992 resultados para Histopatologia da leishmaniose
Resumo:
Os autores descrevem pela primeira vez a ocorrência de uma epidemia de Leishmaniose Tegumentar Americana (LTAI na localidade de Praia Vermelha, Ilha Grande, município de Angra dos Reis, Rio de Janeiro, situada a 17 Km do continente. Em uma população de 453 pessoas examinadas, foram encontrados 33 casos de LTA, sendo 13 lesões em atividade e 20 cicatrizes. Entre os 33 casos, 30 eram autóctones da área de estudo. A doença ocorria há mais de 10 anos na Praia Vermelha, e, na Ilha Grande, há mais de 30 anos, sob a forma de casos esporádicos. Na Praia Vermelha, no período de 1974 a 1976, ocorreu uma epidemia com 27 casos da doença. A L TA, na Praia Vermelha, assume características de transmissão em ambiente domiciliar, atingindo indivíduos indistintamente, sem relação com sexo, idade ou profissão. Predominou a forma ulcerada, em extremidades do corpo com ocorrência de cura espontânea das lesões e não comprometimento das mucosas; um hamster entre 10 inoculados com material de lesão de caso humano desenvolveu, após 4 meses, lesão de focinho com resultados positivos para LTA.
Resumo:
Em inquérito pela intradermorreação de Montenegro, realizado em 402 pessoas da população da Praia Vermelha, Ilha Grande, município de Angra dos Reis, RJ, os autores observaram uma prevalência de 11,94% de positividade; não ocorreram diferenças estatisticamente significativas entre sexo e faixas etárias. Esse Inquérito ainda revelou que o risco em adquirir a infecção é de 3 vezes maior na população masculina que trabalha na área durante todo o ano, quando comparada à população de pescadores que se ausenta da área por longos períodos; também revelou um risco 8 vezes maior nos moradores dos domicílios onde ocorreu um caso humano da doença.
Resumo:
Durante um surto de Leishmaniose Tegumemar Americana (LTA) na Praia Vermelha, Ilha Grande, município de Angra dos Reis, RJ, durante o ano de 1976, os autores examinaram 64 animais domésticos sendo 38 cães e 28 gatos. Nos 38 cães examinados, constatou-se, através de exames histopatolúgicos, infecção natural pela Leishmaniose Tegumentar Americana em 4 (10,52%) cães que apresentavam úlceras com invasão de mucosas localizadas no focinho.
Resumo:
Durante um surto de Leishmaniose Tegumentar Americana (LTA) na Praia Vermelha, Ilha Grande, município de Angra dos Reis, Rio de Janeiro, foram coletados 4.192 exemplares de flebotomíneos em ambiente domiciliar e silvestre, com isca animal e outros abrigos naturais, durante o período de janeiro de 1976 a abril de 1977. Entre o total de 11 espécies coletadas encontraram-se 2.493 exemplares de Lutzomyia intermedia, 1.594 de Lutzomyia migonei e 105 exemplares de outras espécies. A L. intermedia apresentou densidade mais elevada no domicílio humano, enquanto a L. migonei apresentou coletas mais rendosas com iscas animais e galinheiros. O sinantropismo e a elevada densidade no ambiente domiciliar incriminam as espécies L. intermedia e L. migonei como as prováveis vetoras da LTA na Ilha Grande.
Resumo:
Para estudo da freqüência horária dos principais vetores da Leishmaniose Tegumentar Americana (LTA), na Ilha Grande, durante os anos de 1976 a 1977, foram realizadas 4 capturas de 24 horas com isca animal (cão), ao ar livre, e 5 capturas de 24 horas em um único domicilio da área. Observou-se que a espécie Lutzomyia intermedia ocorreu durante todo o período noturno, com densidade constante no domicílio humano, enquanto a espécie Lutzomyia migonei apresentou maiores densidades no período da madrugada, nas capturas com isca animal (cão). Em 156 horas de estudo sobre variação mensal, durante o período de março de 1976 a fevereiro de 1977, a espécie L. intermedia ocorreu durante todo o ano, sendo abril, maio, outubro e dezembro os meses de maior densidade; a espécie L. migonei apresentou-se com baixa densidade, chegando a desaparecer no mês de setembro. As elevadas densidades das espécies L. intermedia e L. migonei indicam-nas como as prováveis vetoras de LTA na Ilha Grande.
Resumo:
Sete casos fatais de hepatite de Lábrea, com diferentes períodos de sobrevida, possibilitaram um estudo seqüenciado das alterações histopatológicas no fígado. As lesões fundamentais e mais precoces foram a degeneração gordurosa aguda e a necrose lítica ou de coagulação, atingindo hepatócitos em todos os lóbulos, sem distribuição maciça ou zonal. As alterações inflamatórias, colestáticás, de proliferação ductular biliar e de regeneração hépato-celular aparecem como conseqüências mais tardias. O quadro não parece ser patognomônico e não permite reconhecimento etiopatogênico. A doença é uma afecção primária do fígado, as alterações nos outros órgãos sendo leves e secundárias.
Resumo:
Um inquérito em cães realizado na região de Três Braços, Bahia, mostrou que 3,0% de 98 animais tinham amastigotas em lesões de pele. Parasitos não foram encontrados em pele normal da orelha. De uma amostra selecionada de 13 cães, portadores de lesão cutânea ativa, nove (69,2%) deles estavam comprovadamente infectados. Sete amostras de lesão produziram infecção em hamsters. O estudo biológico (crescimento em meio de cultura, evolução da lesão em hamster e desenvolvimento no tubo digestivo de Lutzomyia longipalpis) identificou o parasito como pertencente ao complexo L. braziliensis. A caracterização bioquímica (mobilidade eletroforética de enzimas em placas de acetato de celulose) e o estudo imunotaxonômico (anticorpos monoclonais) definiram as amostras como L. braziliensis braziliensis. O papel do cão como um possível reservatório de L. b. braziliensis na região de Três Braços é discutido.
Resumo:
Numa análise de 57 pacientes o acometimento da mucosa foi mais comumente observado em homens (77%) na terceira década de vida, embora fosse grande a variação das idades e ocorrendo mesmo o acometimento de duas crianças. Com a exceção de nove pacientes (16%) todos os outros tinham sinais de leishmaniose cutânea sendo que em somente oito (14%) de lesão era ativa. O acometimento do nariz foi observado em 100% de 19 pacientes que apresentavam lesões múltiplas e em 92% de 38 pacientes apresentando uma única lesão. A faringe, palato, laringe e lábio superior foram afetados nesta experiência. 42% dos pacientes com lesões múltiplas apresentavam acometimento da laringe sendo que em dois pacientes a única lesão existente apresentava-se neste ponto. Não foi observada qualquer diferença relacionada com a idade no que se referia à existencia de lesões únicas ou múltiplas. A duração do acometimento da mucosa variou de menos de 4 até 264 meses. Somente 7% desenvolveram o acometimento da mucosa após mais de dez anos o desenvolvimento da lesão cutânea. Os pacientes usualmente responderam ao tra-tamento adequado por antimonial embora em algumas exceções fosse usada amphotericina B. Morreram três pacientes que se recusaram a colaborar no tratamento. Dois anos após o tratamento observou-se positividade de anticorpos fluorescentes em somente 18% dos pacientes entre aqueles acompanhados.
Resumo:
Um estudo histopatológico e ultraestrutural das lesões da leishmaniose cutânea causada pela Leishmania mexicana amazonensis em duas cepas isogênicas de camundongo, uma susceptível (Balb/c) e outra resistente (A/J), demonstrou que os amastigotas ficavam bem preservados nos vacúolos parasitóforos dos macrófagos, igualmente em ambas as cepas. A reação de imunofluorescência revelou antigenos parasitários no interior e na membrana dos macrófagos de maneira idêntica para ambas as cepas. A diferença ocorria quando os macrófagos apareciam destruídos e as leishmanias ficavam livres ou fagocitadas por polimorfonucleares, neutrófilos e eosinófilos. Estes parasitos exibiam então graus variáveis de nítidas alterações degenerativas. No camundongo resistence, a necrose, de tipo caseoso ou fibrinóide, era mais disseminada e mais freqüente que no animal susceptível. Os achados observados indicaram que as leishmanias não são destruídas no interior dos macrófagos e sim fora deles, especialmente quando fagocitadas por leucócitos polimorfonucleares. A necrose apareceu como o mecanismo mais saliente através do qual o hospedeiro elimina os parasitos das lesões, sendo a mesma um aspecto importante da reação de hipersensibilidade tardia que ocorre nos animais resistentes.
Resumo:
Uma investigação a respeito do que a população local pensa sobre vários aspectos da leishmaniose mucocutânea foi realizada em Três Braços, Bahia, uma área de alta prevalência de infecção por Leishmania braziliensis braziliensis. Os resultados obtidos indicam que essa população tem um entendimento razoavelmente bom sobre alguns aspectos epidemiológicos e tratamento dessa doença, mas demonstram seu pouco conhecimento concernente à etiologia e prevenção. Esses dados poderão ser valiosos, no futuro, em um planejamento do controle de transmissão da doença nesta comunidade.
Resumo:
Foi realizada avaliação imunológica em 48 indivíduos com históriapregressa de leishmaniose visceral (L. V)eem seis pacientes durante a fase aguda da doença e após o tratamento. Títulos significativos de anticorpos determinados pela técnica de imunofluorescência e/ou ELISA foram observados em 32 (67%) dos 48 casos. A avaliação da resposta imune humoral e celular nos seis pacientes durante a fase ativa da doença demonstrou títulos elevados de anticorpos (média 9536 ± 7169) e resposta línfoproliferativa ausente (323 ± 24). Após o tratamento (3 e 6 meses) os títulos de anticorpos só caíram em três dos seis pacientes, ao passo que linfócitos passaram a responder "in vítro" a antígenos de leíshmânía (11909 ± 5637). Estes dados demonstram que os indivíduos que adquirem leishmaniose visceral não são geneticamente incapacitados de responder a antígeno de leíshmânía equea persistência de títulos elevados de anticorpos anos após o tratamento, sugere que o parasita permaneça no hospedeiro após a cura clínica da doença.
Resumo:
Com base nos registros de 730 pacientes portadores de Leishmaniose Tegumentar Americana (LTA) referentes ao período de janeiro de 1972 a dezembro de 1982, os autores realizaram um estudo da distribuição geográfica dessa parasitose no Estado do Espírito Santo. Os pacientes procediam de 36 dos 53 municípios que compõem o Estado, destacando-se Viana e Cariacica como os de maior prevalência, somando juntos 442 casos (60,54%), com 259 destes residindo numas poucas localidades, contínuas entre si, formando uma área endêmica, com transmissão ocorrendo provavelmente no peri e intra-domicílio. Esta área de alta endemicidade, pertencente principalmente ao vale do rio Formate, estende-se também ao município de Domingos Martins através da localidade de Biriricas. Nos demais municípios a LTA caracterizou- se como uma doença profissional de ocorrência antiga no Estado.
Resumo:
Em um estudo retrospectivo, indivíduos com a forma mucosa da leishmaniose foram pareados (sexo, idade e ocupação) a outros pacientes com a forma cutânea em atividade, não demonstrando-se diferença significante da freqüência nos grupos raciais. Do mesmo modo, o teste intradérmico de Montenegro não se mostrou diferente nos diversos grupos raciais, entre os 96 pares de pacientes estudados. Uma maior enduração foi observada em pacientes com o acometimento mucoso quando comparado aos cutâneos.