953 resultados para Adolescência Álcool - Teses
Resumo:
Nanopartculas de dixido de titnio vm sendo extensamente empregadas como fotocatalisa-dores, j que so eficientes na degradao de diversos poluentes. Visando a obteno de tit-nias com diferentes propriedades, realizaram-se snteses atravs do mtodo sol-gel, a partir da hidrlise do tetraisopropxido de titnio (IV) TIPP e seguindo-se os princpios da Qumica Verde, dispensando-se temperaturas e presses elevadas. Foi estudada a influncia de dife-rentes parmetros, como: pH, solvente, razo molar lcool/TIPP e ordem de adio dos rea-gentes. Foram obtidas titnias na forma cristalina anatsio, nanomtricas, com elevadas reas superficiais especficas e predominantemente mesoporosas. Visando-se obter titnias com melhores propriedades ticas, isto , capazes de sofrer a fotoativao pela luz visvel, foram sintetizadas titnias dopadas e co-dopadas com os metais ferro e rutnio (Fe3+ e Ru3+) e o a-metal N (N3). A sntese desses materiais tambm foi realizada atravs do mtodo sol-gel, sendo a dopagem realizada durante o processo de hidrlise. As amostras foram caracterizadas na forma de p por difrao de raios-X, adsoro-dessoro de nitrognio, microscopia ele-trnica de varredura e espectroscopia de refletncia difusa no UV-Visvel. A titnia pura a-presentou como nica fase cristalina o anatsio, quando calcinada at 400 C, com a presena de traos de brookita. A partir de 600 C, observou-se o aparecimento da fase rutilo, que em 900C foi a nica fase encontrada na titnia. A dopagem com Ru3+dificultou a transformao de fase anatsio para rutilo, ao contrrio da dopagem com Fe3+. O processo de co-dopagem acelerou a formao de rutilo, que se apresentou como nica fase nas amostras calcinadas a 600 C. As titnias dopadas apresentaram uma leve diminuio na energia de bandgap, sendo os dopantes capazes de deslocar a absoro para o vermelho. Foram realizados testes fotoca-talticos visando degradao do azocorante Reactive Yellow 145 com lmpada de vapor de mercrio de 125 W a fim de se comparar as atividades fotocatalticas das titnias puras, dopa-das e co-dopadas, calcinadas a 300C. De todas as titnias sintetizadas, a titnia pura foi a que melhor degradou o corante, tendo um desempenho semelhante ao do TiO2 P25, da Evo-nik
Resumo:
A hiperatividade locomotora e as alteraes nos ritmos circadianos tm sido descritas em roedores e humanos expostos ao etanol durante o desenvolvimento. Considerando que a atividade locomotora em camundongos conhecida por variar ao longo das fases do ciclo claro escuro, possvel que o fentipo hiperativo resultante da exposio precoce ao etanol tambm varie em funo da hora do dia. Alm disso, possvel que a hiperatividade apresentada pelos indivduos expostos ao etanol durante o desenvolvimento esteja associada com distrbios no sistema de controle do ritmo circadiano. Neste estudo, avaliamos estas duas possibilidades realizando uma anlise circadiana da atividade locomotora e da expresso dos genes de relgio de camundongos adolescentes expostos ao etanol durante o perodo de surto de crescimento cerebral. Para tanto, camundongos suos criados e mantidos em um ciclo claro/escuro de 12h (luzes acesas s 2:00h, apagadas as 14:00h) foram injetados com etanol (5g/kg ip, grupo ETOH) ou um volume equivalente de soluo salina (grupo SAL) em dias alternados do segundo ao oitavo dias ps-natais. No 30 dia ps-natal, os animais foram testados em campo aberto por 15 minutos em diferentes momentos do ciclo claro/escuro: durante a fase clara entre 6:00 e 7:30h e entre12:00 e 13:30h; durante a fase escura entre 18:00 e 19:30h e entre 0:00 e 01:30h. Durante a fase escura os testes foram realizados sob iluminao com luz vermelha. Aps os testes comportamentais, alguns animais foram randomicamente selecionados para as anlises de imunofluorescncia da expresso dos genes PER 1, 2 e 3 no ncleo supraquiasmtico. Ao longo dos seis primeiros minutos, a atividade locomotora dos animais testados durante o perodo claro no mudou significativamente ou apresentou um leve aumento e a dos animais testados no perodo escuro apresentou uma marcante reduo. Alm disso, o grupo de animais testados entre 00:00 e 1:30h apresentou a maior atividade locomotora e o grupo dos animais testados entre 12:00 e 13:30h apresentou a menor atividade locomotora. De modo importante, a exposio neonatal ao etanol promoveu hiperatividade locomotora apenas no grupo de animais testados entre 00:00 e 1:30h. Em relao aos genes de controle do ritmo circadiano, a exposio precoce ao etanol afetou apenas a expresso do gene Per1 que foi menor entre 18:00 e 19:30h. O fato de que a expresso dos genes de controle do ritmo circadiano foi alterada no meio da fase escura e que a hiperatividade locomotora foi observada apenas no final da fase escura compatvel com a hiptese de que a hiperatividade induzida pelo etanol pode estar associada com as perturbaes de controle do ritmo circadiano.
Resumo:
Em todo o mundo alta a prevalncia dos transtornos depressivos e ansiosos, em especial no nvel primrio. Uma das estratgias teraputicas o atendimento em grupo que propicia bons resultados e cuidado adequado, incluindo melhor aproveitamento do tempo e maior abrangncia no atendimento segundo experincias relatadas em diversos pases.O objeto deste estudo o discurso de mulheres com transtornos depressivos e ansiosos atendidas em grupo na ateno primria. O objetivo conhecer representaes e questes sobre o processo de adoecimento de mulheres atendidas na Estratgia de Sade da Famlia (ESF) diagnosticadas com transtornos depressivos e ansiosos. Os grupos teraputicos ocorreram em Postos de Sade da Famlia, no municpio de Petrpolis, Rio de Janeiro, realizados pelos profissionais da ESF (mdicos e enfermeiros) e supervisionados por especialistas em sade mental. A pesquisa se deu com base anlise de material de observao de dois grupo em comunidades distintas. Foi utilizado o mtodo qualitativo, com analise das falas que foram organizadas em categorias segundo o mtodo anlise de contedo. Resultados: Transtornos depressivos e ansiosos so retratados no discurso das mulheres nos grupos como um processo solitrio, sem apoio, compreenso e ajuda de terceiros. So agravantes: dificuldades financeiras, falta de lazer, sobrecarga de obrigaes e cobranas.O lcool retratado como apaziguador do sofrimento e da solido. Relatam relacionamentos insatisfatrios e ocupam posies de submisso, sentindo-se desempoderadas, sem ver sada para sua situao, perpetuando pensamentos e aes, retroalimentando o sofrimento emocional. Valorizam o grupo enquanto espao terapeutico. A possibilidade de verem retratado nas colegas situaes similares encoraja a ajuda mtua. Estes so aspectos que auxiliam na autopercepo e no empoderamento. A interveno se mostrou aplicvel na ateno primria, sendo factvel a no especialistas de sade mental.
Resumo:
A partir de observaes etnogrficas e entrevistas profundas junto s travestis brasileiras militantes, cartografamos histrias de vida que organizam cenas a respeito de suas relaes na infncia, adolescência e a vida atual, mapeando processos de estigmatizao e suas respostas de enfrentamento que promovem a produo de uma cultura de resistncia. Essas relaes so marcadas por mediaes denominadas encontros com o poder, que a partir da afirmao da diferena, inauguram um novo campo de investigao na sade coletiva, mostrando a importncia da organizao social e poltica da comunidade transgnero no Brasil, como estratgia de promoo do cuidado de si e do exerccio da cidadania. As cartografias existenciais sugerem elementos que recontam as histrias coletivas das travestis, solicitando novas possibilidades de dilogos entre os rgos governamentais e demais setores da sociedade civil, de modo a favorecer o surgimento de novas polticas pblicas.
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A contaminao de ambientes aquticos decorrente de acidentes com gasolina, lcool combustvel e misturas binrias representa um risco crescente, tendo em vista as projees do setor para os prximos 50 anos. O objetivo do presente estudo foi avaliar a toxicidade aguda da Gasolina C, Gasolina P e lcool combustvel isoladamente e em misturas binrias, assim como de suas respectivas Fraes Solveis em gua (FSA) e Fraes Dispersas em gua (FDA) sobre Daphnia similis. O estudo ainda incluiu a avaliao da toxicidade aguda remanescente na matriz gua de uma contaminao antiga (intemperismo) com a Gasolina C. Paralelamente, foram conduzidos ensaios de toxicidade aguda com amostras ambientais (gua subterrnea, superficial e elutriato a partir de sedimentos) de uma rea alagada com histrico de contaminao antiga. O cultivo e os ensaios com D. similis foram de acordo com a NBR 12.713 (2009). Tanto a gasolina C quanto a P foram extremamente txicas para os organismos, apresentando valores mdios de CE50% em 48 h de 0,00113% e 0,058% respectivamente. As diferenas entre os resultados obtidos com a Gasolina C e aqueles obtidos com suas fraes FSA e FDA foram significativas (p < 0,05), sendo que no houve diferena significativa entre a toxicidade aguda da FSA e da FDA (p < 0,05). Os resultados obtidos com os ensaios com Gasolina P e FDA no apresentaram diferenas significativas entre si (p < 0,05), mas, foram significativamente diferentes daqueles obtidos com FSA (p < 0,05). Os resultados dos ensaios de toxicidade aguda com misturas binrias sugeriram efeito menos que aditivo (antagonismo). Os resultados da simulao de uma contaminao antiga demonstraram reduo acentuada da toxicidade para D. similis ao longo de apenas 28 dias. Entretanto, com relao aos ensaios com as amostras ambientais da rea com histrico de contaminao, apesar da ausncia ou baixa toxicidade nas amostras de gua superficial (sugerindo intemperismo), toxicidade alta foi observada em amostras de gua subterrnea e no elutriato de sedimentos, sugerindo condies de adsoro aos sedimentos com alto teor de argila e/ou aprisionamento dos compostos em zona saturada.
Resumo:
O cncer de esfago (CE) uma doena extremamente agressiva e um dos tumores mais incidentes e letais no Brasil e no mundo, sendo o carcinoma epidermide de esfago (CEE) o principal subtipo histolgico, apresentando como principais fatores de risco o etilismo e o tabagismo na populao ocidental. A exposio concomitante desses dois fatores representa um risco multiplicador para o desenvolvimento de CEE, sendo que o fumo parece ter um papel importante tanto na iniciao quanto na promoo do tumor, enquanto o lcool teria um papel mais relevante na promoo. Componentes do tabaco, como a nicotina e as nitrosaminas so potentes carcingenos e agonistas de alta afinidade dos receptores colinrgicos nicotnicos (CHRNs), podendo atuar ativando vias de sinalizao celular fundamentais para a progresso tumoral. Pouco se sabe sobre a expresso e regulao dos CHRNs na mucosa esofgica e no processo de carcinognese desse tecido. Assim, o objetivo desse trabalho foi analisar a expresso gnica dos CHRNs no epitlio esofgico normal e em CEE, bem como sua regulao pelos fatores de risco associados ao tumor. Foi observado que as subunidades α3, α5, α7 e β4 so expressas no epitlio esofgico saudvel humano enquanto as subunidades α1, α4, α9 e α10 apresentaram baixa ou nenhuma expresso nesse mesmo tecido. Alm disso, foram encontradas diferenas de expresso das subunidades α3 e α7 em indivduos etilistas e tabagistas quando comparados com indivduos no-etilistas (subunidade α3) e no-tabagistas (subunidade α7). Nas amostras de CEE, as subunidades CHRNA5 e CHRNA7 foram encontradas superexpressas no tumor quando comparado ao tecido normal adjacente e observou-se diferena de expresso da subunidade α7 no tumor comparado com o tecido saudvel e a subunidade β4 apresentou-se mais expressa no tecido tumoral e no tecido normal adjacente ao tumor do que no epitlio esofgico saudvel. Entretanto, no foram encontradas diferenas de expresso de nenhuma das subunidades avaliadas nas linhagens CEE quando submetidas a tratamento com nicotina ou etanol. Os resultados obtidos sugerem uma participao dos CHRNs na fisiologia do epitlio esofgico e que os fatores de risco associados ao desenvolvimento de CEE parecem ser capazes de afetar a expresso desses receptores no epitlio esofgico.
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A aplicao tpica de doadores de xido ntrico conhecida pelos seus efeitos benficos no reparo tecidual cutneo. O objetivo deste trabalho foi avaliar os efeitos da associao de biomateriais com doadores de xido ntrico no reparo tecidual cutneo de camundongos. Camundongos swiss machos foram submetidos a leses excisionais por punch de bipsia de 8 mm no dorso. Os animais foram separados em 4 grupos (n=6 em cada grupo) de acordo com a aplicao do curativo de polivinil lcool e hidrogel sobre a leso de punch: a) grupo polivinil lcool com grupos tiol e Pluronic F-127 (PVA-SH/F127) - tratado com hidrogel sem S- nitrosoglutationa (GSNO) e filme sem xido ntrico; b) grupo polivinil lcool S-nitrosado (PVA-SNO/F127-GSNO) - tratado com hidrogel contendo GSNO e filme com xido ntrico; c) grupo PVA-SNO - tratado apenas com filme xido ntrico e d) grupo PVA-SNO/ F127 - tratado com hidrogel sem GSNO e filme com xido ntrico. Os animais foram tratados por 7 dias consecutivos com aplicao diria de curativos com seus respectivos biomateriais. Aps 7 dias de tratamento, foram retirados os curativos e as leses foram deixadas cicatrizar por segunda inteno. O grupo tratado com filme de PVA-SNO (d) associado ao hidrogel F127, comparado com os demais grupos descritos acima, apresentou melhora no reparo tecidual, melhora da contrao da leso, diminuio do gap epitelial e densidade celular, acelerao da fase inflamatria, aumento da diferenciao miofibroblstica e aumento da expresso de colgeno do tipo III (p<0,05, ao menos). Com base nesses dados, a combinao de filmes PVA liberadores de xido ntrico com F-127 pode representar uma nova abordagem para o tratamento de leses cutneas.
Resumo:
Este trabalho de dissertao tem por objetivo refleti sobre a insero e a permanncia de jovens da periferia da cidade de Salvador em atividades criminosas. Para a maioria dos entrevistados, a insero no crime aconteceu ainda nos primeiros anos da adolescência. Hoje eles so jovens-adultos que consideram a atividade criminal um trabalho que possibilita a construo da autonomia de um sujeito-homem. A maioria dos informantes est envolvida especificamente no crime contra o patrimnio, o furto, e a especificidade da ao permite exclu-lo do mbito do crime violento. A ao criminal elege como locus de atuao lojas de departamento de diferentes shoppings centers da cidade e tambm festas populares como o carnaval, micaretas, So Joo e shows de grande porte ao redor do Brasil. Nesta atividade eles se auto intitulam de descuidistas. As teorias acionadas na compreenso do problema em questo foram: teoria do curso de vida, acumulao de desvantagem, controle social e rotulao, alm do conceito de construo de um sujeitohomem atravs do crime. A pesquisa foi realizada em um bairro considerado um dos mais violentos da cidade de Salvador: Fazenda Coutos.
Resumo:
O cloridrato de metilfenidato um estimulante moderado do sistema nervoso central com propriedades semelhantes anfetamina, indicado principalmente para tratar o Transtorno do Dficit de Ateno e Hiperatividade (TDAH). Segundo relatrios da ONU, sua produo mundial cresceu em torno de 357% entre os anos de 1996 e 2012 enquanto que sua comercializao no Brasil, nesse mesmo perodo, passou de 9 Kg para 578 Kg, o que significou um aumento de aproximadamente 6.322%. A ampliao no consumo se justifica pela expanso da categoria diagnstica de TDAH, visto que, a desordem transitria que atingia um nmero menor de crianas foi transformada em um quadro psiquitrico incluindo um maior nmero de sinais e sintomas, persistindo durante a adolescência e toda a vida adulta. Outro possvel motivo para o crescimento na comercializao do frmaco o uso para aprimoramento cognitivo, ou seja, a utilizao do metilfenidato por pessoas sem o citado diagnstico, mas com a finalidade de melhorar o desempenho nos estudos e no trabalho. Assim, buscando entender os usos e sentidos associados ao consumo do remdio, fizemos uma pesquisa de campo de cunho qualitativo e exploratrio. Foram realizadas dezesseis entrevistas semiestruturadas com usurios do medicamento. Participaram da investigao onze homens e cinco mulheres, entre 23 e 48 anos. A anlise de dados mostrou que todos os entrevistados, independentemente de terem ou no o diagnstico de TDAH, se reconheciam com dificuldades de ateno, que poderia ser constitucional ou passageiro. Mas, para a maioria dos entrevistados, a procura pelo remdio s ocorreu quando essa caracterstica virou um problema, atrapalhando a preparao para uma importante etapa na vida profissional, como uma prova para concurso pblico ou residncia. Tambm foi percebido que o relato dos amigos sobre os benefcios do remdio e a experincia pessoal do primeiro comprimido de metilfenidato foi fundamental para que a muitos usurios investigados buscassem a prescrio mdica. Ou seja, a maior parte dos entrevistados da pesquisa iniciou a ingesto quando seus amigos lhes contaram sobre os benefcios do remdio para superar os problemas na concentrao que atrapalhavam o alcance de uma importante meta profissional. Os participantes da pesquisa apontaram que o consumo do frmaco teria contribudo para melhorar o rendimento nos estudos, j que o estimulante teria aumentado a disposio, a concentrao, a memria e a eficincia do desempenho cognitivo. Porm, no foi possvel identificar o quanto os efeitos positivos podiam ser o resultado de uma sugesto psicolgica, questo levantada por alguns usurios. A anlise qualitativa dos dados tambm revelou que o uso do estimulante ora era vivido como um tratamento para TDAH, ora como aprimoramento cognitivo. Tal ambiguidade parece ser o reflexo de o discurso mdico ser o principal meio para justificar o uso do remdio, sem precisar questionar aspectos emocionais, sociais e/ou ticos para alcanar uma melhor performance cognitiva. Assim, entendemos que o presente estudo uma importante contribuio no campo da Sade Coletiva por ampliar o conhecimento sobre os usos e sentidos que os seus usurios depositam no estimulante.
Resumo:
O cloridrato de metilfenidato um estimulante moderado do sistema nervoso central com propriedades semelhantes anfetamina, indicado principalmente para tratar o Transtorno do Dficit de Ateno e Hiperatividade (TDAH). Segundo relatrios da ONU, sua produo mundial cresceu em torno de 357% entre os anos de 1996 e 2012 enquanto que sua comercializao no Brasil, nesse mesmo perodo, passou de 9 Kg para 578 Kg, o que significou um aumento de aproximadamente 6.322%. A ampliao no consumo se justifica pela expanso da categoria diagnstica de TDAH, visto que, a desordem transitria que atingia um nmero menor de crianas foi transformada em um quadro psiquitrico incluindo um maior nmero de sinais e sintomas, persistindo durante a adolescência e toda a vida adulta. Outro possvel motivo para o crescimento na comercializao do frmaco o uso para aprimoramento cognitivo, ou seja, a utilizao do metilfenidato por pessoas sem o citado diagnstico, mas com a finalidade de melhorar o desempenho nos estudos e no trabalho. Assim, buscando entender os usos e sentidos associados ao consumo do remdio, fizemos uma pesquisa de campo de cunho qualitativo e exploratrio. Foram realizadas dezesseis entrevistas semiestruturadas com usurios do medicamento. Participaram da investigao onze homens e cinco mulheres, entre 23 e 48 anos. A anlise de dados mostrou que todos os entrevistados, independentemente de terem ou no o diagnstico de TDAH, se reconheciam com dificuldades de ateno, que poderia ser constitucional ou passageiro. Mas, para a maioria dos entrevistados, a procura pelo remdio s ocorreu quando essa caracterstica virou um problema, atrapalhando a preparao para uma importante etapa na vida profissional, como uma prova para concurso pblico ou residncia. Tambm foi percebido que o relato dos amigos sobre os benefcios do remdio e a experincia pessoal do primeiro comprimido de metilfenidato foi fundamental para que a muitos usurios investigados buscassem a prescrio mdica. Ou seja, a maior parte dos entrevistados da pesquisa iniciou a ingesto quando seus amigos lhes contaram sobre os benefcios do remdio para superar os problemas na concentrao que atrapalhavam o alcance de uma importante meta profissional. Os participantes da pesquisa apontaram que o consumo do frmaco teria contribudo para melhorar o rendimento nos estudos, j que o estimulante teria aumentado a disposio, a concentrao, a memria e a eficincia do desempenho cognitivo. Porm, no foi possvel identificar o quanto os efeitos positivos podiam ser o resultado de uma sugesto psicolgica, questo levantada por alguns usurios. A anlise qualitativa dos dados tambm revelou que o uso do estimulante ora era vivido como um tratamento para TDAH, ora como aprimoramento cognitivo. Tal ambiguidade parece ser o reflexo de o discurso mdico ser o principal meio para justificar o uso do remdio, sem precisar questionar aspectos emocionais, sociais e/ou ticos para alcanar uma melhor performance cognitiva. Assim, entendemos que o presente estudo uma importante contribuio no campo da Sade Coletiva por ampliar o conhecimento sobre os usos e sentidos que os seus usurios depositam no estimulante.
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O consumo de cocana e crack gera importantes repercusses para sade. Em relao aos usurios destas drogas, h predomnio dos homens sobre as mulheres. Em virtude das mulheres serem o grupo minoritrio, o cuidado de sade mental nem sempre observa as especificidades do gnero feminino e suas vulnerabilidades no processo sade-doena. Para investigar esta problemtica, foi proposto o objeto de estudo "As singularidades do gnero feminino no cuidado psicossocial s usurias de cocana e crack". Delimitaram-se os seguintes objetivos: Analisar o cuidado psicossocial s mulheres usurias de Crack e Cocana e Discutir a abordagem das singularidades do gnero feminino neste cuidado. Adotou-se como referencial terico da pesquisa a categoria Gnero. Para alcanar estes objetivos, optou-se por pesquisa qualitativa, que foi desenvolvida no nico CAPS ad do municpio de Duque de Caxias, localizado na Baixada Fluminense do Estado do Rio de Janeiro. Os participantes da pesquisa foram profissionais de sade que exercem o cuidado das mulheres usurias de cocana e crack. Para coleta de dados, utilizou-se a triangulao de tcnicas: a) observao sistemtica nos espaos de cuidado coletivo; b) entrevistas semiestruturadas com os profissionais de sade e c) anlise documental dos pronturios das mulheres. A anlise dos dados empricos foi orientada pela Hermenutica-Dialtica. Foram analisados 113 pronturios das mulheres assistidas no CAPS ad. A maioria das mulheres estava na faixa etria de 20 a 34 anos, solteiras, mes com prole menor de idade, que viviam com os familiares, no tinham fonte de renda prpria e envolvimento com a justia. Quase a totalidade utilizava tambm outras drogas, como tabaco, maconha e lcool. Foram entrevistados 17 profissionais de sade. As categorias da pesquisa foram: Concepes dos profissionais sobre o cuidado psicossocial: centrado na pessoa e centrado na doena; as questes do gnero feminino e as usurias de crack e cocana; a condio feminina e suas influncias no cuidado psicossocial. As singularidades de gnero no cuidado psicossocial foram reveladas no comportamento e enfrentamento das mulheres frente ao uso de cocana e crack, mas tambm nas estratgias de cuidado adotadas pelos profissionais. O cuidado psicossocial por vezes refora os esteretipos de gnero e, por outra, estimula o exerccio da autonomia feminina. Os profissionais apresentaram percepes determinadas pelas questes de gnero, atribuindo s mulheres caractersticas distintivas, como a "fragilidade" e a dependncia emocional, que interferem nas vivncias femininas acerca do uso de cocana e crack. A prostituio surgiu como uma consequncia da vulnerabilidade do gnero feminino no contexto de consumo de drogas. Recomenda-se a implementao de aes programticas direcionadas para as singularidades da clientela feminina e a discusso das iniquidades de gnero no mbito da formao profissional, da assistncia e da pesquisa para superar a prxis reducionista e a naturalizao das diferenas e da subalternidade feminina nestes espaos de produo de sade. Como integrante da equipe de sade, enfermeiros e auxiliares de enfermagem necessitam estar sensibilizados para as questes de gnero e terem uma maior participao no cuidado individual e coletivo desta clientela.
Resumo:
O objetivo principal desta dissertao foi avaliar a percepo de qualidade de vida relacionada sade (QVRS) de adolescentes do 6 ano do ensino fundamental de escolas pblicas e privadas do Rio de Janeiro, So Gonalo e Niteri. Para tal, foi realizado um estudo transversal da linha de base (2010) do Estudo Longitudinal de Avaliao Nutricional de Adolescentes ELANA- com 807 adolescentes entre 10 e 17 anos pertencentes ao 6 ano do ensino fundamental de duas escolas pblicas de Niteri e quatro escolas privadas do Rio de Janeiro e So Gonalo. As informaes que subjazem a pesquisa foram obtidas atravs do autopreenchimento da verso reduzida do instrumento Kidscreen, com 27 itens e 5 dimenses (Sade e Atividade Fsica, Bem-estar Psicolgico, Autonomia e Relao com os Pais, Amigos e Apoio Social e Ambiente Escolar). Testes T de Student foram usados para avaliar a percepo diferencial de QVRS estratificada por rede de ensino, sexo, faixa etria e posio econmica. Alm disso, modelos de regresso linear foram implementados com vista avaliao de diferentes cenrios de percepo de QVRS segundo combinaes das variveis selecionadas para especificao de subgrupos (modelagem de predio). Os resultados apontam para diferenas significativas na percepo de cada dimenso da QVRS entre os subgrupos selecionados ainda que a maior parte dos adolescentes possua uma percepo positiva das mesmas. Destaca-se o subgrupo tipo de escola, onde a percepo de QVRS entre os adolescentes das escolas privadas apresentou-se melhor em comparao aos de escolas pblicas em todas as suas dimenses. Ademais, os adolescentes mais velhos (12 a 17 anos), os de escola pblica e/ou aqueles com menor posse de bens apresentaram valores considerados ruins ou negativos na dimenso Autonomia e Relao com os Pais. Os cenrios de projeo apresentados sugerem certa vulnerabilidade a uma menor QVRS entre alguns dos subgrupos estudados, a saber, as meninas de escolas pblicas e com menor posse de bens (Dimenso Sade e Atividade Fsica); os adolescentes mais prximos da fase adulta e desfavorecidos economicamente (Bem-estar Psicolgico); os estudantes de escolas pblicas com menor posse de bens (Autonomia e Relao com os Pais); os meninos de escolas pblicas (Amigos e Apoio Social) e os meninos na segunda fase da adolescência (Ambiente Escolar). Espera-se que a divulgao dos resultados desta dissertao possa contribuir com as discusses no campo da sade coletiva sobre a temtica da QVRS, mediante o incentivo de polticas intersetoriais de promoo da sade escolar, focalizando prioritariamente os subgrupos mais vulnerveis a uma menor QVRS.
Resumo:
A presente dissertao visa investigar as convergncias e divergncias apresentadas pelas diversas partes interessadas no processo atual de formulao e reviso das polticas pblicas para o autismo no Brasil. Para tal, realizamos uma anlise documental crtica acerca de duas cartilhas institucionais, lanadas recentemente pelo Ministrio da Sade, sobre a assistncia ao autismo no Sistema nico de Sade. Uma delas recebe o ttulo de "Diretrizes de Ateno Reabilitao da Pessoa com Transtorno do Espectro Autista (TEA)" e aborda o transtorno como pertencente ao campo das deficincias, propondo seu tratamento sob a via da reabilitao. Outra, intitulada "Linha de Cuidado para a Ateno s Pessoas com Transtornos do Espectro do Autismo e suas Famlias na Rede de Ateno Psicossocial do Sistema nico de Sade" apreende o autismo como um transtorno mental, pertencente ao campo de cuidados da ateno psicossocial. A divulgao de dois documentos oficiais que contemplam o tema de maneiras diferentes ilustrativa de um aparente dissenso no rumo das polticas para tal populao. Evidenciamos assim a constituio de dois grupos, aparentemente antagnicos, que disputam nas esferas polticas e assistenciais a primazia pela abordagem do fenmeno autstico. Trabalhamos com a hiptese de que foi produzida uma ciso no desenvolvimento e no subsequente entrecruzamento de trs eixos de fora, sendo eles: a evoluo da categorizao nosogrfica do autismo, a participao assistencial e poltica das associaes de pais de autistas e de outros grupos sociais e a construo das polticas pblicas nacionais para a sade mental da infncia e adolescência. Analisamos tais elementos, acreditando que seu entrecruzamento nos auxilia a depreender os componentes bsicos do contexto do TEA no Brasil. Por fim, a partir da anlise dos documentos, possvel argumentar que, embora as divergncias epistemolgicas desempenhem um importante papel no dissenso em questo, estas no atuam como o principal fator do conflito, uma vez que se mostram negociveis. Aparentemente, as controvrsias se tornaram acirradas devido a disputas polticas, por parte de diferentes grupos, em busca do protagonismo e do poder de deliberao na formulao de polticas pblicas para o autismo no pas.
Impacto do uso de biocombustveis na qualidade do ar da cidade do Rio de Janeiro um estudo de simulao
Resumo:
A frota de veculos movidos por biocombustveis tem aumentado nos ltimos dez anos e com isso as emisses para a atmosfera nas cidades tm sofrido alteraes. Devido a esta problemtica, estudos com modelos de previso de emisses so o foco deste trabalho. Alguns modelos, homologados por agncias de regulamentao de alguns pases ou comunidades, servem de base para as anlises de risco com auxlio de simulao.O objetivo geral deste trabalho avaliar o impacto do uso de biocombustveis na qualidade do ar na cidade do Rio de Janeiro e estudar cenrios de qualidade do ar, em funo do aumento da quantidade de biodiesel e lcool adicionada ao diesel e gasolina. Nesta dissertao, monxido de carbono, xidos de nitrognio, compostos orgnicos volteis e oznio so os principais poluentes estudados para a cidade do Rio de Janeiro. A avaliao de cenrios foi realizada empregando um modelo de qualidade do ar com base no modelo de trajetrias OZIPR e no modelo qumico SAPRC. Os resultados demonstram que o aumento do uso de biodiesel diminui a concentrao de oznio na atmosfera em relao ao caso base estudado, em 10,23% utilizando a mistura BE Diesel, em 5,28% utilizando a mistura B20 e apenas 0,33% utilizando a mistura B10. Isso de fato acontece pois o biodiesel possuiu mais oxigenados na sua estrutura. O estudo revelou o aumento nas emisses e concentraes de NOx na troposfera da cidade do Rio de Janeiro, para as mistura de BE- Diesel, B20 e o B10 em relao ao caso base, foram de 5,66%, 2,83% e 0% respectivamente. Em especial na cidade do Rio de janeiro existe um consumodo O3 pelo NO presente na atmosfera urbana. A reduo na concentrao de CO para as misturas de BE- Diesel, B20 e o B10 em relao ao caso base, foram de 13,11%, 6,56% e 4,12% respectivamente. O aumento da disponibilidade de oxignio presente no biodiesel produz uma melhor queima do combustvel, contribuindo para uma menor concentrao de CO na troposfera
Resumo:
Biodiesel um biocombustvel que consiste na mistura de steres monoalqulicos de cidos graxos de cadeia longa. O processo usual de produo deste combustvel a transesterificao de leos vegetais com lcoois de cadeia curta. Nesse processo, a matria prima deve conter baixo contedo de cido graxos livres ( ≤ 1%) e gua (≤ 0,5%). Como alternativa ao processo de transesterificao, destaca-se o emprego de matrias-primas de baixo custo, com elevado teor de cidos graxos livres, para a sntese de steres alqulicos atravs de reaes de esterificao. As reaes de produo do biodiesel podem ser catalisadas por via qumica (cida e bsica) ou enzimtica. Na catlise enzimtica, os biocatalisadores empregados so as lipases, que catalisam a hidrlise e sntese de steres e podem ser obtidas a partir de microrganismos, plantas ou tecido animal, sendo as de origem microbiana as mais utilizadas. O objetivo principal deste trabalho foi avaliar o potencial da lipase de Yarrowia lipolytica, uma levedura no convencional, na sntese de steres do cido oleico visando obteno de steres alqulicos (biodiesel). Foram estudados os efeitos da temperatura (25, 30, 35, 40, 50 e 60oC), do teor enzimtico (5, 10, 20, 30 e 40% v/v) e do tipo de lcool (metanol, etanol, n-propanol e n-butanol ) nas reaes de esterificao do cido oleico empregando o extrato enzimtico lquido produzido por Yarrowia lipolytica. Os resultados obtidos mostraram que as reaes conduzidas a 30oC e com 10% v/v do extrato enzimtico apresentaram maior taxa inicial de reao. Tambm foi avaliada a utilizao do extrato enzimtico liofilizado (5% m/v) e do PES (produto enzimtico slido) (5% m/v) de Yarrowia lipolytica na reao de esterificao do cido oleico com n-butanol a 30oC. O maior consumo de cido oleico ocorreu na reao conduzida com o PES. O efeito da temperatura (25, 30, 35, 40 e 50oC) na sntese de oleato de butila foi, ento, investigado nas reaes empregando PES como biocatalisador e a maior converso de cido oleico foi verificada na temperatura de 40oC