1000 resultados para Olhos - Exame
Resumo:
OBJETIVO: A radiografia do tórax continua sendo um dos métodos diagnósticos mais solicitados, mas muitos exames seriam evitados se determinados critérios fossem priorizados no momento da requisição. Este trabalho propôs-se a estudar se a qualidade do exame clínico, representado pela realização do exame físico, está associada à presença de anormalidades com significado clínico na radiografia torácica. MATERIAIS E MÉTODOS: Neste estudo transversal foram estudados 142 pacientes atendidos em ambulatórios de hospital universitário (Salvador, BA) e com pedido de radiografia do tórax. RESULTADOS: Menos da metade (46,5%) das radiografias apresentou alterações clinicamente significantes. Pacientes com 50 ou mais anos de idade apresentaram prevalência (P) 2,8 vezes maior de mostrar anormalidades nas radiografias torácicas, semelhante (P = 2,7) àqueles provenientes de ambulatórios das clínicas cardio-pneumológica e médica ou que estavam com algum tipo de tratamento referente à sua doença atual (P = 2,0). Entretanto, a variável que classificou a qualidade do atendimento médico não se mostrou associada à anormalidade na radiografia torácica, assim como a finalidade da solicitação e tipo de queixa referido pelo paciente. CONCLUSÃO: Os resultados observados indicam a necessidade de estudos, com outras abordagens metodológicas, para melhor esclarecer o impacto na solicitação da radiografia do tórax, da história clínica e exame físico acurados.
Resumo:
O objetivo deste trabalho é descrever os achados normais na radiografia de tórax do recém-nascido, os critérios usados para avaliar a qualidade técnica do exame, assim como o posicionamento correto de sondas, cânulas e cateteres, enfatizando as especificidades dos achados radiológicos relacionados à faixa etária do paciente. No período neonatal, a imagem cardíaca é mais proeminente em virtude da conversão da circulação fetal, as dobras de pele e as variações da imagem tímica podem simular doenças, a avaliação do posicionamento adequado de sondas e cateteres evita iatrogenias, o padrão gasoso intestinal apresenta mudanças relacionadas ao número de horas de vida do paciente e a presença dos núcleos de ossificação secundários na extremidade proximal dos úmeros e processo coracóide está associada com a idade gestacional a termo do recém-nascido, representando, portanto, um sinal radiológico de desenvolvimento ósseo normal. O conhecimento das particularidades e dos aspectos radiológicos normais no tórax do recém-nascido evita diagnósticos equivocados, reduz as iatrogenias e representa um valioso suporte no diagnóstico e no acompanhamento clínico destes pacientes.
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A doença de Erdheim-Chester é uma rara histiocitose de células não-Langerhans, de etiologia desconhecida, que apresenta manifestações sistêmicas, atingindo ossos, sistema nervoso central, olhos, pulmões, mediastino, rins e retroperitônio. Relatamos dois casos que cursaram com a apresentação típica da doença. Os achados radiológicos foram concordantes com a literatura e orientaram a suspeita diagnóstica, confirmada pelo exame imuno-histoquímico.
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Apresentamos uma lista de recomendações sobre a utilização de 18F-FDG PET em oncologia, no diagnóstico, estadiamento e detecção de recorrência ou progressão do câncer. Foi realizada pesquisa para identificar estudos controlados e revisões sistemáticas de literatura composta por estudos retrospectivos e prospectivos. As consequências e o impacto da 18F-FDG PET no manejo de pacientes oncológicos também foram avaliados. A 18F-FDG PET deve ser utilizada como ferramenta adicional aos métodos de imagem convencionais como tomografia computadorizada e ressonância magnética. Resultados positivos que sugiram alteração no manejo clínico devem ser confirmados por exame histopatológico. A 18F-FDG PET deve ser utilizada no manejo clínico apropriado para o diagnóstico de cânceres do sistema respiratório, cabeça e pescoço, sistema digestivo, mama, melanoma, órgão genitais, tireoide, sistema nervoso central, linfoma e tumor primário oculto.
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O objetivo deste trabalho foi analisar a responsabilidade civil por erro médico no que tange, especificamente, à conduta do radiologista no diagnóstico do câncer através do exame mamográfico. Foram analisadas, para exemplificar, decisões judiciais com o objetivo de mostrar o entendimento dos tribunais nacionais, dentre eles, o Supremo Tribunal Federal, a quem compete revisar, em grau de recurso, as decisões judiciais que afrontam a Constituição Federal, bem como o Superior Tribunal de Justiça, que tem a competência de julgar em grau de recurso as decisões violadoras das leis federais. O material utilizado demonstra a visão dos tribunais acerca do tema objeto desta pesquisa, revelando as consequências do erro do médico radiologista e dos serviços de radiologia no âmbito do direito civil, que possui a indenização monetária como consequência da existência de responsabilidade civil. Ou seja, o dever de indenizar decorre da constatação da existência da responsabilidade civil. Assim, afastada a responsabilidade civil, fica afastado o dever de indenizar. Indenização não se confunde com a responsabilidade civil, esta é fundamento daquela.
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A síndrome do intestino curto é definida pela incapacidade da superfície do intestino delgado em manter as condições adequadas de absorção de nutrientes, ocasionando deficiências nutricionais. Em adultos, as principais causas de síndrome do intestino curto são as ressecções cirúrgicas amplas ou múltiplas, secundárias a infarto mesentérico, doença de Crohn e enterite actínica. Além de avaliar o tempo de trânsito até o intestino grosso, o exame contrastado de trânsito intestinal pode ser utilizado na medição da extensão do intestino remanescente e no acompanhamento dos fenômenos de adaptação estrutural das alças delgadas e colônicas. Em pacientes com síndrome do intestino curto, a adaptação estrutural do intestino delgado consiste na hiperplasia das vilosidades e das pregas mucosas, que se tornam mais numerosas, profundas e de maior diâmetro, assim como a dilatação do segmento remanescente. Esses achados morfológicos são mais pronunciados e bem estabelecidos nas alças ileais, evidenciando sua maior capacidade adaptativa. O conhecimento dos achados por imagem das características morfológicas e adaptativas do intestino delgado é de grande importância na abordagem multidisciplinar da síndrome do intestino curto.
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O objetivo desta revisão é fornecer auxílio na interpretação correta do espessamento das paredes da vesícula biliar e seus possíveis diagnósticos diferenciais. O espessamento da vesícula biliar é um achado frequente em exame de ultrassonografia e um tema de grande interesse, por ter sido considerado durante muito tempo como sinal específico de colecistite aguda, apesar de se reconhecer que ocorre em uma série de outras situações clínicas. A adequada caracterização e interpretação desse achado é de grande importância, pois o diagnóstico correto tem impacto direto no tratamento, que em alguns casos inclui intervenção cirúrgica. Neste artigo procuramos apresentar um conjunto de sinais ultrassonográficos que, associados ao quadro clínico e laboratorial do paciente, permitem restringir as alternativas diagnósticas e estabelecer, com maior precisão, a causa do espessamento parietal da vesícula biliar, através de uma avaliação racional dos dados obtidos.
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Novas técnicas de exames têm sido desenvolvidas com o objetivo de se obter não apenas uma avaliação estrutural, mas também uma análise funcional e metabólica de diversos órgãos e tipos de lesões. Entre estas ferramentas, a perfusão por tomografia computadorizada (PTC) tem despertado o interesse de muitos pesquisadores em estudar a sua aplicabilidade em órgãos e doenças abdominais. Entre estas aplicações podemos citar a avaliação do comportamento biológico de tecidos sadios e doentes, a diferenciação de processos inflamatórios de tumorais e o diagnóstico da recidiva tumoral após terapêuticas minimamente invasivas. A principal característica da PTC reside na sua capacidade de caracterizar comportamentos perfusionais distintos e que traduzem alterações biológicas de determinadas lesões e tecidos doentes. Dessa forma, o nosso objetivo foi realizar uma ampla revisão da literatura, mostrando as principais técnicas e protocolos utilizados nos exames de PTC, as principais indicações, vantagens e desvantagens do método, além de propor um protocolo de exame que possa ser introduzido na rede privada e pública de saúde, com reprodutibilidade e simplicidade de implementação.
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OBJETIVO: Avaliar o impacto da ranitidina por via oral na qualidade do exame de colangiopancreatografia por ressonância magnética (CPRM). MATERIAIS E MÉTODOS: Trinta e dois pacientes realizaram CPRM com aquisições 3D e 2D, com três estratégias de supressão do sinal líquido gastrintestinal: a) apenas em jejum; b) 12 horas após ingerir 300 mg de ranitidina; c) após a ingestão de solução de gadolínio. Três observadores avaliaram os estudos, atentos para o grau de visualização da árvore biliopancreática. Foi medida a concordância interobservador com o teste kappa. A diferença entre técnicas e formas de aquisição foi avaliada pela média da soma dos escores de graduação. RESULTADOS: As três estratégias de supressão do sinal líquido gastrintestinal apresentaram elevada reprodutibilidade. A supressão do sinal líquido gastrintestinal com a ranitidina foi semelhante ao jejum e ambas foram piores do que a solução de gadolínio. As aquisições 3D superaram a 2D apenas na visualização do ducto cístico e da vesícula biliar, sendo inferior ou equivalente nos demais segmentos ductais biliopancreáticos. CONCLUSÃO: O uso da ranitidina não parece justificado para aprimorar a avaliação da árvore biliopancreática em exames de CPRM. A CPRM 2D apenas em jejum permite a visualização ductal com elevada qualidade e reprodutibilidade na maioria dos casos.
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A história clínica, cada vez mais, vem sendo subestimada como ferramenta indispensável à formação médica. Sendo esta desvalorização multifatorial, dois são os fatores que a tornam menos atraente aos olhos dos recém-egressos das universidades e mesmo para alguns profissionais já graduados: o deslumbramento diante de procedimentos high tech e a lenda intelectualista que valoriza apenas aspectos teórico-contemplativos do saber humano. O presente artigo de revisão tem por objetivo analisar as causas que levaram a esse quadro e contribuir com algumas sugestões para que ele possa ser ao menos minimizado.
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O propósito deste estudo retrospectivo foi avaliar o impacto do processo de avaliação seriada, em comparação com exame vestibular, em termos de efeitos no perfil de atributos e de progresso acadêmico de alunos da Universidade de Brasília. Os sujeitos foram 415 alunos (57,8% masculinos) registrados no Curso de Medicina após aprovação para ingresso mediante avaliação seriada, ou exame vestibular no primeiro ou segundo semestre, ao longo de seis anos (1999-2004). Foram comparados, entre os grupos de ingresso, os indicadores demográficos, de atitudes em face do aprendizado e de rendimento cognitivo no curso. Os resultados mostraram proporções significantemente maiores de alunos naturais do Distrito Federal e da faixa etária mais jovem no grupo da avaliação seriada. O índice de rendimento acadêmico manteve-se significativamente mais elevado nesse grupo desde o segundo ao nono período do curso. Análises estatísticas indicam que tal efeito reflete, além da forma e do ano de ingresso, outras diferenças nas características dos alunos, tais como sexo, idade e valoração do aprendizado. Os achados sugerem que a avaliação seriada privilegiou a aptidão acadêmica quanto ao rendimento cognitivo e alterou tendências na composição demográfica do alunado com efeitos no próprio rendimento estudantil.
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Descrevem-se duas experiências realizadas com o objetivo de verificar se estudantes de Medicina de etapas avançadas podem ser utilizados em Osce para avaliar habilidades clínicas básicas de alunos iniciantes. Na primeira experiência, 6 internos e 6 professores avaliaram 59 alunos do currículo tradicional em Osce com 6 estações focadas na anamnese, exame físico e comunicação com o paciente. As notas dadas pelos professores foram maiores que as dos estudantes em todas as estações, exceto uma (comunicação), mas não houve diferenças significantes entre elas, exceto numa estação de exame físico (p < 0,001) (teste de Wilcoxon). Na segunda experiência, 15 internos do currículo tradicional e 9 professores avaliaram 58 estudantes do 1º ano, currículo PBL, em Osce com 3 estações para avaliar anamnese, exame físico e manipulação de luvas esterilizadas. Os estudantes foram pareados aos professores, e cada um fez sua avaliação individualizada usando o mesmo protocolo. Em metade das estações, os valores médios das notas de professores e estudantes foram significativamente diferentes. Isso aparentemente se deveu à variação significativa entre as notas dos professores, o que não ocorreu com relação às notas dadas pelos estudantes avaliadores (p < 0,05) (teste de Wilcoxon e Anova - Turkey, Dunn). Conclui-se que estudantes em fase de treinamento podem ser utilizados como examinadores confiáveis em exame de habilidades clínicas de estudantes iniciantes, sendo que a variabilidade entre as notas que atribuem para a mesma tarefa parece ser inferior à que se verifica nas notas dos professores.
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Exames ginecológicos são especialmente sensíveis tanto para os estudantes inexperientes quanto para a mulher que está sendo examinada. O uso do role-playing ou troca de papéis tem sido cada vez mais reconhecido como forma de aprendizagem das habilidades de comunicação e tem se tornado particularmente importante. Com o intuito de analisar o impacto da troca de papéis nos acadêmicos de Medicina admitidos no módulo de Ginecologia e Obstetrícia do internato, foram realizadas simulações de exame ginecológico durante o ambulatório de ginecologia, com o consentimento dos alunos. A dinâmica foi incorporada e interpretada pelos participantes de modo pleno, demonstrando que as soluções para as questões abordadas podem ser encontradas no íntimo de cada aluno que passa por uma situação de inversão de papéis com sua paciente. Se for possível trazer a experiência do role-playing ou troca de papéis para o ensino médico e para a vida profissional, certamente nos colocaremos no lugar de cada paciente na hora do exame, o que fará da dinâmica realizada um instrumento para a humanização no ensino da ginecologia.
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INTRODUÇÃO: O Brasil vive um período de crescimento do número de escolas médicas, atrelado à redução da qualidade do ensino, estruturas universitárias e hospitalares precárias e alunos mal preparados para a prática médica. Em 2012, o exame do Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo (Cremesp) tornou-se obrigatório para a obtenção de registro profissional. Dos recém-formados em São Paulo, 54% tiveram escore insuficiente após responder a questões correspondentes às áreas básicas da medicina. OBJETIVO: Avaliar fatores relacionados ao mau desempenho dos recém-formados no exame do Cremesp em 2012. METODOLOGIA: Foi realizada revisão bibliográfica a partir de fontes dos bancos Bireme, Scielo, PubMed e do site do Cremesp. "Escolas médicas" e "educação médica" foram os descritores em ciências da saúde utilizados. A reportagem intitulada "54,5% dos recém-formados em Medicina foram reprovados no exame do Cremesp" foi a base para o trabalho. De março a abril de 2013, analisaram-se artigos publicados a partir de 2007. RESULTADOS: Na última década, o número de médicos aumentou 21%, enquanto a população geral cresceu apenas 12%. Cerca de 63% dos alunos que realizaram o exame do Cremesp em 2012 avaliaram que o curso de Medicina deveria ser mais exigente. Pelo menos 16 faculdades de Medicina obtiveram, por três anos consecutivos, conceitos sofrível ou ruim no Enade. Em estudo desenvolvido entre acadêmicos de Medicina, 39% dos universitários dedicavam oito horas semanais ou mais a atividades extracurriculares. A precariedade do ensino médico brasileiro tem causas multifatoriais. Isto pode interferir no aumento do número de casos de iatrogenia e no questionamento sobre a necessidade de implantar outros métodos de avaliação do ensino médico, como testes de progresso. É preciso, portanto, compreender que uma educação médica de qualidade contribui para que os avanços econômicos caminhem pari passu com os sociais, sendo necessário repensar o modelo vigente para direcionar a vontade política e a gestão adequada de investimentos.