sem nenhuma manifestação clínica e com a R. Wa. negativa. Inegavelmente, essas "lesões frustras" e também as "pianides" obtidas, representam respostas de organismos que obtiveram vantagens na luta com a doença, possuindo um certo grau de imunidade, que é muitíssimo maior no caso das primeiras. 3) Depois do 5º ano de molestia, a resposta á superinoculação traduziu um estado de maior sensibilidade do organismo infectado. Observou-se no ponto inoculado uma reação precoce papulo-eritemato-ulcerosa, francamente necrotica e destrutiva, ao mesmo tempo que se verificou exacerbação das lesões dos pacientes, com grande infartamento gangliomar satélite. Até 18 meses depois, em um caso, a lesão obtida permaneceu localizada sem manifestações generalizadas. a) O tratamento não modificou tal estado. Doentes tratados ( e parcial ou totalmente curados), reagiram da mesma maneira à reinoculação dentro desse período da molestia. Apenas em um caso de mais de 5 anos (nº 40) não se obteve a lesão ulcero-necrotica. Era o único dos 13 experimentados que não tinha nem tivera lesões ulcero-gomoides destrutivas. por outro lado, 2 pacientes apresentando lesões gomo-ulcerativas, mas tendo menos de 3 anos de molestia, não deram a lesão ulcerativo-necrotica em resposta à superinoculação. (Experiências ns. 38 e 39). Interessante é que esta lesão ulcerativo-necrotica contém treponemas embora raros, e em evolução pode tomar o carater das lesões destrutivas gomo-ulcerativas peculiares ao chamado "período terciario" da doença, com as quais também se assemelha histopatológicamente. Sob o ponto de vista imunológico, esta lesão representa um estado de maior sensibilidade do organismo para o agente infeccioso. 4) Como o tratamento precoce perturba o desenvolvimento da imunidade, sob o ponto de vista epidemiológico, seria aconselhável aguardar o período terminal do chamado secundarismo, isto é da fase de generalização boubatica, para tratar os pacientes em Postos, hospitais ou ambulatórios pois, tais doentes poderiam se reinfestar uma vez retornados ao fóco. Claro que em campanhas terapeuticas profilaticas, as lesões "abertas" primo-secundarias, devem ser rapidamente eliminadas uma vez que são as mais contagiantes, por mais ricas em germes. 5) Existe na framboesia trópica uma verdadeira imunidade além de uma simples resistência á superinoculação devido a presença da infecção ativa ou latente. Com efeito, pacientes tratados em determinado período da molestia e curados clinica e sorologicamente, mostraram resistência parcial á reinoculação, reagindo de modo semelhante a outros do mesmo período de molestia e não tratados. 6) A imunidade na framboesia tropica se manifesta seja como uma resistência á superinoculação ou reinoculação seja como uma modificação da lesão boubatica inicial, seja, finalmente, como uma resistência á generalização da doença. 7) Os resultados das esperiências sugerem que as diferentes manifestações cutaneas da molestia são condicionadas até certo ponto pelo estado imunitario do organismo infectado. 8) Os diferentes gráus de imunidade, encontrados na framboesia trópica, estão até certo ponto relacionados com o tempo de doença. Porém, são atingidos mais ou menos ràpidamente, segundo o organismo infectado e, talvez segundo a virulência do treponema, do mesmo modo como os chamados "secundarismo" e 'terciarismo" da doença.

O puru-puru da Amazônia (Pinta, Carate, Mal del Pinto etc)

1) "Purú-purú" é uma palavra indígena que quer dizer "pintado" ou "manchado", peculiar à Amazonia Brasileira. Com êsse nome é designada uma dermatose referida entre os selvicolas desde 1774, por Ribeiro Sampaio. Certas tribus, com alta incidência da moléstia passaram a ser cahamadas também "Purú-purús", o mesmo acontecendo com o rio onde habitavam - Rio Purús. 2) A doença existe na bacia do Rio Solimões e seus principais afluentes: Javari, Juruá, Purús, Içá, Japurá, e Negro. Por esses rios, o fóco da dermatose se continua nos países limitrofes com o Brasil: Guianas, Venezuela, Colombia, Perú (Equador) e Bolivia. 3) Desde 1890 essa dermatose foi relacionada à pinta (carate ou mal del pinto) por P. S. de Magalhães, idéa essa depois defendida por Juliano Moreira, Carlos Chagas, Roquete Pinto, Wappeus, O. da Fonseca Filho, Da Matta, Brumpt e outros, baseados na semelhança clínica e na terapêutica. Recentemente (1945), essa provavel identidade das duas dermatoses, recebeu fundamento sorológico de Biocca (que verificou a positividade das reações de Kline e Kahn em doentes de purú-purú), e, pelo presente trabalho, recebe base clínico-epidemio-anatomo-patológica. 4) Sob o ponto de vista clínico, as lesões cutaneas discromicas da moléstia, são de 3 órdens: a) lesões papulo-eritemato-escamosas, isoladas ou não, arredondadas, pruriginosas e de bordos nitidos; b) lesões maculo-escamosas, maiores mais pálidas, ás vezes já mostrando alterações pigmentares na parte central; c) máculas discromod´rmicas, lisas ou ligeiramente escamosas, com maior ou menor alteração pigmentar, as quais assumem diferentes aspéctos, consequentes à hipo - ou hiperpigmentação, variaveis também com a côr do paciente. As colorações predominantes nas manchas, são o branco, o preto e o vermelho, com tonalidades eminentemente variaveis. Embora raramente, nessas extensas dermodiscromias, observa-se superposição de lesões papulo-eritemato-escamosas. O aparecimento dos 3 tipos de leões acima citados, obedece seguramente a um processo evolutivo da dermatose, dando-se na órdem exposta e de acordo com o tempo de doença. Além das lesões discromicas, características da enfermidade, foi observado purido, e infartamento ganglionar. O estado geral dos doentes era bom. A avaliação de anemia e eosinofilia, foi prejudicada pela ocurrência de outros processos mórbidos (malaria e helmintiases). Em 2 pacientes pretos e adultos, havia avançada hiperqueratose palmo-plantar. 5) Sob o ponto de vista epidemiológico, foram feitas as seguintes observações: a) Idade. A dermtose ocorre em tôdas as idades, mais incide principalmente dos 15 aos 29 anos. Tomando um grupo relativamente homogêneo de doéntes de um mesmo local, 53% têm 15 e mais anos de idade. De 36 doentes que deram informações seguras ou aproximadas quanto à idade em que lhes apareceu a doença, verifica-se que 77% já estavam infectados antes dos 15 anos. Em 5 casos, a infecção se deu antes dos 2 anos de idade. b) Sexo. Nos doentes em conjunto, existiam 34 homens e 35 mulheres. Mas, no grupo homogeneo acima citado, havia ligeira predominância do sexo feminino (60.7%). c) Côr ou raça. Foram encontradas as seguintes percentagens: Pretos - 34.8%, brancos - 27.5% índios - 23.2% e mulatos - 14.5%. Essas diferenças não indicam predileção racial. d) Família. A A dermatose é eminentemente familial. Em grupo de 41 doentes, 34 pertenciam a 8 familias. e) Lesão inicial. Contágio. Em 6 casos ainda existia a lesão inicial, chamada "empigem", isolada ou acompanhada de outras lesões semelhantes. De 33 doentes, 26 (78.8%) referiam a lesão inicial nas partes descobertas do corpo (rosto, braços e mãos, pernas e pés), isto é regiões mais sujeitas a pequenos traumas, que servem como "porta de entrada" do treponema. Os AA não acreditam na existência de um vetor. Pensam que o contágio é direto, as condições eficientes e predisponentes do mesmo, coexistindo no domícilio, onde vivem em promiscuidade e falta de higiene, doentes e sadios. Os autores não encontraram treponemas em córtes impregnados de “purú-purú”, tanto de “lesão recente” como de “lesão tardia”. Atribuem o fracasso ao provável uso de antitreponemicos pelos doentes, uma vez que a terapeutica empírica pelo arsênico e mercúrio é muito espalhada na Amazônia. Histopatológicamente, encontraram na “lesão recente”: hiperqueratose, hiperacantose, exocitose, exoserose e espongiose na epiderme; e infiltração de células redondas, edema e diltação dos capilares no derma papilar e subpapilar; pela impregnação, acharam irregularidade na distribuição do pigmento melanico, assim como melanóforos entre as células inflamatórias do derma. Na “lesão tardia” observaram: notável atrofia do epiderme, reduzida às vezes , a 3 a 5 camadas celulares, havendo desaparecimento das papilas dérmicas; no derma, havia discreta infiltração de células redondas, relacionadas aos vasos sanguineos, ao lado de macrófagos melaniferos mais ou menos abundantes; pela impregnação, quanto às alterações pigmentares, foram observadas todas as graduações, desde a completa ausência de pigmento na basal, até um acúmulo notável de melanina, atingindo as próprias células de Malpighi. 7) Com o tratamento pelo “neo-salvarsan” os AA observaram grandes melhoras e mesmo cura aparente, com 6 a 8 injeções. Certas manifestações acromicas vitiligoides, antigas, não mostraram modificações apreciáveis com a terapêutica. 8) No Brasil, fora da Amazônia, tem sido descrito casos isolados de purú-purú, porém, na opinião dos autores, todos ou quase todos, são provavelmente, manifestações discromicas tardias de sífilis ou bouba, semelhantes aos publicados por um deles (F. N. G). Pensam do mesmo modo, quanto aos casos de pinta descritos fora da América: África, Egito, Argeria, Sahara, Trípoli, Turquestão, Filipinas, Iraque, Índia, Ceilão, etc. Ainda nesta mesma ordem de idéas, os autores negam validade ao conceito epidemiológico da existência de “casos isolados”, a não ser procedentes das “zonas pintogenas”. 9) Um dos autores (F. N. G.) emite a seguinte hipótese, que considera sugestiva, embora dificilmente demonstrável: Os treis treponemas (T. pallidum, T. pertenue e T. carateum), oriundos de um ancestral comum. tornaram-se peculiares respectivamente ao branco, ao preto e ao índio, mantendo-se assim isolados. Secundariamente, com as correntes migratórias, misturaram-se as doenças...

Prevalence of antibodies to Hepatitis C virus in populations at low and high risk for sexually transmited diseases in Rio de Janeiro

In order to investigate the sexual transmission of the Hepatitis C Virus (HCV), the prevalence of specific antibodies in populations at high and low risk for sexually transmitted diseases (STDs) was evaluated. The population at low risk for STDs was composed of persons who voluntarity donated blood at the Hospital Universitário Clementino Fraga Filho (HUCFF) between July and November, 1990 (n = 2494). The population at high risk for STDs was drawn from an ongoing study on the natural history of Human Immunodeficiency Virus (HIV) infection (n = 210, 187 with sexual risk factors for HIV infection). All samples were screened using a first generation ELISA. Repeat reactive samples were then tested in a second generation RIBA. For all ELISA positive samples, two sex and age-matched ELISA negative controls were selected. Data pertaining to the presence of antibodies to the Hepatitis B core antigen (anti-HBC antibodies) and to Treponema pallidum were abstracted from the medical records. The prevalence of RIBA 2 confirmed HCV infection among the blood donors was 2.08%, which is well above the reported prevalence in similar populations from developed western countries. Among the HIV infected homosexuals, the encountered prevalence was 7.96% (p < 0.0005). For the whole group with sexually acquired HIV infection, the prevalence was 8.02% (p < 0.000005). Anti-HBc antibodies were more frequently present in anti-HCV RIBA-2 confirmed positive blood donors than in controls (p < 0.001). 33.3% of the HCV-positive blood donors and 11.04% controls were found to be anti-HBc positive (p < 0.0005). As for the FTA-ABs, 17.6% HCV-positive donors and 4,9% controls were positive (p < 0.01). 5.9% samples from blood donors were both anti-HBc and FTA-ABS positive, whereas none of the controls reacted in both tests (p < 0.05). The association between HCV, Hepatitis B infection and syphilis in individuals at low risk for parenterally transmitted diseases suggests that sexual transmission contributes to the maintenance of the endemicity of HCV in the local population.

Sexually transmitted infections, bacterial vaginosis, and candidiasis in women of reproductive age in rural Northeast Brazil: a population-based study

Population-based data on sexually transmitted infections (STI), bacterial vaginosis (BV), and candidiasis reflect the epidemiological situation more accurately than studies performed in specific populations, but such data are scarce. To determine the prevalence of STI, BV, and candidiasis among women of reproductive age from a resource-poor community in Northeast Brazil, a population-based cross sectional study was undertaken. All women from seven hamlets and the centre of Pacoti municipality in the state of Ceará, aged 12 to 49 years, were invited to participate. The women were asked about socio-demographic characteristics and genital symptoms, and thereafter examined gynaecologically. Laboratory testing included polymerase chain reaction (PCR) for human papillomavirus (HPV), ligase chain reaction (LCR) for Chlamydia trachomatis and Neisseria gonorrhoeae, ELISA for human immunodeficiency virus (HIV), venereal disease research laboratory (VDRL) and fluorescent treponema antibody absorption test (FTA-ABS) for syphilis, and analysis of wet mounts, gram stains and Pap smears for trichomoniasis, candidiasis, and BV. Only women who had initiated sexual life were included in the analysis (n = 592). The prevalences of STI were: HPV 11.7% (95% confidence interval: 9.3-14.7), chlamydia 4.5% (3.0-6.6), trichomoniasis 4.1% (2.7-6.1), gonorrhoea 1.2% (0.5-2.6), syphilis 0.2% (0.0-1.1), and HIV 0%. The prevalence of BV and candidiasis was 20% (16.9-23.6) and 12.5% (10.0-15.5), respectively. The most common gynaecological complaint was lower abdominal pain. STI are common in women in rural Brazil and represent an important health threat in view of the HIV pandemic.

Occurrence, risk factors, diagnosis and treatment of syphilis in the prospective observational Swiss HIV Cohort Study.

BACKGROUND: Annual syphilis testing was reintroduced in the Swiss HIV Cohort Study (SHCS) in 2004. We prospectively studied occurrence, risk factors, clinical manifestations, diagnostic approaches and treatment of syphilis. METHODS: Over a period of 33 months, participants with positive test results for Treponema pallidum hemagglutination assay were studied using the SHCS database and an additional structured case report form. RESULTS: Of 7244 cohort participants, 909 (12.5%) had positive syphilis serology. Among these, 633 had previously been treated and had no current signs or symptoms of syphilis at time of testing. Of 218 patients with newly detected untreated syphilis, 20% reported genitooral contacts as only risk behavior and 60% were asymptomatic. Newly detected syphilis was more frequent among men who have sex with men (MSM) [adjusted odds ratio (OR) 2.8, P < 0.001], in persons reporting casual sexual partners (adjusted OR 2.8, P < 0.001) and in MSM of younger age (P = 0.05). Only 35% of recommended cerebrospinal fluid (CFS) examinations were performed. Neurosyphilis was diagnosed in four neurologically asymptomatic patients; all of them had a Venereal Disease Research Laboratory (VDRL) titer of 1:>or=32. Ninety-one percent of the patients responded to treatment with at least a four-fold decline in VDRL titer. CONCLUSION: Syphilis remains an important coinfection in the SHCS justifying reintroduction of routine screening. Genitooral contact is a significant way of transmission and young MSM are at high risk for syphilis. Current guidelines to rule out neurosyphilis by CSF analysis are inconsistently followed in clinical practice. Serologic treatment response is above 90% in the era of combination antiretroviral therapy.

Analyse des résultats du dépistage systématique de la syphilis effectué dans le cadre de l'Etude Suisse de Cohorte VIH

L'Etude Suisse de Cohorte VIH a été mise en place en 1988. Plusieurs centres participent à cette étude : les hôpitaux universitaires de Zurich, Berne, Bâle, Genève et Lausanne, les hôpitaux cantonaux de Saint-Gall et du Tessin, 14 hôpitaux régionaux, ainsi que 35 praticiens privés. Cette étude a collecté des données de plus de 16500 personnes infectées par le VIH, de 1981 jusqu'aujourd'hui.¦Actuellement, plus de 7000 patients sont suivis tous les 6 mois. Parmi les analyses demandées au cours de ce suivi figure un test annuel de dépistage de la syphilis. Ce dépistage consiste en un test TPHA (Treponema Pallidum Haemagglutination Assay) où l'on observe l'hémagglutination de globules rouges qui ont absorbé des antigènes du tréponème, ou ses équivalents LIAISON et ARCHITECT.¦Si ce test TPHA est positif, un test VDRL, qui détecte des anticorps dirigés contre la cardiolipine, est effectué.¦Pour des raisons économiques, ce dépistage annuel systématique de la syphilis est remis en question par l'un des médecins praticiens participant à l'Etude Suisse de Cohorte VIH, estimant que ce dépistage ne devrait être demandé chaque année que chez les personnes étant identifiées comme à risque.¦Notre objectif est d'évaluer la nécessité de faire un dépistage de la syphilis annuel chez tous les patients de la Cohorte en comparaison à un dépistage annuel seulement chez le groupe jugé à risque.¦Pour pouvoir répondre à cette question, nous allons dans un premier temps faire une analyse descriptive : nous allons analyser quels patients ont développé une séroconversion en fonction de l'âge, du sexe et de la voie d'infection du VIH la plus probable (voie homosexuelle, hétérosexuelle ou consommation de drogues).¦Une conversion du test TPHA de négatif à positif n'est pas toujours synonyme d'infection à treponema pallidum. Une infection diagnostiquée au stade primaire et traitée efficacement ne provoque pas nécessairement des anticorps. A l'inverse, le test TPHA peut être faussement positif dû à une réaction croisée (p.ex. framboesie) ou non-spécifique (maladies auto-immunes). Pour l'analyse descriptive nous devons toutefois nous limiter à la séroconversion.¦Pour pouvoir faire cette analyse nous devons extraire certaines données, et procéder à un « nettoyage » de celles-ci : en effet, nous ne pouvons garder que les données des 700 patients ayant au moins un test initial de TPHA négatif, suivi d'un test TPHA positif avec un VDRL positif.¦Puis nous allons faire une étude « cas-témoins » pour comparer l'anamnèse sexuelle des patients présentant une séroconversion avec celle des patients qui n'ont pas développé d'anticorps, afin d'évaluer si nous pouvons définir, d'après l'anamnèse sexuelle, un groupe de sujets plus à risque de développer une syphilis. Cas et témoins seront stratifiés selon l'âge, le sexe et le mode d'infection du VIH.¦Comme troisième étape nous allons définir, pour un sous-échantillon, si le résultat positif du dépistage a permis de diagnostiquer la syphilis ou si le diagnostique avait déjà été établi grâce à la présence de symptômes.¦Etant donné que ce dépistage systématique est remis en cause pour des raisons financières, nous allons finalement, au cours de cette étude, estimer le coût des différentes options.¦Notre hypothèse, tirée d'après les déclarations de cas de syphilis de l'OFSP (Office Fédéral de la Santé Publique) et l'expérience des cliniciens, est que l'on trouve en effet que les homosexuels de moins de 50 ans représentent un grand pourcentage des personnes infectées par la syphilis. Cependant, nous ne savons pas si la fréquence d'infection des autres groupes de patients est suffisamment élevée pour justifier ce dépistage systématique.

The reappearance of a forgotten disease in the oral cavity: syphilis

Syphilis is a sexually transmitted disease (STD) produced by Treponema pallidum, which mainly affects humans and is able to invade practically any organ in the body. Its infection facilitates the transmission of other STDs. Since the end of the last decade, successive outbreaks of syphilis have been reported in most western European countries. Like other STDs, syphilis is a notifiable disease in the European Union. In Spain, epidemiological information is obtained nationwide via the country"s system for recording notifiable diseases (Spanish acronym EDO) and the national microbiological information system (Spanish acronym SIM), which compiles information from a network of 46 sentinel laboratories in twelve Spanish regions. The STDs that are epidemiologically controlled are gonococcal infection, syphilis, and congenital syphilis. The incidence of each of these diseases is recorded weekly. The information compiled indicates an increase in the cases of syphilis and gonococcal infection in Spain in recent years. According to the EDO, in 1999, the number of cases of syphilis per 100,000 inhabitants was recorded to be 1.69, which has risen to 4.38 in 2007. In this article, we review the reappearance and the evolution of this infectious disease in eight European countries, and alert dentists to the importance of a) diagnosing sexuallytransmitted diseases and b) notifying the centres that control them

Persisting atypical and cystic forms of Borrelia burgdorferi and local inflammation in Lyme neuroborreliosis

BACKGROUND: The long latent stage seen in syphilis, followed by chronic central nervous system infection and inflammation, can be explained by the persistence of atypical cystic and granular forms of Treponema pallidum. We investigated whether a similar situation may occur in Lyme neuroborreliosis. METHOD: Atypical forms of Borrelia burgdorferi spirochetes were induced exposing cultures of Borrelia burgdorferi (strains B31 and ADB1) to such unfavorable conditions as osmotic and heat shock, and exposure to the binding agents Thioflavin S and Congo red. We also analyzed whether these forms may be induced in vitro, following infection of primary chicken and rat neurons, as well as rat and human astrocytes. We further analyzed whether atypical forms similar to those induced in vitro may also occur in vivo, in brains of three patients with Lyme neuroborreliosis. We used immunohistochemical methods to detect evidence of neuroinflammation in the form of reactive microglia and astrocytes. RESULTS: Under these conditions we observed atypical cystic, rolled and granular forms of these spirochetes. We characterized these abnormal forms by histochemical, immunohistochemical, dark field and atomic force microscopy (AFM) methods. The atypical and cystic forms found in the brains of three patients with neuropathologically confirmed Lyme neuroborreliosis were identical to those induced in vitro. We also observed nuclear fragmentation of the infected astrocytes using the TUNEL method. Abundant HLA-DR positive microglia and GFAP positive reactive astrocytes were present in the cerebral cortex. CONCLUSION: The results indicate that atypical extra- and intracellular pleomorphic and cystic forms of Borrelia burgdorferi and local neuroinflammation occur in the brain in chronic Lyme neuroborreliosis. The persistence of these more resistant spirochete forms, and their intracellular location in neurons and glial cells, may explain the long latent stage and persistence of Borrelia infection. The results also suggest that Borrelia burgdorferi may induce cellular dysfunction and apoptosis. The detection and recognition of atypical, cystic and granular forms in infected tissues is essential for the diagnosis and the treatment as they can occur in the absence of the typical spiral Borrelia form.

La reaparición de una olvidada enfermedad en la cavidad oral: la sífilis

La sífilis es una enfermedad de transmisión sexual (ETS) producida por el Treponema pallidum, que infecta principalmente a seres humanos y que es capaz de invadir casi cualquier órgano del cuerpo. Su infección facilita la transmisión de otras ETS. Desde finales de la última década hasta la actualidad, han ido apareciendo sucesivos brotes de sífilis en la mayor parte de países de la Europa Occidental. La sífilis, junto con otras ETS, es una enfermedad de declaración obligatoria en los países de la Unión Europea. Concretamente en España, la infonnación epidemiológica a nivel estatal se obtiene a través del Sistema de Enfemledades de Declaración Obligatoria (EDO) y del Sistema de Información Microbiológica (SIM), que recopila infonnación de una red de 46 laboratorios centinela situados en 12 Comunidades Autónomas. Las ETS sometidas a vigilancia epidemiológica son la infección gonocócica, la sífilis y la sífilis congénita, todas ellas de declaración numérica semanal. Con esta información se ha podido apreciar en los últimos años un incremento en los casos de sífilis y gonococia notificados en España (las tasas de sífilis por 100.000 habitantes en el año 1999 fueron de 1,69 y en el 2007 de 4,38 notificadas al sistema EDO). En este artículo revisamos el resurgimiento y la evolución de esta enfermedad infecciosa en ocho países europeos, a la vez que pretendemos llamar la atención a los dentistas acerca del papel que deben desempeñar en el diagnóstico de la enfennedad y en la derivación a centros de control de infecciones de transmisión sexual

Is Switzerland doing enough regarding the prevention of syphilis, gonorrhea and chlamydia infections ?

Sexually transmitted infections are a major problem for medicine and for public health services worldwide. More than 30 sexually transmittable pathogenic micro-organisms are known, including bacteria, viruses, fungi, protozoa and ectoparasites. According to estimates from the World Health Organisation more than 333 million of bacterial sexually transmitted infections occur worldwide per year. Sexually transmitted infections, by their nature, affect individuals, within partnerships and larger sexual networks, and in turn populations. This report focuses on three bacterial sexually transmitted infections in Switzerland that are Chlamydia trachomatis, Neisseria gonorrhea and Treponema pallidum (syphilis) in Switzerland. The prevalence of these infections has been increasing alarmingly for a decade. All three infections can be asymptomatic and their diagnosis and treatment can therefore occur too late or worse not at all, even though treatments are available. This is an important problem as untreated sexually transmitted infections may cause complications such as ascending infections, infertility, ectopic pregnancies and serious long-term neurological sequels. The consequences of these infections should not be underestimated. They constitute a significant public health burden as well as serious financial burden. The increases in chlamydia, syphilis and gonorrhea infections have also been observed in many European countries. Countries, where rising numbers of sexually transmitted infections have been observed, have reacted in different ways. Some have developed clinical guidelines or implemented screening programs, while others are still in their observational phase. The aim of this mémoire is to assess whether Switzerland is doing enough regarding the prevention of chlamydial, syphilis and gonorrheal infections. After first describing the infections, surveillance systems of sexually transmitted infections are assessed, then the epidemiological trends of these three infections are described, and finally the prevention measures implemented in Switzerland to respond to the increasing number of infections are described. The reaction of the United Kingdom to the same problem is reported for comparison. [Author, p. 7]

Recombinant antigen-based immuno-slot blot method for serodiagnosis of syphilis

Three recombinant antigens of Treponema pallidum Nichols strain were fused with GST, cloned and expressed in Escherichia coli, resulting in high levels of GST-rTp47 and GST-rTp17 expression, and supplementation with arginine tRNA for the AGR codon was needed to obtain GST-rTp15 overexpression. Purified fusion protein yields were 1.9, 1.7 and 5.3 mg/l of cell culture for GST-rTp47, GST-rTp17 and GST-rTp15, respectively. The identities of the antigens obtained were confirmed by automated DNA sequencing using ABI Prism 310 and peptide mapping by Finningan LC/MS. These recombinant antigens were evaluated by immuno-slot blot techniques applied to 137 serum samples from patients with a clinical and laboratory diagnosis of syphilis (61 samples), from healthy blood donors (50 samples), individuals with sexually transmitted disease other than syphilis (3 samples), and from individuals with other spirochetal diseases such as Lyme disease (20 samples) and leptospirosis (3 samples). The assay had sensitivity of 95.1% (95% CI, 86.1 to 98.7%) and a specificity of 94.7% (95% CI, 87.0 to 98.7%); a stronger reactivity was observed with fraction rTp17. The immunoreactivity results showed that fusion recombinant antigens based-immuno-slot blot techniques are suitable for use in diagnostic assays for syphilis.

Description of Lyme disease-like syndrome in Brazil: is it a new tick borne disease or Lyme disease variation?

An emerging clinical entity that reproduces clinical manifestations similar to those observed in Lyme disease (LD) has been recently under discussion in Brazil. Due to etiological and laboratory particularities it is named LD-like syndrome or LD imitator syndrome. The condition is considered to be a zoonosis transmitted by ticks of the genus Amblyomma, possibly caused by interaction of multiple fastidious microorganisms originating a protean clinical picture, including neurological, osteoarticular and erythema migrans-like lesions. When peripheral blood of patients with LD-like syndrome is viewed under a dark-field microscope, mobile uncultivable spirochete-like bacteria are observed. PCR carried out with specific or conservative primers to recognize Borrelia burgdorferi sensu stricto or the genus Borrelia has been negative in ticks and in biological samples. Two different procedures, respectively involving hematoxylin and eosin staining of cerebrospinal fluid and electron microscopy analysis of blood, have revealed spirochetes not belonging to the genera Borrelia, Leptospira or Treponema. Surprisingly, co-infection with microorganisms resembling Mycoplasma and Chlamydia was observed on one occasion by electron microscopy analysis. We discuss here the possible existence of a new tick-borne disease in Brazil imitating LD, except for a higher frequency of recurrence episodes observed along prolonged clinical follow-up.

A spirochete isolated from a case of severe virulent ovine foot disease is closely related to a Treponeme isolated from human periodontitis and bovine digital dermatitis

The isolation of spirochetes from severe ovine foot disease has been reported recently by our research group. In this study we describe the preliminary classification of this spirochete based on nucleotide sequence analysis of the PCR-amplified 16S rRNA gene. Phylogenetic analysis of this sequence in comparison with other previously reported 16S rRNA gene sequences showed that the spirochete belonged to the treponemal phylotype Treponema vincentii which has been associated with bovine digital dermatitis and human periodontal disease. Further work is required to define the common virulence determinants of these closely related treponemes in the aetiology of these tissue destructive diseases. (C) 2000 Elsevier Science B.V. All rights reserved.

The occurrence of treponemes in contagious ovine digital dermatitis and the characterisation of associated Dichelobacter nodosus

Contagious ovine digital dermatitis (CODD) is a recently recorded, apparently new infection of the ovine hoof, which differs clinically from footrot caused by Dichelobacter nodosus and which fails to respond well to accepted treatment practices for footrot. Despite the welfare implications of such an infection, very little research has been performed on CODD to date and the aetiology remains confused. Suggestions have been made that there is a potential role for treponemes in the pathogenesis of CODD but that D. nodosus is apparently not involved. Six farms were therefore targeted in this study to provide a more in-depth investigation into the bacterial flora of CODD lesions. Dark ground microscopy, culture and PCR techniques were used, concentrating on the presence of D. nodosus and spirochaetes, particularly those of the genus Treponema. The results demonstrated that isolates of D. nodosus were indeed present in a high percentage (74%) of CODD lesions compared with 31% of apparently healthy feet. The isolates were shown to be of similar virulence type to those reported previously in cases of footrot, and the range of serogroups was also found to be similar to footrot, with serogroup H being prevalent. Treponemes were present in 70% of CODD lesions and 38% of apparently healthy feet, supporting a possible association between CODD and treponemes. However, any further progress on the aetiology of CODD and the potential for novel, effective treatment will depend on an improved ability to culture these organisms routinely in the laboratory thereby enabling their complete characterisation. (c) 2005 Elsevier B.V. All rights reserved.

Caracterização e correlação do fenômeno pró-zona com títulos de sororeatividade do VDRL e reação de imuno- fluorescência indireta em soros de pacientes com sífilis

AZEVEDO, Luciana Karla Araújo de, et al. Caracterização e correlação do fenômeno pró-zona com títulos de sororeatividade do VDRL e reação de imuno-fluorescência indireta em soros de pacientes com sífilis. Revista Brasileira de Análises Clínicas, Rio de Janeiro, v. 38, n. 2, p. 183-187, 2006.