998 resultados para Prevenção e controlo
Resumo:
Este relatório de estágio baseia-se na descrição de algumas atividades desenvolvidas no âmbito do controlo de peso, nomeadamente na prevenção e tratamento de indivíduos com a condição de excesso de peso e obesidade. Fez-se uma análise estatística de forma a comparar as diferenças de peso, de Índice de Massa Corporal (IMC) e de percentagem de Massa Gorda (% MG) ao longo do tempo nas pessoas que treinam num health club. Comparou-se a perda de peso e de % MG nos indivíduos que afirmaram possuir “história familiar de obesidade” e/ou “problemas de saúde”, assim como a diferença de peso e de % MG com o número de treinos semanais. Por fim, elaborou-se uma proposta de um programa de controlo de peso com o objetivo de diminuir a prevalência do número de sócios que têm excesso de peso ou obesidade adaptada a esse health club. Com este intuito foram efetuados dois estágios em duas empresas distintas: Clínica Metabólica, em Oeiras, onde foi observada a dinâmica de uma equipa multidisciplinar e como esta influencia o cliente no controlo do seu peso; e no health club – Club L (Villa-Park), em Lisboa – Amadora, onde foi abordada a mesma temática por uma equipa de fisiologistas do exercício. Nesta última empresa foi facilitado o acesso à base de dados para serem analisados estatisticamente alguns dados e utilizados para a elaboração da análise estatística. Analisaram-se dois grupos distintos para efeitos de análise de controlo de peso: o Grupo A, observado durante cerca de 3 meses em 2 momentos diferentes; e o Grupo B observado durante cerca de 6 meses em 3 momentos. Verificou-se que em ambos os grupos, e em ambos os géneros, a média do peso, do IMC e da % MG diminuiu ao longo do tempo, enquanto o número médio de treinos semanais aumentou. Concluiu-se que o grupo de indivíduos que afirmou não ter “história familiar de obesidade” demonstrou uma maior tendência para a perda de peso comparativamente aos que afirmaram ter. Enquanto os indivíduos que afirmaram ter “problemas de saúde” apresentaram uma maior tendência para a perda de peso comparativamente aos que negaram esses problemas. A proposta do programa de controlo de peso apresentada teve em conta uma equipa multidisciplinar visto ser atualmente aquela que ostenta resultados com mais sucesso, no que diz respeito à prevenção e tratamento do peso excessivo. No entanto, não houve oportunidade de colocar esta proposta em prática no health club em questão.
Resumo:
Projeto de Graduação apresentado à Universidade Fernando Pessoa como parte dos requisitos para obtenção do grau de Licenciado em Fisioterapia
Resumo:
Introdução: As doenças cardiovasculares (DCV) são a mais importante causa de mortalidade em Portugal, pelo que é uma área de intervenção prioritária (Direção-Geral da Saúde [DGS], 2014). Sendo uma doença que se carateriza por estar associada ao estilo de vida, existe um enorme potencial de intervenção para os enfermeiros, enquanto agentes promotores de estilos de vida saudáveis, atuando na sua promoção e prevenção da doença. Apesar da evolução nos tratamentos, as taxas de mortalidade, EAM e reinternamento de doentes com Síndrome Coronária Aguda (SCA) continuam altas (European Society of Cardiology [ESC], 2011). Para além disso, uma vez instalada a DCV, continua a ser imperioso o controlo dos fatores de risco cardiovasculares (obesidade, tabagismo, sedentarismo, diabetes e hipertensão), assim como a adesão à terapêutica, uma vez que na prática tem-se verificado que os doentes frequentemente não aderem à terapêutica, mantendo comportamentos de risco cardiovascular. Nesse sentido, evidencia-se a pertinência do acompanhamento de enfermagem para fomentar o controlo dos fatores de risco, através de um estilo de vida saudável e da adesão ao regime terapêutico proposto. Objetivo(s): O objetivo geral desta investigação foi analisar os efeitos de um programa de ensino estruturado de prevenção secundária da DCV, nos doentes a quem foi diagnosticada SCA; e o objetivo específico, analisar a influência do programa de ensino sobre o índice de massa corporal (IMC), perímetro abdominal (PA), tensão arterial (TA), frequência cardíaca (FC), glicemia capilar, colesterol total (CT), adesão à terapêutica farmacológica, capacidade de autocuidado terapêutico, literacia acerca da sua situação clínica e estilo de vida. Metodologia: Trata-se de um estudo com abordagem quantitativa, longitudinal, randomizado, do tipo experimental, "antes-após", com grupo testemunho. Utilizou-se um método de amostragem probabilístico: a amostragem aleatória simples. Os participantes foram distribuídos aleatoriamente pelos grupos, sendo que o grupo experimental (GE) foi acompanhado durante 6 meses, com uma consulta de enfermagem mensal. Existiram duas avaliações em cada grupo: no início, antes do programa de consultas e no final. Utilizaram-se vários instrumentos de colheita de dados: questionário de caraterização sociodemográfica, Medida de Adesão aos Tratamentos, Instrumento de Autocuidado Terapêutico, Teste de Batalla, conjunto de questões verdadeiro/falso e Questionário Estilo de Vida Fantástico. A amostra é constituída por 24 participantes, 13 no GE e 11 no grupo de controlo (GC). Resultados: Procurou-se assegurar a homogeneidade dos grupos em termos sociodemográficos, sendo que existiam 72,73% de homens e 27,27% de mulheres no GC e 69,23% de homens e 30,77% de mulheres no GE. Quanto à idade, a média no GE era 68,08 anos (s 11,74) e no GC 67,55 (s 10,24) anos. Verificou-se um predomínio dos doentes casados/união de facto (63,64% no GC e 61,54% no GE) e a maioria dos doentes vivia com familiares (72,73% no GC e 76,92%). Relativamente ao nível de escolaridade, verificou-se que a maioria dos doentes apresentava até o 1º ciclo de ensino básico (45,45% no GC 45 e 46,15% no GE). Quanto à situação profissional, a maioria dos doentes pertencia à categoria de reformados (72,73% no GC e 61,55% no GE). Verificou-se uma elevada prevalência de fatores de risco cardiovasculares nos grupos, nomeadamente hipertensão (92,31% no GE e 81,81% no GC), dislipidémia (84,62% no GE e 81,81% no GC), diabetes (46,15% no GE e 27,27% no GC), excesso de peso (69,23% no GE e 90,9% no GC), história familiar (38,46% no GE e 54,55% no GC) e tabagismo (15,38% no GE). O acompanhamento dos doentes do GE com uma consulta de enfermagem por mês, durante 6 meses, terá contribuído para a redução do IMC e do PA. Não se verificaram diferenças estatisticamente significativas, entre os grupos, no que respeita à influência do programa de ensino estruturado de prevenção secundária da DCV, no controlo da TA, FC, glicemia capilar e CT, na melhoria do estilo de vida, na adesão à terapêutica farmacológica, na capacidade de autocuidado terapêutico nem na literacia acerca da sua situação clínica. Verificou-se, no GE, um aumento dos doentes com TA e glicemia capilar controladas da avaliação inicial para a avaliação final. Houve ainda um aumento estatisticamente significativo do score de estilo de vida, de adesão à terapêutica farmacológica, de capacidade de autocuidado terapêutico e literacia acerca da sua situação clínica, no GE. Não se verificou influência do programa de ensino estruturado na evolução do GE quanto à FC e CT. Discussão: No que se refere às caraterísticas da amostra, os dados encontrados vão de encontro às caraterísticas da própria DCV aterosclerótica, que possui uma origem multifatorial, afetando maioritariamente homens e cuja incidência aumenta com a idade. Relativamente ao sexo, os dados são concordantes com os apresentados por Ijzelenberg et al. (2012) e Eshah (2013), já na idade, os estudos referidos apresentam uma média etária inferior à da presente investigação. Verificou-se ainda uma maior prevalência de doentes casados/união de facto, que residem com familiares, factos concordantes entre si e com os resultados apresentados em vários estudos (Holmes-Rovner et al., 2008, Ijzelenberg et al., 2012; Eshah, 2013). Neste estudo, por se tratar de prevenção secundária da DCV, todos os elementos da amostra já tinham apresentado pelo menos um evento cardiovascular, pelo que se trata de uma amostra com elevada prevalência de fatores de risco. De notar que os doentes do GC apresentavam valores mais elevados relativamente à obesidade e história familiar de doença cardíaca. Esta elevada prevalência de fatores de risco cardiovasculares é concordante com a apresentada nos estudos de Holmes-Rovner et al. (2008) e Eshah (2013). No sentido de averiguar se os doentes que seguiram um programa de ensino estruturado de prevenção secundária da DCV, apresentavam valores mais baixos de IMC e PA, do que aqueles que não seguiram o referido programa, verificou-se que o acompanhamento dos doentes do GE contribuiu para a redução do IMC e do PA. Estes resultados vão de encontro ao que é referido por vários autores, nomeadamente Ijzelenberg et al. (2012) que verificaram que os doentes do GE, que foram acompanhados durante 6 meses, com o objetivo foi modificar fatores de risco cardiovasculares associados ao estilo de vida, apresentaram uma redução significativa do peso, IMC e PA. Tendo sido verificada a existência de diferenças com significado estatístico, entre o GE e o GC, para o IMC e o PA após os 6 meses de acompanhamento, seria expectável que houvesse impacto no controlo da TA, glicemia capilar e CT, contudo tal não se verificou no presente estudo, provavelmente devido à reduzida dimensão da amostra e às diferenças clínicas que se verificaram entre os grupos, sobretudo quanto à presença de HTA e diabetes. No estudo desenvolvido por Ijzelenberg et al. (2012), verificaram que não existia diferença estatisticamente significativa entre os grupos, tanto na TA e CT, como na hemoglobina glicada, aos 3 e 6 meses. Por outro lado, existem estudos onde se verificou uma redução significativa do CT. É sabido que a DCV possui uma componente significativa associada ao estilo de vida, e como tal, potencialmente modificável. Contudo, também é conhecida a dificuldade que existe em modificar comportamentos. Eshah (2013), evidencia o papel da educação para a saúde na adoção de um estilo de vida mais saudável, que consequentemente conduz a um impacto positivo na saúde dos doentes, ajudando-os a prevenir novos eventos cardíacos. Também Ijzelenberg et al. (2012) com a sua intervenção compreensiva do estilo de vida, verificaram que, para além da redução do peso, IMC e PA no GE, também existiu um aumento significativo da atividade física. No entanto, no mesmo estudo, não se verificaram diferenças relativamente à alteração de hábitos alimentares e hábitos tabágicos. O estilo de vida engloba diversos domínios, pelo que provavelmente cada um deles exigirá uma intervenção específica e direcionada. Tal como o estilo de vida, também a adesão à terapêutica é um fenómeno multifatorial, pelo que os resultados encontrados nos estudos analisados também não são concordantes entre si. Num estudo realizado por Holmes-Rovner et al. (2008), em que foi feito o acompanhamento com 6 sessões de aconselhamento telefónico, efetuadas por enfermeiros, em doentes após SCA, não foi possível encontrar diferenças quanto ao uso de medicação entre os GE e GC, tal como sucedeu na presente investigação. É referido por alguns autores que doentes com melhor apoio social, com consultas com frequência inferior a 3 e 6 meses e com mais conhecimentos acerca da sua situação de saúde, apresentam melhor adesão à terapêutica. Relativamente à capacidade de autocuidado, esta relaciona-se com a literacia que a pessoa possui acerca da sua situação clínica, nomeadamente no que se refere à identificação de sinais e sintomas e formas de controlo, tornando o doente mais apto para o seu autocuidado. À semelhança do sucedido em outros estudos, na presente investigação foi possível obter resultados positivos ao nível da prevenção secundária da DCV, através do contributo que a literacia pode trazer para o controlo de fatores de risco cardiovasculares, melhoria do estilo de vida, adesão à terapêutica farmacológica e capacidade de autocuidado terapêutico. Apesar de continuar indeterminada a combinação ótima de intervenções, incluindo o conteúdo, modo de aplicação, frequência e duração, uma intervenção mais intensiva, com consultas mais frequentes, contribui para melhorar o controlo de fatores de risco (ESC, 2012). Eshah (2013) referindo vários estudos realizados, afirma que a educação para a saúde contribui para modificar comportamentos de saúde e melhorar o conhecimento dos doentes. Neste sentido, os resultados obtidos no presente estudo são congruentes entre si, uma vez que, com a melhoria da literacia, terá sido possível contribuir também para a melhoria do estilo de vida e, consequentemente, IMC e PA mais adequados. Conclusão: Os resultados desta investigação levam a concluir que a implementação de um programa estruturado de ensino em doentes após SCA, parece constituir uma boa metodologia na melhoria do IMC, PA, estilo de vida, adesão à terapêutica farmacológica, capacidade de autocuidado terapêutico e literacia acerca da sua situação clínica. Apesar de não existirem diferenças estatisticamente significativas, verificou-se que no GE existiu um aumento dos doentes com TA e glicemia capilar controladas. O programa não influenciou o controlo da FC nem do CT. Consideram-se como principais limitações deste estudo a reduzida dimensão da amostra; o facto dos doentes que aceitaram participar no estudo poderem estar mais predispostos para alterações comportamentais do que os que recusaram e ter havido muitos doentes que recusaram participar ou que não foi possível contactar. De referir ainda, a dificuldade em garantir a homogeneidade da amostra em termos clínicos, a toma e eventuais ajustes de medicação e a existência de outros eventos agudos. Por fim, importa ressalvar a fragilidade implicada pela utilização das questões verdadeiro/falso para avaliação da literacia acerca da DCV aterosclerótica, por se tratar de um instrumento construído pela investigadora, embora recorrendo à literatura e à opinião de peritos, mas que não se encontra validado. Espera-se com esta investigação alertar para o papel preponderante dos enfermeiros no âmbito da educação para a saúde e o seu impacto na prevenção secundária da DCV.
Resumo:
Universidade Estadual de Campinas. Faculdade de Educação Física
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OBJETIVO: A hipotermia é prejudicial no período perioperatório. Não há consenso sobre o melhor método de aquecimento ativo e nem sobre o melhor período para fazê-lo. Este estudo teve como objetivo primário verificar a eficácia de diferentes períodos de utilização da manta térmica à temperatura de 38°C, como método de prevenção da hipotermia intraoperatória. Como objetivo secundário avaliou-se os efeitos adversos do uso da manta térmica na temperatura de 38°C. MÉTODOS: Foram comparados quatro grupos de 15 pacientes submetidos a operações ortopédicas. No grupo controle (Gcont) os pacientes não utilizaram manta térmica, nos grupos pré (Gpré), intra (Gintra) e total (Gtotal), os pacientes utilizaram manta térmica a 38ºC, respectivamente, durante 30 minutos antes da indução anestésica, após a indução anestésica até 120 minutos e antes e após a indução. Foram avaliados: temperatura central (timpânica), periférica (pele), da sala cirúrgica, variação das condições hemodinâmicas e efeitos adversos do aquecimento. RESULTADOS: O Gtotal foi o único grupo que não teve variação significativa da temperatura central. A temperatura central dos pacientes do grupo Gtotal foi significativamente maior (p <0,05) do que a dos outros grupos aos 60 e 120 min após a indução. Os pacientes dos grupos Gcont, Gpré e Gintra apresentaram hipotermia aos 60 min. CONCLUSÃO: O uso da manta térmica com fluxo de ar aquecido foi eficaz como método de prevenção da hipotermia intraoperatória quando foi empregada desde 30 min antes da indução anestésica até 120 min após o início da anestesia. Nas condições do estudo não ocorreram eventos adversos.
Resumo:
A Organização Mundial da Saúde (OMS) reiterou recentemente que o consumo de dietas inadequadas e a inatividade física estão entre os dez principais fatores de mortalidade. Diversos ensaios aleatorizados demonstram que intervenções alimentares adequadas podem diminuir ou prevenir significativamente o aparecimento de várias doenças crônicas não transmissíveis. Neste contexto, o papel da dieta vem sendo exaustivamente avaliado em estudos clínicos e epidemiológicos. Assim, já foi bem estabelecido na literatura que a quantidade e o tipo de gordura alimentar exercem influência direta sobre fatores de risco cardiovascular, tais como a concentração de lípides e de lipoproteínas plasmáticas, bem como sua associação a processos inflamatórios. Os ácidos graxos participam de complexos sistemas de sinalização intracelular, função que vem sendo bastante explorada. Os ácidos graxos poli-insaturados não somente influenciam a composição das membranas, metabolismo celular e sinais de tradução, mas também modulam a expressão de genes, regulando a atividade e a produção de diversos fatores de transcrição. A proposta deste artigo é rever tópicos relevantes referentes ao metabolismo de lípides e os relacionar a terapias nutricionais que possam contribuir para a prevenção e o tratamento de doenças associadas.
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O tempo de irrompimento dentário é essencial para o planejamento de medidas de prevenção da cárie oclusal. Com a ampliação do ensino fundamental de oito para nove anos de duração, um número maior de crianças entre cinco e seis anos de idade é incluído na primeira série do ensino fundamental. OBJETIVO: O objetivo foi estimar as tendências do irrompimento dos primeiros molares permanentes em meninos e meninas de 5 e 6 anos de idade. MÉTODOS: Em estudo longitudinal, espaços dentários de 497 crianças de 60 meses e mais de idade foram examinados quatro vezes por um dentista calibrado (kappa > 0,97) durante 18 meses. O primeiro molar permanente foi considerado irrompido quando qualquer parte de sua superfície podia ser tocada por uma sonda de ponta esférica. A idade dos participantes foi medida em meses. Intervalos para 95% de confiança dos valores de prevalência e incidência foram apurados conforme o sexo para três coortes etárias: 60,0 a 65,9; 66,0 a 71,9; 72,0 a 77,9 meses. A razão entre as taxas de incidência foi estimada por meio de análise de regressão de Poisson. RESULTADOS: A maioria das crianças entre 66,0 e 71,9 meses e entre 72,0 e 77,9 meses tem pelo menos um molar permanente irrompido. No grupo de 66,0 a 71,9 meses, de cada três crianças pelo menos uma apresentou os quatro primeiros molares permanentes irrompidos. CONCLUSÃO. As tendências de irrompimento observadas justificam a necessidade da adoção de medidas de vigilância e de proteção específica em relação à lesão de cárie oclusal.
Resumo:
O uso de medicamentos antimamíticos específicos para vacas no período seco é indicado para prevenção de infecções na lactação seguinte. Não obstante, a ação das células envolvidas no período de secagem tem fundamental importância para a involução da glândula mamária e seu restabelecimento para a lactação subseqüente. A indisponibilidade de tais medicamentos para uso em cabras tem resultado na extrapolação do uso de produtos recomendados para vacas sem que se considerem as particularidades e diferenças anátomo-fisiológicas entre as espécies bovina e caprina. O presente estudo teve por objetivo avaliar a influência de cinco antimamíticos específicos para vacas secas sobre a função dos fagócitos provenientes de leite caprino. Para tal, fez-se o isolamento de células somáticas de 20 amostras de leite provenientes de 10 cabras lactantes, sem antecedentes de tratamento de mamite nos últimos 30 dias, sob condições higiênico-sanitárias de colheita e com resultados negativos ao cultivo microbiológico do leite. As células aderidas a lamínulas de vidro foram confrontadas com formulações contendo princípios ativos disponíveis no mercado como Gentamicina (M1), Cefalônio Anidro (M2), Ampicilina (M3), Cloxacilina Benzatínica (M4) e Cefapirina Benzatínica (M5). Avaliou-se, por microscopia, a fagocitose de partículas de Zymosan. As médias dos índices de fagocitose das células submetidas ao tratamento com M2 (15,12% ± 16,22), M3 (6,02% ± 7,96), M4 (4,54% ± 5,45) e M5 (2,47% ± 4,64) foram menores (p<0,001) que a média dos índices de fagocitose do grupo controle (40,67% ± 19,68). A média dos índices de fagocitose das células submetidas ao tratamento com M2 foi maior (p<0,05) que as médias dos tratamentos com M3, M4 e M5 enquanto estas foram estatisticamente iguais entre si. As amostras celulares submetidas ao medicamento M1 exibiram adesão insuficiente ou ausente às lamínulas, inviabilizando a avaliação da fagocitose por meio da técnica utilizada. Os resultados obtidos permitem concluir que os medicamentos estudados exerceram influência negativa sobre os fagócitos do leite, porém, esta interferência sobre as funções das células somáticas não pode por si só determinar o insucesso da terapia proposta para o período seco, pois deve ser considerada, outrossim, a eficácia do princípio ativo sobre o patógeno causador do processo infeccioso.
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OBJETIVO: Avaliar a efetividade da suplementação universal profilática com sulfato ferroso, em administração diária ou semanal, na prevenção da anemia em lactentes. MÉTODOS: Ensaio de campo randomizado com crianças de seis a 12 meses de idade, atendidas em unidades básicas de saúde do município do Rio de Janeiro, em 2004-2005. Foram formadas três coortes concorrentes com suplementação universal com sulfato ferroso com grupos: diário (n=150; 12,5mgFe/dia), semanal (n=147; 25mgFe/semana) e controle (n=94). A intervenção durou 24 semanas e foi acompanhada por ações educativas promotoras de adesão. A concentração de hemoglobina sérica foi analisada segundo sua distribuição, média e prevalência de anemia (Hb<110,0g/L) aos 12 meses de idade. A avaliação da efetividade foi realizada segundo intenção de tratar e adesão ao protocolo, utilizando-se análises de regressão múltipla (linear e de Poisson). RESULTADOS: Os grupos mostraram-se homogêneos quanto às variáveis de caracterização. A intervenção foi operacionalizada com sucesso, com elevada adesão ao protocolo em ambos os grupos expostos a ela, sem diferença estatística entre eles. Após ajuste, somente o esquema diário apresentou efeito protetor. Na análise por adesão, o esquema diário apresentou evidente efeito dose-resposta para média de hemoglobina sérica e prevalência de anemia, não sendo observado nenhum efeito protetor do esquema semanal. CONCLUSÕES: Apenas o esquema diário de suplementação universal com sulfato ferroso dos seis aos 12 meses de idade foi efetivo em aumentar a concentração de hemoglobina sérica e em reduzir o risco de anemia
Resumo:
A Epistemologia Genética defende que o indivíduo passa por várias etapas de desenvolvimento ao longo da sua vida. O desenvolvimento é observado pela sobreposição do equilíbrio entre a assimilação e a acomodação, resultando em adaptação. Assim, nesta formulação, o ser humano assimila os dados que obtém do exterior, mas uma vez que já tem uma estrutura mental que não está vazia, precisa adaptar esses dados à estrutura mental já existe. O processo de modificação de si próprio é chamado de acomodação. Este esquema revela que nenhum conhecimento chega do exterior sem que sofra alguma alteração pelo indivíduo, sendo que tudo o que se aprende é influenciado por aquilo que já havia sido aprendido. A assimilação ocorre quando a informação é incorporada às estruturas já pré-existentes nessa dinâmica estrutura cognitiva, enquanto que a adaptação ocorre quando o organismo se modifica de alguma maneira de modo a incorporar dinamicamente a nova informação. Por fim, de um pensamento moderno que, buscando a síntese inusitada entre o biológico e o lógico-matemático, parece encontrar seus limites na desconstrução ainda mais inusitada a que tende sistematicamente todo o pensamento na atualidade: a de si mesmo se construindo de modo essencialmente esclarecido
Resumo:
Fazer prevenção em Saúde Pública implica em conhecimento sistematizado para a proposição de programas e sua avaliação. Quanto à prevenção de Deficiência Mental, que atinge cerca de 10% da população, pouco se conhece no país. Adotando uma metodologia para levantamento de ações preventivas de DM em hospitais e unidades de saúde, junto a gestantes e recém-nascidos, foi possível descrever e analisar a atuação da rede pública de saúde da Grande Vitória/ES, indicando os níveis de prevenção mais atendidos. Foram levantadas as ações de prevenção (AP) de cinco hospitais públicos de grande porte, nove (31%) unidades de saúde e seis secretarias de saúde, entre 1996-97. Os dados de 25 entrevistas mostram que esses locais realizavam 51,5% das 433 AP possíveis (57,4% da prevenção primária e 45,5% da secundária). Particularizando a atuação de cada município e local pesquisado, os dados fornecem subsídios para análises e possíveis mudanças nos indicadores de saúde materno-infantil.
Resumo:
Políticas referentes à profilaxia pós-exposição sexual (PEP sexual) e a estratégia “tratamento como prevenção” reforçaram as ações preventivas da transmissão do HIV. Este estudo objetivou descrever percepções de pessoas com HIV/aids sobre a prevenção da transmissão do HIV no contexto da sorodiscordância. Foram conduzidos dois grupos focais com 13 participantes com relacionamentos sorodiscordantes: um com pessoas em parcerias estáveis e outro em parcerias não estáveis. Pouco mais de um terço dos participantes tinham conhecimento sobre a PEP e o “tratamento como prevenção”. Houve consenso de que há mais facilidade na adoção de práticas sexuais seguras nas parcerias sorodiscordantes não estáveis. Vantagens das novas políticas foram relatadas, não obstante o receio de que possa haver negligência quanto ao uso do preservativo. Destaca-se a relevância da atuação de equipes de saúde com casais sorodiscordantes quanto à prevenção da transmissão sexual do HIV. __________________________________________________________________________________________________________________ABSTRACT