999 resultados para Serviço de saúde mental comunitário
Resumo:
OBJETIVO: A violncia contra a mulher cometida por parceiro ntimo fenmeno complexo e um problema de saúde pblica, e o serviço de saúde um dos locais mais procurados por mulheres nessa situao. O objetivo do estudo foi determinar a prevalncia desse tipo de violncia entre as usurias de um centro de saúde distrital. MTODOS: O estudo foi realizado em Ribeiro Preto, SP, em 2003. Uma amostra de 265 mulheres, de 18 a 49 anos, foi entrevistada utilizando-se um questionrio aplicado face a face. A violncia foi classificada em psicolgica, fsica, sexual e geral. As anlises estatsticas utilizadas foram regresso logstica exata e o teste exato de Fisher. RESULTADOS: A violncia psicolgica ocorreu pelo menos uma vez na vida para 41,5%, violncia fsica para 26,4% e violncia sexual para 9,8%; 45,3% referiram ocorrncia de qualquer um dos tipos de violncia, das quais 20,3% em at 12 meses antecedendo a entrevista; 22,3% afirmaram ter sofrido violncia alguma vez na vida. A anlise multivariada mostrou os fatores de risco detectados para cada tipo de violncia: violncia psicolgica e geral - uso de drogas pelo companheiro, condio socioeconmica e violncia na famlia; violncia fsica - uso de drogas pelo companheiro, escolaridade e violncia na famlia; violncia sexual - condio socioeconmica e violncia na famlia. CONCLUSES: Os resultados mostraram que a prevalncia da violncia entre as usurias de centro de saúde foi alta e compatvel com os resultados encontrados em outras investigaes e sugere tambm sua invisibilidade para o serviço de saúde.
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OBJETIVO: Analisar a associao entre variveis do contexto familiar e o risco de problemas emocionais/comportamentais em crianas cadastradas em Programa Saúde da Famlia. MTODOS: Realizou-se estudo de delineamento transversal com 100 crianas entre 6 e 12 anos de idade e seus familiares, principalmente mes biolgicas (82%), cadastradas em um ncleo do Programa Saúde da Famlia, no municpio de Ribeiro Preto, SP, em 2001. Problemas emocionais/comportamentais da criana, em nveis considerados de risco para o desenvolvimento de transtornos, foram identificados por meio do Questionrio de Capacidades e Dificuldades. Avaliaram-se as variveis do contexto familiar: nvel socioeconmico, eventos adversos, estresse materno, depresso materna e organizao e estruturao do ambiente familiar. Para anlise estatstica foram utilizados os modelos de regresso logstica univariada e multvariada. RESULTADOS: O estresse materno mostrou-se associado a problemas de saúde mental em geral na criana (OR=2,2). Rotina diria com horrios definidos e o maior acesso a atividades para preencher o tempo livre foram associados ausncia desses problemas (1/OR 1,3 e 1,9, respectivamente). O estresse materno foi tambm um fator de risco para sintomas de ansiedade/depresso (OR=1,6). Para hiperatividade, a instabilidade financeira foi varivel de risco (OR=2,1) e todos os indicadores de estabilidade ambiental foram variveis protetoras (1/OR entre 1,2 e 1,6). CONCLUSES: Indicadores do contexto familiar associados aos problemas de saúde mental em escolares podem subsidiar a atuao das equipes do Programa Saúde da Famlia frente criana e sua famlia. Recomenda-se a utilizao do Questionrio de Capacidades e Dificuldades pelas equipes, a fim de identificar precocemente os problemas de saúde mental infantil.
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OBJETIVO: Estimar a prevalncia de problemas de saúde mental em adolescentes primigestas e comparar seu perfil de saúde mental com o daquelas sexualmente ativas que nunca engravidaram. MTODOS: Estudo de corte transversal, comparativo entre dois grupos de adolescentes de 13 a 17 anos, em Marlia, Estado de So Paulo, 2003-2004. A amostra incluiu 207 primigestas atendidas em programas de pr-natal de serviços pblicos municipais urbanos e 308 estudantes de escolas estaduais, sexualmente ativas, que nunca engravidaram. Foram aplicados um instrumento de rastreamento para problemas de saúde mental em adolescentes (verso brasileira do Youth Self-Report) e um questionrio sobre fatores de risco para gravidez na adolescncia. A anlise estatstica incluiu testes de qui-quadrado, exato de Fisher, U de Mann Whitney e modelos de regresso logstica. RESULTADOS: Adolescentes grvidas e no-grvidas no diferiram quanto prevalncia do total de problemas de saúde mental (24,6% vs. 27,3%; p=0,50). Comparado s adolescentes no-grvidas, o grupo das primigestas apresentou maior prevalncia de sintomas de ansiedade/depresso (24,2% vs. 15,3%; p=0,01) e sintomas de retraimento/depresso (13,0% vs, 4,5%; p<0,001), alm de maior nmero de fumantes (21,3% vs. 11,0%; p=0,002). Estas diferenas foram confirmadas em modelos de regresso logstica, controlados para escolaridade da me. CONCLUSES: Foram mais freqentes os sintomas de ansiedade e depresso e uso de tabaco em adolescentes primigestas em comparao com as adolescentes no-grvidas. Esses problemas requerem especial ateno dos serviços de pr-natal a fim de evitar possveis prejuzos para a saúde das mes e de seus filhos.
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OBJETIVO: Avaliar a associao entre nvel de atividade fsica e o estado de saúde mental de pessoas idosas. MTODOS: Inqurito de base populacional com amostragem probabilstica, incluindo 875 idosos da cidade de Florianpolis, Santa Catarina, em 2002. Foram aplicados os questionrios: Internacional de Atividades Fsicas e Brazil Old Age Schedule. Os problemas de saúde mental avaliados foram depresso e demncia, alm da prtica de atividade fsica total (lazer, ocupao, deslocamentos e serviços domsticos). Aps anlises descritivas e bivariadas, realizou-se anlise ajustada por meio de regresso logstica, com ajuste para os fatores de atividade fsica total, atividade de lazer, escores de depresso e demncia. RESULTADOS: Verificou-se associao estatisticamente significativa e inversa de demncia e depresso com atividade fsica total e atividade fsica no lazer. A odds ratio ajustada para demncia entre os sujeitos sedentrios para atividade fsica total comparada dos ativos foi de 2,74 (IC 95%: 1,85; 4,08), enquanto o respectivo valor para depresso foi de 2,38 (IC 95%: 1,70; 3,33). CONCLUSES: Os resultados reforam a importncia de estilo de vida ativo para preveno de problemas de saúde mental de idosos. Infere-se que a atividade fsica tem conseguido reduzir e/ou atrasar os riscos de demncia, embora no se possa afirmar que a atividade fsica evita a demncia.
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OBJETIVO: Analisar fatores de proteo e de risco para problemas de saúde mental entre adolescentes. MTODOS: Estudo transversal realizado com amostra aleatria (N=327; perda=6,9%) de estudantes da sexta srie de todas as escolas pblicas e privadas de Barretos, SP, em 2004. Os fatores examinados foram: exposio violncia domstica e urbana, nvel socioeconmico familiar, sexo, morar sem a me, participar de atividades sociais (fator de proteo). As associaes entre esses fatores e problemas de saúde mental foram analisadas por meio de modelos de regresso logstica. Todos os fatores de risco e proteo independentes foram includos no modelo inicial de regresso logstica, permanecendo no modelo final apenas a varivel com nvel de significncia inferior a 0,05. RESULTADOS: Verificou-se que apenas exposio violncia permaneceu no modelo final como fator associado a problemas de saúde mental (p=0,02; IC 95%: 1,12;4,22). Crianas expostas violncia domstica tinham trs vezes mais chances de apresentarem estes problemas do que aquelas expostas violncia urbana (p=0,04; IC 95%: 1,03;7,55). CONCLUSES: A violncia domstica associou-se a problemas de saúde mental nos adolescentes do estudo, podendo ser mais importante que a violncia urbana em cidades de mdio porte.
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OBJETIVO: Analisar os sentidos do cuidado para com o usurio atendido no mbito da assistncia em saúde mental, a partir de percepes de psiclogos atuando no cotidiano de serviços pblicos de saúde. PROCEDIMENTOS METODOLGICOS: Estudo exploratrio qualitativo realizado na cidade de Fortaleza, CE, no ano de 2006. A amostra foi composta por oito informantes do sexo feminino, psiclogas, pertencentes ao quadro funcional da rede estadual de saúde. Para apreenso e construo das informaes, foram realizadas entrevistas no-diretivas, gravadas e transcritas. A categorizao dos discursos a partir de enfoque hermenutico possibilitou a construo de rede interpretativa. ANLISE DOS RESULTADOS: A rede interpretativa evidenciou que o psiclogo reconhece sua insero no campo da saúde pblica como um desafio, distinto do campo de sua formao. As concepes de cuidado predominantes foram circunscritas dimenso tcnica, embora tambm tenham sido identificadas outras mais prximas abertura tica e de respeito alteridade. CONCLUSES: No cotidiano da assistncia na rede pblica, percebe-se uma atitude de cuidado como tcnica, controle e anulao da diferena mais comprometida com os modelos tradicionais da biomedicina e da psicologia clnica. Foram observadas prticas que ultrapassam essa atitude e assumem uma configurao direcionada ao encontro intersubjetivo, ao dilogo, afetao, escuta tica, ao compartilhamento de responsabilidades e ao compromisso tico em sua perspectiva sociocultural e poltica.
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OBJETIVO:Descrever formas de violncia externa e indireta que afetam a saúde mental de trabalhadores de programa de saúde da famlia, bem como as estratgias desenvolvidas pelos trabalhadores para viabilizar seu trabalho e se proteger psicologicamente. MTODOS: Estudo qualitativo do processo de trabalho no Programa Saúde da Famlia, realizado nos municpios de So Paulo, Ribeiro Preto e Embu (SP), em 2005. Foi utilizada a abordagem terica da psicodinmica do trabalho, que prope a criao de grupos de reflexo com os trabalhadores. Buscou-se identificar aspectos subjetivos do trabalho, situaes de sofrimento psquico e estratgias utilizadas pelos trabalhadores para lidar com o sofrimento e continuar a trabalhar. RESULTADOS: A organizao do trabalho no Programa exps os trabalhadores a: situaes de violncia, por vezes invisvel; sentimentos de impotncia frente s situaes de precariedade; no-reconhecimento dos esforos realizados; falta de fronteiras entre aspectos profissionais e pessoais; convvio intenso com situaes de violncia domstica e social; medo do risco de exposio; sensao de integridade moral e fsica ameaadas e temor de represlia. Foram observadas situaes de sofrimento psquico decorrente da violncia no trabalho, intensificados no Programa Saúde da Famlia pelo convvio cotidiano com situaes de violncia que geram medo e sentimento de vulnerabilidade. CONCLUSES: As repercusses psicolgicas geradas pela violncia no trabalho, nem sempre expressas sob a forma de transtornos psquicos, foram observadas em situaes de elevado sofrimento. Os trabalhadores desenvolvem estratgias para minimizar esse sofrimento, se protegem psiquicamente e continuam a trabalhar; buscam construir redes de solidariedade e de proteo com a populao visando diminuio da vulnerabilidade. Aprendem, na experincia acumulada, a detectar situaes de risco evitando aquelas que acreditam serem ameaadoras.
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OBJETIVO: Avaliar os modelos assistenciais, de gesto e de formao de trabalhadores de uma rede centros de ateno psicossocial (CAPS). MTODOS: Pesquisa avaliativa qualitativa, sustentada pela hermenutica gadameriana, realizada na cidade de Campinas (SP), em 2006-2007. Os dados foram coletados por meio de 20 grupos focais, em CAPS III, realizados com diferentes grupos de interesse (trabalhadores, gestores municipais, usurios, familiares e gestores locais). Aps a transcrio do material gravado de cada grupo, foram construdas narrativas, seguindo o referencial terico de Ricoeur. Na segunda etapa de grupos focais essas narrativas foram apresentadas aos participantes para contest-las, corrigi-las e valid-las. Os resultados preliminares foram discutidos em oficinas para elaborao de um guia de boas prticas em CAPS III. RESULTADOS: Foram identificados pontos fortes e fragilidades no que concerne ateno crise, articulao com a rede bsica, formulao de projetos teraputicos, gesto e organizao em equipes de referncia, formao educacional e sofrimento psquico. CONCLUSES: A rede de centros de ateno psicossocial em Campinas destaca-se pela sua originalidade na implantao de seis CAPS III , e pela sua eficcia na continncia com usurios e familiares no momento da crise e na reabilitao. A organizao por tcnico e/ou equipe de referncia prevalece, assim como a construo de projetos teraputicos. A reduo das equipes noturnas desponta como principal problema e fonte de estresse para os trabalhadores. A formao dos profissionais se mostrou insuficiente para os desafios enfrentados por esses serviços.
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OBJETIVO: Analisar a associao de determinantes sociodemogrficos com o desenvolvimento de problemas de comportamento e de competncia social em crianas. MTODOS: Estudo transversal realizado com 479 escolares entre seis e 13 anos de idade, da primeira srie do ensino fundamental de escolas pblicas em So Gonalo (RJ), em 2005. Foram investigadas variveis socioeconmicas, estrutura familiar, escolaridade dos pais, cor da pele da criana, problemas de comportamento e competncia social. Foram calculadas razes de prevalncia com respectivo intervalo com 95% de confiana. Os dados apresentados foram expandidos para a populao de alunos da rede de ensino investigada. RESULTADOS: Crianas abaixo da linha de pobreza, de cor da pele negra, com pais com baixa escolaridade, e vivendo em famlias monoparentais ou compostas por madrasta/padrasto apresentaram mais precria competncia social e mais problemas de comportamento. medida que se elevavam os fatores de risco, crescia a prevalncia das crianas com baixa competncia social e problemas de comportamento. CONCLUSES: A associao entre os determinantes sociodemogrficos com a maior prevalncia de problemas de comportamento e com mais precria competncia social em crianas requer que aes preventivas e de assistncia sejam tomadas como prioridade para as polticas pblicas, minorando a existncia de dificuldades sociais e emocionais infantis graves, que podem se manter at a vida adulta.
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Ainda que a saúde mental dos doentes crnicos seja cada vez mais uma preocupao dos profissionais de saúde, no generalizada a avaliao rotineira do seu funcionamento sexual, que poder ter impacto sobre a sua saúde mental. O objectivo do presente estudo explorar a relao entre funcionamento sexual e saúde mental em doentes crnicos. Foram avaliados 77 adultos com diabetes tipo 1, 40 com diabetes tipo 2, 100 com esclerose mltipla, 79 com epilepsia, 205 com obesidade e 106 com cancro, recorrendo a um Questionrio Scio-demogrfico e Clnico, Escala de Funo Sexual do MSQOL-54 e Escala de Saúde Mental do SF-36. Na amostra total, verificaram-se correlaes lineares estatisticamente significativas entre Funcionamento Sexual e Saúde Mental nos dois sexos (homens: r(161)=-0,35, p<0,0001; mulheres: r(387)=-0,36, p<0,0001). Entre os homens, as correlaes oscilaram entre rs(33)=-0,58 (p<0,0001) e rs(34)=-0,21 (p=0,23); entre as mulheres, entre rs(161)=-0,49 (p<0,0001) e rs(19)=-0,03 (p=0,89). Mais concretamente, nos indivduos com diabetes tipo 1 e cancro verificaram-se correlaes lineares estatisticamente significativas entre Funcionamento Sexual e Saúde Mental nos dois sexos; nos indivduos com diabetes tipo 2 e esclerose mltipla no se verificaram correlaes significativas em nenhum dos sexos; nos indivduos com obesidade s se verificaram correlaes significativas nos indivduos do sexo feminino; nos indivduos com epilepsia s se verificaram correlaes significativas nos indivduos do sexo masculino. Os resultados sugerem que a promoo do funcionamento sexual de doentes crnicos poder saldar-se por uma melhoria na sua saúde mental (e vice-versa), mas no em todas as doenas crnicas analisadas.
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OBJETIVO: Analisar a associao entre problemas de saúde mental e uso de tabaco em adolescentes. MTODOS: Foram analisados 4.325 adolescentes de 15 anos da coorte de nascimentos de 1993 da cidade de Pelotas, RS. Tabagismo foi definido como fumar um ou mais cigarros nos ltimos 30 dias. Saúde mental foi avaliada de acordo com o escore total do questionrio Strengths and Difficulties Questionnaire e escore maior ou igual a 20 pontos foi considerado como positivo. Os dados foram analisados por regresso de Poisson, com ajuste robusto para varincia. RESULTADOS: A prevalncia de tabagismo foi 6,0% e cerca de 30% dos adolescentes apresentaram algum tipo de problema de saúde mental. Na anlise bruta, a razo de prevalncias para tabagismo foi de 3,3 (IC95% 2,5; 4,2). Aps ajuste (para sexo, idade, cor da pele, renda familiar, escolaridade da me, grupo de amigos fumantes, trabalho no ltimo ano, repetncia escolar, atividade fsica de lazer e uso experimental de bebida alcolica), diminuiu para 1,7 (IC95% 1,2; 2,3) entre aqueles com problemas de saúde mental. CONCLUSES: Problemas de saúde mental na adolescncia podem ter relao com o consumo de tabaco.
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OBJETIVO: Analisar a evoluo de estimativas do gasto federal com o Programa de Saúde Mental desde a promulgao da lei nacional de saúde mental. MTODOS: O gasto federal total do Programa de Saúde Mental e seus componentes de gastos hospitalares e extra-hospitalares foi estimado a partir de 21 categorias de gastos de 2001 a 2009. Os valores dos gastos foram atualizados para valores em reais de 2009 por meio da aplicao do ndice de Preos ao Consumidor Amplo. Foi calculado o valor per capita/ano do gasto federal em saúde mental. RESULTADOS: Observou-se o crescimento real de 51,3% do gasto em saúde mental no perodo. A desagregao do gasto revelou aumento expressivo do valor extra-hospitalar (404,2%) e decrscimo do hospitalar (-39,5%). O gasto per capita teve crescimento real menor, embora expressivo (36,2%). A srie histrica do gasto per capita desagregado mostrou que em 2006, pela primeira vez, o gasto extra-hospitalar foi maior que o hospitalar. O valor per capita extra-hospitalar teve o crescimento real de 354,0%; o valor per capita hospitalar decresceu 45,5%. CONCLUSES: Houve crescimento real dos recursos federais investidos em saúde mental entre 2001 e 2009 e investimento expressivo nas aes extra-hospitalares. Houve inverso no direcionamento dos recursos, a partir de 2006, na direo dos serviços comunitários. O componente do financiamento teve papel crucial como indutor da mudana de modelo de ateno em saúde mental. O desafio para os prximos anos sustentar e aumentar os recursos para a saúde mental num contexto de desfinanciamento do Sistema nico de Saúde.
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Os profissionais de saúde mental so o principal instrumento de interveno nesta rea considerada como prioridade de Saúde Pblica e esto sujeitos a desgaste emocional e stress, que pode afetar negativamente a sua qualidade de vida. Com este estudo pretende-se avaliar a perceo do estado de saúde e da qualidade de vida relacionada com a saúde nos profissionais de saúde mental. Para responder ao objetivo traado optou-se por realizar um estudo observacional analtico transversal, com abordagem quantitativa. Foi utilizado o SF36v2 como instrumento genrico de avaliao da Qualidade de Vida, que j se encontra validado para a populao portuguesa, complementado por um questionrio socioprofissional. A recolha de dados decorreu online, de 28 de Janeiro a 30 de Abril de 2013. A amostra foi constituda por 201 profissionais de saúde mental de Portugal Continental. Os profissionais de saúde mental que integraram a amostra revelaram pior perceo do estado de saúde e qualidade de vida, quando comparados com os valores de referncia para a populao portuguesa com nvel de instruo alto. Em termos de domnios do instrumento, piores resultados foram encontrados para todos eles com exceo do domnio Saúde Mental. A avaliao da qualidade de vida dos profissionais de saúde mental possibilita a implementao alteraes no funcionamento dos serviços de saúde mental, nomeadamente de programas de gesto de stress, de estratgias de coping e de competncias de interao e comunicao entre os profissionais, podendo contribuir para uma melhoria na prestao dos cuidados de saúde aos utentes.
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Dissertao Saúde Ocupacional em Portugal: O Caso do Serviço de Saúde Ocupacional da Cmara Municipal de Almada Autora: Ana Lusa Pinto Nunes Curto Procuramos contribuir com uma perspectiva sistmica para a compreenso das condicionantes das formulaes, polticas e prticas de Saúde Ocupacional em geral, utilizando o Serviço de Saúde Ocupacional da Cmara Municipal de Almada como Caso e os aspectos mais singulares do seu processo de implementao e de desenvolvimento das prticas e actividades de saúde. Para o efeito, recorremos a metodologia compreensiva (ou qualitativa), com desenho de Estudo de Caso, de caractersticas exploratrias/explanatrias e intrnseco/instrumental. Desenvolvemos duas abordagens prvias, para melhor contextualizar e compreender as singularidades do Caso em anlise. Uma abordagem geral Saúde Ocupacional, no mbito da Saúde Pblica e do modelo econmico e social europeu, incluindo o esclarecimento de alguns conceitos - recorremos a reviso da literatura sobre experincias e prticas nacionais e internacionais; e a informaes e percepes de intrpretes do processo e das circunstncias da institucionalizao da Saúde Ocupacional no Pas, obtidos por entrevistas, dilogo e nossa reflexo. Como segunda abordagem, o desenvolvimento de um quadro de referncia conceptual, suportado na reviso bibliogrfica, no Estudo de Caso e reflexo, com as dimenses que condicionam o desenvolvimento de serviços e sistemas de Saúde Ocupacional. Apresentamos os resultados da Dissertao com um formato prximo da narrativa. Como uma histria preenchida por ambientes, pessoas e organizaes, para uma leitura mais fcil e para que melhor se perceba a ligao da Saúde Ocupacional ao percurso das sociedades. Mas tambm para que no pensamento, reflexes e documentos que venham ser produzidos por quem aceda a este trabalho, a histria da Saúde Ocupacional passe a estar ligada aos contributos de alguns protagonistas-chave, e a Almada. Com este trabalho, foi possvel conhecer e compreender melhor a contingncia da Saúde Ocupacional, configurada como sistema de saúde nacional ou rea de referncia em alguns pases, e quase desconhecida noutros, pese embora a maior visibilidade da relao saúde e trabalho, fruto das angstias contemporneas do planeta financeiro, atento sustentabilidade dos sistemas de proteco social, impacto das desigualdades sociais e de saúde nas capacidades produtivas e despesa dos Estados, . A evidncia de ganhos de saúde e efectividade das medidas e cuidados de saúde ocupacional so escassos, mas a solidez dos racionais, o reconhecimento de que os ambientes de trabalho so um Determinante Social de Saúde susceptvel de provocar e/ou agravar as desigualdades em saúde, e alguns exemplos de boas-prticas conhecidos, fundamentam a ateno das agncias internacionais e as recomendaes para que a rea se desenvolva. Em Portugal, apesar das dificuldades em reconhecer institucionalmente o mrito e os resultados, mesmo que validados por entidades de peritos independentes, destaca-se o Serviço de Saúde Ocupacional da Cmara Municipal de Almada. um Caso que ilustra as dimenses que necessrio fazer coincidir para que a Saúde Ocupacional se possa desenvolver; a necessidade e vantagem de aco sistmica; a relevncia das lideranas e da viso e da capacidade tcnicas; e de como se podem concretizar os princpios gerais que vm escritos nos livros, mesmo que nem sempre em consonncia com as formulaes legais, sobretudo se desadequadas dos ambientes e das necessidades de saúde. Ao longo do texto, acentuamos as dificuldades quase generalizadas em inspirar e mobilizar aco inovadora neste domnio; em conjugar os saberes e competncias que a rea requer; e a necessidade de valorizar o que invulgar e raro (Cisne Negro ). Na discusso e concluses, sublinhamos o potencial do Caso de Almada como exemplo de um sistema integrado de proteco e promoo da saúde no trabalho, e a vantagem de o utilizar como recurso para organizar solues que permitam pensar, desenhar e realizar sistemas sociais e de saúde que contribuam para que em Portugal, na Europa e por todo o lado, indivduos e comunidades vivam e se sintam bem. Palavras-Chave: Saúde Ocupacional, Serviço de Saúde Ocupacional da Cmara Municipal de Almada, Quadro de referncia conceptual, Sistemas de saúde, Promoo da saúde no trabalho.
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Introduo: O Bullying um tema que tem despertado a ateno da comunidade cientfica e pedaggica. Os estudos desenvolvidos nas ltimas 3 dcadas, tm associado o Bullying a sofrimento psquico dos seus intervenientes e como precursor de delinquncia e criminalidade na idade adulta. No existe consenso quanto especificidade do tema, no entanto o conceito pretende caracterizar um tipo particular de violncia e agressividade entre pares. A definio do fenmeno implica, segundo alguns autores, a intencionalidade e repetio do comportamento com desequilbrio de poder entre os intervenientes, provocador e vtima. Existe uma grande variabilidade nas taxas de prevalncia, esta diminui com a idade, mais frequente nos rapazes, acontece no permetro escolar, principalmente no recreio e alguns estudos sugerem uma diminuio nos ltimos 15 anos. Os estudos tm permitido delinear os perfis social e psicolgico dos diferentes intervenientes no Bullying, provocador, vtima, vtima-provocador e audincia, assim como das suas famlias, o que pode ter um impacto na preveno, deteco e interveno precoces. Casos Clnicos: As autoras expem dois casos de crianas do sexo masculino, ambas com 11 anos de idade, residentes em distritos diferentes, uma vtima e a outra vtima-provocador de Bullying, em que se observam consequncias ao nvel da psicopatologia das crianas. Os perfis scio-psicolgicos das crianas e das suas famlias so ilustrativos dos apresentados nos estudos. Concluso: A compreenso e maior conhecimento por parte dos clnicos e professores sobre o Bullying permitem uma maior proteco das crianas em idade escolar contra algumas formas de violncia e agressividade, evitando situaes de reactividade excessiva, como as medidas punitivas, geradoras de mais violncia.