1000 resultados para Falcão, Adriana, 1960- Crítica e interpretação
Resumo:
Sabemos que interpretação, qualquer que ela seja, implica uma escolha. Sabemos que essa escolha, muitas vezes tambm, implica controvrsia. No caso da msica ela fulcral (a escolha e a controvrsia) uma vez que a obra no vive sem o acto performativo. Essa vida de que falo refere-se a um pblico. bvio que a controvrsia alimenta muitas das teorias apresentadas desde sempre pelos mais diversos pensadores musicais e , por si s, uma razo importante da prtica musical pensada e escrita. A Winterreise de Schubert contm amplo material de discusso respeitante s vrias escolhas. Neste trabalho vou observar em primeiro lugar as escolhas do compositor em relao ao texto potico para seguidamente me debruar sobre o espao que resta, ou no, ao intrprete. Ser apresentada uma anlise harmnica e rtmica das canes e uma perspectiva das vrias escolhas interpretativas postas por um grupo variado de intrpretes tericos e prticos, apoiando-me na muita literatura musicolgica disponvel sobre este tema.
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O risco de ocorrncia de desvios significativos dos custos oramentados e de incumprimento dos prazos de execuo constituem duas das principais preocupaes da gesto de projetos. A derrapa-gem de prazos de projetos um dos motivos apontados para a falta de competitividade da indstria portuguesa (Tenera, 2012). Estes atrasos, para alm de falta de competitividade, podem resultar ainda, por exemplo, em sanes financeiras e perda de confiana dos clientes. Goldratt, em 1997, alertou que as limitaes das tcnicas clssicas de planeamento e controlo pode-riam estar na origem do no cumprimento dos prazos dos projetos, propondo a aplicao da Teoria das Restries gesto de projetos, a Gesto de Projetos pela Cadeia Critica (Critical Chain Project Management - CCPM). A CCPM tem os seus princpios vocacionados para a gesto do tempo e introduz mudanas signifi-cativas na forma como os projetos so geridos, preconizando uma reduo nas duraes programadas das atividades, para contrariar tendncias comportamentais humanas de atrasar a execuo das tare-fas, introduzindo ainda estrategicamente reservas temporais agregadas, que procuram proteger o pro-jeto de derrapagens temporais. Um dos principais fatores de diferenciao da CCPM precisamente a forma de monitorizar os projetos, sendo a Gesto das Reservas (Buffer Management - BM) o prin-cipal mecanismo de gesto do tempo de execuo dos mesmos. No presente trabalho foi realizada uma reviso bibliogrfica dos conceitos associados gesto de riscos em geral e em particular gesto de tempo em projetos, atravs da CCPM. Estudou-se ainda, a metodologia geral de implementao das cartas de controlo, com o objetivo de se desenvolver um modelo adaptado ao controlo de reservas temporais em projetos. Assim, e de acordo com o estudo realizado, foi proposto, desenvolvido e implementado um modelo, que complementa a gesto clssica de reservas temporais da CCPM com a utilizao de cartas de controlo. O modelo proposto foi testado numa empreitada de reabilitao de edifcios, na Marinha Portuguesa, com o objetivo de se avaliar a sua aplicabilidade, as suas vantagens e limitaes. No presente trabalho procurou-se propor e implementar um modelo robusto de gesto de reservas na CCPM, com aplicabilidade efetiva gesto de riscos de derrapagem de prazos de projetos, no s na indstria da construo civil como em projetos de outras reas. Com a aplicao do modelo proposto num caso de estudo, foi possvel concluir o projeto dentro do prazo contratualizado, tendo-se verificado que a implementao de cartas de controlo na BM permi-tiu antecipar a deteo de consumos excessivos das reservas temporais do projeto.
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Na prospeo geolgico-geotcnica de terrenos que serve de apoio ao desenvolvimento do projeto de grandes obras, como barragens, tneis e cavernas subterrneas, usual executar ensaios Lugeon para a caracterizao das propriedades hidrulicas dos macios. No caso particular dos macios rochosos, em que o escoamento da gua ocorre essencialmente pelas descontinuidades, i.e., falhas e diaclases, os ensaios Lugeon integram e homogeneizam as propriedades hidrulicas de um volume de macio, no tendo em conta o efeito discreto de que o escoamento se reveste. Pretende-se com este trabalho contribuir para uma melhoria da interpretação dos resultados destes ensaios e das metodologias de zonamento e caracterizao hidrulica dos macios rochosos. Para este efeito, foram estudados os resultados tradicionais de 372 ensaios Lugeon de sete barragens em Portugal, juntamente com as caratersticas geotcnicas dos troos ensaiados, nomeadamente a fraturao evidenciada pelos registos fotogrficos dos tarolos de sondagens, com o objetivo de correlacionar um conjunto de parmetros geolgicos com os resultados dos ensaios Lugeon. Avaliou-se a influncia de parmetros associados fraturao, como a taxa de recuperao, ndice RQD, nmero de descontinuidades, bem como a de parmetros relacionados com fatores geomtricos dos ensaios como a profundidade, localizao e a orientao entre as descontinuidades e o eixo do furo. Ainda se avaliou o impacto que um fator relacionado com o estado de tenso tem nos resultados. A partir da aplicao desta avaliao estabeleceram-se correlaes entre estas variveis para perceber o efeito e peso de cada um e estabelecer uma classificao geo-hidrulica para macios rochosos que auxilie na definio do zonamento hidrulico.
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RESUMO: A infeo frequente durante a doena crítica, quer como causa da doena crítica quer como complicao da sua evoluo. Paradoxalmente, os avanos da medicina moderna aumentaram eles prprios o risco de infeo, ao permitir a sobrevida at idades avanadas, ao criar um novo grupo de doentes imunodeprimidos, nomeadamente doentes tratados com frmacos que interferem com as suas defesas naturais (corticides, citostticos), ao aumentar o tempo de vida de hospedeiros com comorbilidades debilitantes. Os antibiticos so um dos elos essenciais no tratamento da infeo. Contudo o seu uso tambm promove a seleo e crescimento de bactrias resistentes. Para alm disso as doses convencionais de antibiticos foram selecionadas numa altura em que a resistncia era um fenmeno raro e podem no ser atualmente as mais adequadas. Existe hoje muita evidncia acumulada que os doentes crticos sofrem alteraes da sua farmacocintica (PK) que podem facilitar a ocorrncia de falncia teraputica ou de toxicidade tanto por sub como por sobredosagem de antibiticos. Essas alteraes so complexas e difceis de estudar. Finalmente, tambm a farmacodinmica (PD) dos antibiticos pode estar alterada nesta populao, podendo haver necessidade de ajustar os alvos teraputicos de forma individual. O objetivo deste trabalho foi investigar a relao entre a teraputica antibitica, as suas caractersticas PK e PD, a carga bacteriana e o prognstico dos doentes crticos. O plano de investigao incluiu: 1. Dados da epidemiologia portuguesa de doentes crticos com infeo; 2. Avaliao da relao entre a carga bacteriana, o tempo at ao incio do tratamento antibitico e o prognstico dos doentes crticos; 3. Avaliao da evoluo da PK durante o tratamento da infeo; 4. Um estudo multicntrico para avaliao da eficcia da teraputica com um - lactmico doseado de acordo com a relao PK/PD. Na introduo descrita a importncia dos antibiticos, a sua origem e o problema crescente das resistncias bacterianas relacionadas com o seu emprego e abuso. salientada a importncia de racionalizar a posologia, de acordo com os conceitos de PK e de PD. No Captulo 1 so apresentados dados de epidemiologia portuguesa de infeo em doentes crticos, sobretudo retirados de dois estudos prospetivos, observacionais, os quais incluram mais de 50% da capacidade de internamento em cuidados intensivos existente em Portugal. No Captulo 2 so descritos os conceitos de PK e as suas alteraes nos doentes crticos. De seguida so revistos os conceitos de PD de antibiticos e a sua aplicao a esta populao, em particular durante as infees graves (Captulo 3). Nos captulos seguintes so aprofundadas estas alteraes da PK nos doentes crticos e as suas causas, de forma a destacar a importncia da monitorizao da concentrao dos antibiticos. So apresentados os dados duma reviso sistemtica de PK de antibticos nesta populao (Captulo 4), pormenorizadas as alteraes da PD que comprometem a eficcia da teraputica antibitica, facilitam o desenvolvimento de resistncias e podem levar a falncia teraputica (Captulo 5). Consequentemente a compreenso global destas alteraes, da sua relevncia clnica e a reviso da evidncia disponvel facilitou o desenvolvimento do prprio plano global de investigao (Captulos 6 e 7). No Captulo 6.1 so descritos os antibiticos tempo-dependente e a importncia de aumentar o seu tempo de perfuso. Foi desenhado um estudo multicntrico para comparar a eficcia e segurana da perfuso contnua da piperacilina tazobactam (um antibitico -lactmico associado a um inibidor de -lactamases) com a mesma dose do antibitico, administrado em dose convencional, intermitente. A importncia de dosear corretamente os antibiticos concentrao-dependente foi tambm avaliada num estudo a primeira dose dos aminoglicosdeos (Captulo 6.2). Outras estratgias para melhorar os resultados assistenciais dos doentes infetados so abordadas no Captulo 7, em particular a importncia da teraputica antibitica precoce, a avaliao da carga bacteriana e a compreenso da variao da PK ao longo do tratamento da infeo. Foi desenvolvido um algoritmo de abordagem teraputica que incluiu estas alteraes da PK e da PD nos doentes crticos. Finalmente no Captulo 8 so descritos mecanismos de desenvolvimento das resistncias bacterianas bem como estratgias para a sua abordagem. O Captulo final (Captulo 9) aponta um plano para futuras reas de trabalho. O elemento chave identificado neste trabalho de investigao o reconhecimento da variabilidade significativa da PK dos antibiticos durante a doena crítica, a qual condiciona a sua posologia. Estas alteraes esto relacionadas com a prpria gravidade da doena e tendem a diminuir ao longo do seu tratamento. No entanto nem a gravidade da doena nem as caractersticas individuais as permitem prever de forma aceitvel pelo que a utilizao duma posologia universal, independente da situao clnica concreta, pode ser inadequada. As estratgias para melhorar os resultados assistenciais dos doentes crticos infetados devem ser baseadas na individualizao da posologia antibitica de acordo com os princpios da PK e da PD, preferencialmente apoiadas em doseamentos da sua concentrao. ------------------------------------ ABSTRACT: Infection commonly occurred during critical illness, either as a cause or complicating the course of the disease. Advances in medicine had paradoxically increase the risk of infection, both by improving survival to older ages and by introducing a new group of immunosuppressed patients, those who are treated with drugs that interfere with their natural defenses (corticosteroids, cytostatics) and those who survived longer with aggressive diseases. Antibiotics are of paramount importance for treating infection. However the use of these drugs also promote the selection and growth of resistant bacteria. Furthermore conventional antibiotic doses were calculated for less severe patients during a time when resistance was rare. Nowadays there is increasing evidence that critically ill patients experiment altered pharmacokinetics (PK) that may lead to therapeutic failure and/or drug toxicity. Equally, such PK alterations are complex and challenging to investigate. Finally pharmacodynamics (PD) may also be different in this population and antibiotic targets may need to be tailored to the individual patient. The aim of this research was to investigate the relationship between antibiotic therapy, its PK and PD, bacterial burden and critically ill patients outcomes. The research plan comprised of: 1. Epidemiological portuguese data of critically ill infected patients; 2. Relationship between burden of bacteria, time until the start of antibiotics and patient outcomes; 3. Evaluation of PK during treatment of infection; 4. A multicentre study evaluating PK guided -lactam therapy. The introductory chapter outlines the importance of antibiotics, its origins, the problem of increasing bacteria resistance, related to its use and overuse and the importance of rational drug dosing using PK and PD concepts. In Chapter 1 portuguese epidemiological data of infections in critically ill patients is presented, mostly coming from two prospective observational studies, encompassing more than 50% of critically ill beds available in Portugal. Chapter 2 describes the concepts of PK and the changes occurring in critically ill patients. This is followed by a review of the concepts of PD of antibiotics and its application to this population, especially during severe infections (Chapter 3). In the following chapter these changes in antibiotics PK in critical illness are and its causes are detailed, to outline the importance of therapeutic drug monitoring. Data on a systematic review of antibiotics PK in those patients is provided (Chapter 4). The following chapter (Chapter 5) elucidates important changes in PD, that compromises antibiotic therapy, facilitate the occurrence of resistance and may lead to therapeutic failure. Thus, an understanding of the clinical problem and available evidence facilitated the development of a comprehensive research plan (Chapter 6 and Chapter 7). Chapter 6.1 describes time-dependent antibiotics and the importance of extending its perfusion time. A multicenter study was designed to compare the continuous infusion of piperacillin tazobactam (a -lactam antibiotic) with the same daily dose, prescribed in a conventional, intermittent dose. The importance of correct dosing of antibiotics was also assessed through a study addressing aminoglycoside (a concentration-dependent antibiotic) therapy (Chapter 6.2), focusing on its first dose. Strategies to improve severe infected patients outcomes were addressed in Chapter 7, namely the importance of early antibiotic therapy, assessing the burden of bacteria and understanding changes in antibiotic concentration during the course of infection. An algorithm to include all the described changes in both PK and PD of critically ill patients was developed. Finally in Chapter 8 mechanisms of the increasing resistance of bacteria are described and strategies to address that problem are proposed. The closing chapter (Chapter 9) lays a roadmap for future work. The key finding of this research is the significant variability of the antibiotics PK during critical illness, which makes dosing a challenging issue. These changes are related to the severity of the infection itself and improve through the course of the disease. However neither disease severity nor individual characteristics are useful to predict PK changes. Therefore, the use of a universal dose approach, regardless of the individual patient, may not be the best approach. Strategies to improve patients outcomes should be based on tailoring antibiotics to the individual patient, according to PK and PD principles, preferentially supported by therapeutic drug monitoring.
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A antropologia e a arquitectura so disciplinas que se tm frequentado com alguma assiduidade, algumas vezes de forma consciente, outras sem que disso se tenham necessariamente dado conta. Uma das mais assduas plataformas de encontro entre ambas as disciplinas tem sido fornecida pela arquitectura variavelmente designada de popular, verncula ou tradicional. Por vias diferentes, sobretudo no decurso dos anos 1960, tanto a antropologia como a arquitectura fizeram da arquitectura popular um objecto comum de estudo, analisado de acordo com uma preocupao dominante por formas genunas e autnticas, marcadas pelo peso da tradio. E por vias diferentes, tanto a antropologia como a arquitectura, retendo embora uma preferncia pelo popular, trocaram, a partir dos anos 1980, essas ideias de genuinidade e autenticidade por uma conceptualizao do popular enquanto matria hbrida e impura. Learning from Las Vegas (1977) de Robert Venturi, do lado da arquitectura, e Culturas Hbridas (1989) de Nestor Garca Canclini, do lado da antropologia, so duas obras marcantes nessa viragem. a partir delas que esta comunicao se prope interrogar o modo como no Inqurito Arquitectura Popular em Portugal se pode surpreender uma tenso entre o popular como autntico e formas mais misturadas do popular, resolvida ento a favor da autenticidade, que se projecta, de forma contraditria, na actualidade.
Resumo:
As pesquisas desenvolvidas pelo IDESP na Ilha de Maraj possibilitaram estudos de hidrogeoqumica das guas subterrneas. As amostras foram coletadas em poos escavados e em poos tubulares. Os resultados das anlises fsico-qumicas evidenciaram significativas variaes nas concentraes dos parmetros de qualidade de gua, refletindo a complexidade hidrogeolgica da rea. As maiores concentraes de slidos totais dissolvidos ocorrem na parte central e norte da rea, sendo pequena na parte sul, sudeste e noroeste. As guas so predominantemente do tipo sdio-cloretada, seguidas pelos tipos mista-cloretada e mista-bicarbonatada. A utilizao de diagramas semi-logartimicos de Schoeller possibilitou o agrupamento das guas subterrneas com caractersticas qumicas similares. A evoluo da composio das guas subterrneas evidencia o aumento da concentrao dos ons dissolvidos das zonas de fluxo ativo em reas de recarga para as zonas de fluxo muito lento. Misturas de guas doces com guas salobras conatas ocorrem em propores variadas. A reduo de sulfatos pela matria orgnica e a troca de bases e adsoro so fenmenos que atuam na concentrao dos ons dissolvidos.
Resumo:
O autor apresenta informaes fenolgicas mensais de 82 matrizes de Copaiba (Copaifera multljuga Hayne), obtidas na Reserva Florestal Adolfo Ducke no perodo de fevereiro de 1979 a dezembro de 1985. So mostradas as percentagens de ocorrncia das fases de florao, frutificao e mudana foliar e uma anlise de regresso mltipla das fenofases com sete variveis do clima (temperatura mxima, temperatura minima e temperatura mdia, em C; umidade relativa em %; precipitao total em milmetros; insolao total em horas e evaporao lquida total em milmetros. A plena florao ocorreu na estao de chuvas e a frutificao (frutos maduros) apresentou picos mximos no fim da estao chuvosa e inicio da estao seca, comportamento que. difere da maioria das espcies arbreas tropicais. A espcie portou-se como pereniflia e a fase de folhas novas antecedeu a da florao.
Resumo:
O autor apresenta resultados de observaes fenolgicas de 27 espcies lenhosas de campina, na Reserva Biolgica de Campina do INPA, 60 Km ao Norte de Manaus, colhidas no perodo de agosto/77 a julho 86. A maioria das espcies apresentou a plena florao na estao seca, comportamento mostrado pelas espcies de Campina Sombreada; na transio da Campina Sombreada para a Campina Aberta houve tendncia da plena florao ocorrer tanto na estao seca quanto na chuvosa e as espcies de Campina Aberta tiveram esta fase na estao chuvosa e na transio para a seca. Os comportamentos das espcies de transio e as de Campina Abertamostraram-se diferentes da maioria das espcies arbreas de floresta tropical mida. Verificou-se que 12 espcies apresentaram florao anual; 3 espcies floresceram regularmente durante todos os meses do ano; 8 espcies tiveram florao irregular e somente uma espcie floresceu em intervalos de 3 anos. Vinte espcies comportaram-se como pereniflias, sem troca de folhas, aparentemente. Numa anlise dos componentes principais para a plena florao, folhas novas e frutas maduros, os eixos 1,8 e 3 definiram estas fases, respectivamente. Os crculos de correlaes mostraram que existiram duas pocas de ocorrncia distintas destas fases (estao seca e estao chuvosa). A representao plena em 3 eixos indicou as espcies em oposio e com comportamento similar, quanto s trs fases analisadas.