225 resultados para Anastomose cirúgica
Resumo:
A mela causada pelo fungo Rhizoctonia solani (teleomorfo Thanatephorus cucumeris) é a principal doença que afeta a cultura do feijão-caupi (Vigna unguiculata) no Estado de Roraima. Este trabalho teve como objetivo caracterizar 28 isolados de Rhizoctonia spp. obtidos de plantas de feijão-caupi com sintoma de mela, coletados em ecossistemas de mata e de cerrado em Roraima. Foram avaliados o número de núcleos, a taxa de crescimento micelial, a formação e o tamanho de microescleródios, o grupo de anastomose e realizado teste de patogenicidade. Um isolado proveniente do cerrado foi identificado como binucleado e os demais isolados, de mata e de cerrado, como multinucleados. A taxa de crescimento micelial, em meio batata-dextrose-agar a 25 ºC e escuro contínuo, variou de 2,1-5,3 cm.dia-1 para os isolados de mata e de 2,7-5,8 cm.dia-1 para os isolados de cerrado. Nestas mesmas condições, após três a quatro dias foi observada a formação de microescleródios. Dois grupos foram diferenciados: um grupo com formação de 10-50 microescleródios.placa-1, em forma de tufos, inicialmente brancos e tornando-se marrom claro, de 1-2 mm (maioria dos isolados de mata) e outro grupo com mais de 100 microescleródios.placa-1, de coloração marrom e 68-541 µm (maioria dos isolados de cerrado). Dos 28 isolados coletados, 24 foram identificados como pertencentes ao grupo de anastomose GA1-1A de Rhizoctonia solani.
Resumo:
O fungo Rhizoctonia solani pertencente ao grupo de anastomose 1 IA (AG-1 IA) é um dos patógenos mais importantes afetando a cultura da soja no Brasil. Este fungo causa queima da folha e/ou mela em soja, para a qual medidas de manejo cultural são consideradas alternativas importantes para controle antes do estabelecimento da doença. Há evidências de que a adubação potássica diminui substancialmente a severidade dos sintomas de várias doenças da soja como a queima foliar (Cercospora kikuchii), a seca da haste e da vagem (Phomopsis phaseoli var. sojae) e o cancro da haste (Diaporthe phaseolorum f. sp. meridionalis). Apesar das evidências do efeito do potássio no controle de várias doenças da soja, não há informação na literatura sobre o efeito desse nutriente no controle da mela. A hipótese testada foi que a mela da soja pode ser controlada através de incrementos na adubação potássica. De maneira geral, concluiu-se que, sob condições de casa de vegetação, o incremento de K no solo não resultou no controle da mela da soja. É necessário, entretanto, confirmar esta observação conduzindo-se experimentos sob condições de campo, podendo-se incluir a avaliação do efeito da doença sob aspectos da produção.
Resumo:
No Estado do Tocantins, no Norte do Brasil, a incidência de rizoctoniose no arroz é importante, causando danos significativos em lavouras de arroz irrigado. O principal objetivo deste trabalho foi determinar o grupo de anastomose (AG) de isolados de R. solani associados ao arroz naquela região, testando a hipótese de que esses isolados pertencem ao grupo padrão de anastomose AG-1 IA, que também é o agente causal da mela em soja em áreas úmidas do Norte do Brasil. Todos os quatro isolados de arroz foram caracterizados, através de fusão de hifas, como AG-1 IA. A caracterização cultural, em função das temperaturas basais (mínimas, máximas e ótimas), evidenciou que os isolados de R. solani de arroz apresentaram perfis semelhantes aos padrões AG-1 IA, AG-1 IB e AG-1 IC. Os isolados de arroz foram caracterizados como autotróficos para tiamina assim como os isolados padrões AG-1 IA, IB, IC, AG-4 HGI e o isolado da mela da soja. O teste de patogenicidade em plantas de arroz cultivar IRGA-409 e de patogenicidade cruzada à cultivar IAC-18 de soja (suscetível à mela), indicou que além de causar a queima da bainha em arroz, esses isolados causam mela em soja. Da mesma forma, o isolado SJ-047 foi patogênico ao arroz. As seqüências de bases de DNA da região ITS-5.8S do rDNA dos isolados do arroz foram similares às seqüências do AG-1 IA, depositadas no GenBank® - NCBI. A filogenia do ITS-rDNA indicou um grupo filogenético comum formado pelos isolados do arroz, o isolado da soja e o isolado teste do AG-1 IA. Assim, com base em características citomorfológicas, culturais, filogenéticas e patogênicas, foi confirmada a hipótese de que os isolados de R. solani patógenos de arroz do Estado do Tocantins pertencem ao grupo de anastomose AG-1 IA, além da indicação de que esses isolados podem também causar a mela em soja.
Resumo:
Atualmente, grupamento de anastomose (AG) de Rhizoctonia sp. em crisântemo e ocorrência deste fungo em gipsófila ainda não foram relatados no Brasil. Assim, realizou-se teste de patogenicidade normal e cruzada e sequenciamento da região ITS-5.8S rDNA para identificar o AG de isolado obtido de plantas de crisântemo (Papiro Branco) e de gipsófila, ambas originárias de Holambra / São Paulo, Brasil. Após os testes, relata-se pela primeira vez a ocorrência de R. solani AG-4 HG I em crisântemo (Papiro Branco e Amarelo) e R. solani AG-4 HG III em gipsófila, no estado de São Paulo, Brasil, e, também, a sua patogenicidade cruzada.
Resumo:
Realização de ensaio clínico controlado em câncer de esôfago, com uma casuística de 65 casos, no Hospital A.C. Camargo, no período de 1986 a 1990. O ensaio clínico controlado estudou três grupos terapêuticos: grupo I - cirurgia exclusiva (20 casos); grupo 2 - cirurgia + radioterapia pós-operatória (27 casos); grupo 3 - quimioterapia pré-operatória + cirurgia + radioterapia e quimioterapia pós-operatória (18 casos). O tempo cirúrgico foi único, com ressecção ampla do esôfago, utilizando-se como vias de acesso, preferentemente, a transpleural para os tumores localizados no terço médio do esôfago e a transmediastinal para o terço inferior e segmento abdominal. A retirada dos gânglios linfáticos regionais fez parte deste tempo cirúrgico, bem como a técnica de plastia padronizada com o estômago, com anastomose extratorácica cervical e posição do estômago no mediastino posterior. A radioterapia foi aplicada no leito esofágico, com dose total de 4.500 a 5.000 cGY em cinco sessões semanais. Foram utilizadas as drogas cisplatina (80 mg/m²), vincristina (1,5 mg/m²) e bleomicina (10mg/m²) na quimioterapia pré e pós-operatórias. A sobrevida de cinco anos, segundo os grupos terapêuticos, foi de: grupo I - 61,9% , grupo 2 - 52,6 % e grupo 3 - 68,7%. Esta sobrevida, segundo o estadiamento clínico, foi de: EC I+II A - 52,0% e EC II B + III- 45,5%. Esses resultados estatisticamente não foram significativos. Os índices de sobrevida de cinco anos para os grupos terapêuticos 1 e 2 variaram de 40,4 a 60,6% quando os EC foram I + II A; para os demais EC não houve sobrevida de cinco anos. Para uma melhor avaliação, a inclusão de maior número de casos em pesquisas desse tipo poderia ser obtida pela participação de vários centros de tratamento do câncer de esôfago.
Resumo:
O receio de graves complicações pós-operatórias tem inibido muitas das indicações cirúrgicas da litíase biliar no paciente idoso sintomático. A finalidade principal deste trabalho foi averiguar a extensão real desse problema no Serviço de Gastroenterologia Cirúrgica do HSPE-FMO. Foram estudados 185 idosos portadores de litíase biliar com idade média de 73,0 ± 6,2 anos, no período de seis anos (1990-1995). Os pacientes foram divididos em dois grupos de acordo com a idade: I - com 118 (63,8%) pacientes de 60 a 74 anos e o II - com 67 (36,2%) pacientes entre 75 e 90 anos. O número de doentes do sexo masculino foi proporcionalmente maior no grupo II (p<0,02). Os sintomas foram similares nos dois grupos de enfermos. A maioria dos doentes foi submetida à operação eletiva-163 (88,1 %) sendo 22 (11,9%) operados de urgência por colecistite aguda. Maior número de cirurgias de urgência incidiu no grupo 11 (19,4% contra 7,6%). A colecistectomia foi realizada em todos os doentes. Cirurgia complementar indicada pela presença de coledocolitíase (15,1 %) e estenose papilar (2,7%) foi necessária em 38 (20,5%) deles, sendo maior no grupo II. A coledocolitotomia foi realizada em 28 (15,1%) doentes, a anastomose biliodigestiva em sete (3,8%) e a papilotomia em cinco (2,7%) doentes, não diferindo entre os dois grupos. Complicações pós-operatórias ocorreram em 37 (20%) doentes e foram as mesmas nos dois grupos. Não houve óbitos. Nossos resultados demonstram que a colecistectomia eletiva pode ser realizada com baixa morbidade e sem mortalidade em idosos, quando se impede a demora da indicação operatória em pacientes sintomáticos.
Resumo:
Historicamente, as operações sobre o intestino grosso sempre foram cercadas por cuidados especiais, com o intuito de minimizar o potencial de complicações. Com isso, a realimentação oral era postergada. Este trabalho teve como objetivo documentar a retirada da sonda nasogástrica logo após o procedimento cirúrgico e a adoção da realimentação precoce. Foram acompanhados 105 pacientes submetidos a operações colorretais eletivas por via de acesso convencional. A média de idade foi de 59,9 anos com predomínio do sexo masculino. Oitenta e cinco doentes foram operados por afecção maligna. A operação mais realizada foi a retossigmoidectomia com anastomose colorretal. Água era permitida logo após o despertar do paciente, e dieta líquida era liberada no dia seguinte e feita a progressão conforme a aceitação, independentemente da presença de ruídos hidroaéreos ou eliminação de flatos. Em 14 pacientes (13,3%), interrompeu-se a dieta devido a ocorrência de náuseas ou vômitos. A mortalidade foi nula. Ocorreram complicações em 15 doentes (14,3%). Na série estudada, a retirada imediata da sondanasogástrica e realimentação precoce foi prática segura e bem tolerada pela maioria dos pacientes.
Resumo:
O Divertículo de Meckel é uma malfonnação rara. Quando presente, na maioria das vezes não é motivo de sintomatologia. Nos casos complicados, os sintomas são inespecíficos, o que torna o diagnóstico pré-operatório muito difícil. A raridade desta condição, assim como as dificuldades diagnósticas e as controvérsias no tratamento, principalmente quando seu achado é incidental, motivaram a análise de uma série de 18 Divertículos de Meckel (DM) operados na Unidade de Cirurgia Geral (UCG) do Hospital Regional de Sobradinho (HRS), Brasília-DF, no período de 1985 a 1995. O estudo demonstrou que os portadores destas anomalias foram operados sem diagnóstico pré-operatório mesmo nos pacientes sintomáticos. Em nove oportunidades, os achados foram incidentais durante laparotomias por outros motivos. Diversas condutas operatórias foram verificadas nesta revisão, variando desde a simples diverticulectomia até a enterectomia segmentar com reconstrução por anastomose primária término-terminal. Estas controvérsias levaram o staff da UCG do HRS a eleger a última técnica citada como a mais adequada para a uniformização do tratamento não só dos casos sintomáticos como também para os achados incidentais.
Resumo:
A conduta no tratamento cirúrgico do câncer do reto médio é ainda controversa. Vários procedimentos cirúrgicos foram avaliados, retrospectivamente, em noventa doentes operados durante o período de fevereiro de 1990 a junho de 1997. Deste total, 43 (47,7%) doentes eram do sexo feminino e 47 (52,3%) do masculino. A idade variou entre 20 e 90 anos, com média de 60,2 anos. Os principais sintomas e sinais foram puxo e tenesmo, hematoquesia e emagrecimento. O tempo decorrido desde o início dos sintomas até o diagnóstico variou de dois a 24 meses, com média de 7,5 meses. A amputação abdômino-perineal do reto foi realizada em 17 doentes (18,8%) e a complicação mais freqüente foi a deiscência da ferida perineal, em 47% dos casos. Um doente (1,1 %) foi submetido a proctocolectomia total, evoluindo sem intercorrências. A operação de Hartmann foi feita em 26 doentes (28,8%), ocorrendo 7,6% de morbidade e 7,6% de mortalidade, em virtude de complicações clínicas. Em 26 doentes (28,8%), foi realizada ressecção anterior seguida de anastomose. Em dez (11,1%), foi realizada anastomose manual e não houve complicações. Nos outros 16 (17,7%) foi feita anastomose mecânica, havendo três deiscências e um óbito, relacionado a complicações clínicas. Em oito doentes (8,8%), foi realizada ressecção com abaixamento coloanal, ocorrendo 50% de complicações, devido à necrose e à retração do cólon abaixado. Houve apenas um óbito relacionado à complicação cirúrgica. Em 12 doentes (13,3%) não foi efetuada a ressecção do tumor, em decorrência de precárias condições clínicas dos mesmos e falta de critérios de ressecabilidade da lesão. Concluímos que o procedimento cirúrgico adequado no tratamento do câncer do reto médio depende de estadiamento criterioso, considerando o grau de diferenciação celular, a presença de metástase, a condição local do tumor, a situação clínica do doente e a experiência da equipe cirúrgica.
Resumo:
É apresentada uma conduta cirúrgica para o descolamento do duodeno nas ressecções gastroduodenais por úlcera terebrante na cabeça do pâncreas. Constituem os fundamentos dessa tática a mobilização retrógrada adequada da segunda porção do duodeno por meio da manobra de Kocher, a secção oblíqua do duodeno na altura da borda distal do nicho ulceroso e a introdução, pelo cirurgião, do seu dedo indicador na luz da víscera para palpar a papila duodenal maior. Essa medida permite encontrar o plano de clivagem para separar a parede duodenal da cabeça do pâncreas e afastar o risco de lesão das vias biliares e pancreáticas. O duodeno, assim preparado, possibilita sua utilização para eventual anastomose gastroduodenal ou sua exclusão quando se deseja proceder a gastrojejunostomia.
Resumo:
A esofagite de refluxo associada ao epitélio de colunar do esôfago predispõe ao adenocarcinoma, cuja incidência vem aumentando nos últimos anos. Entre 1976 e 1993, os autores trataram 11 pacientes com adenocarcinoma primário do esôfago. Em dois casos, a neoplasia desenvolveu-se em epitélio colunar ectópico no esôfago cervical e torácico. Nos demais casos, ocorreu no terço distal do esôfago em epitélio colunar de Barrett, em pacientes com sintomas clínicos de esofagite de refluxo, dos quais sete eram portadores de hérnia de hiato e refluxo gastroesofágico previamente documentados. Nove pacientes foram submetidos a esofagectomia transiatal com esofagogastroplastia, um foi submetido a esofagectomia distal com interposição de jejuno e o último a esofagogastroplastia retroestemal sem esofagectomia. A exceção de três pacientes, os demais tiveram operações consideradas curativas. Cinco doentes encontravam-se em estádios mais iniciais, ainda sem comprometimento linfonodal. Não houve mortalidade operatória, sendo que as principais complicações foram a fístula da anastomose esofagogástrica e a abertura da cavidade pleural, ambas ocorrendo em dois pacientes. A sobrevida média dos pacientes foi de 40,5 meses. Três pacientes permanecem vivos e sem evidência de doença (estádio 0, I e IIA) com 64, 94 e 117 meses de seguimento. Concluiu-se que a esofagectomia neste tipo de tumor é um procedimento seguro e que a sobrevida a longo prazo é possível quando os tumores em estadio inicial são tratados adequadamente.
Resumo:
É grande o número de pessoas que inalam nicotina diariamente através do hábito de fumar e eventualmente têm que ser submetidos a intervenção cirúrgica no aparelho digestivo. Sendo a nicotina um agente que tem sido implicado no retardo da cicatrização das feridas, foi realizado estudo experimental em ratos com o objetivo de testar o seu efeito na evolução histológica da cicatrização de anastomoses intestinais. Foram utilizados 17 ratos Wistar com média de peso 275±14g, divididos aleatoriamente em grupo I (n=9) e grupo II (n=8), anestesiados com éter sulfúrico e operados com técnica asséptica. A nicotina foi administrada por via subcutânea na dose de 5mg/kg em dias alternados, durante 17 dias nos ratos do grupo I e foi usado placebo no grupo II. Após sete dias de uso da nicotina e do placebo, foi feita secção transversal do jejuno a 5 cm do duodeno e anastomose com polipropileno 6-0. No décimo dia os ratos foram mortos com superdose de éter sulfúrico e foi feita biópsia da anastomose. Após processamento dos cortes histológicos e coloração pela hematoxilina-eosina, os dados foram quantificados por escores. A análise histológica revelou que o grupo I atingiu o escore 135 (média 15±4,41) e o grupo II, 218 (média 27,25±4,89). De acordo com o teste t, a diferença mostrou-se significativa (p<0,05). Os dados permitem concluir que a nicotina, quando administrada por via subcutânea em ratos, contribui para prejudicar a cicatrização de anastomoses intestinais.
Resumo:
O objetivo é apresentar a padronização da técnica operatória e os resultados obtidos com a utilização do acesso videolaparoscópico na reconstituição do trânsito intestinal em pacientes previamente submetidos à operação de Hartmann por causas diversas. Foram analisados prospectivamente 32 pacientes, no período de dezembro de 1991 a junho de 1997, com distribuição semelhante com relação ao sexo e com idade média de 42,4 anos. Todos os pacientes foram submetidos ao mesmo preparo pré-operatório e à mesma técnica cirúrgica. Ocorreram três (9,3%) complicações transoperatórias. Uma (3,1 %) anastomose mecânica incompleta, necessitando de endossutura manual, uma (3,1 %) laceração do reto com o grampeador mecânico e uma (3,1 %) lesão da artéria epigástrica direita. Ocorreram ainda três (9,3%) conversões, sendo uma (3,1 %) devido à laceração do reto com o grampeador mecânico, outra (3.1 %) pela invasão tumoral na pelve e outra (3,1 %) pela presença de excessivas aderências intraperitoneais. O tempo operatório variou de 30 a 240 minutos, na média de 126,2 minutos (2,1 horas). A evolução clínica pós-operatória foi satisfatória. Nove (31,0%) pacientes não referiram dor, enquanto 13 (44,8%) a referiram em pequena intensidade, e apenas sete (24,0%) queixaram-se de dor com maior intensidade. A dieta líquida via oral foi instituída no período médio de 1,6 dias, e a primeira evacuação ocorreu na média de 3,2 dias de pós-operatório. O período médio de hospitalização foi de 4,7 dias. Ocorreram complicações pós-operatórias em oito (27,5%) pacientes. Duas (6,8%) infecções da ferida do estoma, dois pacientes (6,8%) com dor no ombro direito, uma (3,4%) deiscência de anastomose, um (3,4%) caso de peritonite por provável contaminação do material cirúrgico, uma coleção líquida pélvica e uma hérnia incisional. Em conclusão, a reconstituição do trânsito intestinal por videolaparoscopia apresentou-se segura e eficaz, podendo constituir-se no método cirúrgico de escolha, pois foi utilizada com sucesso em 90,6% dos pacientes.
Resumo:
O aperfeiçoamento da técnica operatória do transplante hepático reduziu o número de complicações biliares, mas os índices de morbidade e mortalidade relacionadas a estas complicações ainda preocupam os cirurgiões. Assim, é importante avaliar novas opções terapêuticas relativamente aos procedimentos operatórios convencionais. De setembro de 1991 a setembro de 1998, foram analisadas as complicações biliares observadas em 78 pacientes submetidos ao transplante hepático; anastomose coledococoledociana com emprego do tubo em T (CCT) foi praticada em 16 pacientes ou 20,5%, anastomose coledococoledociana sem a utilização do tubo em T (CC) em 50 ou 64,1% e anastomose coledocojejunal (CJ) em 12 ou 15,4%. Foram observadas 24 (31,2%) complicações biliares sendo 12 durante o 1º mês e as demais no pós-operatório tardio. Ocorreram 12/78 (15,6%) fístulas (CCT = 5, CC = 6, CJ = 1), 9/78 (11,7%) estenose (CCT = 1, CC = 8) e 3/78 calculose (CCT = 1, CC = 2). A colangiopancreatografia retrógrada endoscópica (CPRE) realizada em 19/78 pacientes ou 24,7% ofereceu resultados satisfatórios em 13 (61,9%). O tratamento endoscópico foi praticado em 11 casos de fístula biliar oferecendo bons resultados em quatro do grupo CCT e 5/6 do grupo CC; por outro lado, nos oito casos de estenose da anastomose (grupo CC) o tratamento endoscópico mostrou-se eficiente em 4/8 pacientes. Complicações biliares ocorreram em 7/16 casos ou 43,75% (grupo CCT) e 16/50 ou 32% do grupo CC, somente nove entre as 24 complicações biliares necessitaram de reoperações (CCT = 1, CC = 8). Além destas, entre os 78 , ocorreu trombose da artéria hepática (T.A.H.). Nesta casuística ocorreram 8/78 (10,4%) óbitos (5 T.A.H., 1 CCT e 2 CC). O tempo de seguimento médio pós-tratamento das complicações biliares foi de 14 meses variando de um a 6,8 anos. A incidência global das complicações biliares observadas nesta série consecutiva de 78 pacientes foi maior nos grupos CCT (7/16) CC (16/50) quando comparadas ao grupo CJ. Não houve diferenças significativa quanto à ocorrência de fístula e estenoses nos grupos CCT e CC, quando comparadas. A incidência de complicações biliares precoces e tardias foi semelhante em ambos os grupos CCT e CC. Estes resultados sugerem que a incidência de fístulas e estenoses biliares, não é significativamente pelo emprego do tubo em T. O tratamento endoscópico indicado em casos selecionados permite diagnóstico acurado apresentando-se como tratamento de primeira escolha frente a estas complicações.
Resumo:
OBJETIVO: Avaliar o efeito da colostomia proximal na cicatrização de anastomoses colocólicas em ratos com obstrução intestinal. MÉTODO: 72 ratos foram divididos em três grupos: grupo controle (C), submetido à anastomose colocólica e à colostomia proximal na ausência de oclusão intestinal; grupo sem colostomia (SC), submetido à oclusão intestinal de 72 horas e à anastomose colocólica primária; grupo com colostomia (CC) submetido à oclusão intestinal de 72 horas, à anastomose colocólica primária e à colostomia proximal. A cicatrização anastomótica foi avaliada em dois períodos, nos 2º e 7º dias de pós-operatório, em relação à deiscência anastomótica, aderências, epitelização mucosa, pressão de ruptura e a variáveis histológicas por estudo convencional e informatizado. RESULTADOS: verificou-se maior tendência a deiscência anastomótica no grupo SC (12,5%), e elevada incidência de complicações da colostomia no grupo CC (13%), entretanto tais resultados não apresentaram diferença estatística significante. No que se refere às demais variáveis analisadas para verificação da cicatrização anastomótica deve-se considerar que houve equivalência entre os três grupos nos dois períodos analisados. CONCLUSÃO: Não há diferença entre a cicatrização de anastomoses colocólicas associadas ou não à colostomia proximal, em ratos com obstrução intestinal.