873 resultados para português brasileiro
Resumo:
O presente trabalho teve como objetivo principal caracterizar a variação prosódica dialetal do português falado na zona rural da cidade de Belém (PA), distrito de Mosqueiro. A pesquisa de campo foi feita com base na metodologia utilizada pelo projeto AMPER, com o corpus constituído de 102 frases, obedecendo às mesmas restrições fonético-sintáticas. Dessa forma, as frases utilizadas nas gravações para a composição do corpus da zona rural de Belém analisadas neste trabalho são do tipo SVC (Sujeito + Verbo + complemento) e suas expansões com a inclusão de Sintagmas Adjetivais e Adverbiais. As sentenças do corpus têm 10, 13 e 14 vogais, sendo que os dois últimos tipos apresentam sintagma com extensão adjetival ou adverbial, respectivamente, à direita do verbo, como em “O pássaro gosta do Renato nadador” ou “O pássaro gosta do Renato de Mônaco”. Cada sentença foi repetida seis vezes, formando um corpus total de 612 frases por cada informante. Os parâmetros acústicos utilizados foram: a duração, a frequência fundamental e a intensidade. A análise dos parâmetros foi feita por meio de dados gerados nos aplicativos PRAAT, Interface MatLab e gráficos gerados no Excel. A pesquisa reuniu dados referentes a seis informantes adultos, de ambos os sexos, com nível de escolaridade fundamental, médio e superior. Os resultados forneceram um desenho entoacional comparativo entre as frases declarativas e interrogativas, além de breves observações sobre o comportamento das vogais pretônicas, postônicas e tônicas, de acordo com as estruturas acentuais e das palavras em diferentes posições frásicas. O foco foi direcionado para o Sintagma Nominal Final e suas extensões sobre o qual verificamos que a sentença interrogativa inicia sua curva melódica baixa em decorrência do pico entoacional no verbo “gosta”, e posterior ascendência na sílaba tônica; e a declarativa inicia a curva com ascendência até a pré-tônica e posterior descendência no final do percurso melódico.
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Trata-se de uma proposta de transcrição fonológica do português brasileiro, com objetivos pedagógicos. Expõem-se, em primeiro lugar, os princípios teóricos de inspiração funcionalista em que se apoia a interpretação fonológica de base; apresentam-se, a seguir, aqueles aspectos que, no funcionamento real do português falado no Brasil, constituem problemas autênticos para quem pretende estabelecer um método notacional adequado. Finalmente, propõe-se um sistema de notação (transcrição) com os seus grafemos, as suas normas e a sua aplicação a um breve texto.
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Este artigo discute a associação corrente entre, por um lado, posição pré-verbal e informação dada e, por outro, posição pós-verbal e informação nova. A análise da posição do sujeito em um corpus diacrônico do português brasileiro e do português europeu mostra que essa associação não é necessária. De fato, sujeitos informacionalmente dados também podem ser propostos. Além disso, o sujeito posposto pode aparecer em duas configurações diferentes - VSX ou VXS -, dependendo do grau de dadidade ou de previsibilidade dos elementos do comentário. A ordenação desses elementos segue um princípio de equilíbrio da informação, segundo o qual o último elemento da frase é o mais pesado do ponto de vista da informação, quer ele seja o sujeito ou um complemento.
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Este trabalho estuda os encontros de vogais na escrita do Português Arcaico (de agora em diante PA), no seu período trovadoresco, em busca de seus status fonológicos. Foram focalizados os encontros entre vogais no interior de palavras, como objetivo de definir se se está diante de ditongos ou hiatos. Utilizando a Fonologia Não-Linear, em especial, o modelo métrico, que trata da estrutura da sílaba, foi possível chegar a conclusões sobre a estruturação silábica do português da época e organizar hipóteses para interpretar os encontros vocálicos no nível fonológico. Finalmente, foi possível concluir que o tipo de encontro vocálico mais comum em PA, não por coincidência, é ditongo (foram constatados no corpus 722 ditongos e 123 hiatos), também o mais comum no Português Brasileiro atual. Mas é preciso ressaltar que o PA tolera os hiatos (inclusive não aceita outra solução, em alguns casos) enquanto o Português Brasileiro os evita. A conclusão a que se chega, a partir das análises empreendidas neste trabalho, é que, no PA, no nível fonológico, existem, no máximo, ditongos (os tritongos só são possíveis no nível fonético). E, mesmo no caso dos ditongos, o glide está posicionado na coda da sílaba (e não no núcleo).
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Pós-graduação em Música - IA
Resumo:
Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES)
Resumo:
Este é um trabalho descritivo, que tem como objetivo principal comparar expressões idiomáticas do português brasileiro e do espanhol. O corpus utilizado para selecionar as expressões foi a coleção Prisma (A1-A2/B1-B2/C1-C2). Os idiomatismos selecionados foram os formados por nome de animais. Na primeira parte do trabalho, discorremos sobre Fraseologia, Expressões Idiomáticas e discutimos algumas diferenças entre estas e as colocações. Além disso, foram propostas algumas reflexões sobre a dificuldade do aprendizado das expressões por parte dos alunos. Selecionamos, no corpus acima citado, dezenove expressões idiomáticas e procedemos à descrição e análise de suas composições e de seus significados. A partir dessa análise, apresentamos uma comparação dessas expressões com seus equivalentes no português do Brasil. A partir dessa comparação, pudemos observar que alguns idiomatismos analisados, embora possuam equivalentes entre as duas línguas em questão, são formadas com nomes de animais diferentes. Isso se deve, sobretudo, à visão de mundo e à cultura de cada país. Há ainda expressões cujos equivalentes em português e em espanhol não se diferem por uma palavra, mas sim por várias, apesar do significado ser o mesmo. Observamos, ainda, a importância do aprendizado dos idiomatismos e o fato de nos níveis A1 e A2 da coleção analisada, não aparecerem expressões idiomáticas, comprovando que muitos consideram que é preciso ter um nível mais elevado na língua estrangeira para aprendê-las
Resumo:
This paper aims to investigate the behavior of the modal verb poder as an auxiliary verb in text written in both two Romance languages, Brazilian Portuguese and Iberian Spanish. This research follows a functionalist language approach, more precisely the Dutch Functional Grammar tradition, based on the modality classification proposed by Hengeveld (2004). This author considers two main criteria: target of evaluation, and semantic domain of evaluation. Considering this classification, we analyze the use of the auxiliary verb poder in a corpus of self-help discourses, which currently enjoy enormous popularity in various parts of the world. Although in Portuguese the auxiliary verb poder is essentially an epistemic modal (cf. Neves 1999-2000) —which, according to the Hengeveld (2004), corresponds to the event-oriented epistemic modality—. However, our analysis show that, given the essentially optimistic nature of the discourse analyzed, the self-help discourse, the previously mentioned modal verb (poder) behaves predominantly as a participant-oriented facultative modal. This result demonstrates the importance of considering the context of occurrence of the verb poder in order to evaluate the effects of meaning associated with its use.
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This paper aims to contribute with the studies on the modal verb poder as an auxiliary verb, by analyzing, from a functionalist perspective, how it behaves, both in Brazilian Portuguese and Spanish, in self-help discourse. In order to do so, we have resorted to the classification of modalities by Hengeveld (2004), with special focus on the notions of target of evaluation and domain of evaluation.
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Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP)
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Pós-graduação em Linguística e Língua Portuguesa - FCLAR
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Based on a functionalist approach, this paper analyzes the modalized expression pode ser as a complement-taking predicate which embeds a proposition (pode ser1) and as an independent structure (pode ser2), in contemporary written and spoken Brazilian Portuguese texts. We aim to identify degrees of (inter)subjectivity, revealing a process of (inter)subjectification (TRAUGOTT, 2010 among others). The analysis carried out in this paper is supported by parameters of (inter)subjectivity of modal elements (TRAUGOTT; DASHER, 2002) and by the notion of modality as a multifunctional category, serving not only to encodethe speaker’s attitude regarding the modalized content, but also as a pragmatic strategy, as a regulator of communicative situation. The exam reveals pode ser as a strongly demanded structure in interaction, a fairly requested set and also productive and useful for interpersonal relationships. The examination of semantic, discursive and morphosyntactic properties indicates a shift from syntax (pode ser1) to discourse (pode ser2), interpreted as a development of (inter)subjectification.
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Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP)
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Este estudo é movido pela curiosidade quanto a como se resolvem, nas traduções do italiano para o português, questões de colocação pronominal. Encontramos, normal e frequentemente, na língua italiana, principalmente na língua falada, pronomes cujos equivalentes em português existem em gramáticas normativas da língua portuguesa, mas que, na prática, não são utilizados pelos falantes e escritores brasileiros. Encontramos, também, na língua italiana, um significativo número de verbos pronominais (como esserci, volerci, averne etc.) e um considerável número de verbos pronominais múltiplos (como andarsene, farcela, fregarsene etc.) que, juntamente com esses pronomes, constituem, para os professores brasileiros de italiano língua estrangeira (LE), elementos difíceis de trabalhar na sala de aula. Além disso, tais elementos também podem dificultar o trabalho dos tradutores, que devem fazer determinadas escolhas ao traduzi-los para o português. Como são traduzidos os pronomes combinados do italiano nas versões brasileiras? Será que os portugueses, que possuem, por exemplo, tais pronomes utilizam-nos em todos os casos em que os encontramos nos textos de partida? E as partículas pronominais são simplesmente eliminadas no texto de chegada ou são substituídas? Tais aspectos, se observados e organizados, podem levar a uma melhor compreensão das duas línguas em contato e dar subsídios a estudantes, professores e tradutores. Pensando nessa dificuldade, esta pesquisa buscou e listou alguns autores e obras disponíveis para consulta e analisou um corpus com cento e sessenta e três ocorrências de pronomes no italiano, mais sete acréscimos de pronomes no português brasileiro (PB) e/ou português europeu (PE), partindo do romance Uno, nessuno e centomila de Luigi Pirandello e suas respectivas traduções em PB e PE. Nosso objetivo consiste em encontrar respostas úteis à diminuição do estranhamento, por parte de um italiano, que escuta, de um brasileiro, frases sem pronomes (ainda que o italiano as entenda) e/ou a sensação de inadequação e, até mesmo, de desconforto, por parte de um brasileiro, ao produzir frases com todos os pronomes. No corpus analisado, temos uma amostra das escolhas e respectivas traduções propostas pelos tradutores para casos de pronomes reflexivos, de pronomes pessoais do caso reto, de pronomes pessoais do caso oblíquo, de pronomes combinados e de partículas pronominais ne, ci e vi, com manutenções, omissões, trocas por outros pronomes (possessivos, retos, oblíquos, demonstrativos) e, até mesmo, uma espécie de compensação numérica com a inclusão de palavra inexistente no texto de partida.
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Nesta dissertação, pretende-se estudar a dinamicidade lexical em textos de domínio político, veiculados pela imprensa escrita durante o período eleitoral de 2010. Para tal, selecionou-se um corpus adequado à pesquisa, fez-se o levantamento de neologismos lexicais nele ocorrentes e procedeu-se à sua descrição. Neste percurso, buscou-se demonstrar a riqueza e a vitalidade dos mecanismos de expansão lexical nos textos estudados, de modo a evidenciar que o léxico, como sistema dinâmico, configura-se como um dos subníveis linguísticos mais abertos à criatividade, revelando também crenças, valores, costumes e hábitos de uma comunidade linguística. Ademais, objetivou-se mostrar que a linguagem utilizada em contextos políticos, visto estar imersa em um ambiente de tensões e embates constantes, é marcadamente caracterizada pelo incessante nascer de novos signos, os quais, por motivações denominativas e/ou estilísticas, desvelam, não raras vezes, intenções e ideologias dos sujeitos-falantes que os criam. Por fim, elaborou-se um glossário com as novas formações encontradas, que oferece subsídios para a observação sistemática da neologia no âmbito do português brasileiro, além de traçar um perfil parcial das alterações político-culturais por que passamos no correr de 2010