999 resultados para Filhos não gémeos
Resumo:
Estilos parentais caracterizam-se como o conjunto de prticas educativas adotadas pelas famlias em relao aos comportamentos apresentados por crianas e adolescentes diante de situaes cotidianas como ir escola, arrumar o quarto, sair para festas etc. As prticas parentais podem ser positivas, caso predominem os comportamentos pr-sociais, e/ou negativas, caso predominem os comportamentos anti-sociais. Assim, a literatura define trs tipos de estilos parentais: o autoritrio, em que impera o controle dos comportamentos filiais, inclusive por meio da fora fsica; o permissivo, no qual h negligncia e indiferena em relao s atitudes da criana; e o autoritativo, que equilibra as prticas de controle e permissividade. Esta pesquisa objetivou verificar e caracterizar os estilos parentais presentes em famlias de crianas abrigadas. Participaram do estudo quarenta e cinco parentes de crianas abrigadas, porm apenas vinte deles atendiam s condies de incluso na pesquisa, ou seja, completaram os dois questionrios aplicados. A coleta de dados foi realizada em uma instituio pblica de Belm. Aos participantes, foram aplicados dois questionrios: um sociodemogrfico, que investiga, alm das condies materiais de existncia, as relaes familiares dos cuidadores durante sua infncia e adolescncia e um Inventrio de Estilos Parentais (IEP) elaborado por Gomide (2006), que verifica as prticas parentais educativas exercidas pela famlia diante das atitudes das crianas. Aps a anlise dos dados, constatou-se que as famlias que responderam ao questionrio sciodemogrfico registraram o fenmeno da multigeracionalidade, isto , padres de comportamento, no caso negativos, transcenderam uma gerao e passaram para os filhos. Os resultados mostraram ainda que todos os participantes apresentavam estilos parentais negativos, ou seja, em que predominam prticas educativas negativas como punio inconsistente e monitoria negativa.
Resumo:
O presente estudo partindo da perspectiva contextualista e adotando o modelo bioecolgico do desenvolvimento buscou identificar as percepes compartilhadas entre pais de crianas com deficincia mental moradoras da Ilha do Combu, regio ribeirinha amaznica. Foram acompanhadas as trs famlias que tinham filhos cadastrados na Secretaria Municipal de Ensino de Belm e/ou diagnstico que comprovava a deficincia mental. Os cuidados ticos tomados foram balizados na aprovao do projeto pela UFPA, no esclarecimento dos participantes sobre os objetivos e os riscos incuos envolvidos assim como o sigilo de suas identidades. A aproximao da pesquisadora ao contexto investigado e s famlias participantes se deu via insero ecolgica. A coleta se dividiu em dois momentos distintos: primeiramente ocorreram visitas sistemticas s famlias com a utilizao do instrumento dirio de campo, desse modo a pesquisadora buscou integrar-se ao ambiente estudado via interaes sucessivas e regulares tornando-se o mais prximo possvel daqueles que o constituem e no segundo momento ocorreu a aplicao do inventrio scio-demogrfico e teste de identificao familiar FIT. Os resultados apontaram condies diferenciadas de desenvolvimento dos filhos relacionadas s percepes compartilhadas pelos pais e as caractersticas contextuais presentes na Ilha. As identificaes positivas associadas ao bom desempenho dos papis e atividades estiveram ligadas s percepes de aceitao e pertencimento, aspectos observados na famlia de Ana. Nas demais famlias (Taciana e Alexandra) estiveram presentes conflitos e dificuldades que ressaltam os seguintes fatores: sobrecarga vivenciada nos cuidados aos filhos, percepes de estranhamento e incompreenso frente deficincia, conflitos conjugais, rejeio do diagnstico e identificaes negativas. Conclui-se que as percepes compartilhadas pelos pais mostram-se ligadas ao suporte recebido durante o diagnstico, aos papis desempenhados na famlia, s caractersticas das crianas e aos aspectos contextuais presentes na cultura ribeirinha que pressupe o isolamento marcado pela regio alagada e conta com uma rede social composta por parentes que vivem na ilha h geraes.
Resumo:
O beb humano nasce prematuramente para o padro dos primatas e essa imaturidade fsica gera um maior tempo de dependncia dos adultos e uma intensificao dos cuidados parentais. Este estudo teve como referencial terico o Modelo de Investimento Parental proposto por Heidi Keller, o qual indica seis sistemas parentais, evoludos em resposta a problemas adaptativos enfrentados por nossos ancestrais e que representam investimentos parentais que diferem com relao energia, tempo, ateno e tom emocional direcionados ao beb. Os sistemas parentais propostos so: sistemas de cuidados, sistema de contato corporal, sistema de estimulao corporal, sistema de estimulao por objeto, sistema face-a-face e envelope narrativo. A predominncia de um ou outro sistema depender da cultura. No entanto, as investigaes realizadas at o momento contemplam dades tpicas e, adicionalmente, no foram encontrados estudos longitudinais focalizando as caractersticas dos sistemas parentais desenvolvidos entre dades cujos canais sensoriais utilizados para trocas iniciais diferem, como no caso de mes surdas e seus bebs ouvintes. Este estudo investigou os sistemas parentais priorizados por uma me surda e uma me ouvinte com seus bebs ouvintes, bem como as caractersticas das instncias de interao da dade me surda beb ouvinte. As mes eram primparas, com nvel educacional superior e suas idades eram 34 e 36 anos, residiam em Belm e seus bebs do sexo masculino. Foram realizadas filmagens nas residncias maternas semanalmente at os trs meses e quinzenalmente at os seis meses, nas situaes de banho, troca, alimentao e, a partir dos trs meses, brincadeira livre. Os sistemas parentais foram registrados por intervalo de dez segundos e, posteriormente, registrados os comportamentos gerais da me e do beb por segundo nas instncias de interao. Os resultados indicaram que a me surda priorizou a estimulao por objeto e o contato corporal. A me ouvinte priorizou a estimulao corporal, contato corporal e face-a-face. Alm da diferena no tipo de estimulao priorizada por cada me, o contato corporal foi qualitativamente diferente entre elas. Os resultados sugerem o modelo autnomo-relacional para as dades. A anlise das interaes me surda beb ouvinte indicou que a me inicia a maioria das interaes no perodo estudado e sugere que a dade apresentou modificaes nas interaes ao longo do desenvolvimento do beb. No entanto, ressalta-se a necessidade de mais estudos para o conhecimento das peculiaridades em outras dades atpicas, como por exemplo, com a redefinio de categorias e a busca por novos sistemas parentais.
Resumo:
Fissura lbio palatina ou orofaciais um dos mais frequentes defeitos congnitos existentes e vrios estudos relacionam essa malformao a causas multifatoriais. Entre as diversas causas ambientais esto os hbitos etlicos e tabagistas maternos, assim como o uso de agrotxico. A resposta do embrio humano a agentes teratognicos bem conhecida. Porm, sabe-se que organismos diferentes metabolizam de maneira distinta um mesmo componente qumico, isto se deve a caractersticas genticas intrnsecas relacionadas a diferentes funcionamentos enzimticos. Tais diferenas podem ser investigadas a partir da anlise de polimorfismos em genes relacionados ao metabolismo destes xenobiticos, que podem assim estar relacionados etiognese de fissuras lbio palatinas. O Objetivo do nosso estudo foi analisar polimorfismos em sete genes, PON1 (rs662), PON1 (rs854560), MTHFD1, CYP2E1, EPHX1, ABCB1, AHR, onde uma anlise correlativa com fatores ambientais, como exposio a agrotxicos foi realizada, a fim de avaliar se existe ou no influncia das diferentes variantes polimrficas e tais interaes ambientais na etiognese das fissuras lbio palatinas. O nmero total de amostras analisadas foi de 166 indivduos, sendo 83 pacientes acometidos por fissura, com idade mdia de 7 anos (DP 5 anos) e 83 mes dos mesmos. Em nossas amostras, o gnero masculino foi 64% do total de acometidos.; uma ficha para a coleta de dados epidemiolgicos foi desenvolvida para o estudo; o material biolgico coletado para anlise foi sangue. A anlise estatstica foi realizada com os softwares bioEstat 5.3, SPSS 12.0 e PLINK 1.07. Nosso resultado consiste de quatro anlises diferentes, para cada polimorfismo. Inicialmente, observamos as diferenas entre as frequncias genotpicas encontradas nos acometidos e nas mes destes e aquelas das populaes de indivduos hgidos. Isto visando encontrar diferenas entre estes gentipos que possam justificar a gnese das FLP, frente exposio das mes, e intrauterinamente, dos filhos ao agrotxico. Num segundo momento, verificamos se houveram diferenas entre os gentipos maternos e dos acometidos, que pudessem representar diferenas significativas entre estes dois grupos de indivduos (pois as mes, independentemente da exposio ao agrotxico, poderiam ter FLP, caso o gentipo fosse de elevada importncia) e que possam ter relao com a FLP. Em uma terceira anlise, observamos se os gentipos encontrados nos indivduos que apresentam FLP, esto relacionados exposio relatada aos agrotxicos, como fator etiolgico destas ms formaes. Em ultima anlise, visamos, por anlise de regresso, verificar se a caracterstica genotpica desses alvos de estudo, possa ter influenciado no fentipo do tipo de fissura, seja somente labial, seja palatal ou labiopalatal. A distribuio dos tipos de fissuras entre os acometidos foi de 12% para fissuras somente labiais, 19% para fissuras somente palatais e 69% das fissuras em nosso grupo amostral atingiam o lbio e o palato.
Resumo:
Ps-graduao em Educao - FFC
Resumo:
Coordenao de Aperfeioamento de Pessoal de Nvel Superior (CAPES)
Na "casa da me"/na "casa do pai": anotaes (de uma antroploga e av) em torno da "circulao" de crianas
Resumo:
Ancorado numa fonte de inspirao pessoal, em reflexes sobre dados de campo e na observao de situaes particulares, o trabalho discute a "circulao" de crianas. Considerando modalidades como a "tutela infantil", as "crias de casa de famlia", os "filhos de criao", as pessoas que "reparam" crianas (s vezes, outras crianas) e os circuitos em que se envolvem os filhos de camadas mdias, divididos entre "suas" duas casas e outros espaos mais, a idia : (1) ver como o fenmeno tem sido interpretado em nossa rea; (2) tomar a circulao de modo mais amplo e flexvel para incluir nela fluxos mais curtos e dinmicos, e outros grupos que permitam perceber, nesta "ciranda", por exemplo, uma antroploga e seu neto.
Resumo:
Este artigo objetiva descrever a rotina referente vida acadmica de crianas atendidas pelo Programa Bolsa Famlia em uma comunidade ribeirinha amaznica. Participaram do estudo 30 crianas: 16 meninas e 14 meninos. Foram utilizados os Inventrios Sociodemogrfico e o de Rotina. Os principais resultados indicaram que a atividade de ir para a escola ocupa 16% de um dia de semana, o dever de casa atinge 3% e no h leituras fora do ambiente escolar. No fim de semana, as crianas no realizam dever de casa ou leituras. A participao parental na rotina dos filhos e filhas restrita. Aes de envolvimento e capacitao das famlias ribeirinhas so necessrias para que estas participem e estruturem atividades acadmicas nas rotinas das crianas.
Resumo:
No imaginrio feminino da Amaznia Paraense, migrar um sonho, cujo contedo onrico faz parte no s de uma estratgia de sobrevivncia, como tambm de uma busca por ressignificao dos lugares/construes/imaginrio/ atribudos ao feminino, na herana cultural sexista, racializada e heteronormativa imposta na e para a regio. Muitas sonham viver em um contexto livre da violncia; ter uma casa bonita, filhos saudveis e um marido bondoso; outras sonham ganhar muito dinheiro trabalhando na prostituio, como danarinas ou qualquer trabalho que possibilite a realizaro daquele ou de outros sonhos. Todas j escutaram estrias de outras bem sucedidas que migraram, e hoje possuem carro, roupas caras e uma casa para morar. Ouvem dizer, que h boas perspectivas em torno dos Grandes Projetos, mas no fazem ideia de como chegar, pois, muitos desses locais so de difcil acesso, como minas e garimpos. J ouviram dizer que no estrangeiro sua exoticidade rende muito dinheiro. Outras, j ouviram estrias ruins de gente que foi escravizada, presa, deportada ou morta. Mas, apostam na sorte e acreditam que o risco vale a pena. Sabem o quanto difcil sair do pas, tirar passaporte, negociar em outra lngua, outra moeda, lidar com uma burocracia complexa, exigente e uma legislao rgida e restritiva. Acreditam que se tentassem migrar sozinhas, sem o apoio de algum com experincia no ramo, provavelmente no conseguiriam. At que, aparece algum se dizendo com experincia e com a oferta de providenciar tudo, com um simples toque da varinha de condo...O trfico de pessoas, especialmente o feminino para fins de superexplorao sexual - que inclui mulheres, travestis e transgneros uma violao de direitos humanos no contexto da migrao. Terceira atividade ilcita mais lucrativa do planeta perde, segundo a Organizao das Naes Unidas ONU, apenas para o trfico de drogas e o de armas. Possui natureza multifacetada marcada por uma dupla regulao: a capitalista e a identitria, cuja finalidade sempre o trabalho escravo, incluindo o casamento servil e a prostituio forada. Seu contexto extrapola a esfera criminal, perpassa por questes culturais e de gnero. Seu enfrentamento reclama o reconhecimento da diversidade democrtica, do direito no discriminao e dos parmetros de direitos humanos.